Levantai junto de Guilherme sentindo o desconforto constante frente às duas garotas. Tentei me cobrir com as mãos vendo que Carol também tentava se preservar daquela forma. Eu estava tão duro que não conseguia ocultar meu pau todo daquela forma. Andressa e Guilherme, ao contrário de nós, não pareciam preocupados. Como sempre, meu amigo ostentava aquela pica enorme, ereta e apontada para minha direção. Andressa, totalmente nua, repousava uma de suas mãos na cintura, os seios fartos tão expostos quanto possível uma vez que seus cabelos estavam presos.
Com breves palavras, comecei a falar para afastar o desconforto e embaraço. Contei as garotas sobre os cogumelos, ocultando, entretanto, as partes que, por suas expressões surpresas, elas pareciam desconhecer felizmente. Enquanto relatava tais fatos, vi minha curta saia de folhas ali perto no chão. Guilherme olhou para os lados procurando a sua também. Quando a localizou perto da fogueira, foi andando em direção ao local. Em reflexo, também fiz o movimento de me agachar para pegar a roupa de folhas improvisada que me preservaria dos olhares curiosos das garotas.
— Daniel… Você sabe onde estão nossas roupas? — Ouvi Carol perguntar timidamente assim que me agachei. Quando olhei, vi seu rosto vermelho que desviava contato visual direto comigo. Ao seu lado, Andressa escaneava o ambiente. Quando viu que seu sutiã e saia de folhas se encontravam perto do rio, se afastou de nós.
Céus, como fui esquecer? Carol ainda estava nua e indefesa. Ela certamente não se lembrava de nada do que ocorreu ontem a noite e, confusa e inocente, se via naquela situação complicada. Não podia deixar ela ser a única pessoa totalmente nua naquele acampamento. Concluí ao ver Guilherme, agora portando aquela saia grande vindo em nossa direção. O volume de sua rola dura ainda estava marcado e ele encarava a loira envergonhada se cobrindo com as mãos de frente para mim.
— Não se preocupe. Eu pego para você. — Falei de imediato e fui andando para o local onde sabia, ela ontem tinha largado suas únicas vestimentas. Eu ainda estava nú e Carolina certamente teve a vista da minha bunda quando assim o fiz. Permaneci daquela forma como ato de solidariedade, embora certamente não fosse nada fácil.
A passos largos voltei para perto dela com os pedaços de vegetal trançado nas mãos. Carol sorriu para mim timidamente, encantadora como sempre e apanhou com delicadeza as vestes que lhe entreguei. Meu rosto esquentou e travei por alguns segundos quando testemunhei seu gesto que, certamente, revelou para mim suas partes íntimas. Quando reparei, era tarde. A loira também me olhou de cima a baixo, tendo o breve vislumbre de minha nudez frontal. Seus olhos se fixaram por alguns segundos em meu penis ereto que, rapidamente, tentei novamente ocultar com as mãos.
Cara, acho que nunca vou me acostumar com isso. Pensei corado e agilmente coletei a saia pequena que deixei ali no chão e me vesti na frente dela. Carol e eu nos vimos pelados tantas vezes… Inclusive agora, percebia, ela ainda me observava passando aquela vestimenta improvisada pelas pernas de forma desajeitada enquanto minha pica dura balançava para os lados. Ao menos agora ela devia estar se vestindo também, se preservando dos olhares curiosos de Guilherme e, pelo que percebia, até de Andressa. Estava feliz por Eric ainda não ter acordado. Ele não precisava ver Carol pelada mais uma vez.
Entretanto, assim que minimamente decente, olhei para Carol de novo. O que? Me questionei chocado.
Na minha frente, com paciência, ela investigava as vestimentas que tinha em mãos, batendo nas folhas de leve de forma a afastar a poeira advinda do chão. Tão alheia quanto podia, a vi, ainda totalmente nua, dobrar com cuidado seu sutiã e saia de folhas e colocá-las sobre uma pedra grande logo ao seu lado.
Olhei para os lados. Andressa e Guilherme chegaram de repente. Os dois olhavam para o corpo gostoso de Carolina de forma totalmente despudorada. A loira parecia concentrada no que fazia, embora estivesse com o rosto todo vermelho. Então, lentamente ela levou as mãos à cabeça e começou a amarrar os cabelos. Seus movimentos eram delicados e até sensuais. Quando o coque ficou pronto, seus seios pequenos com aréolas rosadas se destacaram ainda mais, agora totalmente descobertos dos fios longos e dourados que costumavam escorrer por seus ombros e costas.
