O Flagra: Minha Esposa Santa me Traiu - Cap. 02

Um conto erótico de Ramon66
Categoria: Heterossexual
Contém 2398 palavras
Data: 25/12/2025 20:07:05

Mas espere, por que meu pau estava tão duro?

A pergunta bateu na minha cabeça com a mesma cadência do grave — tum-tum-tum — e por um segundo eu quis rir de mim mesmo, um riso feio que morria antes de sair. A garganta estava arranhando de uísque barato; a língua, pastosa. O ar dentro do clube tinha cheiro de gelo derretido, desinfetante fraco, perfume doce e suor masculino acumulado em tecido estofado há décadas. E, por trás de tudo, um rastro constante de cigarro grudado nas paredes — mesmo com a placa “PROIBIDO FUMAR” fingindo autoridade.

O velho tinha sumido com ela atrás da cortina.

A cortina não parecia nada demais: uma faixa de veludo escuro, meio ensebado, com a barra roçando o chão. O tipo de coisa que, do lado de cá, prometia apenas corredor e banheiro. Do lado de lá, minha esposa.

Eu tentei contar o tempo. Um minuto, dois, três… mas o tempo no álcool é um bicho sem ossos. A luz roxa do neon fazia o gelo no meu copo parecer violeta. Eu pedi outro, e a garçonete — a mesma, com olhos vivos e sorriso de quem já viu homens quebrarem por muito menos — encostou a bandeja na minha mesa e deixou o copo descer com um *toc* úmido, como se a madeira respirasse.

— Tá tudo bem aí, docinho? — ela perguntou perto do meu ouvido, para vencer o som.

A pergunta era quase carinhosa. O tom não era. Era curiosidade de laboratório.

Eu encarei o líquido âmbar e vi meu reflexo tremido. Minha mão estava suando. A aliança apertava meu dedo como uma ironia.

— Só… — eu consegui dizer, e parei, porque “só” era uma mentira.

Ela me olhou por um segundo a mais do que o normal. Os olhos dela passearam pelo meu rosto, pelo meu pescoço, pela minha mão. A aliança. O tremor. A necessidade.

— Você tá pálido — ela disse. — Come alguma coisa, senão desmaia.

Ela não esperou resposta. Foi embora, o quadril desenhando um caminho entre mesas. Eu fiquei ali, sentado como se o estofado tivesse pregado minhas costas.

Na frente, outra garota dançava. Era bonita. Era jovem. Tinha brilho de óleo no peito e um sorriso treinado. Eu não vi quase nada. Minha visão continuava voltando para a cortina, como se meus olhos fossem imãs.

Eu imaginava o corredor: estreito, paredes descascadas, cheiro de mofo e perfume, um quartinho com sofá de couro rachado e lençol trocado com pressa. Eu imaginava a mão do velho — grande, enrugada — empurrando o roupão dela para o lado. Imaginava a calcinha vermelha descendo pelos joelhos. Imaginava o som do zíper, a respiração apressada, o *ploc* de saliva engolida.

Meu estômago se revirou. Eu bebi.

O uísque desceu queimando, e por baixo do ardor veio outra sensação: um calor baixo, indecente, no fundo da barriga. Meu pau respondeu como se tivesse vontade própria, engrossando dentro da calça com um latejar irritante. Eu apertei as coxas, como se isso resolvesse, e só piorou — o tecido roçando na cabeça sensível, o corpo inteiro lembrando que eu estava vivo e traído ao mesmo tempo.

Na pista, o DJ gritou alguma coisa, o público respondeu, e alguém atrás de mim comentou, rindo:

— Hoje a Tanya tá rendendo, hein. Tá pegando geral.

“Tanya.” O nome falso dela. O nome que, agora, parecia mais real do que “Estela”.

Eu fechei os olhos por meio segundo, só para respirar. O ar cheirava a perfume doce e a uma nota metálica de ansiedade — a minha boca tinha gosto de moeda. Eu abri os olhos de novo no reflexo do copo e vi a cortina mexer.

Primeiro foi só um tremor, como vento. Depois, uma dobra puxada.

E então ela apareceu.

Estela saiu do corredor escuro como se tivesse acabado de entrar numa festa onde todo mundo queria ela. Um passo, depois outro, o salto vermelho fazendo *clac* no piso, e eu senti a pele dos meus braços arrepiar. Ela ainda usava o roupão preto curto, mas agora ele estava mais aberto no peito — e o baby doll vermelho aparecia por baixo como uma língua de fogo. O cabelo loiro estava menos arrumado; cachos soltos, alguns grudados na têmpora, como se alguém tivesse segurado a cabeça dela com força. O batom vermelho, impecável quando ela entrou no palco, estava levemente borrado no canto da boca.

Ela lambeu o lábio inferior, um gesto rápido, automático.

E esse gesto me cortou.

Porque não era um gesto de “dançarina em cena”. Era um gesto íntimo, pós-alguma-coisa. Como quando ela limpava a boca depois de me beijar… só que agora eu sabia que não era de mim.

Ela caminhou pela lateral do clube, perto do bar. A luz pegou no rosto dela e eu vi melhor: as pupilas um pouco dilatadas, a respiração ainda alta. A pele do pescoço brilhava. O perfume dela — aquele mesmo que eu conhecia, que eu comprava — agora vinha misturado com um cheiro novo, mais cru: suor masculino, desodorante barato, e uma nota quente, salgada, de sexo recém-feito que atravessava o ar mesmo a metros de distância.

Eu devia estar inventando. Eu devia estar alucinando.

Mas eu não estava.

Ela parou perto do bar, conversou com alguém que eu não via (o corpo bloqueava), pegou um copo d’água e bebeu como se estivesse com sede de verdade. Enquanto isso, com a outra mão, ela ajustou a alça do baby doll no ombro — e o movimento puxou o tecido para baixo, revelando um pedaço de seio branco, pesado, com silicone firme, o bico escuro marcado sob o pano fino.

Meu pau deu um solavanco.

Eu fiquei com raiva de mim mesmo por sentir isso. A raiva veio como uma onda quente no rosto. Eu queria levantar e gritar. Queria atravessar a boate e arrancar o roupão dela. Queria bater no velho. Queria bater no DJ. Queria bater em mim.

Mas eu não mexi um músculo.

Porque, junto da raiva, veio outra coisa: um fascínio doentio. A sensação de que eu estava assistindo a uma verdade que sempre esteve ali, escondida na gaveta do suéter, e finalmente tinha saído para respirar.

Ela virou o rosto.

Os olhos dela varreram o salão como quem procura alguém específico. Passaram por mesas, por homens, por sombras. E então pararam em mim.

Não foi como em filme, com música parando. Foi pior: a música continuou, o grave continuou, a boate continuou viva… mas o meu corpo congelou.

Estela me viu.

Eu vi a mudança no rosto dela num piscar: primeiro o choque — um microsegundo de sobrancelha levantando, a pupila travando — e logo depois algo que eu não reconheci na minha esposa: uma calma calculada, como se ela tivesse encontrado uma peça perdida e encaixado no lugar certo.

Ela não pareceu culpada.

Ela pareceu… interessada.

Ela olhou para minha mão, para o copo, para minha cara. Eu sabia como eu devia estar: olhos vermelhos, mandíbula travada, o nó da gravata afrouxado, a vergonha escorrendo pelo meu pescoço como suor.

Ela inclinou a cabeça de leve, como quem avalia um animal.

Depois sorriu.

Não um sorriso doce. Um sorriso curto, de canto, que não mostrava dentes. Um sorriso de quem acabou de ganhar.

E começou a andar na minha direção.

Eu tentei me preparar. Eu disse para mim mesmo: “Levanta. Vai embora. Agora.” Minhas pernas não obedeceram. Eu fiquei ali, sentado, com a coluna dura e o pau duro, as duas coisas igualmente humilhantes.

Ela veio devagar, atravessando as mesas. Homens olharam para ela, como sempre olhavam. Alguns assoviaram. Ela nem virou. Ela estava olhando para mim. Cada passo dela era um prego.

