Minha Historia, Parte XXI

Da série Minha Historia
Um conto erótico de Nandinha1994
Categoria: Trans
Contém 5660 palavras
Data: 24/12/2025 16:24:35

Antes de continuar a história!

Alguém me mandou uma mensagem perguntando como tinha sido a questão do quartel, eu nem comentei isso, porque aconteceu antes da Fernanda, como eu disse, não tinha nenhuma aspiração, sinal ou pinta que eu iria mudar de time, mas fui dispensado.

…de volta ao dia 8 de setembro de 2013!

Cheguei no Bourbon, mesmo o cardigan cobrindo bem o vestido, ainda tinha o decote, as pernas naquele salto, bem o conjunto todo ficou pra lá de chamativo, por mais que eu mantivesse movimentos delicados, suaves, sem ser espalhafatosa, com passos curtos, cronometrados dando aquele ar elegante ao caminhar, conseguia desviar diversos olhares em minha direção.

Em um momento ouvi, uma voz feminina irritada;

-Vai lá dar oi, já que está olhando tanto!

Eu continuei na minha, olhando os biscoitos enquanto o casal nervoso continuava seu caminho o que despertava a curiosidade de outras pessoas e outros casais que caminhavam pelo corredor do supermercado que ocasionalmente acabavam olhando para mim.

Olha, confesso que aquilo despertou algo novo em mim, eu estava gostando de ser observada por aqueles olhares, de desejo, de luxúria, olhares que certamente ficavam imaginando até onde ia a barra do vestido escondido sob o cardigan, olhares de inveja e até alguns olhares com algo a mais de algumas mulheres.

Podia ver a perversão em seus rostos, certamente ficavam pensando, imaginando, “como seriam o resto das curvas das minhas pernas”, conforme eu caminhava o tecido leve do cardigan desenhava minha silhueta, meu quadril, minha bunda, minhas coxas, as vezes eu tentava amenizar e as vezes eu fazia o máximo para provocar.

O som do salto alto, insistia em ecoar pelos corredores do Bourbon mesmo eu tentando controlar, dando passos leves e suaves!

Então antes que eu arrumasse confusão com uma das mulheres ciumentas ou ouvisse alguma discriminação de uma delas, já notavam que não se tratava de uma mulher e sim uma transexual, eu empurrei meu carrinho em direção ao corredor do café.

Quando eu estava no corredor dos congelados, “sim, não é porque agora eu me virava bem na cozinha que não gostava de uma comida congelada”, novamente senti que estava sendo observada.

Sentia os olhos percorrendo meu corpo de cima a baixo!

Olhei por cima do ombro e vi apenas um vulto, alto, encorpado, parado no começo dos freezers com um pacote de alguma coisa na mão, pela altura era um homem, então continuei curtindo meu novo fetiche, ser observada, (nunca falei que era santa), fiquei ali naquele jogo de gato e rato.

Pega um pacote, deixa cair, me baixo, pego outro, me curvo, mostra a perna, finge que lê algo no pacote, passa uma porta por cima da outra, passa para o próximo freezer, enquanto isso o vulto continua do outro lado do corredor, passando de porta em porta e cada vez mais se aproximando de mim.

Mecho no cabelo, (aprendi isso com a Patricia, segundo ela, mexer no cabelo desperta algo primitivo nos homens), tirei o prendedor, fiz um rabo de cavalo, peguei mais algumas besteiras congelada.

Então quando sinto que ele está atrás de mim, algo inesperado ocorre!

-Fer?

“uma voz, grave, máscula, clara, bem colocada”

“eu já conhecia aquela voz”

-Fer é você mesmo?

“com um tom de espanto”

Eu me virei para ver quem me chamava e fiquei pra lá de surpresa!

-Claro que é você!

Eu -oi, sim sou eu!

Era o pai do Rodrigo, um homem pra lá de charmoso, maduro, idade parecida com a do meu pai, bem cuidado, boa aparência, em forma, bem vestido, educado, ele lembrava aquele ator o Richard Gere, na verdade ele lembrava o personagem dele no filme dança comigo, (não estou dizendo que ele se parecia com o Richard Gere, mas lembrava, o corte do cabelo, a altura, forma de se vestir, sempre que o via estava de calça social e camisa, naquele dia não era diferente), eu nunca tinha olhado para ele com olhos maliciosos até aquele dia, até aquele momento.

Ele se aproximou mais de mim e de imediato pegou em minha mão, em quanto falava comigo e me cumprimentava!

