O "Sim" que digitei sobre o filho dela não foi apenas uma aceitação; foi o gatilho que faltava para que a conversa perdesse qualquer freio moral. O cursor piscava na tela e meu corpo, já febril sob o edredom, reagia a cada segundo de demora. Eu não queria uma menina. Eu queria exatamente aquilo: uma mulher que sabia o peso da vida.
A resposta dela veio, e não foi um agradecimento doce. Foi uma intimação.
Ayandara:
— Que bom. Porque eu não venho em pedaços, Malik. Sou o pacote completo. Meus peitos, que você deve estar imaginando agora, já sustentaram vida, têm peso, têm história. E minha barriga tem marcas de quem se esticou para abrigar o mundo. Se você quer essa preta aqui, tem que ter disposição para lidar com tudo isso.
A franqueza dela atingiu meu sistema nervoso como uma dose de testosterona. A imagem dela como mãe não a suavizava; pelo contrário, dava a ela uma aura de potência, de uma terra fértil e perigosa. Minha mão desceu instintivamente para o meu pau, apertando o eixo com força, a baba escorrendo e melando meus dedos, enquanto eu visualizava aquelas marcas que ela mencionou.
Malik:
— História é tudo o que eu quero ler, Ayandara. Mas não com os olhos. Quero ler com a língua. Passar a boca em cada estria, sentir o gosto da sua pele, o mel dos teus lábios, o cheiro que só mulher feita tem. O fato de você ser mãe só me diz que você conhece seu corpo melhor do que qualquer garota. Você sabe onde dói e sabe onde é bom. Eu não quero uma folha em branco. Eu quero o livro todo, e quero ele aberto na minha cama.
O "digitando..." dela demorou. Eu imaginava o sorriso de canto, aquele beicinho de quem está avaliando a presa. O jogo de poder estava estabelecido: eu era o faminto no portão; ela, a dona da chave.
Então, ela resgatou a lista que eu havia feito antes — vinho, frio, chocolate e o nosso F1 — e a distorceu com a maestria de quem domina a arte da sedução.
Ayandara:
— Você falou de chocolate lá em cima... A noite aqui esfriou mesmo. O pequeno acabou de dormir (até cochilei com ele aqui, mas acordei acesa). Agora a casa tá em silêncio, o edredom tá pesado, mas minha pele está queimando. Fiquei pensando nessa sua lista.
Minha respiração pesou, ficando curta. O celular quase escorregou da mão suada. O latejar entre minhas pernas se tornou doloroso, pedindo alívio, mas a mente pedia mais dela.
Ayandara:
— Chocolate é bom. E com a mente leve do F1 deve ser melhor ainda. Mas sabe o que supera? Você aqui, nossas peles contrastando, enquanto nos beijamos. Melhor que chocolate, não acha?
A mensagem veio acompanhada de uma foto de visualização única. <Mídia Oculta>
Cliquei com o coração na boca. Não era um nude explícito — isso seria fácil demais. Era um close da clavícula dela, descendo para o início do colo, onde a pele retinta brilhava com uma fina camada de óleo. A iluminação amarelada do quarto destacava a textura, o poro, a vida pulsando ali. No canto, a alça fina de uma blusa sugeria que, dali para baixo, o acesso era restrito — e absurdamente cobiçado.
Soltei um gemido rouco no quarto vazio. O tesão era uma urgência bruta. Eu precisava, fisicamente, estar dentro dela.
Malik:
— Porra, Ayandara... Você não tem noção do que fez agora. Eu lamberia até você tremer. Misturar o chocolate, o vinho, o seu suor... Eu não ia parar enquanto você não implorasse.
A resposta dela demorou alguns segundos a mais. O "digitando..." aparecia e sumia, como se ela estivesse lutando para teclar. Quando a mensagem chegou, ela destruiu o resto da minha sanidade.
Ayandara:
— E quem disse que eu ia implorar pra parar?
— Desculpa, preto... mal consigo digitar. Minha mão não aguentou. Enquanto eu leio o que você faria com a língua, meus dedos desceram. Tô tocando minha buceta agora, abrindo os lábios, sentindo como eu tô molhada só de imaginar o contraste da sua mão aqui embaixo, seus dedos longos me profanando.
A imagem mental me atingiu como um soco. Ayandara, com as pernas abertas na solidão do quarto, dedos trabalhando no próprio prazer enquanto pensava em mim. O som da minha respiração ficou errático. Minha mão acelerou o ritmo, tentando acompanhar o movimento fantasma que eu imaginava ela fazendo.
Malik:
— Isso é covardia... Meu pau tocando o lençol, deixando ele melado, a cabeça babando, querendo socar cada centímetro em você, preta. Quero tocar seu interior com minha língua, com meu pau, com meu corpo todo. Sentir seu corpo vibrar e ser meu. Goza pra mim, preta. Goza pensando no meu peso em cima de você.
Ayandara:
— Você tem sorte de estar longe. Porque se estivesse nesse quarto, com esse frio lá fora... eu não ia usar os dedos. Eu ia montar em você e te ensinar que a gente não precisa de aliança pra se prender. A gente se prende no encaixe, na pressão, no ritmo.
Nós estávamos nos entregando um ao outro, numa sincronia profana. Eu, do outro lado da tela, era refém daquela narrativa, me masturbando violentamente com a certeza de que ela fazia o mesmo. A distância física virou um instrumento de tortura prazerosa.
Malik:
— Desse jeito, você me enlouquece. Não posso garantir que eu responda racionalmente ao desejo de te devorar e sentir cada pedaço teu, e tampouco garanto que não vou abusar e te querer só pra mim.
Ayandara:
— Guardei seu nome aqui. Malik. Significa rei, né?
— Na minha cama, rei também se ajoelha. E se você for um bom rapaz até o dia do nosso encontro... talvez eu deixe você governar um pouco. Mas só depois que eu estiver saciada. Aí te dou o chocolate de noite... e aquele pão com mortadela na chapa que você prometeu no café da manhã.
A noite lá fora continuava fria, mas ali, naquele chat, o inferno estava aceso. Eu sabia, enquanto meu corpo relaxava no pós-gozo, ainda ofegante e com a mente presa na imagem dos dedos dela, que eu tinha assinado um contrato vitalício de perdição, guiado pela mão firme de uma mulher que sabia transformar água em chama.