Eu voltei para a espreguiçadeira. Um fantasma. Meu corpo estava em chamas e, ao mesmo tempo, gelado. A humilhação de ter sido fodida como um animal, no chão sujo, enquanto meu marido estava a alguns metros de distância, era tão avassaladora que se tornou meu único pensamento. Eu estava vibrando.
Sentei-me, forçando um sorriso para Ricardo, que me ofereceu um espetinho de picanha. "Demorou, amor! O gelo derreteu?"
"Quase," eu murmurei.
E Cadu. O desgraçado. O rei. Ele estava lá, de volta ao seu trono, o tantã entre as pernas. E ele tocava. TUM... TUM-TUM. A batida da posse. A batida da minha punição.
Ele me olhava. E não havia ódio. Havia... satisfação. Um sorriso de dono. Ele me quebrou. E agora eu era dele.
Helen me olhou, do outro lado da piscina. A cara dela era de pânico. Ela sabia. Ela não sabia o quê, mas ela viu o jeito que eu voltei, o jeito que eu andava, o jeito que Cadu me olhava. Matheus, por sua vez, cantava uma música animada, mas seus olhos não saíam da minha irmã.
A tortura durou mais uma hora. Uma hora de Cadu me fodendo com o olhar, me lembrando a cada batida TUM da estocada no meu cu. Eu bebi. Bebi muito. O álcool era a única coisa que me mantinha sentada.
Então, o segundo intervalo.
Ricardo e Marcos, agora completamente bêbados, levantaram para ir ao banheiro. "Vamos mijar, rapaziada!"
O momento.
Cadu não se moveu. Ele ficou sentado no seu banquinho, bebendo água, o "profissional". Mas seus olhos me chamaram. Vem.
Gisele, a pequena diaba, passou por mim. "Patroa, a senhora tá pálida. O sol tá forte. Vai lá dentro, na sala, passa um protetor. O Doutor Ricardo não vai gostar se a senhora ficar queimada."
Era a segunda senha. A segunda armadilha.
Eu me levantei. As pernas tremiam. Eu fui.
Helen me viu. "Mana, onde você vai?"
"No banheiro," eu menti.
Eu entrei na casa. Fria. Silenciosa. Eu parei na sala, o coração batendo na garganta. Ele ia me seguir? Ele ia me punir de novo?
A porta da cozinha se abriu. Não era Gisele.
Era ele. Cadu.
Ele não estava com raiva. Ele parecia... sério. Ele fechou a porta que dava para a área da churrasqueira, nos trancando ali. O som do pagode ficou abafado.
"Cadu..." eu comecei, a voz falhando.
Ele levantou a mão. "Espera."
Ele veio até mim. Eu recuei. Eu estava com medo.
"Eu te machuquei?" ele perguntou. A voz dele era baixa.
Eu não sabia o que dizer.
"Lá na despensa," ele disse, parando na minha frente. "Eu te machuquei?"
"Você... me arrombou, Cadu. Você me tratou como um cachorro."
Ele fechou os olhos. Um suspiro longo. "Eu sei."
Ele abriu os olhos. E não era o rei do morro. Era um homem. Um homem com um desejo que o estava consumindo.
"Luana, escuta," ele disse, e a voz dele era quase... suave. "Eu... eu não tô acostumado. Lá no morro... ninguém nunca me contrariou. Ninguém nunca me disse 'não'. Quando eu quero, eu tenho. E quando você... me deu o pé na bunda, na frente de todo mundo..."
Ele passou a mão calejada pelo rosto. "Eu perdi a cabeça. Eu agi como um animal. Me desculpa."
Desculpa. A palavra me atingiu como um tapa.
"Mas," ele continuou, e deu um passo, o cheiro dele me envolvendo, "você tem que entender. Eu não fiquei com raiva só porque você me contrariou. Eu fiquei com raiva... porque era você."
Ele estava perto. Perto demais.
"Eu nunca fiquei assim por mulher nenhuma, Luana. As mina lá do morro... elas são todas iguais. Elas querem o 'chefe', o 'dono'. Elas querem o status."
Ele tocou meu rosto. O toque que antes foi um tapa, agora era uma carícia. Áspera. Quente.
"Mas você... você é a patroa. Você não precisa de mim. Você tem seu 'soca fofo', seu dinheiro, sua vida de luxo. Mas você sobe o morro... por mim. Você se arrisca... por mim. Você gosta da minha pegada. Você é diferente."
Ele se inclinou, e a barba dele roçou minha bochecha. "E eu," ele sussurrou, "eu tô doido por você. Doido de um jeito que eu não sabia que dava pra ficar. Eu tô viciado em você, patroa."
As palavras dele. A confissão. Foi o meu orgasmo. O medo sumiu. A dor sumiu. E ficou só... o fogo.
"Me beija," eu sussurrei.
"Eu vou fazer mais que isso," ele disse.
Ele não me beijou. Ele me pegou no colo. Eu gritei, me agarrando no pescoço forte dele.
"Onde...?"
"No lugar do crime," ele disse, e seu sorriso diabólico voltou. "Eu te puni como uma cadela. Agora eu vou te foder como a minha rainha."
