Maria, irresistível - Parte 3

Um conto erótico de Deco Moreira
Categoria: Heterossexual
Contém 894 palavras
Data: 13/11/2025 00:39:55

A casa do Léo era foda. O luxo morava nos vidros enormes que sumiam no jardim selvagem e no cheiro de madeira antiga da sala. A festa tava lotada. Um monte de gente jovem e bonita, bebida boa, música boa, comida boa.

Eu tava no gramado trocando ideia com o Marcelo e fumando um cigarro.

O Nando apareceu. Ele vestia uma camisa de linho que parecia nova, mas o sorriso parecia puído.

— E aí, seu Nando! — Marcelo gritou, com um copo numa mão e um cigarro na outra. — Iiih, tá sem a mulher, hoje tá liberado.

O Nando deu aquela risada amarela, que vinha da garganta e não dos olhos.

— Nada, cara, Maria tá vindo. Ela vem direto da casa do pai.

Senti um soco no estômago. Sabia que seria difícil encarar o Nando, mas a realidade tava mais dura do que eu esperava.

— Pô, que bom. — Minha voz saiu estranha, forçada. — Vou pegar mais gelo ali, já volto.

Eu saí de perto, fingindo que procurava algo. Meu corpo tava em alerta máximo. Sentia que eu seria desmascarado a qualquer instante.

Eu já tava ficando alto quando o clima mudou na festa. A energia na sala vibrou de um jeito diferente, e eu não precisei olhar pra saber que ela tinha chegado.

Ela tava estonteante. O vestido azul era um ultraje, com uma fenda que revelava a perna até a coxa. O cabelo solto, brilhando sob a luz da festa. Ela não tava só bonita, ela brilhava.

Ela me olhou e sorriu, mas foi direto pro Nando, deu um selinho xoxo, quase no queixo dele. Sem toque, sem abraço. Ela era uma estátua fria perto dele.

Naquele momento, enquanto eu via o Nando ao lado dela, senti uma pontada de ciúme.

Mais tarde, estávamos numa rodinha: Léo, Nando, Maria, Marcelo, eu e a Camila.

Já tinha ficado com a Camila umas vezes. Ela era bonita, mas sem o brilho enlouquecedor da Maria.

Camila já tava bem soltinha e me dava um mole danado. O sorriso colado na minha boca, a mão no meu braço a cada piada.

— Cê devia ir ali respirar um pouco, Rafa. Tá pegando fogo aqui. — ela disse, com a voz rouca, quase no meu ouvido.

Eu tentei disfarçar, mas senti os olhos de Maria queimarem em mim. Os olhos dela não tinham ciúme, tinham ódio.

O clima entre o casal era péssimo. O Nando tava bem doidão de bebida, falava alto, abraçava todo mundo, menos a Maria. Eles não se tocavam, não interagiam. E eu, no meio, não conseguia interagir com nenhum dos dois e fingir normalidade.

O Nando se afastou da rodinha e me chamou num canto da sala, perto de uma estante cheia de livros.

— Qual é a tua, Rafa? — ele falou, a voz mais baixa e pastosa pela bebida. — A Camila tá te querendo, porra. Vai perder?

Eu tentei olhar pra ele, mas desviei o olhar.

— Pô, Nando, sei lá, nem sei se tô muito a fim, na moral.

— Ah, para. Ela tá gostosa pra caralho. Tá dando na cara. Cê tá solteiro, porra. Aproveita.

O estômago revirou.

— Não tô muito legal não, Nando. — Não era mentira.

Eu precisava mijar urgentemente. A fila dos banheiros sociais na sala principal tava longa, mas eu conhecia bem a casa do Léo.

Dei a volta pela lateral da edícula, atravessando a grama molhada. Segui por um corredor escuro de serviço e cheguei no quartinho de empregada. Fechei a porta atrás de mim. Dali, a música alta da festa era só um barulho distante. O cheiro era de água sanitária, e não de perfume caro. Aliviei minha bexiga no banheiro minúsculo, respirei fundo e saí.

Tomei um susto de perder o ar.

Ela tava parada no meio do quarto, linda, uma silhueta no escuro.

— Maria! Você tá doida? Vão perceber, caralho!

Ela não respondeu. Apenas fechou a porta do quarto e girou a chave.

O calor ali dentro era desgraçado e o breu era quase absoluto, não fosse uma fresta de luz que entrava pela pequena janela.

Ela me empurrou contra a cama estreita e me roubou um beijo faminto. Era a resposta dela pra Camila. Uma marcação de território violenta e urgente.

A roupa voou. O sexo foi uma porra de um desabafo. Não tinha ternura como no sofá, era intensidade pura, uma guerra de vontades.

Eu a penetrei com força. A buceta dela, que eu já conhecia tão bem, era apertada, molhada, e os gemidos abafados dela eram os gritos que eu não podia soltar.

Eu senti o cheiro doce do perfume misturado com suor e o cheiro forte de sexo.

Nós dois queríamos mostrar quem mandava ali, e quem era o dono de quem.

Eu gozei dentro dela com a força de um soco. A descarga foi longa, quente.

Nós nos separamos em um segundo.

Ela vestiu a calcinha sem se limpar, recolocou o vestido, ajustou a fenda e me olhou. O sorriso no rosto dela era selvagem.

Ela destrancou a porta.

— Te vejo lá fora.

E saiu, sumindo no corredor escuro, voltando pra festa, pro Nando.

Eu fiquei pra trás, suado, tremendo e com o cheiro dela impregnado em mim.

Não tive coragem de voltar pra festa. Eu tinha acabado de foder a namorada do meu amigo no quartinho de empregada, a alguns metros dele.

Saí à francesa. Fui pra casa atordoado. Tinha perdido completamente o controle.

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