“Vou chamado de Carlos, pelo motivos que todos já sabem”

Carlos -Rodrigo tinha me falado sobre você, eu tinha te visto um dia quando levei a Mili para passear perguntei para ele quem era a garota da casa dos xxxxxx e ele me contou tudo.

-’contou tudo? será mesmo? contou que me comia quase todos os dias? que inclusive foi ele que tirou minha virgindade? que era eu a namorada misteriosa que ele tinha!’

-’mas até que o senhor não é de se jogar fora!'

-'essa voz grave, cheiroso, olha só como ele olha para mim!'

-'posso ouvir a imaginação dele, tirando a minha roupa'

Minha consciência falava alto na minha cabeça enquanto ele continuava falando e ainda segurando minha mão;

Carlos -mas eu não tinha ideia que era assim, tão seria a coisa!

Eu -como assim?

‘perguntei de uma forma meiga’

Carlos -desculpa, escolhi as palavras erradas

Carlos -eu não te reconheci no primeiro momento!

Carlos -você esta muito bela

Carlos - não fazia ideia que tu tinha se transformado tanto

-’hummm, safado, tu está com tesão em mim né!’

Eu -obrigada!

Carlos -parabéns, você virou uma mulher linda!

Eu -o senhor vai me deixar sem graça!

Calor -não me chame de senhor, só Carlos está bom

Eu - é a força do habito

E não preciso nem falar, a conversa continuou, eu costumava andar pelo mercado todo, ele me acompanhou, ele era educado, diferente dos garotos, do próprio Rodrigo, até mesmo do Pedro que era mais objetivo, Carlos mantinha a conversa em um nível distinto, mas ao mesmo tempo ele a conduzia para que ficasse no limite do formal e o sedutor.

Não perdia a chance de me tocar, principalmente minhas mãos, ao mostrar algum pacote, naquele dia eu entendi o drama do Pedro com o perfume!

Carlos tinha um perfume que inebriava, sabem aquele perfume que você gosta de sentir, quando sente ele, respira fundo para aproveitar o máximo que pode, bom era assim.

Passamos no caixa e saímos juntos do mercado, ele foi comigo até meu carro, se despediu embarcou no dele eu no meu e segui para minha casa, claro que trocamos os nossos contatos.

Quando estava em casa, guardando as coisas meu telefone recebeu uma mensagem;

Carlos : oi, eu de novo!

-'mas olha só que velho safado, mandando mensagem essa hora, falei que ele tinha ficado com tesão em mim'

Eu: oi!

Eu: que feio, mandando mensagem escondido da esposa

Carlos: não estou escondido, estou na sala, mas estou sozinho

Eu: sozinho!

Eu :onde ela esta?

Carlo: foi para o interior com a irmã e as crianças não faço ideia

Eu : crianças? kkk

Carlos : maneira de falar a Angela e o Rodrigo

Sim, o safado estava com segundas intenções, estava querendo tirar uma casquinha da filha trans do amigo, pois é, sim, meu pai e ele eram amigos, ele era bancário também mas tinha saído do banco para ir trabalhar em outra atividade, também ligada a dinheiro, em algum momento foram até colegas, mas se tornaram bons amigos.

-'O safado estava no funeral da minha mãe, me via todos os dias com o filho dele e agora queria me comer, como o mundo da volta né!'

-'tá e ai, o que tem? e eu quero dar pra ele, já estou até com tesão!'

Eu: tadinho, sozinho!

Carlos: o que está fazendo?

‘que pergunta mais besta né, mas todo mundo faz'

Eu :guardando minhas compras, organizando algumas coisas

Carlos: eu fiquei curioso?

Eu: curioso? pelo que eu estava fazendo?

Carlos: não

Eu: pelo que então

Carlos: para ver você sem aquele casaco

Eu: mas que safado

Carlos: sou mesmo, todo mundo é um pouco

-'hum, gostei desse outro lado dele'

Eu: sou amiga do seu filho

Eu: meu pai é seu amigo

"Claro que eu ia fazer um doce né."

Carlos: sim eu sei, mas não posso negar que fiquei curioso

Eu: era um vestido, curto, muito curto, justo e com um decote pra lá de revelador

Eu: que acredite ou não ganhei da minha avó

Eu: queria que eu fosse uma moça moderna

Eu: kkk

Carlos: se era só um vestido e foi presente da tua avó

Carlos: e o que tem de errado eu te ver usando ele então

Eu: bom!

