A Noite na Fazenda

Um conto erótico de Mateus
Categoria: Gay
Contém 2605 palavras
Data: 16/11/2025 02:36:04
Última revisão: 16/11/2025 16:39:44
Assuntos: Amizade, Convite, Fazenda, Gay

Meu nome é Mateus. Sempre fui um um rapaz quieto. Na cidade do interior de Minas Gerais onde vivia desde que nasci, eu era conhecido como o menino introspectivo da rua de cima, aquele que passava mais tempo com livros do que com pessoas. Magro, pequeno, bonito de uma maneira discreta, de cabelos e olhos castanhos que pareciam sempre observar mais do que diziam, eu mantinha o hábito de caminhar sozinho para a escola, para a biblioteca e para qualquer lugar que exigisse interação humana mínima.

Eu nunca havia me sentido parte do lugar onde morava. A vida do interior, embora tranquila, parecia sempre me cobrar uma sociabilidade que eu não possuía. Preferia o silêncio dos livros ao barulho das conversas em grupo; preferia observar aos cantos do que participar.

Meus pais se preocupavam. Não porque eu fosse triste, eu não era, mas porque parecia viver num mundo próprio, onde poucos tinham permissão de entrar.

Foi então que uma família nova se mudou para o bairro. Não dei muita atenção no início. Era comum, às vezes, alguém aparecer vindo de outra cidade, tentando montar uma nova vida ali. Mas naquela família havia alguém difícil de não notar. Leandro.

A casa da esquina, antes vazia e silenciosa, ganhou movimento com a chegada de Leandro, um rapaz de 23 anos que já carregava nas costas o peso da vida adulta muito antes da hora. Alto, bonito, de pele clara e músculos marcados pelo trabalho pesado, Leandro tinha olhos e cabelos negros que contrastavam com seu jeito simples e fácil. Ele havia engravidado uma moça muito jovem e, quase sem perceber, encontrou-se casado, pai, e responsável por sustentar a casa.

Apesar da vida corrida, Leandro tinha um quê de nerd guardado: gostava de jogos antigos, filmes de ficção, música boa e conversas longas, coisas que poucas pessoas na cidade compartilhavam. Até ele me encontrar.

A aproximação entre nós dois foi natural, quase inevitável. Começou com um cumprimento tímido no portão, depois uma conversa sobre um livro que eu carregava, depois outra sobre um filme que Leandro adorava. Em pouco tempo, estávamos dividindo tardes inteiras na varanda de casa, falando sem esforço sobre mundos imaginários, histórias, ideias.

Aos poucos, Leandro se acostumou à nova cidade. E eu me acostumei ao sorriso de Leandro, um sorriso que ele raramente mostrava para o mundo, mas que parecia surgir sempre que conversava comigo.

Para mim, era como descobrir o que significava ter alguém com quem realmente pudesse conversar. Para Leandro, era como reencontrar uma parte de si mesmo que o tempo e a responsabilidade haviam soterrado.

A amizade crescia e, junto com ela, algo sem nome. Algo que nenhum de nós dois ousava tocar. Aos olhos dos outros, era uma amizade improvável. Aos nossos olhos, era… algo. Algo que crescia com cuidado, sem nome, sem pressa, sem coragem. Uma atração silenciosa, quase tímida, que nenhum dos dois ousaria admitir.

Foi numa manhã quente de sábado que Leandro apareceu na porta da minha casa e fez o convite.

— Tô indo num sítio de uns conhecidos passar o dia lá. Vai ser tranquilo, lugar bonito demais. Quer ir comigo? Acho que você vai gostar.

A esposa de Leandro tinha viajado com o filho pequeno para visitar uns parentes na Bahia. Ele ficaria sozinho, mas, pela primeira vez em muito tempo, não parecia incomodado com isso. Talvez porque, no fundo, soubesse que não estaria realmente sozinho. Eu senti o coração bater de um jeito esquisito quando fiquei sabendo da ausência da esposa, embora não entendesse bem o porquê.

Meus pais acharam excelente. Qualquer oportunidade para eu socializar era vista como uma vitória. Quem sabe assim eu não criava mais laços? Quem sabe a influência de Leandro, um jovem responsável, trabalhador, não me ajudaria?

— Vai, meu filho. Faz bem sair um pouco — disse a minha mãe, sorrindo.

Eu só assenti, escondendo o nervosismo que sentia e que eu mesmo não sabia explicar.

