Entre Irmãos - A Revelação de um Segredo

Da série Entre Irmãos
Um conto erótico de Mateus
Categoria: Gay
Contém 2285 palavras
Data: 22/12/2025 22:43:50
Última revisão: 22/12/2025 23:03:23

A casa da minha avó era antiga, de paredes grossas e janelas de madeira que rangiam com o vento. O quarto que Heitor e eu dividimos ficava ao fundo, mais afastado, com uma cama de casal e outra de solteiro, com lençóis que cheiravam a lavanda seca. À noite, sozinhos no quarto, o mundo encolheu até caber entre quatro paredes.

Heitor jogou a mochila no chão com um baque surdo e se virou para mim, que estava parado junto à entrada do quarto, os dedos ainda tremendo levemente ao fechar a porta, finalmente à sós.

— Nervoso? — Heitor perguntou, tirando a jaqueta e jogando-a sobre uma cadeira.

A camiseta colava em seu torso, marcando seu corpo comprido e magro. Eu engoli em seco.

— Não — mentira.

Eu estava tremendo por dentro, mas não de medo. Era antecipação. Era desejo tão puro que doía. Heitor sorriu, um sorriso que não chegava aos olhos.

— Bom — ele se aproximou, devagar, como um predador circundando sua presa — Porque eu tô.

Ali, longe de tudo, não havia necessidade de jogos. Apenas presença. Eu me aproximei, tímido como sempre fui, mas decidido como nunca, sem medo. Os toques foram lentos, exploratórios, cheios de curiosidade e cuidado. Beijos demorados, mãos que aprendiam caminhos, corpos que se reconheciam no escuro, sem pressa, sem plateia, a certeza quente de não estarmos sozinhos.

Não havia urgência, apenas entrega. Nos descobrimos nos detalhes: no jeito de tocar, de respirar junto, de se acomodar um no outro, como se o corpo do outro fosse extensão natural do próprio.

Eu não tive tempo de reagir. As mãos de Heitor estavam em minha cintura, me puxando para perto, e então nossos lábios se encontraram novamente, dessa vez sem pressa. Heitor me guiou até a cama, a de casal, por óbvio, me fazendo sentar na beirada enquanto se ajoelhava à minha frente. As mãos quentes deslizaram pelas minhas coxas, as abrindo devagar, como se testasse meus limites.

— Deita — a ordem foi suave, mas inegociável.

Eu obedeci, me deitando de bruços na cama, sentindo o colchão afundar sob meu peso. Heitor tirou um óleo de massagem da mochila e depois subiu na cama atrás de mim, uma perna pressionando entre as minhas, e então suas mãos começaram a trabalhar.

— Tira isso — Heitor ordenou, puxando a minha camiseta.

Obedeci sem hesitar, levantando o corpo o suficiente para que Heitor pudesse tirar a peça, me deixando nu da cintura para cima. Ele despejou o óleo sob a minha pele, seus dedos fortes afundaram na carne das minhas costas, começando pela base da coluna, subindo devagar, amassando meus músculos tensos.

Eu soltei um gemido baixo, enterrei o rosto no travesseiro enquanto as mãos de Heitor subiam pela minha espinha, os polegares pressionando de cada lado da coluna, aliviando uma tensão que eu nem sabia que carregava.

— Relaxa — Heitor murmurou, a voz próxima ao meu ouvido — Deixa eu cuidar de você.

Eu tentei. Mas cada toque era uma tortura deliciosa, cada movimento dos dedos de Heitor me deixava mais duro, mais desesperado. Quando as mãos chegaram à minha nuca, massageando os músculos rígidos, eu não aguentei, virei a cabeça e capturei os lábios de Heitor em um beijo urgente, minha língua invadindo sua boca com uma fome que não podia mais ser contida.

Heitor respondeu com a mesma intensidade, mordendo o meu lábio inferior antes de afundar os dentes em meu pescoço, chupando a pele até deixar uma discreta marca arroxeada. Eu arqueei as costas, oferecendo mais, e Heitor não se fez de rogado, suas mãos deslizaram para a frente do meu corpo, encontrando os mamilos já duros. Ele beliscou um, depois o outro, torcendo levemente até eu gemer baixinho, as unhas cravando nos lençóis.

O ar frio da noite fez meus mamilos endurecerem ainda mais, e Heitor não perdeu tempo, abaixou a cabeça e capturou um entre os lábios, chupando com força antes de mordiscar. Eu gritei abafado, as costas arqueando, e Heitor sorriu contra minha pele, se movendo para o outro mamilo, lhe dando o mesmo tratamento.

— Porra, Heitor...

— Cala a boca — Heitor murmurou, a voz abafada contra meu peito — Quer acordar a sua avó? Deixa eu te provar.

E ele fez exatamente isso. Suas mãos deslizaram para baixo, abrindo o botão da minha calça, puxando o zíper devagar, tão devagar que eu pensei que ia enlouquecer. Quando finalmente a calça e a cueca foram tiradas, me deixando completamente nu, Heitor se afastou apenas o suficiente para me admirar.

— Caralho — sua voz era áspera — Tá tão duro assim pra mim, lindinho?

