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Às 08:40 Júlio deixou a oficina para ir buscar sua sobrinha. Sair em dia de semana era um luxo que podia custar algumas horas de paciência depois.
Mas Layla despertou o seu modo predador, modo este que não o despertava há muitos anos. Estava em fogo morto, nas cinzas, aqueles anos em que nem as suas tias se dessem mole escapavam.
Mulheres sempre existiram, claro, as gostosas e as não tão gostosas mas sempre existiram.
Sua primeira foi uma vizinha rabuda que amava tomar banho de sol sem a parte de cima no quintal de casa. A galera da rua sempre dava um jeito de chutar a bola para o quintal dela, e os moleques revezavam para ir buscar. Aquela mulher formou uma geração de comedores de boceta.
Bons tempos!
Lailinha tinha um metro e sessenta, dava luzes nos cabelos lisos na altura do busto, lábios grossos, olhos pretos mas bem delineados no rosto um pouco sardento. O busto bem distribuído, abdômen exemplar que divulgava em fotos nas redes sociais: na academia, nos espelhos dos provadores das lojas, na piscina...
Ela colocava seu peso, altura e (year) idade nas descrições como uma vendedora faria com um produto. Mas limitava os comentários, Júlio percebeu e concluiu que devia evitar assédios.
Houve um story dela que o fez responder mas de maneira educada para não dar muito na bola. Layla postou um drink a beira da piscina com a discrição: "até logo ****" e o nome da cidade.
Júlio respondeu no direct: "titio está indo te buscar"... Ele arrependeu-se logo de imediata e pensou em apagar, "titio?" caralho que coisa de babão!
Mas acionou o foda-se! O direct já tinha ido mesmo.
O trabalho na oficina ocupava todo o seu tempo e não permitiu que o constrangimento criasse raiz. Júlio só voltou a usar o celular para trabalhar sem entrar nas redes sociais. Mas ao pegar novamente viu uma resposta de Layla daquelas de visualização única, acendeu logo o facho!
"Que safada!" a mente do mecânico pensou logo em putaria, saiu de perto de uns funcionários que poderiam xeretar alguma coisa. Quando abriu a mensagem era uma imagem com umas frases meio esotéricas sobre amor maior, entrega infinita e outras merdas do tipo.
Murchou, deixando para lá aquele balde de água fria, verdade seja dita “Não sou dos que levam: sou coisa levada”, Júlio leu novamente uma das frases, ele ainda tentou decifrar o que significava aquilo, e uma coceira o atacou igual macaco.
Júlio resmungou consigo mesmo “puta que pariu o cara cansado? Caralho ter que desvendar até charada?”
Levou dez ou vinte dias até que o mecânico fosse à cidade da cunhada para buscar a Layla.
Júlio precisava justificar sua ida, caso contrário Margá desconfiaria de imediato, não por Lailinha mas por uma amante imaginária que nem nos pesadelos de Margá poderia ser sua sobrinha.
O mecânico Júlio não fazia o tipo vaidoso, não: era até um pouco descuidado, comia frutas, verduras, pouco processado, jogava futebol de vez em quando, na oficina sempre meteu a mão na massa. Além de pagar alguns dias na academia de vez em quando.
Então, os seus quarenta e dois nada pesavam, sem barriga de pochete ou flacidez nos braços. O homem mantinha o peitoral e os pelos do corpo aparados a máquina, o banho de lei, o perfume, os dentes em dias com os dentistas, fio dental e a pasta de dentes. Além de zero calvície em plenos quarenta e dois, isso fazia do Júlio um brucutu de um metro e oitenta e cinco, e noventa e cinco quilos, ainda atraente.
Ele nunca teve problemas em comer mulher de qualquer idade, sem precisar pagar nada, evitava as casadas, fora elas, não perdoava. O safado teve mais de um caso com meninas de vinte, e mulheres de cinquenta, umas gostosas!
Julião fazia questão de propagar - entre amigos claro - que as cinquentonas eram as mais escoladas, sem frescuras. “O cabra pode torar em cima que as cinquentonas não arreiam e se brincar pedem mais.”
Mas sabe como é né? Uma bocetinha novinha, em uma mulher de vinte, dezoito? Nossa! Qual é o macho que resiste? Sem chance meu camarada.
Linguar uma bela de uma racha dessas, tá doido!
Lailinha estava na sua mira, bastava ela abrir um pouquinho e o tio Júlio entraria com tudo. Foi pensando nessas bobagens que o mecânico chegou ao destino para buscá-la.
Pessoalmente e à luz do dia, sem os possíveis filtros dos aplicativos de celular, a sobrinha de Júlio era ainda mais linda e o viço do desejo fazia dela alvo de ainda mais “cuidado”.
Aos dezoito anos, Layla conservava um jeito menininha dengosa, falar mansinho, miadozinho, a constante tentativa de simular inocência nos gestos, no uso de algumas palavras. Júlio fingia demência porque aquele joguinho excitante, o casca grossa conhecia bem.
