Escrevo esse conto porque preciso contar para alguém sobre o dia em que os comprimidos multivitamínicos transformaram meu Fernando num vulcão prestes a entrar em erupção permanente. Lembro perfeitamente da primeira vez que notei algo diferente: estávamos lavando a louça juntos numa terça-feira qualquer, água morna escorrendo pelo antebraço enquanto ele passava o pano nas xícaras, quando de repente sua respiração ficou acelerada demais para aquele trabalho bobo. "Desculpa, amor", ele murmurou, secando as mãos no calção jeans com movimentos bruscos antes de sair quase correndo em direção ao banheiro. O barulho da torneira ainda aberta mascarou outros sons, mas eu sabia.
Quatro vezes naquela tarde. A quarta foi quando voltei do supermercado e o encontrei de costas para a porta do quarto, camiseta molhada de suor colada nas costas enquanto os quadris empurravam frenéticos contra as próprias mãos. O cheiro acre de sal e pele excitada flutuava no ar como um fantasma concreto. "Não consigo parar", ele gemeu sem me ver, os dedos brancos de tanto pressionar contra a carne inchada. Uma gota de líquido leitoso escorreu pela coxa quando ele finalmente se virou, olhos vidrados e cheios de vergonha.
Naquela noite, enquanto ele dormia exausto depois do jantar, pesquisei no celular sob os lençóis: "Hiperlibido + multivitaminas". Fórums médicos confirmaram suspeitas - zinco em excesso, testosterona às nuvens. Meu coração acelerou não de preocupação, mas de curiosidade perversa ao imaginar aquela energia toda canalizada pra mim. De manhã, fingi acordar tarde e o observei pelo espelho do guarda-roupa: rosto contra o travesseiro, corpo curvado como um arco enquanto a mão desaparecia sob a cueca boxer. Os músculos das costas tremiam a cada golpe silencioso.
A virada veio na sexta-feira, quando o encontrei no sofá da sala ao voltar do trabalho. Dessa vez sem disfarces: pernas abertas, calças abaixadas até os tornozelos, o punho deslizando rápido e úmido no pau latejante que parecia outro ser vivo. "Quer ajuda?", perguntei sem pensar, jogando a bolsa no chão. Ele suspirou fundo, os dedos diminuindo o ritmo mas não parando. "Só se... só se você quiser ver", ele respondeu, voz rouca de tanto uso. Fiquei ali parada um instante eterno, ouvindo o som molhado da pele contra pele enquanto meu próprio corpo respondia com calor entre as pernas.
Me aproximei devagar como quem chega perto de um animal assustado. Ajoelhei no tapete persa entre suas pernas, deixando meus dedos deslizarem primeiro pelos músculos tensos da coxa dele antes de tocar na base do membro inchado. A pele ali estava tão quente que quase queimava, pulsando contra minha palma. "Tá doendo?", sussurrei, e ele apenas gemeu em resposta enquanto minha outra mão subia pela barriga suada até prender com força no peito dele. Senti o coração batendo rápido demais sob as costelas.
Quando finalmente envolvi a base com os dedos, senti como se segurasse um cabo de energia pura. Cada veia saltada era um rio de desejo palpável. Comecei a bombear devagar no mesmo ritmo dele, nossa respiração sincronizando enquanto observava gotas de líquido branco brotando da cabeça cor de framboesa. "Assim... assim é diferente", ele arfou, os quadris empurrando para cima enquanto minha unha roçava acidentalmente o freio. O cheiro acre e adocicado me inundou como um perfume proibido.
De repente sua mão cobriu a minha, apertando com força quase dolorida. "Não para", ele ordenou com voz que não era mais de homem de meia idade mas de algo primitivo. Juntos aceleramos o ritmo até os músculos das coxas dele tremerem como cordas de violino sob tensão. Senti o pulso acelerar sob minha palma um segundo antes do jato quente atingir meu pulso e escorrer pelo antebraço - espesso, branco e com cheiro de mar salgado e noite quente.
