Mamãe Teve Que Ir Sentada No Meu Colo - Pt. 12

Um conto erótico de Gil
Categoria: Heterossexual
Contém 2288 palavras
Data: 29/12/2025 01:23:45

Peço perdão. Realmente, peço perdão por essa falha na minha memória seletiva. É que, quando se conta uma história sobre deuses e monstros, tendemos a ignorar o cenário onde eles pisam. E o meu tio Roberto... bem, ele era o cenário. Ele era o tapete sobre o qual meu pai caminhava com suas botas de couro italiano.

Eu não o mencionei antes não por esquecimento, mas por arrogância. Nas partes anteriores dessa história, ele estava lá — servindo bebidas, olhando pela janela, sendo ignorado nos jantares —, mas meus olhos de jovem predador simplesmente não registravam a presa que já estava morta.

A sombra não tem contorno sem a luz. E o Ricardo era uma luz tão negra, tão absoluta, que o Roberto simplesmente desapareceu no contraste. Mas ele estava lá naquela noite. Ele é a peça fundamental da nossa anarquia familiar. Ele é o "homem sombra", o homem que aceitou o nada para não ter que enfrentar o tudo. Há uma importância anárquica e melancólica nisso: o Roberto é o lembrete constante de que a masculinidade, quando privada de poder e vontade, não morre; ela se torna um fetiche. Um fetiche de ausência.

Deixe-me descrevê-lo para você, antes que eu volte ao calor úmido da adega e à pele rasgada da Marina.

Saí da adega sentindo o peso do mundo nos meus ombros e o cheiro da minha tia impregnado na minha pele como uma maldição. O ar noturno da chácara era uma massa de calor estagnado, vibrando com o som das cigarras — um ruído que parecia a estática de um universo quebrado. Caminhei em direção à casa, sentindo o sêmen secando nas minhas coxas, o atrito da calça de linho contra o meu membro ainda sensível e latejante.

Entrei na sala de estar. O ar-condicionado me atingiu como um bisturi de gelo. E lá, sentado numa poltrona de couro marrom que parecia engoli-lo, estava o Tio Roberto.

Se o meu pai era o mármore, Roberto era a argila úmida e mal moldada. O inventário do seu desastre era poético em sua crueldade: ele tinha 47 anos, mas a pele do seu rosto parecia ter sido curtida em arrependimento e gim barato. O rosto era largo, com uma mandíbula que perdera a definição, soterrada por uma papada flácida. Seus olhos, de um azul desbotado, pareciam duas poças de água estagnada onde nenhum pensamento ousava nadar. Os cabelos eram uma penugem grisalha, rala, que ele penteava para trás com um gel barato que brilhava sob a luz dos lustres, revelando um couro cabeludo manchado de sol.

Ele usava uma camisa polo amarela — uma cor que gritava otimismo num homem que era o epicentro da melancolia. A barriga saliente repousava sobre as coxas finas, e suas mãos, com as unhas roídas até a carne, seguravam um copo de cristal com uma força desnecessária. O gelo tilintava contra as paredes do copo, o único som que ele ousava emitir.

Roberto era a "importância da sombra". Sem o seu silêncio, o grito do meu pai não teria eco. Sem a sua impotência, a minha agressividade não teria medida. Ele estava ali, assistindo ao próprio extermínio social com uma resignação anárquica. Ele sabia que a Marina estava na adega comigo. Pela posição da poltrona, ele devia ter visto o Ricardo na janela. E ele não fazia nada. O nada era a sua única arma.

— Fernando — ele disse, sem olhar para mim. A voz era um sussurro de fumaça e derrota. — Você demorou. O Barolo deve ter esquentado nas suas mãos.

— O vinho é o que menos importa nesta casa, tio — respondi, parando no meio da sala. Eu cheirava ao perfume dela, ao suor dela, ao ânus dela. E eu queria que ele sentisse. Eu exalava a prova do crime.

Ricardo surgiu das sombras do corredor, segurando a mão da minha mãe. Ana caminhava com aquela fragilidade teatral, o mancar acentuado, o vestido branco de seda escorrendo pelo corpo como leite. O contraste entre o meu pai — impecável, vibrante, exalando um poder que parecia elétrico — e o Roberto era obsceno.

— O Roberto é um filósofo do vazio, Fernando — disse meu pai, servindo-se de uísque no bar de carvalho. O som do líquido caindo era como chuva num túmulo. — Ele entende que a posse é uma ilusão. Não é, Roberto? Você não se importa que o Sucessor tenha ido verificar as safras da sua esposa, não é?

Roberto tomou um gole longo, o pomo de adão subindo e descendo com uma lentidão melancólica.

— O que é meu é seu, Ricardo. Você sabe disso. Sempre foi assim.

Aquilo não era apenas submissão; era uma anarquia de valores. Ele tinha aberto mão de tudo — da honra, da esposa, do filho — para poder continuar habitando aquele palácio de sombras. Ele era a sombra que validava o trono.