Mandei uma selfie minha na frente do espelho da sala, que mostrava eu usando o vestido, lembram, além do decote pra lá de generoso, curto o suficiente para mostrar mais que as pernas e de salto, só piorava.

Então ficou uma selfie pra lá de provocante!

Carlos: uauuuuuu

Carlos: como pode

Eu: um vestido tão curto?

Carlos: não

Carlos: você

Eu: o que tem

Carlos: não da para acreditar que você é aquele garoto

E como eu estava curtindo aquele joguinho, mandei outra foto, aquela clássica mostrando a bunda, empinando e segurando o telefone de cima!

Carlos: não faz assim, porque isso vai terminar mal!

Eu: como assim termina mal?

Carlos: você entendeu!

Claro que eu tinha entendido é claro que agora eu queria que terminasse mal!

Eu: só termina mal se a gente não souber brincar no brinquedo!

Carlos: não sou só eu que sou safado!

Eu: é só curiosidade ou já esteve com alguma garota como eu?

E houve aquele silêncio, nenhuma mensagem, foram longos 15 minutos, olhei a hora já eram 22:50, quase 23:00 horas, fiquei matando tempo, tirei roupas da secadora, fiz chá e então o telefone vibrou.

Carlo: o que você acha?

Eu: acho que é os dois, curiosidade e já conhece garotas como eu!

Calor: gosta de vinho?

Aí fui eu que fiquei sem saber se respondia ou não!

Eu: gosto sim!

Carlos: Quer beber comigo?

Eu: claro que quero, pensei que não ia me convidar!

Carlos: 10 minutos estou aí, deixa o portão aberto!

Só deu tempo de eu retocar o batom, me preparar, afinal eu ia dar de novo, passei um lubrificante daqueles a base de silicone e fui para a sala, destravei o portão e fiquei cuidando.

Exatos 10 minutos depois, vi o vulto vindo e entrou pelo portão, assim que abri a porta da sala ele entrou me olhou dos pés a cabeça, me alcançou a garrafa de vinho que ele trazia;

Eu -oi!

Eu -vem, vamos para a cozinha!

Quando dei as costas para ele, dei dois passos e senti as mãos dele em minha cintura e imediatamente seu lábios no meu pescoço, ele era algo, mais algo que o Rodrigo, da altura do meu pai ou até mais alto.

Imediatamente eu joguei meu traseiro na direção dele, empinando e movendo os quadris, como se fizesse uma dança ou se procurasse o pau dele duro, suas mãos subiram e acharam meu peitos.

Não sei como conseguimos chegar na ilha da cozinha, eu soltei a garrafa e me apoiei na ilha com as mãos, virei meu rosto e ele me beijou na boca, um beijo molhado, com desejo, sentia o toque firme dele em mim, sentindo cada parte do meu corpo.

Quando vi, meu vestido caiu no chão, fiquei só de calcinha e salto alto!

As mãos dele, passeavam em mim, nas minhas pernas, coxas, bunda, barriga, costas, peitos, ele enfiou a mão na minha calcinha e sentiu meu tesão que escorria, lambuzou os dedos e deu para eu chupar.

-Você se tornou uma garota mesmo, está escorrendo de tesão!

Não sei como nem quando, ele já estava sem camisa e sem calças, fui me virar;

- não gostosa, fica assim,

- te quero assim,

- paradinha, quietinha

Senti a mão dele puxando a minha calcinha para lado e os dedos procurando meu radinho, estavam cobertos de lubrificante, ele realmente tinha experiência com garotas como eu, claro que eu já tinha passado um lubrificante antes também, mas em poucos segundos ele já estava deslizando os dedos de mim, eu gemia e suspirava, daquele jeito, entre os dentes.

Eu -aiiiii, safado, aiiiiii

Ele enfia dois dedos bem fundo em mim!

Eu -aiiiiiiiii, vai comer o rabinho da filha do teu amigo

Eu -t....tarado!

Carlos -que safadinha, se teu pai imagina isso!

Eu -o que?

‘claro que eu entrei no jogo dele’

Carlos -que estou aqui comendo a filhinha trans dele

Eu -aiiii

Eu empinava a bunda e gemia e nem era teatro, ele sabia o que fazia, ele procurava meu ponto g e claro que achou facil, era como o botão vermelho do carro dos homens de preto, eu perdia o controle do meu corpo.