Eu não respondi. Não conseguia. Estava muito ocupado observando Heitor se despir, a camiseta sendo arrancada por cima da cabeça, as calças e a cueca seguindo o mesmo caminho. Seu pau estava ereto, grosso, a cabeça úmida brilhando sob a luz fraca da janela, que vinha distante da rua. Eu mordi os lábios, sentindo minha própria excitação pingar.

Heitor não me fez esperar. Subiu na cama novamente, desta vez se posicionando entre as minhas pernas, e abaixou a cabeça. Sua língua quente lambuzou a base do meu pau antes de subir devagar, traçando uma linha úmida até a cabeça, onde deu uma lambida lenta, circular. Eu soltei um som que não era nem gemido nem palavra, minhas mãos voando para os cabelos de Heitor, meus dedos se enterrando nas madeixas escuras.

— Por favor...

Heitor não respondeu. Apenas engoliu meu pau até a base, a garganta se contraindo ao redor da minha cabeça sensível. Eu abafei um grito, os quadris se levantando involuntariamente, e Heitor me segurou firme, as mãos grandes e compridas pressionando meus quadris contra a cama enquanto me chupava com uma habilidade que me deixou tonto.

Mas não parou por aí. Quando eu já estava tremendo, à beira do orgasmo, Heitor se afastou, me deixando ofegante e frustrado. Suas mãos deslizaram para baixo, separando as minhas pernas ainda mais, e então sua boca estava lá, quente e úmida contra meu períneo, lambendo a pele sensível entre minhas bolas e o cuzinho. Eu congelei, a respiração presa na garganta.

— Heitor, eu...

— Shhh — Heitor murmurou, a respiração quente contra a minha pele — Confia em mim.

E eu confiei. Porque quando a língua de Heitor deslizou sobre meu cuzinho, circular, pressionando levemente contra a entrada, eu não tive escolha a não ser me entregar. Heitor me lambeu como se fosse um banquete, a língua explorando cada centímetro, os dedos massageando minhas bolas enquanto o meu pau latejava, desesperado por atenção. Quando um dedo úmido pressionou contra o meu ânus, eu me tensionei, mas Heitor apenas sussurrou:

— Relaxa, gatinho. Só tô brincando – ele disse.

Ele usou o óleo para me lubrificar ainda mais. O dedo deslizou para dentro, apenas a ponta, e eu arqueei as costas, um gemido longo escapando de meus lábios. Não doía, era uma pressão estranha, mas boa, especialmente quando Heitor encontrou aquele ponto dentro de mim que fez meu pau vazar pré-gozo na barriga.

— Porra, você é tão apertadinho… — Heitor murmurou, adicionando um segundo dedo, me dilatando devagar — Você ainda é virgem, não é?

Eu não respondi, incapaz de formar palavras. Eu não era virgem. Heitor deve ter sentido minha hesitação, porque parou, os dedos ainda dentro de mim, imóveis.

— Quer que eu pare?

Eu engoli em seco.

— Não — minha voz estava rouca — Só… não tô pronto ainda. Por favor.

Heitor me observou por um longo momento antes de sorrir, um sorriso sujo que prometeu retribuição.

— Tá bom, benzinho — ele retirou os dedos devagar, me fazendo gemer pela perda — Mas você vai me chupar até eu gozar na sua garganta. E vai engolir tudo.

Eu não tive tempo de responder. Heitor se moveu, se posicionando sobre mim, o pau duro batendo em meus lábios. Eu abri a boca imediatamente, a língua saindo para lamber a cabeça salgada antes de engolir tão fundo quanto conseguia. Heitor soltou um rosnado, as mãos indo para minha cabeça, me guiando.

— Isso aí — sua voz era um rugido baixo — Chupa esse pau como se fosse a última coisa que você vai fazer na vida.

E assim eu fiz. Eu o chupei como se estivesse morrendo de fome, a boca cheia, a garganta trabalhando para acomodar cada um dos dezoito centímetros. As mãos de Heitor apertavam meus cabelos, controlando o ritmo, e eu deixei, me entregando completamente ao prazer de ser usado assim.

Quando Heitor finalmente gozou, foi com um gemido gutural, as coxas tremendo enquanto jatos quentes de sêmen enchiam a minha boca. Eu engoli tudo, como ordenado, lambendo os lábios quando Heitor se afastou, ofegante.

— Bom garoto — Heitor murmurou — Agora é a sua vez.

Eu não tive forças para protestar. Não que eu quisesse, tampouco. Quando a mão de Heitor se fechou ao redor de meu pau, lubrificada e quente, eu apenas me entreguei, os quadris se levantando para encontrar cada movimento.

Não demorou. Com Heitor diante de mim, os músculos tensos, o suor brilhando na pele branca, a maneira como seus olhos escureciam e me fitavam, meu gozo veio com um grito contido, o sêmen jorrando em minha barriga enquanto Heitor me observava com um sorriso satisfeito.

— Lindo — Heitor murmurou, inclinando-se para lamber uma gota de suor que escorria pelo meu pescoço — Agora dorme. Amanhã cedo a gente continua.