Minha mãe se aproximou de mim. O cheiro de jasmim dela colidiu com o almíscar da Marina que emanava de mim. Ela colocou a mão no meu peito, os dedos frios traçando o caminho do meu suor.

— Você está vibrando, Nando — ela sussurrou, os olhos castanhos brilhando com aquela luxúria de voyeur que a Marina denunciara no celeiro. — A adega... ela te mudou.

— Ela me mostrou que nesta família a verdade é uma piranha que a gente fode até ela calar a boca — rosnei, segurando o pulso dela com uma força que a fez arquejar.

— Nngh... Nando... — Ana gemeu, e eu vi o Tio Roberto olhar para nós.

Analisei a expressão dele. Não vi ciúmes naqueles olhos aguados. O que percebi foi algo mais patético: inveja. Inveja da vida, do drama, da energia cinética que nos consumia. Ele parecia um espectador frustrado de uma peça que ele não tinha mais coragem de atuar, resignado a assistir aos atores principais devorarem o palco.

Ricardo se aproximou de nós três, fechando um triângulo de perversão absoluta enquanto o Homem Sombra nos observava da sua poltrona.

— O churrasco de amanhã será interessante — disse meu pai, colocando a mão livre na nuca da minha mãe, puxando-a para perto. — Marina estará sensível. Matheus estará confuso. E você, Fernando... você estará com fome.

— Eu já estou com fome — falei, os olhos fixos na boca da minha mãe, que estava entreaberta, úmida.

Ela inspirou profundamente, as narinas dilatando ao captar o aroma que emanava de mim. Não houve recuo, nem nojo. Pelo contrário, vi a íris dela dilatar, engolindo o castanho. Ela passou a língua nos lábios secos, como se o rastro da irmã na minha pele fosse um aperitivo, uma promessa suja que a fazia querer me provar ali mesmo. Ricardo sorria, captando a mesma coisa que eu: Ana já era a próxima vítima, e ela ansiava pelo abate.

O clima na sala era de uma tensão sexual tão absurda que o ar parecia difícil de respirar. Era uma polêmica silenciosa: o filho, o pai e a mãe, emaranhados num jogo de olhares possessivos, enquanto o tio assistia a tudo com uma melancolia anárquica, aceitando sua posição de resíduo humano.

— Vá tomar um banho, sucessor — Ricardo ordenou, o tom voltando à autoridade de comando. — Tire o rastro da caça da pele. Ana vai subir comigo para preparar o roteiro de amanhã.

Subi as escadas, deixando o Homem Sombra para trás na sua escuridão de couro e uísque. No corredor, o silêncio era interrompido apenas pelo som dos meus passos pesados. Entrei no banheiro, arranquei a roupa e entrei no box.

A água quente bateu nos meus ombros, mas não conseguia lavar a dúvida que a Marina plantara. "Sua mãe filmou". "Sua mãe gosta de ver".

De repente, a porta do banheiro se abriu.

Não era o Ricardo. Não era o Matheus.

Era a Ana.

Ela entrou, mas não veio direto a mim. Ela parou perto da pia, a mão tremendo levemente enquanto segurava a toalha. Pelo espelho embaçado, vi os olhos dela. Não havia apenas luxúria ali; havia um pânico contido. Ela olhou para a porta fechada, como se pudesse ver o Ricardo através da madeira, cobrando a performance.

Vi a hesitação dela. Por um segundo, ela foi apenas a minha mãe, assustada e quebrada. Mas então, ela respirou fundo, engoliu a vergonha e vestiu a máscara que o Ricardo esculpira para ela.

O vestido de seda branca caiu no chão num sussurro de tecido. Ela estava nua. O inventário do corpo dela, aos 40 anos, era uma obra-prima de corrupção: seios fartos, com mamilos de um rosa escuro que pareciam flores murchas de prazer; a cintura estreita que levava a quadris que eram um convite ao pecado. A pele dela estava marcada — marcas roxas nas coxas, o sinal do Ricardo.

Ela abriu o box e entrou comigo. A água batia nos cabelos dela, colando-os no rosto.

— O Ricardo está no telefone com o Roberto — ela disse, a voz abafada pelo ruído da ducha, evitando meus olhos inicialmente. — Eles estão discutindo a dívida. Roberto vai entregar a chácara para o seu pai em troca do silêncio sobre o que aconteceu na adega.

— Ele vendeu a dignidade da esposa por um pedaço de terra? — perguntei, prensando-a contra o azulejo frio.

— O Roberto nunca teve dignidade, Nando. Ele só tem sombra. — Ela levantou o rosto, e agora sim, a hesitação sumira, substituída por um brilho febril, quase artificial. — Ele sabe que você a possuiu. Ele sabe que o Ricardo assistiu. E ele aceita, porque a melancolia dele é o que o mantém vivo. Ele quer ser o homem que não tem nada para não ter nada a perder.

O absurdo daquela afirmação me deu uma ereção dolorosa. A filosofia do vazio do meu tio era o lubrificante da nossa perversão.