Carlos -pelo jeito adora da bundinha

Eu apertava o cuzinho, eram contrações em sequencia, fortes, ritmas, nos dedos dele!

Ele tirou os dedos e não deu nem um segundo senti o pau dele encostar em mim, não era nenhum ator pornô, mas bem servido, com uma grossura boa, o suficiente para me causar aquela angústia, aquela dor gostosa de se sentir sendo esticada, sentir a carne se abrir para dar abrigo ao intruso.

Ele foi penetrando, sem parar, milímetro por milímetro em quando eu, emitia sons, como aqueles suspiros, gemidos abafados com a boca fechada enquanto mordia os lábios;

Carlos -como você é gostosa, Fernandinha

Carlos -que cuzinho gostoso

Senti o corpo dele encostar em mim!

Carlos -esta todo dentro de você, gostou!

Eu não respondi, apenas contrai meu rabinho em volta do pau dele!

Carlos -que safadinha, adoro que façam isso

Ele ficou lá enterrado em mim, comigo apoiada na ilha da cozinha, em pé não sei se foram 10 segundos ou 10 minutos, com o pau duro como uma estaca, bem beijando, apertando meu peito, eu me virava e ele me beijava e eu contraindo meu rabinho, ele gemendo.

Eu já estava preste a gozar daquele jeito mesmo, o calor do corpo dele, só pensar que eu estava dando para o amigo do meu pai, que era o pai do meu melhor amigo, me deixava doida de tesão, então comecei a rebolar, lembram dos movimentos que eu imitava da música da Shakira, bom são bem uteis saber imitar eles.

Comecei a mexer o quadril ele foi a loucura e eu também, gozei e ele viu eu gozar, escorria pela calcinha;

Carlos -que delícia, você goza dando a bundinha!

Carlos- você nasceu para isso

Carlos -nasceu para ser uma garotinha

Carlos -nasceu para dar bunda

Me chamem de pervertida, mas ouvir isso, eu gemia literalmente como uma garotinha, a situação, eu gozava sem parar, uma das vantagens de gozar dando a bunda é essa, múltiplos orgasmos e quando você domina essa arte vicia, vicia mesmo.

Minhas pernas começaram a perder as forças ele viu e começou a me foder, eram estocadas firmes, fundas, cronometradas, fiquei parada, ele afastou minhas pernas e entrou no meio atrás de mim e socou tão fundo que quase tocou minha alma, naquele dia eu me senti a mais puta das putas.

Porque eu gritava!

-VAI ME FODE, ME FODE COM VONTADE

-FODE MINHA BUNDA

Ele me puxava pela cintura e cravava fundo!

-FODE A FILHA PUTINHA DO TEU AMIGO

Aumentava a velocidade, as vezes segurava o pau lá dentro, no fundo!

-SAFADO

Quando ele ficava parado em continuava o movimento, jogando meu quadril contra ele, literalmente fodendo meu rabo no pau dele.

-TARADO

Chegou um momento que cada movimento, cada vez que o pau dele passava pelo meu ponto G, meu corpo reagia com um gemido, instintivo, involuntário, que as vezes eu mesma me ouvia gemer.

Ele pediu;

-Vamos para uma cama!

Subimos para o meu quarto, ele me deitou de barriga para cima, tirou a calcinha e me deu um banho de língua, chupou meu peitos, brincou com meu grelinho nem precisei pedir para ele, senti sua boca envolver ele, todo lambuzado do meu gozo.

Em determinado momento ele pegou minhas pernas colocou uma em cada ombro e cravou aquele pau gostoso em mim e começou a me foder, foi um orgasmo instantâneo, gozei e comecei a gritar, tinha que me controlar para não deixar marcas nele, afinal, ele era casado.

Fodemos por um bom tempo, ele demorava muito a gozar, quando gozou, perguntou se podia gozar em mim, disse que sim, quando estava quase gozando tirou o pau de mim arrancou a camisinha e gozou em cima de mim, na minha barriga, meu peitos, confesso que a ideia no primeiro momento foi estranha, mas depois eu curti.

Claro que fui para o banho direto!

Olhei a hora já passava da 1 hora da manhã, fui tomar um banho, meu rabinho iria precisar de uns dias de folga, quando voltei ele estava deitado na minha cama apoiado na cabeceira e ficou me olhando com aquela cara de tarado, observando cada movimento que eu fazia quando me vestia.

Ele se vestiu e eu acompanhei até a saída!

Carlos -precisamos repetir isso!