Eu queria me queixar. Queria dizer que não estava cansado, que poderia aguentar a noite toda. Mas meus olhos já estavam pesados, o corpo relaxado de uma maneira que eu não sentia há tempos. Antes que pudesse responder, Heitor me puxou para perto, me acomodando contra seu peito, a pele quente e suada colada na minha.

— Boa noite, gatinho — Heitor sussurrou, beijando minha testa.

Eu fechei os olhos, ouvindo o ritmo constante do coração de Heitor sob minha orelha. Pela primeira vez em muito tempo, estava sossegado.

O quarto estava quieto, iluminado apenas pela luz amarelada da rua que vinha pelas frestas da janela. O mundo parecia distante demais para interferir ali. Eu estava aninhado nos braços de Heitor, ele fazendo cafuné nos meus cabelos, com seus dedos longos e ternos. Havia um silêncio confortável entre nós, entretanto, foi Heitor quem falou primeiro, a voz mais baixa do que o habitual, menos segura do que eu estava acostumado a ouvir.

Ele não olhou diretamente para mim. Simplesmente se deitou de lado, apoiado no cotovelo, os dedos desenhando padrões distraídos no lençol.

— Mateus… — disse, devagar — Posso te perguntar uma coisa?

Eu assenti. O coração acelerou sem saber exatamente por quê.

— Você… — Heitor respirou fundo — Você já tinha ficado com alguém antes de mim?

Eu demorei um instante. Não era a pergunta em si, era o que ela carregava. Confiança. Vulnerabilidade. Escolha.

— Já — respondi, por fim, com honestidade — Mas não do jeito que você tá pensando.

Heitor ergueu o olhar, atento agora.

— Foi… tipo um relacionamento?

Eu balancei a cabeça, em negativo.

— Foi confuso — sorri de canto, sem humor — Foi importante. Mas não foi simples.

O silêncio se estendeu entre nós, denso, mas não desconfortável. Heitor se aproximou um pouco mais, encostando o ombro no meu.

— Você é virgem? Digo, já transou mesmo com alguém, por completo? Você já deu pra alguém? — perguntou, direto, sem rodeios, mas sem agressividade.

Eu senti o rosto esquentar. Não havia mais para onde correr.

— Era — disse, baixo — Até pouco tempo atrás.

Heitor ficou imóvel por um segundo. Não havia choque, nem julgamento, apenas surpresa contida.

— E comigo? — perguntou — Isso aqui… é o seu primeiro relacionamento de verdade?

Eu respirei fundo. Era agora ou nunca.

— Não— respondi — Mas esse, pelo menos… é o primeiro em que eu tô aqui por inteiro.

Heitor observou o meu rosto no escuro com atenção, como se estivesse reorganizando tudo o que sabia sobre mim. Depois falou, com cuidado:

— Você confia em mim?

— Confio —respondi, sem hesitar.

Foi isso que me fez continuar.

— Antes de você… teve o Leandro.

Heitor franziu o cenho.

— Leandro?

— Um cara mais velho. Casado. Ele foi o primeiro e o único — eu fui direto, sem adornos — Aconteceu antes de eu te conhecer. Me marcou mais do que devia.

Heitor se afastou um pouco, sentando-se na cama.

— Casado? — repetiu, com a voz mais dura agora — Quantos anos ele tinha?

— Bem mais que eu — Heitor engoliu em seco ao me ouvir — Calma, ele não é tão velho assim, tem a mesma idade que você, vinte e três. Eu sei que não foi certo. Eu sei que foi errado em vários níveis. Mas… eu não me arrependo de ter vivido. Só aprendi.

O quarto ficou em silêncio. Eu me sentei ao lado dele, apreensivo. Heitor passou a mão pelo cabelo, inquieto. Havia algo nele que oscilava entre ciúme, proteção e uma raiva mal definida, não exatamente de mim, mas do que havia sido feito comigo.

— Ele te usou? — perguntou, finalmente.

Eu pensei antes de responder.

— Não sei — disse com honestidade — Talvez nós dois tenhamos usado um ao outro.

Heitor respirou fundo. Depois se aproximou de novo, devagar, como quem escolhe cada movimento.

— Eu odeio a ideia de alguém ter te machucado — disse — Principalmente alguém que não podia te oferecer nada além de segredo.

Eu levantei o olhar.

— Eu não sou uma vítima, Heitor.

Ele segurou o meu rosto com cuidado, firme, mas gentil.

— Eu sei — respondeu — E é exatamente isso que me assusta um pouco… e me atrai também.

Um silêncio carregado se instalou entre nós, quebrado apenas pelo toque das mãos que se procuravam de novo.

— Obrigado por confiar em mim — Heitor disse, baixo — De verdade.

Eu sorri, cansado e aliviado.

— Eu nunca contei isso pra ninguém.

Heitor encostou a testa na minha.

— Então conta comigo.

E, naquele quarto simples, longe da nossa cidade e dos jogos que nos cercavam, eu senti que aquela honestidade, imperfeita, incompleta, mas real, nos havia unido de um jeito mais profundo do que qualquer toque ou beijo poderia fazer.

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