Capítulo 1 – O calor que não passa

Da série Portas Fechadas
Um conto erótico de Anakin
Categoria: Heterossexual
Contém 864 palavras
Data: 23/12/2025 08:57:04

O verão em Belo Horizonte esse ano está insuportável.

O apartamento parece uma estufa o dia inteiro. O sol entra pelas janelas grandes da sala e cozinha tudo: o sofá de couro falso gruda na pele, o chão de cerâmica queima os pés descalços, até o ar parece pesado, com cheiro de asfalto quente subindo da rua sete andares abaixo.

Lara e eu dividimos esse apê há dois anos, desde o acidente. Dois quartos pequenos, um banheiro, uma rotina que a gente criou pra sobreviver. Eu acordo cedo pra pegar o ônibus lotado até a federal, ela sai um pouco depois pro curso de psicologia. À noite, voltamos, fazemos janta juntos, vemos série no notebook velho e dormimos cada um no seu quarto – com as portas sempre abertas por causa do calor.

Hoje cheguei mais cedo da aula. O professor cancelou a última, e o ônibus veio vazio milagrosamente. Abri a porta com cuidado pra não fazer barulho, caso ela estivesse estudando.

Mas Lara já estava em casa.

Ouvi o chuveiro ligado antes mesmo de entrar. Deixei a mochila no chão da sala e fui pra cozinha pegar água gelada. A geladeira velha zunia alto, como sempre. Bebi direto da garrafa, sentindo o suor escorrer pela nuca.

O banheiro fica no corredor entre os quartos. A porta estava encostada – coisa normal aqui, porque o trinco quebrou faz meses e ninguém consertou. O vapor saía pela fresta, carregando o cheiro do shampoo de morango que ela usa desde adolescente.

Eu não devia ter olhado.

Mas olhei.

Pela fresta estreita, vi o reflexo dela no espelho embaçado. Lara estava de costas, debaixo do chuveiro fraco, a água escorrendo pelos cabelos pretos longos colados nas costas. O corpo pequeno, mas tão... formado. A cintura fina se alargando nos quadris, a bunda redonda brilhando com a água, as coxas grossas se encontrando no meio. Ela passou as mãos pelo corpo devagar, ensaboando os seios que balançaram levemente com o movimento. Eu senti um calor subir que não tinha nada a ver com o verão.

Meu coração disparou. Afastei o olhar rápido, xingando mentalmente. Era minha irmã. Minha irmã caçula. A menina que eu protegi a vida inteira depois que ficamos órfãos.

Voltei pra sala, sentei no sofá e liguei o ventilador velho no máximo. O barulho ajudava a disfarçar o sangue latejando nas têmporas.

Minutos depois, o chuveiro desligou. Ouvi os passos dela no corredor, o ranger do assoalho. Ela apareceu na porta da sala enrolada na toalha pequena – aquela branca que mal cobre as coxas. Os cabelos pingando no chão, gotas escorrendo pelo colo e sumindo no decote improvisado.

“Chegou cedo hoje, Gabi?”, disse, com aquela voz doce que sempre usava comigo. Sorriu de canto, como se soubesse de algo.

“Professor cancelou”, respondi, tentando não olhar pro corpo dela. Mas era impossível: a toalha grudava na pele molhada, marcando tudo.

Ela passou por mim, roçando de leve o braço no meu ombro, e foi pro quarto. A porta ficou aberta, como sempre.

“Vou me vestir. Faz um suco pra gente?”, pediu, já sumindo no quarto.

Eu levantei mecânico, fui pra cozinha. Enquanto cortava laranja, ouvia ela se mexendo no quarto: o barulho da toalha caindo no chão, o armário abrindo, tecido roçando na pele.

Ela voltou minutos depois usando um shortinho de algodão cinza que mal cobria a bunda e uma regata fina branca, sem sutiã. Os mamilos marcavam levemente no tecido. Sentou no sofá do meu lado, cruzou as pernas e pegou o copo de suco que eu ofereci.

“Obrigada, maninho”, disse, bebendo devagar, os lábios no copo. Me olhou por cima da borda. “Tá muito quente, né? Não dá pra usar nada quase.”

Eu assenti, a garganta seca de novo.

Ela se inclinou pra frente pra pegar o controle remoto na mesinha, e a regata abriu um pouco no decote. Vi o vale entre os seios, a pele ainda úmida do banho. Desviei o olhar rápido, mas ela percebeu. Sorriu de novo, aquele sorriso pequeno que não explicava nada.

“Vamos ver série hoje?”, perguntou, se encostando no braço do sofá, bem perto de mim. O cheiro do shampoo chegou forte.

“Tô cansado”, menti. “Vou estudar um pouco.”

Ela fez biquinho.

“Tá bom. Mas não demora, tá? Quero companhia.”

Levantei rápido, fui pro meu quarto e fechei a porta – coisa rara aqui em casa.

Deitei na cama, o ventilador zumbindo no teto, o coração ainda acelerado.

Eu sabia que aquilo não era normal.

Mas também sabia que não conseguia parar de pensar.

(Fim do Capítulo 1)

Obrigado de coração a todos vocês que estão acompanhando “Portas Fechadas” desde o primeiro capítulo! Vocês são a motivação pra eu continuar escrevendo com todo carinho e capricho. Essa história vai ser longa e bem intensa, então preciso muito do apoio de vocês pra manter o ritmo.

Se puderem e quiserem ajudar a continuar as histórias (e quem sabe até acelerar os próximos capítulos), qualquer valorzinho pelo Pix faz uma diferença enorme:

Chave Pix: 5508fdb9-7ec7-4bab203ed9e19d

Qualquer valor já ajuda demais! Pode mandar com a mensagem “Portas Fechadas” que eu vou adorar saber que é de vocês. 💜

Beijo no coração de cada leitor e até o próximo capítulo muito em breve!

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Anakiin a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários