Meu primo virou um gostoso 6

Um conto erótico de Rique
Categoria: Gay
Contém 1315 palavras
Data: 20/11/2025 21:05:10

Voltamos à piscina nos dias seguintes.

Em um desses dias, aconteceu!

- Agora que você já sabe nadar, - João anunciou – agora precisa aprender as técnicas de salvamento em caso de afogamento.

Eu sorri enrugando o rosto todo para o jeito de professor dele ao dizer aquelas palavras.

- Tipo o quê?

João olhou ao redor, não havia ninguém além de nós, e os donos da pousada eram velhos demais para investir em câmeras de segurança.

- Em caso de desespero, - ele nadou até mim – nunca se agite demais na água, a melhor coisa a fazer é ficar com o corpo imóvel…

- Hum… assim? - perguntei esticando os braços nas laterais do meu corpo.

- Mais ou menos…

João segurou a minha mão e me fez ficar deitado de barriga para cima na lateral da piscina, minha mão estava dentro da água.

- Eu quase não te vejo por causa do sol… - falei.

Eu tinha que colocar a mão acima das sobrancelhas para conseguir ter uma visão melhor. João entrelaçou as mãos uma em cima da outra e as apoiou em meu peito na altura do coração.

- Em caso de afogamento mesmo, tem a massagem cardíaca… - ele disse e se aproximou mais.

Ficamos a um dedo de distância um do outro, com o nariz dele quase colado com o meu, João entreabriu a boca e disse de leve olhando para meus lábios:

- E a respiração boca a boca…

Os lábios macios e frios por causa da água da piscina, encostaram nos meus, João fechou os olhos, eu o segurei pelo rosto, e o afastei, nós olhamos e eu o empurrei para a água.

- Que… que… que… - eu levantei antes de o João conseguir vir atrás de mim.

Alcancei minha camiseta e até meu chinelos esqueci. Eu pedalei de volta para casa e ao chegar fiquei apavorado.

Eu não conseguia conectar o que tinha acontecido. A gente vinha andando de bike, nadando, assistindo filmes e séries, conversando… “Mas teve a vez debaixo da cama” eu pensei comigo mesmo “e a vez da chuva…”.

Ficamos sem nos falar por uns dias.

- Cadê seu primo? - mamãe perguntou um dia ao perceber que subitamente o João havia desaparecido. - Vocês brigaram?

- Não mãe, não foi nada…

Ela suspirou, dirigiu por mais um tempo, e disse:

- Que bom, porque seu primo logo, logo vai partir…

- Como assim? - estranhei.

- Ele não te contou?

Eu sacudi a cabeça sem entender o que ela estava querendo dizer com aquilo.

- Eles vão se mudar, - ela completou – já estava nos planos, só estavam esperando a transferência do Otávio…

Mas eu nem processava mais o que mamãe falava. Por um momento, por um breve instante, eu gostei de saber disso.

“João é esquisito” eu pensei “isso vai ser bom”.

Mas era mentira. Eu havia me acostumado a sua presença na minha vida. Nas tardes, nos domingos…

“A gente…” eu digitei no celular e apaguei em seguida.

Coloquei o polegar em cima da tecla verde do celular, pronto para ligar mas também desisti.

“E o que você vai falar para ele?”, saber daquilo estragou o meu dia.

A oportunidade apareceu a noite quando meus pais comentaram entre eles um churrasco que ia ter na casa dos meus avós para a despedida do João e dos pais dele!!!

- Quando vai ser? - perguntei.

- No próximo final de semana… - meu pai ou minha mãe respondeu já não lembro mais qual deles.

“É a minha oportunidade de fazermos as pazes e esquecermos toda essa…”, eu ainda não sabia direito o que sentia, e como classificar isso tudo, “toda essa viadagem” pensei na época.

No sábado uns amigos do meu pai vieram, o filho deles, para minha surpresa era o Raul, o mesmo menino do dia do futebol na rua da minha avó. Ele não tirava o boné virado para trás, e isso me fez rir um pouco.

- Está rindo de mim é? - perguntou bravo.

