Sou o Rafael.
Conheci a Brenda naquela mesma sexta, há dois anos, na Sapucaí. A Nat, que é minha amiga desde o colégio, chegou na rodinha com um grupo de uns oito. No meio tinha um cara magrinho, pele clara, 1,72 no máximo, cara de quem nunca ganhou uma briga na vida: Hugo. Do lado dele, de mãos dadas, a loirinha que fez minha cabeça virar na hora. 1,60, shortinho jeans apertado, cropped branco deixando a barriguinha malhada de fora, peitinhos médios com o biquinho rosado marcando o tecido, cabelo solto, bunda redonda de academia. Brenda.
Nat fez a apresentação rapidinho:
“Rafa, esse é o Hugo, amigo da faculdade, e essa aqui é a Brenda, namorada dele.”
Apertei a mão do Hugo (mole, sem graça) e depois a dela. Ela segurou firme, olhou direto nos meus olhos e deu aquele sorrisinho safado de canto de boca. Pedro e Marcos chegaram logo em seguida, sacaram na hora o que tava rolando e já entraram no jogo.
O Hugo nem percebeu. Ficou ali, meio perdido, tomando cerveja atrás de cerveja.
A noite foi rolando. A gente bebendo, zoando, dançando na rua. A Brenda rindo alto das nossas piadas, deixando eu encostar de leve na cintura quando passava, dançando perto, rebolando no funk com os olhos pregados nos meus. O Hugo já tava altão, cambaleando, falando coisa sem sentido.
Quando a Nat desistiu do after e mandou mensagem que ia pro apê do ficante, o clima mudou de vez. Pedro, Marcos e eu trocamos aquele olhar: agora é nossa.
No carro do Pedro, o corno foi no colo da própria namorada. A gente rindo, passando nos quebra-molas de propósito pra cabeça dele bater no teto. Eu cochichei no ouvido do Marcos: “vai quebrar os chifres desse jeito”. A Brenda ouviu, riu e olhou pra trás com cara de quem tava adorando a palhaçada.
Chegando no meu apê, terceiro andar, silêncio total pra não acordar vizinho. O Hugo já tava quase apagado. Subimos a escada, eu, Pedro e Marcos na frente, Brenda atrás da gente, Hugo por último, tropeçando.
Dentro do apartamento, música baixa, luz baixa, mais bebida. Em dez minutos o Hugo tava largado no sofá, ronco começando. A Brenda dançando sozinha no meio da sala, rebolando devagar, short subindo, olhando pra gente de canto.
Fui o primeiro. Passei por trás “pegando cerveja” e encostei. Só o corpo roçando. Ela empinou mais a bunda, encostou as costas no meu peito. Coloquei a mão na cintura dela, apertei devagar. Ela não recuou. Pelo contrário, soltou um suspiro curto.
Pedro veio na frente, segurou o queixo dela com dois dedos:
“Tá gostando da resenha, Brenda?”
Ela mordeu o lábio inferior:
“Muito…”
Marcos ficou só olhando, mão já ajustando o volume na calça.
Desci a mão até o elástico do shortinho, só por cima do tecido, apertando aquela bunda perfeita. Ela tremeu de leve. Pedro beijou o pescoço dela, lento, uma, duas vezes. Ela fechou os olhos, cabeça tombando pra trás, encostando no meu ombro.
O ar ficou pesado. Respiração acelerada, calor subindo, ninguém falando nada. Minha mão quase entrando por baixo do short quando o celular do Pedro vibrou alto pra caralho. Ele olhou a tela e xingou baixo:
“Minha mãe, porra. Tenho que devolver o carro agora.”
Marcos bufou, já se levantando:
“Vou junto, amanhã cedo tenho trampo.”
Os dois se olharam putos da vida, olharam pra Brenda toda arrepiada, corpo pedindo, e entenderam que o timing tinha ferrado tudo.
“Próxima a gente termina isso direito, gostosa”, Pedro falou, dando um tapa leve na bunda dela de despedida.
Eles se vestiram correndo, ainda xingando o horário.
A porta do apartamento bateu pela última vez quando Pedro e Marcos desceram putos no elevador. O silêncio caiu pesado, só o ronco abafado do Hugo na sala e a respiração acelerada da Brenda no quarto.
Continua…