O Lava-Jato Fé em Deus começava a funcionar às sete da manhã, mas antes das seis o Silvão já estava de macacão aberto no peito, com o cigarro colado no beiço e o pau duro marcando por baixo da cueca frouxa. O cheiro de sabão misturado com graxa e Rexona vencido era o perfume do lugar. Só trabalhava homem ali. Macho suado, bronco, de mão calejada e olhar faminto.
Silvão não era patrão — era dono.
Dono do lava-jato, do quartinho dos fundos, da piroca mais comentada do bairro.
– Ô viado, traz a mangueira que a BMW da gostosa da Andréa já chegou! — gritou ele pro Lipe, estagiário de 20 anos, magrelo de barriga tanquinho, mas rabo empinado que fazia o próprio Silvão engasgar na saliva de vez em quando.
A Andréa desceu do carro. Short jeans cavado, peito quase pulando pra fora do top branco. Tava sem sutiã. Os bicos do peito marcando. Ela vinha sempre às terças. E sempre pedia uma “lavagem completa”.
– Bom dia, Silvão… tá com cara de que acordou com fome — disse, mordendo o canto da boca.
– Tô com mais fome que pastor em puteiro, fia… Vai querer o de sempre?
Ela sorriu e deu a chave.
– Quartinho dos fundos, né? Tá limpo?
– Tá sujo, do jeito que você gosta.
Entraram.
A cama era um estrado de madeira com lona de caminhão em cima. No canto, uma mesinha com uma garrafa de 51 e rolo de papel higiênico. Ventilador quebrado, parede pingando umidade. Silvão fechou a porta e já desabotoou o macacão. Cueca pra baixo, pau pra fora. Ele nem esperou. Andréa ajoelhou.
– Tava com saudade da tua boca — ele rosnou, segurando o cabelo dela e enfiando com força goela abaixo, sem dó.
Ela engasgava, cuspia, mas não parava.
Ele socava na traquéia dela como se lavasse raiva do pensamento.
Ela gemia e babava, sem tirar a pica da boca.
– Caralho, tu mama igual puta de cabaré… Vai, chupa essa porra direito! Isso, engole tudo até as bolas…vadia…!
Quando ele tirou o pau, escorreu um fio de cuspe até o queixo dela. Ela sorriu, tirou o top e ficou de quatro. Silvão cuspiu na mão suja, passou no pau ja babado e foi direto pro fight. Socou rudo sem aviso. Ela gemeu alto, batendo com a mão na parede, as coxas tremendo.
– Porra, Silvão! Vai com calma, caralho!
– Calma é o caralho. Aqui é lava-jato, não spa. — E enfiou mais fundo na buceta, a bunda dela batendo nas coxas dele, a lona da cama rangendo.
Do lado de fora, Lipe lavava a X6 com o volume do som no talo. Mas dava pra ouvir o ritmo da estocada. PÁ. PÁ. PÁ. Barulho de carne suada, gemido sujo, palavrões.
Andréa gozou primeiro, se tremendo toda, rebolando com o cu pro alto, que naquele momento tinha dois dedos dele enfiados até o talo girando como se tivesse procurando algo no meio das pregas. Silvão segurou, meteu mais uns minutos e gozou dentro, sem aviso prévio.
– Filha da puta, vou ter que tomar pílula amanhã — ela riu, se vestindo, com as pernas bambas.
– Quer lenço? — ele oferece.
– Quero é mais pirocada, mas já tá bom por hoje. Até terça.
Saiu como se nada tivesse acontecido.
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Mais tarde, chega a Cláudia, 50 anos, viúva do tipo que não esconde desejo. Carro velho, calça justa, batom borrado.
– Tem café?
– Café não tem, mas tem uma pica pegando fogo.
Ela entra. Nem precisa falar. Já vai tirando a blusa no caminho.
Cláudia gosta de ser comida na parede, de costas, segurando nas prateleiras de ferramenta. Gosta de apanhar na bunda, de ouvir “puta velha gostosa” no ouvido. Gosta de sentir que alguém ainda quer comer ela como se fosse a última xoxota do universo.
Silvão recebe. Silvão entrega. Silvão goza nela com os dois dedos enfiados na boca dela, alternando as estocadas entre o cu e a buceta.
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Às cinco da tarde, quem aparece é o vereador Elias, todo engravatado, com os olhos baixos. Ninguém diz nada. Ele vai direto pros fundos. Tira a calça, ajoelha.
Silvão só olha.
– Hoje vai ser só no cuspe, né, excelência?
E mete o pau na boca do político como quem desentope ralo de pia.
Elias geme, baba, se esfrega no chão imundo como uma cadela no cio. Depois, paga em dinheiro vivo, e agradece.
– Deus te abençoe, Silvão.
– Aqui, quem abençoa é o meu pau.
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No fim do dia, Lipe fecha o portão. Tá só ele e Silvão, suados, cheirando a sabão velho e esperma evaporado.
– Cansado, patrão?
– Só a rola. Mas ainda sobe, se quiser testar.
Lipe morde o lábio. Já tirando a camiseta.
Silvão pega a mangueira, lava o chão, e depois aponta pro Lipe:
– Tira a bermuda. Vá lavar esse cu com sabão. Depois venha aqui me agradecer.
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Fim.