— Será que o tempo vai melhorar hoje? Acho que preciso de um banho. — Carol comentou do nada. Não olhava diretamente para ninguém, apenas timidamente batendo os dedos sobre a cintura e coxas, se livrando de alguns grãos de areia.
O que ela tá fazendo? Me questionei indignado. Carol certamente notava a presença de Guilherme, Andressa e eu em volta dela, mas tentava agir naturalmente, ignorando o fato de ainda estar nua, com bunda redonda, peitos empinados e buceta de lábios corados e delicados ainda à vista de todos.
— Nem me fale. Acho que hoje é a primeira vez que amanheceu tão frio. — Andressa falou com um sorriso. Carolina retribuiu o gesto como pode. Não parecia ter pressa em nada do que fazia ou falava.
Minhas mãos repousavam sobre a virilha de forma a minimizar a vista ali embaixo. Eu odiava usar aquela saia de folhas curta que fazia com que meu pau escapasse para fora da cobertura sempre que tinha uma ereção. A roupa de Guilherme era bem menos reveladora, longa e robusta, embora ele não se desse ao trabalho de esconder a barraca armada que se formava ali.
— Talvez a tarde o Sol firme, mas o dia já está bem bonito. — Guilherme comentou com um sorriso no rosto. Ele disse aquilo para Carol, mas olhou para mim, como se me provocasse com ironia diante da situação. O fuzilei com os olhos por aquilo.
— Tem razão! — Carol respondeu animada. — Esse lugar é lindo, mas está um pouco bagunçado. Agora que consigo andar de novo, posso ajudar mais com a faxina. — Ela disse em seguida e se afastou.
Mas o que? Pensei chocado e fui em sua direção. Percebi, atrás de mim, Andressa deixou escapar uma risada breve. Porra! Porque ela não se vestia logo? Não era possível que Carol estivesse mesmo pretendendo fazer qualquer coisa naquele estado!
— Espera… Carol, você está bem depois de ontem? — Perguntei assustado temendo que ela ainda estivesse sob efeito daqueles cogumelos.
Suas ações me contrariavam cada vez mais. Carolina simplesmente me respondeu com um “Estou sim. E você?” antes de abaixar para pegar algumas ferramentas de pedra lascada jogadas no chão.
Uau! Olhei sem conseguir desviar diante da vista magnética. A bunda empinada subiu e o tronco da moça desceu em meio a tarefa. Diante de nós três, a loira, inadvertidamente nos expôs seu rabo gostoso enquanto engajada naquela tarefa. Vi sua buceta abaixo da fenda aberta em que, no meio, seu cuzinho sem pelos cheio de pregas também se fez visível por vários segundos.
O queixo de Guilherme pareceu ter ido ao chão. Já Andressa, só olhava para mim com um sorriso sacana estampado no rosto. Me movi e tentei diagnosticar algo nos olhos azuis de Carolina. Seu rosto certamente estava mais corado que o normal, mas as pupilas tinham tamanho típico dentro da íris azul intensa. Ela não estava chapada. Então porque não se vestia logo, droga? Me questionei desesperado vendo-a tão exposta assim.
Guilherme e Andressa dispersaram um pouco e começaram a limpar a bagunça do acampamento também. Tentei ajudar Carol diante da situação. Tudo o que a fizesse não se agachar daquele jeito de novo diante do meu amigo tarado fazia sem sucesso. Eu estava duro como pedra ali embaixo. Repito. Nunca vou me acostumar em ver Carol desfilando pelada no acampamento daquele jeito. Quando olhei para aquela casa na árvore, meu coração gelou.
Ali de cima, o garoto nos observava, esfregando os olhos cansados com as costas das mãos e portando aquela saia de folhas grande que lhe preservava a modéstia. Eric! Pensei e senti minhas bochechas esquentarem. Lentamente, ele começou a descer as escadas de cipó e madeira.
— Carol, pode deixar que eu faço isso… — Disse para ela que ainda agia de forma praticamente indiferente. — Pra quê tanta pressa? Não prefere se vestir antes de começar a trabalhar? — A questionei o que, na verdade, era quase uma súplica.
— Tudo bem. A gente vai terminar bem rápido se todo mundo ajudar. — Ela falou com um sorriso. Sua indiferença parecia me golpear diretamente. Ao olhar para o lado novamente, vi, Eric chegou.