Desci a boca até a cabeça inchada enquanto ele ainda tremia, língua lambendo o líquido salgado que pingava como resina quente. Seus dedos entraram nos meus cabelos com urgência selvagem quando chupei devagar, sentindo cada veia pulsar contra o céu da boca. O gosto era amargo e doce ao mesmo tempo, misturado ao suor da pele dele que eu lambia enquanto subia, como se quisesse memorizar cada centímetro daquela carne febril.
"Tá vendo o que você faz comigo?" ele arfou quando minha mão desceu até suas bolas tensas, massagiando a pele enrugada que parecia guardar fogo. Empurrei dois dedos para dentro de mim com a outra mão enquanto mantinha o olhar preso nele - molhada, aberta, oferecendo o espetáculo dos meus dedos entrando e saindo do meu próprio corpo ao ritmo das bombadas que dava no pau dele.
Ele gemeu baixo quando meu polegar pressionou aquele ponto sensível atrás das bolas. "Assim... sempre quis..." não terminou a frase porque o corpo dele arqueou violentamente como se levasse um choque, jatos quentes atingindo meu queixo, pescoço, colo. Continuei masturbando ele até o último tremor, até ele cair para trás no sofá com os olhos fechados e a boca entreaberta, o peito subindo e descendo rápido. A respiração dele cheirava a adrenalina e sal.
Minha própria mão dentro da calcinha estava encharcada, os dedos deslizando sem atrito contra o clitóris inchado. Cada bombada no meu úmido ecoava no meu corpo inteiro. "Quer?" perguntei rouca, mostrando os dedos melados e brilhantes sob a luz da sala. Ele abriu os olhos vidrados e assentiu devagar, língua passando nos lábios rachados. Era um sim quase animal.
Empurrei os dedos molhados na boca dele, sentindo a língua quente e áspera lambendo cada gota de desejo meu. Seus olhos fecharam enquanto sugava como se fosse o último gole de água no deserto. Quando retirei os dedos, um fio de saliva prateado os conectava ainda. Ele agarrou meu quadril com força repentina, girando meu corpo sobre o sofá até minhas costas sentirem o veludo áspero e minhas pernas se abrissem sobre suas coxas ainda trêmulas.
A cabeça do pau dele encostou na minha entrada como um ferro quente. Não hesitei — sentei com todo peso, engolindo cada centímetro de uma vez só. Um uivo rouco escapou dele quando o calor úmido o envolveu até o talo. Lá dentro, pulsava como um segundo coração, batendo contra minhas paredes. Cada movimento meu fazia um som encharcado que ecoava pelos móveis.
Comecei a cavalgar devagar, depois rápido, depois devagar de novo. Suas mãos subiram pela minha barriga suada até prender meus seios, apertando os mamilos como botões de alarme. Cada contração interna minha fazia o corpo dele estremecer sob mim. Quando senti aquele tremor familiar nas coxas dele, inclinei para frente até nossos peitos colarem, pele com pele, e sussurrei no ouvido molhado: "Goza dentro, amor. Quero sentir fervendo."
Ele gemeu algo que não era português, era só som rouco de animal encurralado. O pau inchou ainda mais dentro de mim, latejando como um segundo pulso. De repente jorrou — não gotas, mas jatos quentes e espessos batendo no colo do útero. Parecia vapor derramando na carne crua. Encostei a testa na dele e ri baixinho quando senti as unhas dele cravando nas minhas costas.
Desci os quadris em círculos lentos enquanto ele ainda tremia, espremendo cada última gota. A pele dele cheirava a cobre e salmoura. Com os olhos fechados, lambi o suor salgado do pescoço dele onde o pulso acelerado saltava feito um pássaro preso. Minha própria respiração vinha em arfos curtos, o clitóris esfregando no osso púbico dele a cada rotação.