Ele a ajudou a colocar a tralha de Layla na parte de trás, e os eletrodomésticos pequenos no banco do passageiro.
- Vai minha filha e juízo - Cris pediu beijando a testa da filha.
Layla sentou-se ao seu lado, dentro de um shortinho jeans e uma camiseta de alça com a barriga à mostra. Ela sugeriu um caminho diferente para sair da cidade e acrescentou:
- Eu e o Miro sempre pegamos esse caminho quando saímos da cidade - e sorriu. - Eu sempre fico esperando por ele ali no posto.
Layla apontou pelo vidro, o posto estava mais a frente. Com essas palavras Lailinha atiçou a curiosidade em Júlio:
- Você… pega uma moto para vir? Porque é bem distante de casa.
Layla sacudiu os ombros.
- Sim. Eu tinha uma amiga que morava por aqui, minha mãe nunca procurou saber nada - ela sorriu mais uma vez - então quando durmo fora, estou na casa dela.
Layla fez os sinais de aspas com os dedos. Aqueles olhos doces excitaram o Júlio e o fez desejar alisar o rostinho de Layla mas contive-se fingindo acertar o retrovisor.
- É com frequência? - pigarreou. - Os encontros são com frequência?
- Por morar na mesma casa no início foi fácil, depois ficamos com medo dos vizinhos e passamos a fazer isso de ir para outra cidade próxima.
A conversa começava a me deixá-lo de caceta dura e de minuto em minuto Júlio ficava pensando em como o Delmiro tinha sorte. Apesar de a conversa estar deliciosamente no caminho que o safado mecânico queria, teve que interrompê-la e para desviar do assunto, Júlio perguntou:
- Administração né? - ele deu seta para entrar a direita. - Você tem alguma experiência prática já trabalhou na área?
Layla disse que tinha feito um estágio depois da formação técnica no instituto federal em que concluiu o ensino médio. Sua primeira opção foi educação física, mas não conseguiu pontuação suficiente.
- Realmente esse trecho adianta bem o lado - Júlio comentou de modo displicente - eu não conhecia.
Ela encolheu-se um pouco. O cheiro do seu perfume doce com alguma coisa dos cabelos também cheirando a fragrância cítrica o distraiu um pouco.
- O safado do meu padrasto que conhece - ela disse - era estrada de chão na época em que viemos pela primeira vez.
Júlio voltou a entrar um pouco nessa conversa mas se abstendo de comentar coisa que viesse a atingir o Delmiro.
- Isso tem o quê? Um ano?
Ela era safa e ergueu as sobrancelhas virando-se para o tio:
- Mais... desde que mamãe passou no concurso, o segundo, como ela passa mais tempo nos hospitais onde trabalha do que em casa… acabou acontecendo.
"Nossa, Cris passou no concurso do estado há pelo menos três anos... Que canalha!" Júlio pensou, o Delmiro se aproveitou disso.
- Nossa... - disse.
- Miro ficava sozinho coitado, eu também…- ela continuou a dizer. - Eu estava em uma fase de confronto com minha mãe.
- Entendo.
Layla devia estar com uns quinze para dezesseis quando isso tudo começou, Júlio sentiu tesão e asco, ele a deixou falar a vontade o que bem queria. “Eu não sou a palmatória do mundo”, ele pensava. Layla sabia muito bem o que estava fazendo, de inocente não tinha nada. Cris menos ainda, mais de uma vez Júlio a viu confessando a Margá que no hospital onde trabalhava, transava com um dos maqueiros e que durante os primeiros anos de namoro com o Del, manteve um caso com um médico também casado!
- Vou parar para abastecer - Júlio avisou. - Está com fome?
Margá estava enchendo o saco mandando mensagens e áudios, ele silenciou o celular ao perceber.
- Estou na estrada - mas mandou em áudio antes
- É minha tia né? - Layla perguntou.
A frentista, um linda morena de lábios grossos gracejou:
- O que manda moço bonito? - e sorriu.
O mecânico devolveu dizendo que ela é que era linda e ao se afastar recebeu uma reprimenda da Layla ao seu lado.
- Tio, o senhor é casado - e riu.
- Delmiro também - Júlio devolveu - casado mas não cego nem morto.
Ela sorriu de canto sacudindo a cabeça. Iniciou uma conversa de que apesar de “tudo”, ainda era uma menina praticamente virgem, inocente, nunca tivera um namorado, por exemplo, Júlio não se aguentou e mandou:
- E o Del?
- Ah, eis a questão tio, - Layla disse - eu gosto mais desse tipo de relação... entende?
Lailinha era “surpreendente” Júlio pensou olhando para ela com um sorriso que denunciava a clara intenção de comê-la inteirinha, sabe aquele olhar “safada!” ou “cachorra!”? Mas ele disse:
- Ter mais liberdade para aproveitar a vida não é? - e suspirou. - Você curte caras assim mais maduros?
Ela sorriu novamente ajeitando os cabelos e pousando a palma da mão quente em cima da coxa do tio.