Merda! Praguejei em minha cabeça ao ver aquele garoto olhando para Carol. Ele bocejava e esfregava um dos olhos cansados. Não notei ele se aproximar de imediato como de costume. Não sabia como Eric fazia aquilo, mas seus passos eram tão silenciosos que às vezes era fácil esquecer sua presença.
— Vocês não comeram mais daqueles cogumelos, não é? — Ele perguntou confuso. Seus olhos castanhos percorriam o ambiente, parando sobre mim e Carol que pareceu corar ainda mais diante de sua presença. Engoli o seco diante de seu comentário.
— V-você se lembra de ontem? — Perguntei gaguejando, tenso e totalmente encabulado. Droga! Era difícil olhar para os lábios dele e não me lembrar de sua textura.
— Eu deduzi que comemos o cubensis acidentalmente pois não sei como fui parar lá em cima na casa da árvore. — Ele comentou com indiferença. Suspirei de alívio.
— Foi isso mesmo! — Disse de imediato. Ao meu lado, Carolina balançava a cabeça em afirmativo.
Apenas aquilo bastou para que Eric desse de ombros, alheio a todas aquelas coisas das quais não se lembrava, bem como indiferente a nudez de Carolina ali diante dele. Em seguida, ele começou a andar em direção a rocha onde repousavam a maior parte das ferramentas de pedra lascada.
Alguns minutos de silêncio se fizeram presentes enquanto todos limpavamos o acampamento. Ainda não entendia porque Carol não se vestia logo e me concentrei em terminar a organização do ambiente logo para que ela assim o fizesse. Certo momento, fui chamado para perto da lenha queimada onde jazia nossa fogueira por Guilherme e sai de perto da loira que, ainda nua, foi conversar com Andressa.
Junto de meu amigo, acendemos o fogo de novo com aquele arco de madeira e cipó o qual não mais lembrava o nome. Poucos segundos depois, começamos a conversar.
— Cara, a Carol é mesmo bem gostosa. — Guilherme sussurrou com um sorriso malicioso. Olhávamos para a loira pelada que despudoradamente andava pelo acampamento carregando algumas ferramentas de pedra. Eric parecia ser a única pessoa no acampamento que não dava atenção a ela, permanecendo concentrado sentado de frente para a rocha e examinando alguns materiais silvestres.
— Para de ficar encarando, Guilherme! — O repreendi baixinho, recebendo uma gargalhada de volta. Embora também não conseguisse parar de olhar, estava também bastante insatisfeito vendo-a andar pelada pelo acampamento na frente dos caras. Ao lado de Eric, a loira deixou algumas ferramentas de pedra e madeira encima da rocha que usavamos como mesa.
— Cara, qual o problema? — Guilherme perguntou dando de ombros. — Todo mundo meio que já se viu pelado, né? — Ele argumentou. Céus, como eu odiava aquela linha de pensamento. Não acreditava que isso justificasse Carolina ficar se expondo daquela forma e, no fundo, não queria que ela acreditasse em algo assim.
— Isso não importa cara! — Repreendi meu amigo risonho. — Porra, ela não percebe que ta todo mundo olhando pra ela? — Questionei.
— Talvez sim. Às vezes a Carol gosta de se exibir. — Guilherme sugeriu com indiferença. O fuzilei com os olhos por aquilo. Também não queria acreditar em tal possibilidade.
Lá perto da mesa de rocha, vi Carol se agaixar ao lado de Eric para posicionar alguns objetos. Ela em pé e ele sentado, percebi que os seios dela chegaram a tocar-lhe no ombro. Me levantei imediatamente. O garoto parecia totalmente indiferente e os dois apenas trocaram algumas palavras breves naquela posição. Guilherme riu e me acompanhou quando sai de imediato a passos largos em direção a aqueles dois.
Porra… Isso não pode ser verdade. Martelei em minha cabeça. Carolina era uma garota tímida e inocente, não uma tarada exibicionista. Ainda assim, aquela ideia não parava de vir a minha cabeça. Ela estava fazendo aquilo de propósito? Para nos provocar? Me questionei enquanto corria para perto daquele moleque que sem qualquer reação sentia os seios da loira roçando em suas costas.
No caminho, olhei para Andressa. Ela mais uma vez me lançou um sorriso sacana. Teriam as garotas combinado toda aquela situação? Me perguntei também. A ideia era bem compatível com a personalidade de Andressa, mas não com a de Carol.
— Ei meninos! O Eric tem algo a dizer! — Vi atônito Carolina nos chamar acenando e com um sorriso no rosto. Ao menos ela desgrudou daquele moleque e se sentou em uma rocha quando nos reunimos.
