Eu sempre soube que aquele momento chegaria, mas não imaginava que o sentiria com tanta força. Quatro anos cabiam fácil numa frase, mas no peito, pesavam como uma vida inteira. Sentado no saguão do aeroporto, mochila e mala aos pés e o passaporte apertado entre os dedos, observei o movimento ao redor como quem assiste a um filme que já não me pertencia mais. Pessoas indo e vindo, despedidas rápidas, abraços longos demais. Eu estava indo, ou melhor, voltando.
Não avisei ninguém. Nem meus pais. A decisão foi tomada em silêncio, como tantas outras nos últimos anos. Queria vê-los sem filtros, sem preparos emocionais, sem o aviso prévio de mensagens ansiosas ou ligações interrompidas pela emoção. Queria o impacto do abraço inesperado, o susto seguido de riso, a incredulidade virando choro. Depois de tanto tempo aprendendo a prever sistemas e comportamentos, queria algo fora de qualquer cálculo.
Fisicamente, aqueles quatro anos também me transformaram. O garoto magro que deixou o Brasil deu lugar a um homem de corpo atlético, ombros mais largos moldados por horas de academia e rotinas disciplinadas. Meu rosto ainda carregava traços jovens, mas meus olhos castanhos, atentos e analíticos, ganharam uma profundidade diferente, quase sempre em alerta. O cabelo escuro, curto e levemente desalinhado, parecia incapaz de obedecer por completo, como se refletisse minha mente inquieta que nunca realmente descansa.
O embarque aconteceu sem alarde. Quando o avião começou a se mover pela pista, encostei a cabeça no assento e fechei os olhos por alguns segundos. O som dos motores trazia lembranças em sequência: noites em claro diante de códigos complexos, debates acalorados em salas de aula, projetos que misturavam matemática, ética e futuro. Minha graduação em tecnologia, com foco em inteligência artificial, foi intensa. Não apenas pelas exigências acadêmicas, mas pelo peso das perguntas que surgiam a cada avanço. Máquinas aprendendo. Decidindo. Evoluindo. E eu ali, ajudando a ensinar sistemas a imitar, ou talvez superar, a mente humana.
Concluir o curso um semestre antes do previsto foi consequência natural da minha obsessão por ir além. Professores passaram a me respeitar, colegas me observavam com uma admiração silenciosa, e empresas já demonstraram interesse. Ainda assim, nada disso competia com o que me esperava do outro lado do oceano. O Brasil não é apenas meu país. É minha origem. É raiz. É casa.
Durante o voo, entre uma tentativa frustrada de dormir e outra, encarei o reflexo escuro da janela. Pensei em quem eu era quando parti e em quem sou agora voltando. No quanto aprendi, no quanto perdi, e no quanto ainda preciso descobrir sobre mim mesmo. A inteligência artificial pode prever padrões, mas não explica a saudade. Nem antecipa o impacto de um reencontro.
Quando o avião finalmente tocou o solo brasileiro, um arrepio percorreu minha espinha. O anúncio da tripulação soou quase solene. Ao desembarcar, senti o ar diferente, o idioma familiar ecoando ao redor, o caos organizado que só este lugar possui. Sorri sozinho. Estava de volta. E, sem que ninguém saiba ainda, prestes a mudar muito mais do que apenas o meu próprio destino.
O carro de aplicativo deslizou pelas ruas conhecidas enquanto eu observava tudo pela janela, revisitando um cenário antigo com olhos novos. O motorista falou pouco, o rádio tocava baixo, e eu agradeci o silêncio. Minha mente já trabalhava sozinha, projetando o futuro com a mesma precisão que aprendi a aplicar nos algoritmos.
Pensei na promessa do meu pai. O investimento inicial, a confiança cega misturada com orgulho. Ele sempre disse que, quando eu voltasse, se voltasse preparado, teria carta branca para criar algo grande. A startup não era só um sonho, era um plano estruturado, testado e ajustado. Passei o último ano lapidando cada detalhe com a ajuda de professores e mentores ainda em solo americano. Modelos de negócio, projeções, escalabilidade, ética aplicada à inteligência artificial. Não era um salto no escuro. Era um movimento calculado.
Quando o carro entrou no condomínio, algo apertou no peito. As guaritas, as árvores altas alinhadas, o asfalto impecável… tudo parece exatamente igual e, ao mesmo tempo, menor do que na minha memória de adolescente. O portão se abriu, e seguimos até em casa.