A fazenda era linda, ficava na zona rural, mas não muito distante da minha cidade, cercada de montanhas verde-escuras e cheiro de grama úmida. Sem carro, fomos de ônibus mesmo, descemos no distrito mais próximo e fomos caminhando até chegar na sede. O dia passou leve: cavalgadas curtas, conversas ao pé de árvores antigas, gargalhadas que ecoavam entre o som dos animais e o vento.

Nós dois passamos o dia caminhando pelos pastos, atravessando riachos, observando as montanhas que cercavam toda a região. Rimos, conversamos, nos provocamos sobre besteiras e tudo parecia infinitamente fácil. O dia correu como se o tempo gostasse de nos ver juntos.

Leandro parecia mais livre ali. Mais ele mesmo. Eu, por minha vez, senti-me inesperadamente confortável. O sol, a terra, a companhia, tudo conspirava para criar uma sensação de pertencimento que eu até então não reconhecia.

Quando anoiteceu, depois de jantar e conversar um pouco, os donos da fazenda ofereceram um quarto para que dormíssemos ali mesmo, evitando a volta cansativa pela estrada escura. A noite caía leve sobre a fazenda, tingindo de azul profundo as janelas antigas da casa grande. Depois de um dia inteiro andando pelos pastos, rindo de coisas bobas e conversando sobre tudo o que normalmente calávamos, eu e Leandro estávamos cansados, mas não o suficiente para ignorarmos o que se movia silenciosamente entre nós.

O quarto ficava na casa grande, mas havia apenas um colchão de casal improvisado no chão.

— Sem problema — disse Leandro, dando de ombros — A gente se ajeita.

Eu tentei sorrir, mas o meu coração acelerou como se algo dentro de mim tivesse despertado.

O colchão improvisado no chão do quarto amplo exalava cheiro de tecido seco e madeira antiga. Uma lâmpada amarelada iluminava suavemente o ambiente. Eu observei, de canto de olho, Leandro trocar de roupa e vestir uma calça de moletom sob a fina cueca azul, sem camisa, revelando seu peitoral e abdômen fortes.

Apagamos a lâmpada. A luz fraca que vinha de fora dava ao quarto um tom suave, quase íntimo. A lua entrava pela janela em um filete prateado que iluminava metade do colchão. A outra metade era apenas sombra, o lugar onde os pensamentos insistiam em se esconder.

Nos deitamos lado a lado, primeiro rígidos, com um certo constrangimento tímido, tentando manter uma distância respeitosa, como se a menor aproximação pudesse causar algum tipo de choque, a proximidade física entre nós criando uma tensão palpável, um segredo que precisávamos guardar até de nós mesmos.

Eu olhava para o escuro, tentando ordenar o turbilhão que sentia. A presença de Leandro tão perto fazia meu coração bater rápido demais. Eu sentia a respiração de Leandro, profunda, e isso me deixava ainda mais desperto.

O ar parecia carregado, como se cada movimento, cada suspiro, pudesse desencadear algo inevitável. Leandro, com seu corpo forte e olhos negros que pareciam devorar tudo ao redor, virou-se de um lado para o outro, inquieto, enquanto eu permaneci deitado de lado, sem me mover, meu corpo magro e bonito iluminado pela luz fraca que vinha pela janela. A luz fria destacava as minhas curvas sutis, realçando a diferença entre os dois corpos: um grande e forte, o outro menor, mas igualmente atraente.. Mas com o passar dos minutos, era impossível não sentir a presença do outro, a respiração, o calor, a tensão inexplicável que crescia.

Leandro foi o primeiro a admitir, em voz baixa:

— Difícil dormir, né?

Eu concordei com um sussurro.

— Muito.

A conversa começou despretensiosa, como se ambos tentássemos ignorar a eletricidade que nos cercava. Leandro mencionou um filme que havíamos assistido juntos na semana anterior, mas as palavras logo perderam o sentido. Nossas vozes se transformaram em sussurros, e o som parecia ecoar no silêncio do quarto. Houve silêncio. Mas não era vazio, era cheio do que nenhum de nós dizia.

Era um silêncio confortável, mas cheio de algo que nós nunca havíamos nomeado. Era como se as palavras se recusassem a sair porque qualquer frase mais pretensiosa poderia quebrar a frágil barreira que ainda existia entre nós.

Leandro suspirou, o peito subindo e descendo num ritmo descompassado.

— Hoje eu fiquei pensando… como eu me sinto bem com você.

