Demônio Colorido 😈😈 Capítulo 1

Um conto erótico de Dan
Categoria: Gay
Contém 1514 palavras
Data: 29/12/2025 22:30:33

Venha pra cá, venha comigo

A hora é pra já, não é proibido

Vou te contar, tá divertido

Pode chegar. Desejos têm preço. E esse é colorido demais pra ser ignorado.

O ginásio ecoava com o som de bolas quicando e tênis deslizando pelo piso encerado, mas, para Daniel, tudo parecia acontecer em mudo.

Era sempre assim quando ele aparecia.

Robinson atravessou a quadra correndo, e tudo ao redor desacelerou, como se alguém tivesse apertado o botão de câmera lenta só para ele.

A luz da tarde entrava pelas janelas altas e batia direto na pele dele — uma pele morena quente, com aquele brilho dourado perfeito de quem nasceu para ser observado.

O suor escorria pelas têmporas, descia pelo pescoço e desaparecia na gola da camiseta sem manga, moldada no corpo como se tivesse sido feita para aquilo: para grudar na pele e desenhar cada músculo. Mostrando os mamilos dele, apontados na camisa como se estivessem quase furando aquela porra

Daniel engoliu seco.

Aquele cabelo escuro, ondulado, caía um pouco sobre a testa, rebelado como se o próprio vento tivesse desistido de domá-lo. E a boca… ah, a boca.

Lábios cheios, macios… com aquele formato naturalmente sensual, como se até o silêncio dele tivesse alguma promessa escondida.

Robinson saltou.

O corpo inteiro tensionou — costas largas, bíceps marcados, abdômen firme — e por alguns segundos Daniel esqueceu que precisava respirar.

— Terra chamando Daniel… — sussurrou uma voz ao lado dele.

Era Mateus, seu melhor amigo. O único que sabia — ou fingia que não sabia — da paixão secreta que Daniel tentava esconder desde o primeiro dia de aula.

Daniel piscou rápido, desviando o olhar, mas tarde demais: Mateus já estava sorrindo.

— Você fica assim sempre que ele treina — provocou.

Daniel corou instantaneamente.

Se tivesse um buraco, entrava.

— Não fico nada…

— Não mesmo… — riu Mateus, dando um tapinha no ombro dele. — Você só para de respirar. Coisa boba.

Mas antes que Daniel pudesse responder, um apito ecoou.

O treino acabou.

Robinson passou perto deles, secando o rosto com a camisa. Parte do abdômen apareceu. E Daniel sentiu o estômago dar um nó.

Aquele homem era… inalcançável.

Parecia mesmo um halã de novela mexicana, forte, bonito, popular, cobiçado.

E ele?

Um nerd tímido que gaguejava quando precisava apresentar trabalho na frente da sala.

Só que o destino — ou algo muito mais bagunçado — tinha outros planos.

Quando estavam saindo do ginásio, Mateus lembrou:

— Ah! A gente tem que fazer aquele trabalho de História, lembra? Só que eu não tô na minha casa hoje… tô na casa de um tio meu. Um tio meio… doido. — Ele riu sozinho, como se a descrição fosse elogiosa. — Pera aí que eu te passo o endereço.

Daniel anotou, sem imaginar que aquele endereço ia mudar tudo — absolutamente tudo — na vida dele.

Horas depois — Casa do Tio Lui

O carro de aplicativo mal tinha parado e Daniel já percebeu que havia algo… excêntrico ali.

A casa era enorme, antiga, cheia de estátuas de anjos, gárgulas e símbolos esquisitos na fachada.

Mateus abriu o portão como quem está acostumado.

— Meu tio é meio esotérico — explicou, casual. — Ele tá viajando, então podemos ficar tranquilos.

Tranquilos.

Daniel achou a palavra otimista demais.

Por dentro, a casa era ainda mais estranha: máscaras africanas, frascos com líquidos coloridos, relógios antigos, livros que pareciam amaldiçoados. Uma coleção de quinquilharias mágicas espalhadas como decoração de Halloween permanente.

Eles fizeram o trabalho na sala, mas, quando terminaram, Mateus teve a pior ideia possível:

— Bora fuçar o sótão? Meu tio não precisa saber — disse com aquela expressão de quem estava claramente pedindo pra levar uma bronca futura.

Daniel hesitou.

Mas… curiosidade vence tudo, né?

Subiram as escadas rangendo até o último andar.

O sótão cheirava a poeira, madeira velha e… algo doce. Algo estranho.

E então, no canto, eles viram.

Uma mesa coberta de velas apagadas e símbolos riscados.

E bem no centro dela…

Uma redoma de vidro.

E dentro dela… alguma coisa.

Pequena. Com chifrinhos.

Parecia um monstrinho-demônio — mas fofinho, quase adorável — como um brinquedo esculpido em cerâmica.

— Que diabo é isso? — Perguntou Daniel, riu Mateus, se aproximando sem medo. — Deve ser só uma peça decorativa.

Mas Daniel, por algum motivo, sentiu um arrepio subir pela nuca.

Como se… a criatura estivesse olhando para ele.

Ele piscou.

Não se moveu.

Mateus, incrédulo, cutucou a redoma.

Nada aconteceu.

— Tá vendo? É só uma estátua. — Mateus deu de ombros. — Vou pegar água lá embaixo. Já volto.

Daniel ficou sozinho.

Silêncio.

O ar no sótão mudou. Ficou mais leve, vibrante… quase elétrico.

Então —

Toc-toc.

O som veio de dentro da redoma.

Daniel arregalou os olhos.

E a criaturinha levantou a cabeça, abriu um sorriso cínico e murmurou:

— Oi, humano.