— O que foi dessa vez? — Guilherme perguntou dando de ombros. Andressa veio por trás de Carol e apoiou a cabeça em seu ombro, envolvendo o corpo nú dela com os próprios braços. Cara, como vou me concentrar em qualquer coisa vendo uma cena dessas? Me questionei.
Então, Eric levantou a cabeça finalmente. Ele olhou para nós um a um.
— Precisamos coletar suprimentos. — Ele alertou, apático como sempre.
— O que? Já temos bastante comida. — Falei. Por mais desconfortável que fosse aquela situação, já estava agora ciente da estratégia daquele garoto. Se ele achava que conseguiria nos manipular para fazer sua vontade de novo, estava bem enganado.
— Não falo de alimento, mas recursos minerais. — Ele respondeu de imediato. Às vezes, parecia que Eric era críptico assim de propósito só para nos confundir. Era definitivamente bem mais difícil decifrá-lo agora que observava as coxas de Carol se afastarem uma da outra, revelando a fenda nacarada no meio de suas pernas.
— Cara, dá pra ser mais direto ao menos uma vez na vida? — Guilherme o questionou com impaciência.
— Vê como a água daquele rio tem um brilho levemente acetinado? — Eric disse, apontando para o veio hídrico que despencava da cachoeira. Seguimos o olhar dele. À primeira vista, era só mais um curso d’água revolto, mas, quando o sol batia de lado, havia um reflexo suave. Para mim, não era nada impressionante O rio bagunçava a areia e talvez aquilo causasse tal efeito. — Não é areia ou quartzo — continuou. — É argila fina em suspensão, misturada com ferro reduzido. Esse tipo de brilho só aparece quando a água passou um tempo parada. — Especulou.
— Um lago? — Arrisquei.
— Sim. Um lago antigo, provavelmente fundo. Com argila de qualidade. E se o ferro está vindo junto… — Ele fez uma pausa curta, quase satisfeito — …Há circulação subterrânea, uma caverna não muito longe daqui. — Concluiu.
— Se conseguirmos argila, então dá para fazer potes de cerâmica. — Andressa comentou surpresa e animada. Merda, Eric parecia ter ganhado instantaneamente a aprovação da moça que aparentava só ter olhos para aquelas coisas que envolviam arte e artesanato.
— Só porque tem um rio, não quer dizer que acharemos um lago caso a gente explore. — Guilherme pareceu ter tirado as palavras da minha boca. Acenei com a cabeça. Eric nos olhou com indiferença e fez silêncio.
Carolina e Andressa também pararam para pensar. Ao menos uma vez, era bom ver Eric perdendo uma discussão. Uma hora, nós, como grupo, tínhamos de mostrar a ele que aquele garoto não era nosso líder e que não o obedecerímos cegamente em suas aventuras perigosas naquela ilha desconhecida.
— Eu ainda voto pelo sim. A possibilidade de ter recipientes de cerâmica me parece bem melhor do que continuar cozinhando e carregando água em cabaças e colmos de bambu. — Andressa comentou dando de ombros. Ainda estava abraçada com Carol, braços atrevidos que chegavam a roçar nos seios da loira totalmente nua diante de nós.
Eu devia esperar por algo assim. Aquela garota e Eric pareciam ter se dado bem desde que chegamos naquela ilha. O garoto deve ter obtido sua confiança com todos aqueles truques com o relógio solar e sabonete artesanal. Notei no rosto corado de Carol, ela ainda não parecia muito certa daquilo.
— Talvez a gente possa pelo menos subir a cachoeira para ver se há um lago por perto. — Carol sugeriu de forma apaziguadora. — Mas antes quero tomar um banho. — Comentou. Cara, como a Carol conseguia falar de forma tão natural mesmo estando pelada diante de 3 caras?
Aliás, seria mesmo verdade o que Guilherme me falou? Ela estava se portando daquela forma de propósito? Percebi, Carolina levantou uma das pernas. Sem parecer se preocupar minimamente com o quanto se expunha, deixou todos nós a observar ali embaixo. Levemente coberta pelos pentelhos loiros, a buceta rosada estava ali, lábios delicados levemente abertos onde, percebi, havia umidez.
— Pode ser. — Andressa falou com um sorriso. — Eric, não seria melhor a gente tomar um banho agora que o Sol está começando a aparecer? Depois a gente pode ir explorar. — Sugeriu. Estava hipnotizado demais observando Carol, mas concordava. Se me lembro bem, não tomava banho desde o primeiro dia em que cheguei naquela ilha.