Eu me virei, surpreendido.

— Eu também.

E aquilo bastou.

Leandro virou-se e ficou de lado, apoiando-se no cotovelo, me observando no escuro. Seus olhos negros, mesmo sob a luz fraca, tinham um brilho hesitante, e havia uma hesitação quase doce em seu rosto.

— Você… é um cara diferente. No bom sentido — ele murmurou — Nunca conversei tão fácil com alguém.

Eu senti o meu rosto esquentar e desviei o olhar.

— Eu também não.

A sinceridade pairou entre nós, quase uma confissão, quebrando a última camada de resistência. Algo dentro de mim afrouxou, o medo, a resistência, o hábito de me esconder. Quando voltei a olhar para Leandro, encontrei o mesmo tipo de vulnerabilidade, aberta e inesperada. E foi essa franqueza, mais do que qualquer palavra, que aproximou nós dois.

Leandro estendeu a mão devagar, tateando lentamente, como quem tem medo de atravessar uma fronteira desconhecida. Seus dedos tocaram os meus, primeiro com a ponta, quase que meio sem querer, depois entrelaçando devagar.

Eu não recuei. Não queria recuar. Foi um gesto simples, mas, para mim, pareceu que o mundo inteiro havia mudado de lugar.

Quando nossos olhos se encontraram novamente, já não havia dúvida alguma. Nos aproximamos sem pressa, sem urgência, como se o mundo tivesse diminuído até caber no pequeno espaço entre nossos corpos. O colchão rangia levemente quando nos aconchegamos juntos, as mãos encontrando caminhos tímidos, delicados, como se cada toque fosse uma pergunta respondida pelo toque seguinte.

Nos abraçamos devagar, como se tivéssemos medo de sermos vistos pelo escuro. As respirações se encontraram no meio. Os rostos se aproximaram até que nossas testas ficassem unidas.

A mão de Leandro deslizou pela minha cintura, me virando de costas e me puxando gentilmente para mais perto, me envolvendo em seus braços fortes, me segurando com suas mãos firmes, minha cabeça se aninhando em seu peitoral. Eu não resisti. Meu corpo parecia responder por conta própria, rendendo-se ao toque como se fosse algo inevitável. Leandro se encaixou por trás de mim, me fazendo sentir a sua ereção, a firmeza do seu pau por debaixo da calça de moletom. Ele ficou sarrando devagar, pressionando o seu pau duro contra a minha bunda, que ansiava por ele.

Depois, nós nos encaramos, os meus olhos castanhos cheios de desejo e incerteza, enquanto Leandro exibia um sorriso encabulado, como se não soubesse exatamente o que estava fazendo. Sem dizer uma palavra, Leandro inclinou-se e capturou os meus lábios em um beijo lento e profundo.

O beijo aconteceu suave, cuidadoso, marcado por um medo doce, o medo de não poder voltar atrás e, ao mesmo tempo, o desejo profundo de não querer voltar.

O beijo foi como uma faísca, acendendo um fogo que ambos tentávamos conter. As mãos de Leandro começaram a explorar o meu corpo lentamente, deslizando pela barriga lisa até encontrar os meus mamilos sensíveis. Com dedos hábeis, Leandro rolou os meus mamilos entre os dedos, me fazendo gemer baixinho. O som era quase inaudível, mas para Leandro, foi como música. Ele beijou o meu pescoço, descendo até o peitoral, onde dedicou atenção especial aos mamilos, chupando e mordiscando com uma intensidade que me fez contorcer de prazer.

A minha respiração acelerou, meu corpo reagindo a cada toque, era a minha primeira vez. Leandro desceu as mãos pela minha bunda firme, apertando e massageando, me fazendo suspirar de tesão. Eu, agora completamente entregue, deixei que Leandro me explorasse, sentindo cada toque como uma faísca de eletricidade que percorria meu corpo. Era como se o mundo ao redor tivesse desaparecido, deixando apenas nós dois e o desejo que nos consumia.

Não houve pressa. Não houve excesso. Houve apenas dois jovens, diferentes, perdidos, encontrados, permitindo-se sentir o que sempre tentaram calar.

Leandro me beijou e, em meu ouvido, sussurrou palavras que eu jamais imaginei ouvir, sua voz rouca e cheia de intenção. “Quero te provar, Mateus,” ele disse, a respiração quente contra a minha pele sensível. “Minha boca está louca para sentir o seu gosto.” Eu, excitado e envergonhado, tentei responder, mas Leandro me silenciou com outro beijo, desta vez mais urgente, nossas línguas se entrelaçando em um ritmo frenético.