Do canto do olho, vi o vidro da estante embaçar com nosso vapor. Nossas sombras dançavam tortas na parede — duas criaturas fundidas numa só coisa úmida e trêmula. Soltei um suspiro que vinha dos calcanhares quando ele enterrou o rosto entre meus seios, os dentes roçando um mamilo até doer. "Tem mais", ele murmurou contra minha pele, as mãos descendo para apertar minhas nádegas com força de quem não quer deixar escapar.
De repente ele levantou do sofá comigo ainda grudada nele. Meu reflexo no espelho da sala me mostrou uma estranha: pernas enroscadas na cintura dele, cabelos colados nas têmporas, pele cor de brasa onde o suor escorria em trilhas salgadas. Cada passo trôpego em direção ao corredor fazia o pau remanescente vibrar dentro de mim como um diapasão engasgado. Atravessamos a cozinha e o cheiro de café frio se misturou ao nosso musk animal.
Empurrou a porta do banheiro com o ombro e a água da torneira pingando na pia criou um contra-ritmo às nossas respirações. Apoiei as costas no azulejo gelado enquanto ele me apertava contra a parede — o choque térmico fez meus mamilos endurecerem como balas. "Olha", ele sussurrou rouco, segurando minha coxa esquerda enquanto a direita tremia no ar. No espelho embaçado, vi o movimento bruto de nossos corpos: seu quadril batendo contra minhas nádegas, minha carne rosada abrindo e fechando em torno dele como uma boca faminta.
Seu dedão encontrou meu clitóris inchado e começou a esfregar círculos rápidos demais. De repente o mundo virou água quente — minha visão escureceu nas bordas e um grito rouco rasgou minha garganta enquanto convulsões internas apertavam seu pau como punho. Ele gemeu como se estivesse sendo esfaqueado, os dentes cravados no meu ombro quando o calor dele jorrou de novo, dessa vez fraco e aguado, misturando-se a mim como dois rios encontrando o mar.
Deslizei pelo azulejo gelado até sentar na pia, as pernas ainda tremendo. Ele caiu de joelhos entre minhas coxas abertas, o rosto enterrado na minha virilha úmida enquanto a língua lambia devagar cada dobra, cada fenda, cada centímetro de carne pulsante. O cheiro era denso — sangue, sal, sexo velho e novo. Quando sugou meu clitóris inchado com força repentina, meus dedos enrodilharam nos cabelos dele e empurrei contra o osso púbico até sentir a garganta contra meu útero.
A água da torneira pingava no meu pulso pendente. Olhei para baixo e vi nossas sombras no chão molhado: ele animal curvado, eu arqueada como ponte, gotas caindo das pontas dos meus seios. Cada lambida dele fazia um som glutão. De repente mordeu a coxa interna — não dói, dói — e eu soltei um ganido agudo enquanto o orgasmo me atingia em ondas curtas e ácidas, líquido escorrendo pelos dedos dele que apertavam minha nádega com força de derradeiro.
Ele levantou o rosto brilhante, respiração ofegante. "Ainda não acabou." Puxou-me pela cintura até ficarmos frente a frente no chão frio. Sua mão desceu até meu sexo inchado, dois dedos entrando sem aviso — profundos, torcendo como quem abre uma fruta madura. O gemido que saiu de mim era rouco e quebrado. Seu polegar apertou o clitóris numa rotação cruel enquanto os olhos me prendiam.
Foi quando vi o reflexo dele no espelho embaçado: dentes cerrados, músculos do pescoço cordados, mão livre masturbando o pau meio mole que já voltava a endurecer rápido demais. O cheiro de zinco e suor encheu a sala como um alerta químico. Sua língua lambeu o arco do meu pé enquanto os dedos dentro de mim aceleravam num ritmo mecânico — entra-sai-entra-sai — até meu quadril fugir sem controle.
Digito isso enquanto ele enfia dois dedos na minha buceta com força de quem crava estaca, suor escorrendo pela minha nuca onde a outra mão dele me prende contra o teclado. O monitor pisca com os erros de digitação enquanto arfamos no escuro — ele por trás, eu por dentro, cada palavra saindo torta como meu corpo treme. Tem mais. Sempre tem mais.