Imponente sem ser excessivo. Fachada moderna, linhas retas misturadas com madeira e vidro, iluminação embutida destacando cada detalhe arquitetônico. O jardim estava impecável, como sempre. A grama aparada, os arbustos bem desenhados, o caminho de pedras levando até a entrada principal. Desci do carro, agradeci ao motorista e fiquei ali por alguns segundos, respirando fundo.
Caminhei devagar, e as lembranças vinham sem pedir licença: Eu correndo com os amigos, risadas altas demais, bolas chutadas, broncas que duravam até minha sorrir. Foi ali que aprendi a cair e levantar. Literalmente.
Cheguei à porta e digitei o código no teclado digital, destravando a porta. A casa estava silenciosa demais. Entrei sem acender as luzes, como se fosse um intruso. A sala estava vazia, mas organizada, quase fria. Cortinas fechadas, móveis no lugar exato, tudo como se ninguém tivesse passado por ali o dia inteiro.
Fechei a porta atrás de mim, ainda sorrindo com a ideia da surpresa. Larguei a mala e a mochila perto do sofá e dei alguns passos, absorvendo o ambiente, então escutei. Vinha de cima. Um som abafado. Ritmado. Baixo demais para ser ignorado, intenso demais para ser confundido.
Parei no meio do caminho, o coração acelerado por um motivo completamente diferente daquele que me trouxe até ali. Eu voltei sem avisar, para surpreender, mas, ao que tudo indicava, era eu quem estava prestes a ser surpreendido.
O som vinha do quarto. Não eram gemidos de dor. Eram mais profundos. Mais urgentes. Uma mistura de vozes. Meu coração, que antes batia forte de antecipação, começou a bater com um ritmo pesado e desconhecido. Me aproximei, cada perna pesando uma tonelada. A porta do quarto estava entreaberta.
E então, eu vi. A primeira coisa que meu cérebro registrou foi o corpo da minha mãe. Nua, de joelhos no meio da cama king-size, sua pele alva brilhando sob a luz suave dos abajures. As mãos dela não estavam apoiadas no colchão. Estavam agarradas aos quadris de um homem moreno e musculoso que estava atrás dela, seu corpo batendo contra o dela com uma força que fazia a cama tremer. Sua cabeça estava jogada para trás, os cabelos castanhos colados ao suor do rosto de outro homem. Ele estava de frente para ela, sentado na beirada da cama, e ela o beijava com uma fúria que eu nunca tinha visto.
Um terceiro homem, mais velho, de cabelos grisalhos, estava de pé ao lado da cama, esfregando a cabeça do pau na lateral do rosto dela, dando batidas com a pica ereta na bochecha da minha mãe.
— Assim, Carla… — A voz do meu pai ecoou. — Engole ele todo, sua piranha gulosa. Mostra pra eles como minha mulher sabe ser uma putinha bem safada.
Eu congelei. O ar sai dos meus pulmões. Meu pai estava numa poltrona no canto, vestido com um roupão de seda aberto. Ele não estava participando. Estava assistindo. Com os olhos ardentes, a boca ligeiramente aberta em um sorriso de puro êxtase, um copo de uísque pela metade esquecido na mão.
A mulher que me criou, que me ensinou moral, que falava em tom baixo e usava vestidos abaixo do joelho... ela abriu os olhos. Por um fragmento de segundo, nosso olhar se cruzou através da fresta da porta. Seus olhos, vidrados de prazer, se arregalaram. O beijo foi interrompido.
— Que foi, gostosa? Não para agora. — O homem que ela beijava virou o rosto.
Ela tentou falar, mas só saiu um sussurro entrecortado.
— R... Rodrigo.
Meu nome caiu como uma bomba no ambiente. Todos os movimentos cessaram. O homem atrás dela parou no meio da arremetida. O homem de pé recuou. Meu pai se levantou da poltrona, o roupão se abrindo completamente.
— Filho? — A voz dele veio carregada de uma estranha mistura de choque e surpresa.
Eu não conseguia falar. Meus olhos percorreram a cena: a pele corada da minha mãe, os homens desconhecidos, o olhar do meu pai. Um nó de repulsa, confusão e uma ponta de algo perverso que eu nunca admitiria apertou meu estômago.
Foi minha mãe quem quebrou o silêncio. Com um movimento que tinha uma graça estranha e lasciva, ela desvencilhou-se do homem atrás dela e deslizou para a borda da cama, na minha direção. Seus seios balançavam, os mamilos duros e escuros. Ela não tentou se cobrir.
— Rodrigo. — Ela disse, e sua voz estava diferente. Mais baixa, mais melosa. — Você chegou... mais cedo.
O homem moreno, que estava atrás dela, deu uma risada baixa.
