Ela me via só como amigo - Cap. 7

Um conto erótico de Bruno (por Carlos_Leonardo)
Categoria: Heterossexual
Contém 9661 palavras
Data: 08/12/2025 19:06:16
Última revisão: 09/12/2025 08:30:53

Primeiramente, muito obrigado pelos comentários no capítulo anterior. Eu leio todos: sejam elogios, críticas e/ou sugestões. Como já disse anteriormente, mas custa nada repetir, eu só não respondo para não dar spoilers.

Por fim, no capítulo de hoje, diversas tags aparecerão.

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Eu não tive tempo para processar tantas perguntas em pouco espaço de tempo. Ela não me deu qualquer chance, pois não parou de vomitar toda sua mágoa.

- E tudo isso por quê? Por que me viu com o Vitor? O Vitor era motivo para encerrar nossa amizade?

Ainda inclinada para frente, Wanda tinha os punhos cerrados, os olhos inquisidores.

- Eu te liguei pra conversar sobre o que aconteceu. Liguei uma, duas, dez vezes e nada de você atender ou mesmo me retornar. Mandei mensagens e você nem visualizou. Não visualizou até hoje. Procurei sua mãe porque fiquei com medo de ter acontecido algo com você. Ela também demorou a me responder, o que aumentou minha aflição. Quando ela me respondeu, ela disse a frase que me atormenta até hoje.

Sua voz embargou um pouco – Ela disse: “ele não quer mais conversar contigo”.

A revelação sobre minha mãe me deixara em choque. Wanda suspirou por um instante, como se procurasse fôlego para continuar.

- Eu questionei, implorei, supliquei pra sua mãe me contar o motivo, mas ela só dizia que não sabia o que tinha acontecido entre nós, que só estava repassando o seu recado.

Então, ela parou, respirando fundo dessa vez, como se quisesse medir o peso das próximas palavras.

- Eu quis te ver, sabia? – seus olhos desviaram dos meus por um instante – Eu iria escondido, mas meus pais descobriram e me proibiram de ir. Quando perguntei porquê, me disseram a mesma coisa, que você não queria mais saber de mim.

Então, ela ficou em silêncio, talvez querendo que eu assimilasse as palavras ou esperando uma reação, um contraponto da minha parte, mas eu estava travado. Ela continuou:

- Então, tudo terminou de um dia para o outro. Eu até achava que foi por causa da situação com o Vitor, mas hoje, não sei mais o que pensar, nunca soube o porquê – ela se recostou na cadeira, cruzando os braços – E sabe o que é pior? Você não tinha rede social, não tínhamos amigos em comum, não tinha ninguém que pudesse me contar qualquer coisa sobre você. Quem poderia me falar, que são meus pais e sua mãe, só me diziam a mesma coisa, que você não queria mais saber de mim. Até do Jornalismo você saiu. Você sumiu completamente.

Aos poucos, seus olhos foram saindo dos meus, sua determinação não estava mais forte do que antes e a tensão dos primeiros momentos tinha sido substituída por… alívio, como se ela tirasse um peso dos seus ombros. Isso, curiosamente, me deu um pouco de coragem.

- Mas você está com Vitor, por que isso agora? – questionei.

- Tem razão, estou com Vitor. – ela respondeu resignada – Ele aproveitou o espaço que você deixou e voltamos. E estamos juntos até hoje, felizes para sempre.

- Uau! Então, não temos porque continuar falando…

- Realmente, não temos, nem sei porque vim aqui mesmo.

Ela fez menção de sair, mas relutou por um instante. Então, virou-se novamente para mim, com seus olhos agora marejados e a respiração trêmula.

- Eu sei a pergunta que você iria me fazer...

“Não, não, não”, senti um frio na barriga. Não acredito que Adriana contou para ela.

- Eu ia responder “sim”, Bruno. Eu ia responder “sim”…

Ela se levantou e foi embora sem olhar para trás. Eu fiquei sem reação. Será que ela sabia mesmo o que eu iria perguntar? Se ia me dizer “sim”, então, por que voltou com o Vitor? Essas perguntas começaram a brotar em meus pensamentos, em meio a confusão que minha mente tinha se tornado.

Voltei para o escritório atordoado. Queria ligar para minha mãe para entender porque ela disse para Wanda que eu não queria mais vê-la, mas temi que isso vazasse e os pais dela descobrissem. Queria falar com Adriana também para reclamar dela ter falado de mim, mas eu não teria como explicar que saí escondido dela, e de todo mundo, para me encontrar com Wanda. Procurei me controlar e não tomar nenhuma ação intempestiva.

Enquanto refletia sobre essas questões em minha sala, Adriana entrou repentinamente e estranhou meu semblante. Inventei sobre alguma situação tensa no trânsito e que por isso estava assustado. Isso pareceu funcionar pois ela sentou-se em meu colo, me dando carinho e conforto, dizendo que eu era abençoado por estar bem. Eu deveria me sentir agraciado por isso, mas dentro de mim só existia remorso, e um medo desesperado de que ele soubesse o que realmente acontecera.