- Mas você e o Miro não são maduros. Eu acho que homem maduro são os de sessenta e olhe lá, isso é bem relativo, tenho uma amiga mais nova do que eu que namora um coroa de sessenta e cinco. Ela me conta maravilhas dele. Idade não quer dizer muita coisa não…
- Cê tá de parabéns Lailinha, mente aberta é isso aí, - Julião gracejou na sua “inocência”. - O coroa da tua amiga deve ser carinhoso.
Layla soltou um “hãm” entredentes e completou com uma tirada que devia ter como fonte o vocabulário do Delmiro:
- Na cama não é, o coroa é pau e água sabe como é? Tem frescura não.
- Você parece que fala de experiência própria - Júlio disse.
- Tio, marido que deixe carinho para a esposa, amante quer é pica - a menina disse petulante.
Eles estavam próximo a casa de Júlio quando a conversa chegou nesse ponto, e o pau do mecânico já estava dando sinais a pelo menos quinze minutos desde que ouviu da boquinha dela "gosto mais desse tipo de relação".
A pesteada da Margá estava aguardando por eles no passeio de casa acenando como se fosse um árbitro de trânsito.
- Escuta, essa conversa não terminou ainda hein? - o mecânico disse.
Lailinha se inclinou e o beijou na bochecha:
- A gente vai ter tempo de conversar mais tio - ela disse abrindo a porta e correndo para abraçar Margá.
Júlio teve dificuldade em pensar coisas brochantes para conseguir sair tranquilamente do carro. Foi o tempo de estacionar, dar a volta e tirar as coisas do bagageiro.
O porteiro e os filhos ajudaram a carregar as coisas para dentro. Júlio ficava avaliando o corpo da sobrinha, e enlouquecendo de vontade de ficar a sós com a novinha.
Às vezes, Julião chegava em casa com dores nas costas, e tinha o costume de deitar-se no chão da sala de barriga para baixo, as vezes a dor era tão intensa que só dava tempo de tirar a camisa.
No dia seguinte à chegada de Lailinha, a dor apareceu, o mecânico chegou em casa morrendo com as costas e desabou no chão. Só deu tempo de tirar a camisa e os sapatos.
Ele fechou os olhos e pelo cheiro doce e quente que veio de dentro o fez pensar em Margá, por isso começou a dizer:
- Tem algum relaxante muscular aí?
Mas como ela não respondeu nada, ele abriu os olhos. Meus amigos! Meus amigos! Aqueles pezinhos, aquela panturrilha, os joelhos, as coxas, a toalha, o cheiro que veio da Lailinha a um palmo de distância, na sala da sua casa só de toalha, endureceu o pau do mecânico na mesma hora:
- Quer uma massagem tio? - ela miou.
- Seria bom… - respondeu.
Diferente dela fresca do banho recente, ele estava sujo por causa do dia de trabalho. Lailinha ajoelhou ao seu lado, e a bocetinha dela apareceu pela fresta da toalha, o cabra estremeceu inteiro, a menina colocou as mãos em cima dos seus ombros. Júlio não teve escolha, a reação mais natural foi ergueu o braço e enfiar a mão entre as pernas da sobrinha.
- Assim tá bom? - ela perguntou.
Ele sentiu a maciez da pele de Lailinha e o cheiro de baunilha que vinha dela, deslizou para perto da racha, sentiu os lábios da vagina dela entre os dedos, a menina arfou:
- Estamos a sós? - ele quis saber sem se aguentar mais.
- Tia Margá saiu, - Lailinha disse. - Os meninos saíram também… Eles não saem da frente do video game, foram para a casa do vizinho de cima.
Lailinha desamarrou a toalha deixando seus peitos a mostra.
- O senhor está muito tenso...
Júlio salivava olhando para ela e sentindo os lábios dela no indicador e no dedo do meio. Ele sabia do perigo que corriam de Margá ou um dos meninos chegarem a qualquer momento mas não resistiu.
Julião virou-se de costas para o chão. Sua sobrinha subiu em seu cacete duro por baixo do jeans. Layla espalmou as mãos pelo peitoral do tio com certa dificuldade pela aspereza dos pelos mesmo aparados. Júlio deslizou suas mãos calosas pela pele lisa e sedosa da cintura de Layla, macia e quente, seu busto mais fino na altura do abdômen, seu umbigo furado, sentiu seus peitos encher suas mãos
Cachorra… - ele provocou.
Apalpou aquelas tetas amassando seus mamilos contra seu rosto.
- Rafael e Pedro que sujeita é essa nesse corredor! - Margá chamou da entrada. - Tem alguém nessa casa?
Mais do que depressa a sobrinha levantou e atou a toalha cobrindo aqueles deliciosos peitos que o Júlio teria o prazer de provar tão logo pudesse. Ele virou para baixo tempo suficiente para que Margá aparecesse carregada de sacolas.
O pau ainda doía duro por causa de minutos antes.
O filho mais novo surgiu logo em seguida.
Pedro subiu nas costas do pai e começou a pisar sem dó nem piedade, coisa que sempre fazia quando o mecânico ficava assim.
Mas o safado só pensava nela…