Eu -claro que vamos repetir, safado!

Nos pegamos mais um pouco, ele tinha um beijo pra lá de gostoso, ele me pegava igual a gente vê nos filme, eu curtia muito aquilo.

Quando ele saiu eu fechei a porta e me virei, minha consciência praticamente se materializou pra mim;

-Sua vadia!

-O que você fez?

-Acabou de dar para o pai do seu amigo!

-Amigo do seu pai!

-o cara tem idade para ser o teu pai!

-tu sabe que em menos de 3 dias tu deu para 3 caras diferentes?

Tranquei a casa, apaguei as luzes e subi dormir, remoendo a crise de moralidade da minha consciência, mas era um fato eu estava me revelando uma ninfomaníaca, pervertida:

Professor ou melhor instrutor de auto escola, que não deixa de ser um professor, confere, tracei!

Primo, filho da minha tia, como que chama, parente de quarto grau, policial civil, confere, tracei!

Pai do melhor amigo, amigo do pai, mais velho, vizinho, casado, confere, só tenho uma duvida, vale 4 pontos ou é um só mesmo! hahahaha

Nem vamos falar do melhor amigo!

E aqui a vida entrou naqueles loops de rotina, no dia seguinte, aula, casa, academia, claro que a rotina foi incrementada por transas frequentes com o Pedro e agora com o Pai do Rodrigo, as vezes a gente estava tomando café na universidade em algum intervalo, falando besteira e eu lembrava que no dia anterior eu estava chupando pau do pai dele, no carro, na rua a uma quadra da casa dele, (o bairro que a gente morava se chamava bosque por um motivo, hahaha), se ele imaginasse aquilo.

Minha tia, vinha frequentemente me ver, saia com a gente no final de semana curtir a noite, as vezes o Fabiano mandava mensagem se podia vir, aparecia tarde da noite e passávamos a noite transando, contei para a Patrícia, que caiu na risada, dizendo que já imaginava que isso iria acontecer.

Eu continuava com a minha terapia hormonal, Patricia me apresentou um médico amigo dela de POA, um endocrinologista, que conversava comigo com frequência e nós íamos ver ele geralmente aos sábados as vezes ele vinha a Passo Fundo, ele era mais doido que a Patrícia, falava até sozinho, mas acompanhava as mudanças do meu corpo e como meu metabolismo estava reagindo.

Meu corpo continuava sofrendo mudanças, peitos, cintura, principalmente no quadril, bunda e coxas, tive que mudar minha dieta, estava começando a ganhar peso, voltei a pedalar com frequência, Rodrigo me acompanhava agora, rolou até uma apresentação minha para o pai dele;

Rodrigo -pai, lembra do Fernando, agora é Fernanda!

E o filho da puta até fez cara de desaprovação!

No mesmo dia me levou para o motel e transou comigo dentro da banheira e eu cravei minhas unhas nele, para deixar uma marquinha, castigo por ter feito cara feia para a amiguinha do filho.

Outras coisas faziam parte da rotina agora, manicure, salão para cuidar do cabelo, fiz minha depilação definitiva, meu guarda roupas agora era totalmente feminino, quando ia a Marau sempre ganha roupas da minha Tia, minha avó sempre mandava, saias, vestidos, sapatos e tenho certeza que minha avó quando era mais nova tinha vontade ser uma daquelas peruas, bom minha tia era uma, às vezes abusava, ela se vestia de forma mais jovem que nos que éramos jovens.

O último dia de aula do segundo semestre foi no dia 20 de dezembro, na verdade nem teve aula, pelo menos na minha turma, estávamos conversando eu mais algumas colegas no centro de convivência, chegou o Rodrigo, Natália, Igor a turma foi aumentando, ficamos a manhã toda por lá.

O clima já era de natal, naquele ano as ordens eram claras, nos íamos passar em família o natal seria na casa da minha tia e o ano novo seria com meus avós.

Claramente seria toda a família, tios, primos, namoradas, amigos, todos, que a essa altura já estavam mais a par da nova integrante da família do que qualquer outra coisa, já era assunto velho.

Eu já era a Fernanda, 'filha da fulana e do fulano, neta da dona fulana, sobrinha da beltrana da loja', já não me viravam mais a cara quando passavam por mim na rua, até me cumprimentavam e as vezes me chamavam, vem cá deixa eu te apresentar para o fulano, ou para a fulana, ou para meus amigos, vocês devem estar lendo isto e pensado olha a besteira que essa guria esta escrevendo, mas só quem vive na pele uma transição vai entender como é situações como esta, hoje talvez não seja mais assim tão marcante na tua vida, mas alguns anos atrás, principalmente em regiões como aqui no sul era complicado, machucava, deixavam marcas.