— Caralho. Esse é o filho estudioso? Não parece tão certinho agora, olhando pra mamãe desse jeito.
Meu rosto queimou. Ele tinha razão. Meus olhos não conseguiam desgrudar dela. Da carne dela.
Meu pai se aproximou, colocando uma mão no meu ombro. O toque me fez estremecer.
— Está tudo bem, Rodrigo. É apenas um estilo de vida que sua mãe e eu descobrimos. Adultos, sabe? — Sua respiração cheirava a uísque e a uma excitação contida. — Por que não fica? Observa. Aprenda.
— Celso, não. — Minha mãe murmurou, mas seus olhos não saíam dos meus.
Eles suplicavam. Não para que eu fosse embora. Era outro tipo de súplica.
— Vem cá, Carla. — Meu pai ordenou, e a voz dele tinha aquela firmeza que eu conhecia bem. — Mostra ao nosso filho como uma mulher verdadeira recebe seus convidados.
Hesitante, como se em um sonho, eu dei um passo para dentro do quarto. O ar estava quente, pesado com o cheiro de sexo, suor e perfume caro. Minha mãe segurou minha mão, puxando-me para perto da cama. Sua pele estava quente como um forno.
— É só... não pensar muito, querido. — Ela disse, com os lábios perto do meu ouvido.
Ela voltou para a cama, me deixando ali sem graça, mas a ereção já se fazia presente. Ela ficou de quatro novamente, sua mão encontrando a pica do homem grisalho, guiando-o de volta à sua boca, mantendo contato visual comigo enquanto abria os lábios e o recebia, centímetro a centímetro, até que o pau desapareceu entre seus lábios, totalmente engolido.
— Ela é incrível, não é? — O homem que ela beijava antes disse, acariciando o cabelo dela. — Uma verdadeira artista. Nunca vi uma esposa tão devota em agradar.
Meu pai estava ao meu lado, sua respiração ofegante, excitado com a cena.
— Vê como ela se entrega? É lindo. Uma puta de luxo, criada só para o prazer. Minha puta.
A linguagem, crua e degradante, deveria me enfurecer. Em vez disso, uma onda de calor percorreu meu corpo, concentrando-se na minha virilha, onde uma ereção insensata e traidora já não era mais possível de disfarçar, apertada contra a roupa.
Minha mãe tirou o pau do homem grisalho da boca com um estalo audível e se virou para mim completamente.
— Você quer... você quer tocar, Rodrigo? — Ele perguntava enquanto acariciava os seios, se oferecendo para mim.
Minha mão tremia. Ela a pegou e colocou em seu seio. A pele era macia como cetim, o mamilo duro como uma pedra sob minha palma. Um arrepio percorreu todo o seu corpo, e ela arqueou as costas, oferecendo-me mais.
— Me beija. — Ela ordenou, e não era minha mãe falando. Era uma estranha. Uma estranha linda e perversa.
Mas aquilo já era demais para mim. Eu estava entre o tesão e a repulsa. Incapaz de acreditar no que acontecia.
O homem moreno olhou para mim com um sorriso torto nos lábios.
— Ouviu sua mãe, garoto. Vamos ver se você herdou o talento dela.
Eles perceberam minha hesitação, meu limite, e não me forçaram a continuar.
Minha mãe estava de volta aos joelhos, sendo penetrada pelo homem moreno novamente, seus olhos fixos em mim. Meu pai estava atrás dela, acariciando seus seios, murmurando elogios sujos em seu ouvido. Era um quadro de depravação perfeita. E eu era parte dele.
Minha mente estava confusa, mas excitada, povoada apenas pelo som de pele batendo contra pele. Eu me ajoelhei, meus olhos estavam vidrados na cama, naquele ritmo hipnótico.
O moreno segurava os quadris da minha mãe, suas coxas musculosas tensas a cada investida. Cada estocada fazia o corpo dela balançar para frente, seus seios pesados oscilavam no ar. Ela não fazia mais nenhum esforço para se sustentar. Seus antebraços estavam cruzados sobre o colchão, a cabeça enterrada entre eles, e da sua boca saía um gemido contínuo, abafado a cada impacto.
— Ahhhhhh… Hummmmm…
— Isso, cadela no cio. — O homem grisalho, que agora estava de pé ao lado, roçava a cabeça do pau no rosto dela. Aquilo parecia ser sua tara. — Grita. A casa é grande, ninguém vai te ouvir sendo arregaçada.
Meu pai se moveu, pegando o celular da mesinha de cabeceira, os dedos dançando sobre a tela com uma urgência que não combinava com a cena. Ele falou algo baixo, rápido, que se perdeu no mar de sons. Em seguida, ele deslizou para fora do quarto, o roupão preto de seda aberto, esvoaçando, como as asas de um morcego.