Quando chegou à minha mesa, ela não sentou. Não pediu permissão. Apenas se inclinou e colocou as duas mãos na mesa, uma de cada lado do meu copo, me cercando no espaço. O cheiro dela me engoliu: perfume caro misturado com sexo quente. Eu senti também um cheiro sutil de látex e lubrificante, como consultório de dentista, só que perverso.

— Oi — ela disse, e a voz dela saiu baixa, quase normal, como se eu tivesse encontrado ela num shopping.

Eu não consegui responder. Minha garganta travou. Eu só olhei para ela, e o olhar foi até a boca borrada sem querer.

Ela percebeu.

Os olhos dela brilharam com alguma coisa parecida com diversão. Ela pegou meu copo com dois dedos, levantou e cheirou o uísque como se fosse vinho.

— Você tá bebendo meu Jack? — ela perguntou. — Que fofo.

Ela deu um gole, e eu vi a garganta dela engolir. Vi o batom borrando mais.

Minha mão se mexeu sozinha, em direção ao copo, como se quisesse recuperar algo. Ela pousou o copo de volta com um *toc* e, antes que eu fizesse qualquer coisa, deslizou a mão dela por cima da minha, prendendo meus dedos no tampo da mesa.

A mão dela estava quente. Umidade de suor.

— Você me seguiu — ela disse, sem acusar, apenas afirmando. — Eu vi seu carro lá fora.

— Estela… — minha voz saiu como areia. — O que é isso?

Ela abriu um sorriso mais largo, e aí sim mostrou dentes.

— Isso? — ela repetiu, e olhou em volta como se estivesse olhando a decoração. — Isso é meu trabalho.

Eu senti o estômago cair.

— Trabalho? — eu repeti, patético.

Ela inclinou o corpo um pouco mais, o decote do roupão abrindo, e eu vi a curva do seio, a pele brilhando de óleo. O mamilo estava duro sob o tecido. Ela percebeu meu olhar e não fechou. Pelo contrário, deixou mais.

— Você achou que eu saía com a Cátia? — ela perguntou, com uma doçura venenosa. — Você é tão… fiel. Tão certinho. Eu sempre adorei isso em você.

As palavras “fiel” e “certinho” vieram como tapa. Eu senti minhas orelhas queimarem.

— Você dormiu com ele — eu consegui dizer, apontando com o queixo para a cortina, porque eu não tinha coragem de apontar com a mão. — Eu vi você indo.

Ela não negou.

Ela soltou uma risadinha curta, quase um suspiro.

— Dormi — ela disse. — E você ficou.

Minha respiração falhou. Eu abri a boca, fechei, abri de novo. O som do clube parecia distante, como se eu estivesse embaixo d’água.

— Eu… eu não sabia… — foi tudo que saiu.

Ela apertou minha mão mais forte sobre a mesa.

— Mas seu pau sabia — ela sussurrou, e os olhos dela desceram para minha virilha, onde a ereção marcava a calça. — Olha isso.

Eu tentei cobrir com a outra mão, tarde demais. A vergonha subiu pelo meu peito como febre.

Ela encostou a ponta do dedo no volume, por cima do jeans, um toque rápido, medindo. Um choque atravessou meu corpo inteiro. Eu prendi a respiração como se alguém tivesse colocado uma arma na minha cabeça.

— Tá duro mesmo — ela disse, com uma naturalidade cruel. — Você tá… excitado.

— Não — eu menti.

Ela fez um biquinho, debochada.

— Ah, tá. Então é só… raiva? — Ela apertou de novo, dessa vez mais firme, fazendo meu pau pulsar involuntariamente. — Você sempre mente mal quando tá com tesão.

Eu olhei para o rosto dela, procurando algum resto da minha esposa. Aquela mulher ali tinha os mesmos olhos. O mesmo nariz. A mesma boca. Mas o jeito… o jeito era outro. Como se eu tivesse vivido com uma versão domesticada e agora estivesse vendo a selvagem.

— Por que? — eu perguntei, e a palavra saiu rachada, desesperada.

Ela observou meu rosto por um instante, como se estivesse decidindo o quanto me dar.