Então contar que quando você cruzava com alguém que você conhecia, quando era garoto e agora te correspondia um oi, te abraçava, parava para conversar com você é sim uma puta conquista pessoal!

No dia 22 de dezembro, era domingo, o dia já amanheceu quente, passou dos 36 graus, algo notável para nós aqui no sul, ainda mais naquele mês, bem cedo a Natalia chegou, ligando som alto, com saco de gelo, limão e uma garrafa de cachaça a tira colo, nossos planos eram de encher a piscina e ficar bebendo o dia todo, afinal estávamos de férias.

Fizemos uma vaquinha e compramos um barril de chope, chegou a dupla de dois, Igor e Rodrigo pareciam o debi e lóide com a choopeira, hora saia Chopp, hora saia espuma e hora só ar.

Depois foram tentar queimar uma carne, quer dizer assar uma carne, eu assava melhor que eles, conheci a garota do Rodrigo que estava grávida, com uma barriga enorme já, 7 meses, me aceitou bem, me fez umas perguntas indiscretas mas tirei de letra, claro que ela não fazia ideia do nosso passado e assim ficou.

Camila minha colega também apareceu, com o namoradinho dela!

O pai do Rodrigo deu uma trégua para ele, depois que arrumou um estágio, não era lá grande coisa mas era sinal que ele estava tentando levar a vida mais a sério.

Inclusive até ele apareceu por lá naquele dia, (Rodrigo chamou), para ensinar como regular a máquina de Chopp, que velho safado, me deu uns amassos quando abri a porta ele!

Acabou ficando um bom tempo, fez caipirinha, deu esporro nos guris que estavam queimando a carne, domingo perfeito, perfeito mesmo.

Então vem a Natália da cozinha;

-teu telefone Fer, estava tocando!

Foi na cozinha e peguei o telefone que estava em cima da ilha da cozinha e havia uma notificação de ligação e de novas mensagems, abri e tamanha a surpresa, uma ligação do meu pai e uma mensagem.

Depois de tanto tempo de silêncio, dez meses depois ele decidiu falar comigo, mas havia mais, a mensagem havia chegado no número da Fernanda;

Pai -oi!

Fiquei por um tempo, nem sei quanto, ali pensando em tudo que podia resultar daquela conversa, eu podia terminar o ano sem teto, ele podia estar me chamando para falar que iria me deserdar, tanta coisa passou pela minha cabeça, que nem gosto de lembrar.

Eu -oi!

Pai -Filha, precisamos conversar!

Quando ele me chamou de filha, mesmo que fosse por mensagem, meu coração parou, meu olhos se encheram de lágrimas, era sinal que ele me aceitava como garota, como filha dele.

Novamente só quem já passou por algo parecido, foi isolada pela família principalmente pelos pais, vai entender o que estou falando, tem coisas no mundo que não tem valor, dinheiro, que possam pagar ou explicar o quanto significa.

Eu -claro pai!

‘escrevi secando as lagrimas que caiam dos meus olhos sem controle, caiam na tela do telefone e atrapalhavam de ler e tentar escrever”

Pai -Eu chego em Passo Fundo amanhã, perto das 15:00 horas

Pai -esta conversa precisa ser pessoalmente

Eu -tá bom, vou esperar lá

Pai -tchau filha, até amanhã

Eu não perguntei mais nada, não conseguia parar de chorar, tentei mandar mensagem pra minha tia, as lágrimas caiam no teclado, uma após a outra, eu secava e quando levava o dedo outra caia, escrevi tudo errado, ela não me respondeu, tentei ligar, chamou, chamou ela não atendeu.

A Natalia entrou e me viu chorando;

Natalia -o que foi Fer?

Eu -meu pai, Nati

Natalia -o que foi, o que ele te disse

Eu -me chamou de filha

Natalia -tu tá chorando por isso

Eu -ele quer conversar comigo, vem amanhã

Natalia -para de chorar então sua boba

Natalia -é bom sinal isso, se fosse ruim ele não ia te chamar de filha

Eu me acalmei, lavei o rosto e voltei para fora, o dia foi pra lá de tranquilo, mas eu não parava de pensar no dia seguinte, contei só para a Natália, mandei mensagem para minha tia, ela recebeu mas não me respondeu.