Sua ausência durou apenas alguns minutos. Para mim, foi uma eternidade. Eu me perdi completamente. A aversão inicial derretida, dissolvida pelo calor que emanava daquele centro. Eu observava a forma como a espinha dorsal da minha mãe arqueava, o modo como os músculos das suas costas se contraíam, a pele das suas nádegas ficando cada vez mais rosada sob a força das mãos que a seguravam. Era uma visão de pura entrega, de desejo animal. E era a coisa mais linda e devassa que eu já tinha visto.
A porta do quarto se abriu novamente. Meu pai voltou, e não estava sozinho.
Ele entrou primeiro, com um ar de mestre de cerimônias satisfeito. Atrás dele, duas silhuetas hesitantes cruzaram a soleira.
A primeira era Dona Marta, nossa empregada. Eu a reconheci instantaneamente, mas transformada. Em vez do uniforme azul claro, ela usava um roupão felpudo simples, aberto na frente, o suficiente para mostrar a curva generosa dos seus seios, envoltos em renda preta. Seu cabelo, normalmente preso num coque severo, caía em ondas soltas sobre seus ombros. Seus olhos, sempre tão práticos, estavam cheios de desejo, varrendo a cena com uma mistura de choque e uma curiosidade que ela não conseguia disfarçar.
E atrás dela… meu estômago deu um nó, seguido por uma pontada aguda de desejo. Isabela. A filha da dona Marta. A garota que, durante todo o meu ensino médio, foi o objeto de todas as minhas fantasias adolescentes tímidas.
Ela crescera. Não era mais a magrinha de lindos traços que ajudava a mãe a espanar os móveis. Era uma mulher jovem, esbelta, com quadris estreitos, seios pequenos e firmes sob um baby-doll de seda rosa que não escondia nada. Seu cabelo castanho-claro estava solto, e ela mordia o lábio inferior, seus olhos enormes pousados em mim, na minha ereção marcada, antes de voarem para a cama, para a figura da minha mãe sendo possuída. Seu rosto corou intensamente.
— Antônio, pelo amor de Deus… — Dona Marta começou, mas sua voz falhou.
— Marta, Isabela… — Meu pai anunciou, sua voz sobrepondo os gemidos contínuos da cama. — Como vocês podem ver, temos uma celebração familiar. Meu filho Rodrigo voltou antes do esperado e… está se integrando.
Seu olhar passou por mim, com um brilho de orgulho doentio.
— Pensei que poderíamos tornar a noite mais completa. Vocês sempre demonstraram simpatia pela nossa dinâmica. E sabemos que a Isabela sempre teve, digamos, uma quedinha pelo Rodrigo.
O homem moreno, sem parar seu movimento, olhou por cima do ombro.
— Reforços? Então essa é a famosa Marta… a preferida do patrão.
— Marta… — Minha mãe gemeu, virando o rosto para o lado. Seu olhar estava turvo, distante. — Isabela.. fiquem. Por favor.
Foi a voz dela, suplicante e cheia de uma autoridade sexual embriagada, que quebrou a última resistência. Dona Marta soltou um suspiro de excitação, de quem não precisava ser convidada novamente. Seus dedos foram ao cinto do seu roupão e o desataram. O tecido caiu, revelando um corpo maduro e voluptuoso, cheio de curvas suaves, envolto apenas na lingerie preta. Ela era uma mulher mais direta, sensual de um modo que a minha mãe, com sua elegância mais refinada, não conseguia ser.
Isabela parecia paralisada. Seus olhos encontraram os meus novamente. Eu devia parecer um animal, ajoelhado, admirado, a ereção deformando minha calça. A menina por quem eu suspirava à distância estava vendo o monstro em que eu me transformara em questão de minutos. E ela não estava fugindo.
— Vem, filha. — Dona Marta chamou, puxando Isabela pela mão para mais perto de mim.
O clima mudou. O ar, já denso, ficou eletrizado com novas possibilidades.
— Rodrigo… — Meu pai disse, aproximando-se. Ele parou ao meu lado, olhando para as duas novas mulheres. — O espanto já passou, hora de agir.
Meu pai se inclinou, falando mais baixo apenas para mim.
— Marta tem uma boquinha maravilhosa. E a filha… aquela que você sempre espreitava pela janela da cozinha... Olha só para ela. Está tremendo. De medo ou de vontade, o que você acha?”