Ele me carregou. Pela cozinha, pelo corredor. Ele chutou a porta da despensa, que estava aberta.
Mas ele não me jogou no chão.
Ele me colocou sentada no freezer. O mesmo freezer gelado. Eu fiquei na altura do rosto dele.
"Tira," ele ordenou, a voz rouca.
"O quê?"
"O top. Eu quero ver."
Eu obedeci. Eu tirei a parte de cima do biquíni. Meus seios pularam, os mamilos duros como pedra, pelo frio e pelo tesão.
"Porra... como eu gosto de você, Luana," ele disse, a voz quebrada. Ele abocanhou meu seio. Ele chupou. Ele mordeu. Ele não era gentil. Era faminto.
"AHH... Cadu..."
Ele levantou a cabeça. O queixo molhado. "De frente," ele disse. "Olhando no meu olho. Eu não quero mais te ver de costas. Eu quero ver essa tua cara de puta safada enquanto eu te como."
Eu estava sentada no freezer, nua da cintura para cima, a canga ainda na minha cintura. Ele estava na minha frente, entre minhas pernas.
"Tira," eu disse.
Ele riu, surpreso. "Tira o quê?"
"A camisa. A bermuda. Eu também quero ver."
O olhar dele escureceu. "Patroa mandona."
Ele arrancou a camisa polo. O peitoral definido, brilhando de suor. Ele abriu o zíper da bermuda, e o pau dele saltou. Grosso. Pulsando. A rola do meu rei.
Ele veio para mim. Ele não me penetrou. Ele pegou minhas mãos e as colocou no pau dele.
"É teu," ele disse. "Afina."
Eu o segurei. Quente. Duro. Eu o acariciei. E então, eu o guiei.
Eu me alinhei. E eu me sentei. Eu o engoli.
"AH, PUTA QUE PARIU!" ele rugiu, jogando a cabeça para trás, as mãos agarrando o metal do freezer.
Eu estava no controle. Por um segundo.
Eu comecei a me mover. A cavalgar. Lenta. Profunda. "É assim... Cadu...?"
Ele agarrou minha cintura. "Não."
Ele me levantou. E me bateu de volta. TUM!
"É ASSIM!"
E ele começou. Ele me fodia ali, sentada no freezer. Ele me segurava pelos quadris e me batia na rola dele, com força. CLANG! CLANG! O metal do freezer batia. O som era foda.
E ele me olhava. No fundo dos meus olhos.
"Eu gosto de você, Luana," ele dizia, a cada estocada. "Gosto dessa tua boca... TUM! ...Gosto dessa tua buceta... TUM! ...Gosto de como você me quer..." TUM-TUM!
Ele me fodia e falava. Ele estava marcando território na minha alma.
"Você é minha, patroa. Minha. Você não é do 'soca fofo'. Você é do mestre da batida!"
"SOU SUA, CADU! EU SOU SUA! ME FODE! ME FODE DE VERDADE!"
Eu gritei. E eu não me importava se a casa inteira ouvisse. Eu estava sendo fodida com desejo, com raiva, com amor... com tudo.
"VEM COMIGO, LUANA! GOZA COMIGO!"
Ele segurou meu rosto, me forçando a olhar para ele. Os olhos dele, negros, selvagens. Ele me deu três estocadas finais, tão fundas.
Eu gozei. Um grito que saiu da alma. Eu me contraí na rola dele. E ele explodiu. Ele gozou dentro de mim, me enchendo de novo.
Nós desabamos. Eu caí sobre ele, meu rosto no peito suado dele, minhas pernas ainda em volta da cintura dele, a rola dele ainda latejando dentro de mim.
Ouvimos um barulho do lado de fora. A música tinha parado.
"Porra... o intervalo acabou," ele sussurrou.
"Eles vão..."
"Foda-se eles," ele disse.
Mas eu ouvi a voz do Ricardo, longe. "LUANA? AMOR? CADÊ VOCÊ?"
O pânico. Gelado.
Eu pulei do colo dele. O som foi obsceno. Eu peguei meu top.
"Calma," Cadu disse, fechando o zíper, calmo como um rei.
Ele abriu a porta da despensa. E me beijou. Um beijo de dono.
"Vai lá," ele disse. "Mas agora... você tá afinada. E da próxima vez... vai ser na minha laje. A noite toda."
Eu saí. E ele saiu atrás de mim, como se nada tivesse acontecido.
Quando chegamos na área da piscina, Ricardo estava em pé, parecendo preocupado.
"Amor! Te procurei! O Cadu!"
"Eu estava ajudando a Dona Luana," Cadu disse, suave como veludo. "Ela... derrubou um vinho na canga. Fui pegar um pano pra ela na cozinha."
Ele me entregou um pano de prato que ele pegou do nada.
Eu olhei para Gisele. Ela estava morrendo de rir.
Eu olhei para Helen. Ela estava vermelha, e Matheus olhava para ela como se fosse jantá-la.
Eu olhei para Cadu.
Ele sentou no tantã. E piscou para mim.
Eu estava fodida. E salva. E o churrasco... o churrasco ia continuar.