A noite não foi explícita. Foi descoberta. Foi entrega mútua, silenciosa, intensa naquilo que não precisava de palavras. Não houve urgência. Houve entrega. Houve coragem. Houve o tipo de aproximação que não precisa de palavras para existir.

As mãos de Leandro deslizaram novamente para dentro do meu calção, segurando meu pau com firmeza. Eu gemi baixinho, o som abafado pelo beijo, enquanto sentia o seu desejo crescer dentro dele. Leandro continuou a explorar o meu corpo, beijando e chupando o meu pescoço e os ombros, descendo até o peitoral novamente, onde brincou com os meus mamilos tesos, mordiscando e lambendo depois as minhas coxas e a minha barriga. Cada toque, cada beijo, parecia me levar mais perto do limite, meu corpo tensionado como se estivesse prestes a explodir.

E, naquela noite, sem excessos, sem pressa, sem definições, nós nos permitimos sentir. Sutilmente. Intensamente. Em toques que diziam mais que vozes, em gestos que atravessavam o silêncio como confissões.

Eu estava à beira do orgasmo, meu corpo tremendo de antecipação. Leandro, percebendo, aumentou a intensidade, chupando o meu pescoço e beliscando os meus mamilos, enquanto masturbava o meu pau com mais força. Eu não consegui segurar. Meu corpo estremeceu, e eu gozei, o sêmen quente escorrendo pelo meu abdômen. O prazer foi avassalador, como se todo o meu corpo estivesse em chamas.

Leandro observou, sorrindo, enquanto eu ofegava, tentando recuperar o fôlego. Com os dedos, Leandro limpou o sêmen que escorria pelo meu corpo, os olhos fixos nos meus. O gesto foi ao mesmo tempo terno e obsceno, e eu senti o meu rosto corar, mas não desviei o olhar. A conexão entre nós era palpável, como se aquele momento tivesse selado algo maior.

Quando recuamos um pouco, eu estava trêmulo. Leandro passou o polegar pela pele do meu rosto com uma ternura desarmante.

— Você é… — ele tentou dizer, mas novamente a frase ficou suspensa. Sorriu, e o sorriso dizia mais do que qualquer definição — Vem cá.

Nos aconchegamos de novo no colchão estreito, os corpos finalmente relaxando quando se encontraram, como dois imãs que passaram tempo demais tentando não admitir a atração.

Tomando coragem, eu retribuí o carinho. Minhas mãos, antes tímidas, agora ousadas, percorreram o corpo de Leandro, seus braços, suas costas, suas coxas. A pele clara, os músculos definidos, tudo era novo e excitante. Eu, com a minha inocência de quem descobria a paixão, comecei a masturbar lentamente Leandro, segurando firme em seu pau, grosso, comprido e quente, pulsando em minhas mãos macias. O ritmo aumentava, a respiração se intensificava, e Leandro, entregue ao prazer, gozou com intensidade.

Quando o cansaço finalmente nos alcançou, permanecemos deitados lado a lado, as mãos ainda juntas, como se soltar fosse negar tudo o que vivemos naquela noite. Quando finalmente dormimos, quase ao amanhecer, estávamos entrelaçados, respirando no mesmo compasso, como se o dia seguinte fosse uma realidade distante e a madrugada ali, no colchão no chão da fazenda, fosse o único lugar onde existíamos.

E, de certo modo… era.

O amanhecer trouxe luz demais, realidade demais. Leandro acordou primeiro, me observou dormir por um instante, depois desviou o olhar, havia medo ali, mas também algo doce, inesperado.

Eu abri os olhos devagar. Ambos sabiam que algo tinha mudado. Que nada seria igual. Mas nenhum dos dois recuou.

A volta para a cidade seria longa. A vida, mais longa ainda. Mas naquela fazenda, naquela noite, no colchão improvisado, uma verdade tinha emergido.

E nenhuma luz do amanhecer poderia apagar isso.

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Comentários

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EXTREMAMENTE ROMÂNTICO. MAS NÃO SE PODE ESQUECER QUE LEANDRO É CASADO E COM FILHO. NÃO SERIA TRAIÇÃO??? COMO RESOLVER ISSO? CONTINUE

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Que lindo que escrita maravilhosa espero que continue

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Que escrita perfeita , gostosa, excitante

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