Aquele silencio dela não me deixava preocupada, ela fazia dessas as vezes, principalmente quando arrumava algum garotão, passava o final de semana tentando se matar de tanto dar, então eu sabia que podia ser esse o caso, certo que era.

-Mas não podia ter escolhido um dia melhor não!

O dia caiu, veio noite, eu só pensando no dia seguinte, até para dormir foi difícil, sabem quando você fica planejando seu passos, o que vai falar, que fazer, como agir, fica mudando a cada minuto pensando se isto acontecer se aquilo for assim, se for daquele jeito, deste jeito.

Na segunda eu acordei cedo, dei uma geral na casa, arrumei tudo, fiz bolo, pudim, (sim, tá bom, eu melhorei minhas habilidades na cozinha e claro que ter um livro de receitas ajuda), abri a casa, era outro dia quente como o anterior, deixei tudo limpo e bem organizado, sabia as manias e costumes do meu pai, deixei até a cuia e a bomba que ele gostava de tomar chimarrão prontas em cima da ilha da cozinha.

Quando deu 13:00 horas eu tirei o carro dele para fora, sabia que ele gostava de carros grandes, gostava daquele carro, eu pouco usava então estava limpo, com cheiro de novo na verdade, ele usou só por uma semana quando esteve aqui a última vez.

Subi, tomei banho, fiz aquele meu ritual que todos sabem, arrumei meu cabelo, fiz uma maquiagem claro que comportada, vesti uma calça jeans com a cintura alta, uma camisa femininas é claro, não preciso dizer que fechei quase todos os botões, só não fechei os últimos dois, um sapato scarpin nude, cuidei para usar um brinco mais discreto a gargantilha que eu sempre usava, pulseiras e anéis.

Me olhei no espelho, como será a reação do meu pai ao me ver assim, a mulher que me olhava de volta nem de perto era mais a mesma pessoa que ele tinha visto pela última vez quando esteve aqui, era uma mulher alta, com curvas, formas definidas, com cintura, quadril largo, bunda, peitos que não eram grandes mas o suficiente para serem notados bem de longe.

Pernas torneadas que se destacam pelo corte jeans colado e o salto ajudava à deixá-las mais definidas, meu rosto agora era um rosto delicado com traços femininos, o cabelo longo que eu tinha premindo na altura dos ombros, bem cuidado, com luzes, me deixava praticamente loira, meu olhos claros se destacam pelo contorno do lápis, em meu rosto a maquiagem mesmo que leve e simples era o suficiente para deixá-lo mais feminino ainda.

Entrei no carro e fui para o aeroporto, quando cheguei lá eram 14:20, eu estava muito, muito nervosa, cada passo era como caminhar para o desconhecido, eu suava frio.

E mesmo tentando ser discreta, uma mulher com 1.70 de altura de salto alto parece não passar despercebida, eu atraia olhares mesmo tentando ser discreta.

Segundo uma das atendentes o voo chegava após as 14:40. sentei e fiquei esperando, o relógio andava para trás aquele dia, quando finalmente pousou eu fiquei lá parada, sem saber o que fazer, será que corro e abraço meu pai, fico aqui, espero pelo pior, como eu devo agir, tudo que eu tinha planejado tentando dormir era inútil.

Finalmente vi ele descendo do avião, o aeroporto aqui naquele época era bem simples, as pessoas desciam do avião na pista mesmo não tinha portão de acesso nem nada do tipo, ele desceu, com uma sacola tipo mochila, até olhou para o vidro onde haviam outras pessoas aguardando, mas não me viu ou não me reconheceu.

Quando finalmente ele saiu do desembarque, vinha puxando uma mala daquelas de rodinhas e viu aquela mulher parada lá, todo mundo encontrava seu amigo, parente, marido, mulher, pais, mães e saiam abraçados ou de mãos dadas.

Eu era a única sobrando ali, sendo ignorada por todos, olhando fixamente em sua direção, (segundo minha avó eu me parecia muito com minha mãe quando tinha a mesma idade, só um pouco mais alta), então ele parou.

Ficou olhando, sério, como se me medisse com os olhos, devia estar a uns 4 ou 5 metros de mim, soltou a mala que puxava e tirou a mochila do ombro, abriu os braços e disse;

-Vem cá filha, me dá um abraço!