— Porque eu gosto — ela disse. — Porque eu sou boa nisso. Porque eu gosto de ser olhada. Tocada. Desejada. E porque aqui… — ela passou a mão pelo próprio corpo, descendo do decote até a cintura, como se desenhasse uma linha — aqui eu mando.

Ela inclinou a cabeça para o lado.

— E lá em casa você manda tanto, né?

Era mentira. Eu não mandava. Eu pedia. Eu implorava com educação. Eu esperava ela “estar no clima”. E ela sempre estava cansada. Sempre estava com dor de cabeça. Sempre amanhã.

Eu senti um gosto ácido subir. Talvez fosse náusea. Talvez fosse a humilhação virando outra coisa.

Ela soltou minha mão e ficou ereta. Puxou o roupão para fechar um pouco, não por pudor, mas como quem se recompõe para uma negociação.

— Você quer verdade? — ela perguntou.

Eu assenti, rápido demais.

— Tá. — Ela olhou para o bar, para a cortina, depois para mim de novo. — Você não vai conseguir esquecer o que viu hoje. Isso eu sei. Então vamos fazer direito.

Meu coração disparou.

— Fazer… o quê?

Ela deu a volta na mesa, chegou atrás de mim, e colocou as duas mãos nos meus ombros. Os dedos dela apertaram a carne como se testassem. Ela se inclinou e falou no meu ouvido, e eu senti o calor da boca dela, senti o cheiro do batom, senti um toque úmido de respiração na minha pele.

— Vem comigo — ela disse. — Agora.

— Pra onde?

Ela roçou os lábios na minha orelha, um beijo mínimo, só o suficiente para meu corpo entender “isso é real”.

— Pros fundos — ela sussurrou. — Você vai ver. E vai ficar quietinho. Se você fizer escândalo, eu finjo que não te conheço e você vira piada aqui dentro até o fim da sua vida.

O pânico e o tesão se misturaram tão violentamente que minhas mãos começaram a tremer. Eu tentei falar, mas ela apertou meus ombros como um aviso: não agora.

Ela saiu de trás de mim e estendeu a mão. A mão dela estava aberta, palma para cima, como convite e ordem ao mesmo tempo.

Eu olhei para a mão dela. Depois para a cortina. Depois para o copo de uísque.

A boate inteira continuava vivendo: risadas, notas amassadas, o DJ gritando, uma stripper no palco abrindo as pernas sob luz roxa, o cheiro de suor e perfume e dinheiro. Tudo isso parecia uma cena feita para eu me perder.

Eu coloquei a mão na dela.

A pele dela fechou firme nos meus dedos, e ela me puxou para levantar. Minhas pernas quase falharam, mas eu fiquei de pé. Ela não me deu tempo de pensar; já estava me guiando entre as mesas, passando por homens que olhavam para ela e para mim como se eu fosse parte do show.

Quando chegamos à cortina, ela não parou. Com a outra mão, ela ergueu o veludo escuro e me puxou para dentro do corredor, e eu dou o primeiro passo atrás dela, sentindo o cheiro de mofo e sexo ficar mais forte à medida que a luz da pista morre atrás de nós.

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Continua…

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Comentários

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Galera,vamos deixar o autor concluir o conto dele,o cara continua uma história e já estão pedindo pro cara mudar uma suposta convicção dele? Vamos aguardar o desfecho e depois critica ou parabeniza.

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Você está certo Astrogildo, foi anciedade mas vou me controlar. fica aqui as minhas desculpas ao autor.

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Acompanho os demais comentários, se for para termos mais um corno manso manipulado e feito de otário, pra viver sustentando uma puta, pode parar, pois aqui é o que mais tem. Fora isso continue pois a escrita e a profundidade que esse conto pode ter são fantásticos.

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Você escreve muito bem, tenho que dar os parabéns mas me preocupa e se este conto vai para aquele caminho do corno punheteiro , já tem milhares de contos assim e já enjoou, uma bizarrice chata

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Pfv Pfv Pfv q não sejam mais um conto de um corno manso patético 🥹🥹🥹🥹

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