— E você, mãe? — segurei o queixo dela, forçando-a a olhar para mim enquanto a água escorria pelos nossos corpos. — Você também aceita tudo? Ou está fazendo isso porque sabe que ele vai perguntar depois?

Ela não respondeu com palavras. Houve um tremor nos lábios dela, uma falha na atuação, mas ela a esmagou rapidamente. Ela se ajoelhou no chão do box.

Os sons da minha mãe eram diferentes das da Marina. Marina gritava como uma guerreira derrotada. Ana... Ana emitia sons de uma submissão devota, quase litúrgica.

— Nngh... mmm-ph... — O som dela envolvendo meu pau com a boca, o vácuo que ela criava, o estalo da língua contra a glande.

Eu a puxei pelos cabelos, forçando-a a olhar para cima.

— Marina disse que você filmou a traição dela. É verdade?

Ana parou. Ela olhou para mim com uma tristeza que parecia real, mas que eu agora sabia ser apenas mais uma camada de sua pele.

— Eu filmei porque o seu pai queria ver — ela sussurrou. — Eu sou o que ele quer que eu seja, Nando. Às vezes eu esqueço onde termina o desejo dele e começa o meu. E agora... eu sou o que você quer que eu seja.

Aquela confissão me atingiu mais forte que o prazer. Ela não era apenas uma voyeur; ela era uma prisioneira que aprendeu a amar as grades.

Eu a levantei e a virei de costas, forçando-a a se apoiar na parede do box. O mancar dela era evidente enquanto ela buscava equilíbrio. Eu não tive piedade. Eu a penetrei por trás, no mesmo lugar onde o Ricardo a destruíra horas antes.

— Aaaahhh! Fernando! — O grito dela foi abafado pela água.

Eu a possuí com uma raiva filosófica. Eu estava fudendo a mentira dela, o silêncio do meu tio e a manipulação do meu pai. Eu precisava saber se eu era o mestre daquela situação ou apenas mais um ator seguindo o roteiro do Ricardo. Eu a estocava com uma força que fazia nossos corpos ecoarem no banheiro. Pah! Pah! Pah! O som da carne molhada se chocando.

A anatomia do ato sob a água era hipnótica: a fenda dela se abrindo, a pele vermelha pelo atrito, a forma como a água batia em sua bunda e formava uma espiral que ia de encontro ao meu desejo. Eu era o sucessor, sim. Mas eu era o sucessor de um trono feito de cinzas.

— Isso... me quebra... nngh... faz como o seu pai fez... ahhh! — Ana pedia pela própria aniquilação.

Eu gozei fundo nela, um grito de fúria e prazer que se perdeu no vapor do banheiro. Quando terminei, a deixei cair no chão do box, exausta, a água lavando tudo — a culpa, a sujeira da Marina, o cheiro do Ricardo.

Saí do chuveiro, me sequei e me vesti. Ana continuou lá, sentada sob a água, uma imagem de melancolia absoluta. Ela parecia menor agora. Sem a performance, restava apenas a mulher que trocara a alma pela segurança.

Caminhei até a janela do corredor que dava para o jardim. Lá embaixo, o Tio Roberto estava parado perto da piscina. Ele segurava o copo vazio, olhando para a água azul iluminada. Ele parecia um monumento ao nada. O "homem sombra" que, em sua passividade anárquica, permitia que o inferno florescesse ao seu redor.

A importância dele era essa: ele era o silêncio que autorizava o crime.

Amanhã seria o churrasco. Amanhã, a Marina veria a irmã com o meu cheiro. Amanhã, o Ricardo consolidaria o seu império de sombras. E eu... eu estaria lá, navegando nesse mar de mentiras, tentando descobrir se eu era o predador ou apenas a presa mais bem treinada da matilha.

Fechei a cortina. O jogo não tinha regras, porque o Roberto as tinha queimado todas com sua melancolia. E naquela casa, o vazio era a única coisa que realmente tinha peso.

~~~~~~

“É mais vergonhoso desconfiar dos amigos do que ser enganado por eles.” – François de La Rochefoucauld

“ Eu sei disso porque Tyler sabe disso.” - O Clube Da Luta

>> Querem continuar a bailar comigo, meus caros leitores? Comentem, farei uma pausa de alguns dias até lançar a próxima parte. (Ou não, rs)

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 9 estrelas.
Incentive contradio a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Não cara,continue, está muito bom o seu conto,ele ainda tem que pegar a mãe dele de jeito, com uma brutalidade insana e mostrar para o pai dele que ele começou agora, mas ele é melhor que o pai corno, agora ele vai dominar as mulheres da família.

E esse papo aí do pai ficar com a chácara é injusto,pois foi o Fernando que pegou a tia de jeito.

A chácara tinha que ficar com ele e não com o corno do pai beta.

Tomara que o Fernando engravide as duas, marca o seu território definitivo.tem que destronar o pai,se possível o pai pedir um divórcio e sumir o quem sabe um acidente.

0 0

Listas em que este conto está presente

Melhores
Melhores do site