Eu sacudi os ombros suspirando sem querer permanecer ali também. Nada do que meus pais falavam com os pais do Raul me interessavam de alguma maneira.

- Não… - menti.

Estávamos sentados no mesmo sofá ombro com ombro. Raul era mais velho do que eu, e isso era visível, tanto pelo tamanho dele em comparação comigo, quanto pelo jeito como reagia fazendo caras e rosnados.

- Por que suas orelhas são assim? - perguntei.

Ele coçou a orelha direita e se inclinou para mim o cheiro do perfume dele veio junto e a correntinha de prata no pescoço me causou um estremecimento estranho que me fez puxar a almofada para cima do colo.

- Isso é jiu-jitsu…

Na inocência pedi:

- Me mostra?

- Aqui? - Raul enrugou a testa.

Eu nunca tinha ouvido falar naquilo. Os bíceps do Raul eram um pouco definidos, e o volume do peitoral dele também, na época do jogo, eu não tinha reparado direito nele.

Nem sentido atração pelo cheiro de uma pessoa, isso é estranho, porque ele nem estava perfumado. O cheiro almiscarado, era a primeira vez que o cheiro de alguém me fazia pensar sobre isso.

- Mãe, vou mostrar ao Raul minha coleção de gibis…

Eles continuaram entretidos na conversa deles e nós saímos para meu quarto. Raul tirou os sapatos e o boné.

- O que você quer saber?

- Sei lá me mostra algum golpe – na minha cabeça era alguma coisa como karatê.

- Eu já vi na televisão… - provoquei e o puxei pela gola da camisa.

Foi de um golpe só que o Raul me puxou pelo cotovelo, e encaixou meu pescoço na curva do seu braço.

Eu senti pelo Raul o que apenas João havia provocado em mim até aquele momento, o contato do corpo dele esfregando-se no meu, e os tais golpes do jiu-jitsu nos obrigavam a rolar pelo chão. Raul disse uma coisa que me fez soltar uma gargalhada sincera:

- Nunca vi uma pessoa gostar de apanhar – ele disse comigo debaixo do seu sovaco.

Eu percebi que estava ficando excitado com a ideia dessa “submissão”, seria possível? Quando eles foram embora, ainda demorei a dormir, eu ebulia por dentro, ansioso, excitado. Não consegui não dedicar uma mãozinha para o Raul e o seu cheiro em mim.

No final da noite, o salto porém foi de dor de consciência, era como se eu tivesse traindo o João!

Que ridículo!

Sem conseguir pregar os olhos acordei próximo das dez da manhã. Mamãe me chocalhava de um lado para o outro na cama.

- Vai tomar um banho!

Eu obedeci.

Meus pais gostavam de cantarolar e brincar quando estávamos os três no carro, e não foi diferente dessa vez a caminho da minha avó.

- Raul treina nessa academia – meu pai disse olhando para mim pelo retrovisor – se quiser te matriculamos aqui filho…

- É mas luta – mamãe ponderou – não é bem artístico…

Eles entraram em uma discussão a qual volta e meia se entregavam com argumentos irritantes e intermináveis entre o valor prático e o valor artístico. As conversas sempre morriam no momento em que um assunto mais interessante surgia do nada.

Eu comigo prestava atenção nos desenhos no vidro da academia, eram de pessoas dançando, “nossa isso sim tem a ver comigo” me peguei pensando, as vezes, sozinho no meu quarto com o volume no máximo, eu me entregava a música, ao ritmo e dançava.

O barulho de pagode e samba apesar de moderado dava para ser ouvido da porta de casa.

Nossa família estava toda ali, e ao encontrar com os olhos do João, meu peito sacudiu, pensei que nem conseguiria falar, senti minhas bochechas arderem, desviei do olhar dele que também mudou de direção.

“Não seja covarde…” eu disse para mim mesmo “afinal não aconteceu nada de mais”, conclui marchando em direção ao meu primo.

AVISO: "Meu primo virou um gostoso" é a primeira parte de uma história que começa nos anos de descoberta de dois primos e avança para a idade mais madura, onde acontece o desfecho propriamente dito. Desde já agradeço a todos que leram, e deram a estrelinha, obrigado, boa leitura!

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