Claro que sair dando passos largos, correr de salto é um arte que não domino até hoje e me pendurei nele, aquele abraço era tudo que eu queria, que eu precisava, o mundo podia terminar naquele momento que nada mais importava.

Eu chorava, grudada nele!

Pai -perdoa teu pai, filha, me perdoa

'saiu da boca dele abafado pelo nosso abraço'

Pai -filha nada te prepara para certas coisas

Pai -mas eu estou aqui agora, me perdoa

'com a voz embargada, quase chorando'

Eu -claro pai!

‘me debulhando em lágrimas’

Ficamos ali, aquele abraço, as pessoas olhavam, se perguntando o que estava acontecendo, qual seria a história daqueles dois chorões, meu pai chorava também nessa altura, ele me segurava pelos braços e se afastava de mim para me olhar.

Pai -tua avó está certa, tu está a cada da tua mãe!

‘-Eles tinham andado conversando então’

Pai -linda como ela era!

Quando finalmente conseguimos parar de chorar, ajudei ele a catar as malas e fomos para o carro, conversamos muito, muito mesmo, até chegarmos em casa, tínhamos um ano de assunto para colocar em dia.

Ele precisava me conhecer como filha, como uma mulher agora não era mais a mesma coisa;

Pai -eu estou impressionado como você mudou, a Cláudia, (que era a mulher que ela estava se relacionando, inclusive fiquei sabendo depois que estavam até meio que morando juntos), me disse que você deveria ter mudado muito nesse tempo.

Quando chegamos em casa, ele ficou mais espantado ainda quando encontrou a casa, inalterada, tirando o meu quarto que eu tinha redefinido a casa estava intocada.

Eu -pai, porque eu iria mexer na casa!

Pai -ah sei lá Fer, retaliação

Pai - sua mãe era assim, quando a gente se desentendia ela sempre fazia algo para retalhar

Pai -você podia ter herdado isso dela e ter descontado na casa!

Era engraçado, ele esperava um comportamento tão feminino da minha parte, mas passamos praticamente dois dias conversando sem parar, descobri que ele conversava diariamente com minha tia, sobre mim, com meus avós, que deram um xixi nele para parar de me tratar daquela forma.

E que minha tia e avó sabiam que ele queria vir me ver e conversar!

Quando finalmente consegui falar com minha tia;

Tia -então, não tem nenhuma novidade para me contar?

Eu -traidora, porque não me falou, porque não me atendeu!

Tia -a gente sabia que iria dar tudo certo, conversamos eu e a tua avó muito com ele.

Bom, acho que o que vem a seguir é previsível, passamos o natal e ano novo em família e foi umas das melhores épocas de festas que eu podia desejar, meu pai ficou até o dia 15 de janeiro comigo em casa.

Tivemos que nos conhecer um ao outro, porque ele tinha novos hábitos, da nova companheira, eu era outra pessoa, um dia ele se abriu comigo e contou que seu medo, maior medo era que eu terminasse como aquelas garotas trans que ele via pelas ruas de SP ou em outras grandes cidades que ele costumava ir.

Fazendo programa, ou com seus anúncios em jornais ou sites, mas que a Claudia tinha conversado muito com ele exatamente sobre isso, que muitas caem naquela vida não por escolha mas sim por necessidade, por terem sido colocadas para fora de casa, família te dado as costas.

Mas por sorte, mesmo cortando as relações ele não tinha feito nada estupido que pudesse se arrepender ou que justamente tivesse me levado a tomar alguma atitude e acabar caindo justamente no que ele mais temia.

Falei por telefone e por video chamada no skype com a Claudia, ela era uma carioca, falava tudo chiado, linda, pele bronzeada, olhos castanhos, cabelo castanho escuro, me tratou super bem, disse que torcia por mim desde o momento que ficou sabendo da minha existência e que tinha feito tudo para a gente voltar a ter contato.

Fiquei devendo uma visita para ele e ela uma para mim!

Minha história só tem mais uma parte, vou tentar contar tudo em uma única vez mesmo que fique longa, então, nos veremos mais uma vez!

continua…

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Foto de perfil de Nandinha1994Nandinha1994Contos: 21Seguidores: 16Seguindo: 12Mensagem Sou uma trans, hoje com 30 anos criei este perfil para compartilhar minhas fantasias, "historias", sempre gostei de escrever mas nunca compartilhei com ninguem, só recentemente mostrei alguns dos meus textos e fui incentivada a publicar em algum site ou blog.

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