Indiferente, Eric fez que sim com a cabeça.
— Cara, agora que a gente tem sabonete, vai ser outra experiência… — Guilherme comentou animado.
— Vamos então? — Ouvi Caro dizer. Quando olhei para seu rosto, percebi, ela se dirigia a nós. Suas bochechas estavam coradas e seu olhar tímido.
O que? Percebi chocado. Pelo que me lembrava, as garotas deveriam ir para o rio primeiro… Reparei mais uma vez em como Carolina estava úmida ali embaixo. Ela… Ela está excitada? Estava mesmo sugerindo aquilo? Guilherme fez que sim com a cabeça, animado como nunca antes o vi.
— Você vem também, Eric? — Andressa perguntou com um sorriso nos lábios e olhar sensual. Ao mesmo tempo, as mãos da morena fizeram carinho pelo corpo de Carol. Por um segundo, uma de suas mãos apalparam ela no seio esquerdo.
Aquelas duas… Querem mesmo tomar banho com nós três? O que elas pretendiam com aquilo? Podia ser que a vergonha finalmente tivesse se esvaído das duas e nada demais resultasse daquele convite. Ou podia ser o que minha mente suja estava realmente trabalhando. Ali em baixo, meu pau estava duro como pedra. Foi impossível não reparar num número tão estranho… Eram 5 pessoas. 2 garotas e 3 caras.
Olhei para Guilherme e ele me lançou um sorriso safado de imediato, como se conseguíssemos ler a mente um do outro só com aquilo. Em resposta ao chamado, Eric apenas deu de ombros, concordando com os termos, ou melhor, talvez apenas achando concordar. Ele era mesmo tão desligado para não notar o que estava prestes a rolar ali? Ou sabia bem e só estava deixando tudo rolar enquanto fingia distração?
Bem, Eric certamente não sabia disso, mas eu já o conhecia mais intimamente do que qualquer um ali. Ele podia fingir que não, mas era também humano, de carne fraca como todos nós. Quando Carol se levantou, Eric a acompanhou. Ao contrário de todos nós, o rapaz era o único que ainda portava uma expressão facial séria no rosto, tornando-o indecifrável como sempre.
Então ouvimos um ruído. Pequenas pedras se chocando umas com as outras soaram, nos forçando a olhar para a cachoeira. Ali em cima, cerca de 3 metros acima do nível da água, o animal nos olhava parado com espanto. Ele se equilibrava na rocha com os cascos. Na cabeça, dois chifres enormes e curvados para trás se faziam presentes, como um sinal da natureza que observava o profano prestes a ocorrer ali entre nós.
— Aquilo é um bode? — Guilherme disse surpreso.
— É um íbex-dos-alpes. — Eric pareceu corrigir. Percebi, sorrateiramente, ele apanhou uma lança em cima da rocha.
— O que tá fazendo? — Questionei assustado.
— Vou matá-lo. É comida. — Eric respondeu de imediato.
— O-que? Cara, isso é perigoso. Não vê os chifres daquela coisa? — Guilherme sussurrou.
— Ele tem razão! Além da carne, dá pra fazer roupas com a pele. — Andressa nos repreendeu e apanhou uma faca de pedra lascada também.
Engoli o seco. Carol apanhou suas roupas de folha rapidamente e, no meio da comoção, começou a vestí-las. A menção à palavra “roupas” foi tudo o que precisei para me armar também.
Assim, em um instante, o grupo de 5 pessoas disparou a correr. Não foi uma decisão, foi abandono. O mesmo calor difuso que antes nos empurrava uns contra os outros agora se reorganizava em outra forma, mais crua, mais aceitável daquela ferocidade. Onde quase houve corpos, agora havia armas; onde houve desejo, fome.
O íbex nos observava do alto, chifres erguidos, como se testemunhasse a transição final. Já não éramos visitantes, nem companheiros tão constrangidos pela proximidade excessiva. Éramos algo talvez anterior a isso.
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Olá leitores(as).
Obrigado pelos comentários e avaliações.
Trago esse capítulo de presente para vocês antes de entrar de férias do trabalho. Prossigo escrevendo, mas, até segunda ordem, o livro prossegue em hiato. Não os abandonei e continuo planejando o enredo e estou louco para conseguir postar mais capítulos novamente.
Espero que gostem e até o próximo capítulo!