Você demorou pra me encontrar.

A partir dali… a vida de Daniel nunca mais seria a mesma.

Daniel congelou.

Ele não sabia se deveria gritar, correr, rezar ou simplesmente apagar e fingir que nada daquilo estava acontecendo.

Mas a criatura dentro da redoma… abriu um sorrisinho preguiçoso. Como quem acorda de um cochilo delicioso.

Era pequena, vermelha, com chifrinhos tortos e olhos enormes — quase bonitos, de tão brilhantes.

Parecia uma mistura de diabinho de desenho animado com mascote de cereal infantil.

Uma gracinha.

Em teoria.

— Você… — Daniel apontou, gaguejando. — Você… você falou?

O demônio bocejou.

— Uhum. E você… você tremeu igual vara verde. — Ele riu, cruzando os bracinhos minúsculos. — Sério isso? Os humanos ficaram mais medrosos desde a última vez que vim?

Daniel engoliu em seco.

Medo não era exatamente a palavra certa.

Era mais… pânico, misturado com uma curiosidade que ele não queria admitir nem para si mesmo.

— O que… o que você é?

— Educado você não é — murmurou o demônio. — Eu falo primeiro, você pergunta depois. Regra básica da boa convivência interdimensional.

Ele se sentou dentro da redoma como se fosse um sofá confortável.

— Meu nome é Dante — disse, com um aceno teatral. — Mas não esse Dante que você conhece dos livros. O original. O verdadeiro. O que não deveria estar preso numa porcaria de vidro há duzentos anos!

Daniel piscou várias vezes.

— Você é… real?

— Não, eu sou uma alucinação coletiva causada por poeira com cafeína.

É claro que eu sou real! — Dante bateu no vidro com irritação. — E você é o primeiro humano com energia suficiente pra me ouvir em… sei lá, décadas.

Daniel respirou fundo, passo por passo tentando não enlouquecer.

— Mas por que eu?

Dante sorriu de lado.

— Porque você tem desejos fortes.

Daniel corou imediatamente — e o demônio abriu um sorriso malicioso, quase afiado.

— Ahhhh… então é desse tipo de vergonha — disse Dante, cruzando as perninhas. — Eu senti daqui. Como é mesmo o nome do moreno gostos—

— NÃO. — Daniel o interrompeu tão rápido que quase engasgou com o próprio ar. — Não fala disso!

Dante rolou os olhos.

— Você acha que eu precise perguntar o nome? A energia desse crush é tão forte que chega a feder aqui dentro. Se você tivesse um rabo, ele balançaria toda vez que o vê.

Daniel queria se enfiar dentro do assoalho.

Ele abriu a boca para negar, mas Dante o interrompeu:

— E antes que você tente mentir: eu sou um demônio, não um professor de matemática. Eu sinto as coisas.

E menino… você tá doido naquele atleta.

Daniel ficou vermelho do cabelo até a alma.

Dante continuou, animado:

— Inclusive, já que você me libertou…

— Eu te libertei?? — Daniel arregalou os olhos.

— Tecnicamente. Você me ouviu. Isso já rachou a primeira camada da redoma. — Ele bateu de novo no vidro e pequenas rachaduras apareceram. — Só preciso de um pouquinho mais.

— Mais?

— Um pouquinho só — Dante disse com um sorrisinho debochado. — Por isso eu queria te perguntar…

Ele se inclinou para frente.

— O que você mais deseja, Daniel?

O coração dele bateu mais forte.

Como se a pergunta tivesse abrido um portal dentro do peito.

— Eu… não sei.

Dante arqueou a sobrancelha.

— Ah, sabe sim.

— Não sei!!

— Sabe. — Dante deitou o rosto na mãozinha, como quem observa um passarinho tentar fugir da gaiola. — Vou facilitar: começa com R. Tão previsível.

Daniel respirou fundo, tentando manter a dignidade.

Mas Dante tinha razão.

Ele sabia.

E aquilo o assustava mais do que tudo.

Dante então deu um sorriso ainda maior — um sorriso que parecia brilhar.

— Vamos fazer assim: eu te ajudo com o moreno gostoso.

Daniel travou.

— O quê?

— Você ouviu. Eu te ajudo com o Robinson. Você fica com o cara. E eu ganho minha liberdade.

Simples.

Lindo.

E eficiente.

O mundo pareceu girar um pouco.

— Você pode… fazer isso?

— Meu amor — Dante bateu no peito minúsculo — eu sou um demônio dos desejos. Não um mágico de festa infantil.

Eu posso fazer qualquer coisa.

Só que tudo tem um preço.

Daniel sentiu o ar pesar.

E antes que ele pudesse perguntar qual era o preço…

A porta do sótão se abriu.

Mateus apareceu com uma garrafa d’água.

— Mano, que demora! Você tá falando sozinho? — perguntou rindo.

Daniel olhou pra redoma.

Dante estava imóvel.

Completamente estático.

Parecia uma estátua de novo.

Apenas os olhos — sutilmente — brilharam maliciosos.

“Pensa bem, humano”, a voz ecoou dentro da cabeça dele.

Suave. Tentadora.

“Eu posso te dar tudo o que você quer.”

CONTINUA...

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Foto de perfil de DanizinhoDanizinhoContos: 227Seguidores: 137Seguindo: 5Mensagem Autor Paraibano de 29 anos, escrevo na casa dos contos desde 2017, com experiência em contos voltados ao público jovem (embora tenha um público cativo maduro também), não tenho nada contra o maniqueísmo embora nos meus contos eu sempre prefira mostrar personagens humanizados que cometem erros, acertos e possuem defeitos e qualidades, meu maior sucesso foram os contos

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