Eu engoli seco. Meu olhar pulou da voluptuosa Dona Marta, com seus seios fartos, quase escapando da renda, para Isabela. Ela estava encolhida, os braços cruzados sobre o peito, o baby-doll revelando a sombra escura entre suas pernas. Aquele velho desejo adolescente, puro e confuso, colidiu com a depravação brutal do momento presente e explodiu em algo totalmente novo.
— Vai logo. — Meu pai ordenou, não mais sussurrando. — Sua mãe está ocupada sendo uma boa anfitriã. Vá e cuide direitinho da putinha que você sempre sonhou em possuir.
Eu me levantei, minhas pernas trêmulas. O homem moreno na cama aumentou o ritmo, e os gritos da minha mãe se tornaram mais agudos, um som de puro êxtase carnal. Era a trilha sonora da minha caminhada.
— Mete mais forte, seu puto… Ahhhh… fode essa buceta… mete fundo…
Dona Marta me encarou, um sorriso pequeno e depravado em seus lábios.
— O menino estudioso cresceu e está de volta para nós.
Isabela não disse nada. Ela só olhava. Parei diante delas. O cheiro do sexo da cama misturava-se ao perfume barato de Dona Marta e ao cheiro limpo, de sabonete, que ainda vinha de Isabela.
Minha mão se ergueu, quase por vontade própria, atravessando o pequeno espaço até encontrar o braço de Isabela. A pele dela era lisa como porcelana fresca, e ela estremeceu violentamente sob meu toque.
— Rodrigo… — Ela sussurrou. — Cuida bem de mim.
Eu não consegui encontrar palavras. Em vez disso, usei as mãos. Queria testar as possibilidades, ver se valia tudo, então puxei Isabela com delicadeza contra o corpo macio e aquecido de sua mãe. Elas ficaram de frente uma para a outra, a juventude tensa e a maturidade confiante. E então eu as envolvi com meus braços, puxando os dois corpos contra o meu.
Dona Marta soltou um som baixo, de satisfação, e sua cabeça se inclinou. Ela não beijou minha boca. Seus lábios, pintados de vermelho escuro, encontraram meu pescoço, e ela me mordeu, não com força, mas com uma pressão cheia de promessas. Suas mãos desceram pelas minhas costas, se agarrando às minhas nádegas, forçando minha ereção contra o seu quadril.
Isabela estava imóvel, seu rosto enterrado no ombro da mãe. Eu podia sentir o coração dela batendo como asas de um pássaro preso. Minha mão deslizou pelas suas costas, sentindo cada vértebra através da seda fina, até chegar à curva das suas nádegas. Era pequena, firme, e eu apertei.
Ela gemeu, um som sufocado.
— Ela nunca fez isso, sabia? —Dona Marta murmurou contra minha pele, sua língua traçando o caminho que seus dentes tinham feito. — Mas ela queria. Ela sempre olhava para você, o jovem senhor da casa, com aqueles olhos de cordeiro. Mostra pra ela, Rodrigo. Mostra pra minha Isabelinha o que os homens de verdade fazem.”
A ordem, vinda dela, acendeu algo em mim. Eu me afastei um pouco, segurando o rosto de Isabela com as duas mãos. Seus olhos estavam vidrados nos meus, mas no fundo deles ardia uma chama.
Eu desci. Meus lábios tocaram os dela. Foi como beijar uma pétala. Ela estava paralisada, seus lábios finos e imóveis sob os meus. Então, lentamente, com uma hesitação que me fez doer de desejo, ela começou a responder. Seus lábios se separaram um milímetro. Sua língua tocou a minha, um toque de fuga, antes de se retrair.
Eu tomei a frente. Beijei-a com mais profundidade, mas ainda me contendo. Era um beijo de posse, sim, mas também de introdução. Eu saboreei o medo e a excitação nela, o gosto de bala de hortelã e nervosismo.
Enquanto eu beijava a filha, suas mãos subiram e se prenderam aos meus braços, seus dedos finos cravados na minha carne. Dona Marta observava. Suas mãos não estavam paradas. Ela as deslizou pelo corpo da filha, por cima do baby-doll, apertando seus seios pequenos, beliscando os mamilos que ficaram duros e visíveis através do tecido. Ela então levou uma das mãos para baixo, para entre as pernas de Isabela.
Isabela interrompeu o beijo com um gemido agudo, pueril.
— Mãe…
— Shhh, filha. — Dona Marta sussurrou no ouvido dela, enquanto sua mão se movia sob a barra de seda. — Deixa. O senhor Rodrigo está aqui. Ele vai cuidar de você. Você sempre quis, não foi? Aquele crush bobinho, adolescente, agora você pode ter.
Continua…