Com o passar dos dias, fui tentando organizar meus pensamentos e o choque daquele encontro foi diminuindo gradativamente. Minha mãe, sempre preocupada, dizia que essas coisas no trânsito acontecem, que logo eu superaria. Eu, por outro lado, me controlava para não confrontá-la. Já Adriana ficou muito empenhada no meu bem estar, praticamente se mudando para a minha casa.

Eu, à medida que digeria as palavras de Wanda, comecei a me sentir injustiçado e, principalmente, com raiva dela e também de mim. A raiva de mim era maior por ter me achado passivo e inerte enquanto ela me cobrava atitudes que eu deveria ter tomado sem ao menos ter o cuidado de saber como eu também tinha passado por aquilo. Foi eu quem colapsei e não ela.

Aos poucos, foi surgindo em mim uma vontade de confrontá-la, mas agora comigo dando as cartas. Na semana da viagem aos Estados Unidos, escolhi uma quarta-feira para vê-la novamente. Dois dias antes, enviei-lhe um e-mail para combinar um novo encontro:

“Wanda,

Você falou sua versão. Agora é a minha vez. Encontre-me no mesmo local, na quarta-feira que vem, às 13h.

Bruno”

Ela não me respondeu, mas eu sabia que ela estaria presente. Poucas vezes na vida tive tanta certeza de algo quanto a isso. E eu comecei a me preparar, estabelecendo um roteiro dos pontos que eu queria abordar. Não iria deixá-la com a última palavra.

No dia do encontro, eu estava especialmente ansioso. Adriana e minha mãe julgaram que meu comportamento devia ser expectativa por causa da viagem, pois seria a minha primeira de avião. Não fiz questão de negar, pois isso me atendia naquele momento e evitava outros questionamentos.

Pouco antes da hora do almoço, porém, Trajano me chamou em sua sala para alinharmos junto com os demais sócios os últimos pontos da minha viagem, do memorando que eu assinaria representando a PHX e sobre o congresso que eu participaria. Quando a reunião terminou, Trajano me entregou um pacote lacrado e disse:

- Bruno, preciso que você me faça um favor. Assim que chegar em Nova Iorque, leve este pacote para a Wis Nara. O endereço está indicado aí e você não terá dificuldade em encontrar o prédio. Se ela não estiver no apartamento, o que é bem provável por causa das aulas, deixe o pacote na recepção e peça a assinatura de recebimento. Ela já foi avisada e estará aguardando.

- Tá certo, Seu Trajano. Pode deixar que eu entrego.

- Você tá bem?

A pergunta me pegou desprevenido. Ele sempre conseguia me ler.

- Sim, só um pouco ansioso com a viagem – menti e ele pareceu aceitar.

Deixei o pacote na minha sala e saí para “almoçar”. Para Adriana, avisei que ia visitar alguns empreendimentos de fundos imobiliários in loco, algo que fazia de vez em quando e que, naquele momento, funcionaria como um álibi perfeito. Ela, que terminava algum relatório, apenas deu de ombros e disse:

- Se cuida, amor.

Quando cheguei no McDonald’s, do outro lado da cidade, Wanda já me esperava na mesma mesa, na mesma cadeira. Respirei fundo e fui ao seu encontro. Sua expressão ainda era decidida como daquela vez, mas a postura parecia mais relaxada. Isso me incomodou. Ele não falou nada quando me sentei, optando por me avaliar e esperar o que eu tinha a dizer. Eu engoli em seco e falei:

- Da vez passada, você falou tudo que estava engasgada e foi embora sem me dar a chance de eu contar a minha versão...

- E precisa? – ela me interrompeu com certa arrogância, como se estivesse pronta para uma briga.

Um pequeno silêncio se instaurou entre nós, uma hesitação composta de raiva e de mágoa também, mas a postura dela não pararia. Agora, eu estava decidido também.

- Você foi breve daquela vez, então não vou tirar muito do seu tempo também.

Ela bufou.

- Então fala sua versão, vai…

- Primeiro, eu não sou seu brinquedinho emocional para você usar quando estiver afastada do Vitor e depois descartar quando estiver de boa com ele.

Vi sua postura determinada quebrando um pouco.

- Segundo, eu nunca faria parte de um trio como você quis propor. Eu não gosto do Vitor, não me dou bem com ele e quero distância. E é exatamente por isso que não te procurei mais. Você já tinha o Vitor, por que precisaria de mim?

Eu não quis negar o entendimento dela sobre minha mãe. Naquele momento de raiva, que ela continuasse pensando isso. Pouco me importava. Eu não queria ficar próxima dela, ainda mais estando com o Vitor.

- Terceiro, se quisesse mesmo falar comigo, você saberia onde me encontrar. Seus pais e minha mãe nunca foram empecilhos de verdade. Eu ainda trabalho na empresa do seu pai e fazia Economia. E você sabia disso. Você não me procurou porque não quis. Não jogue toda culpa em mim.

Percebi que ela ficou incomodada, mais tensa e acuada, o que me deixou satisfeito por estar pelo menos igualando o jogo.

- Por fim, você iria me dizer “sim”? É sério mesmo, Wanda? Você diria “sim, Bruno, eu namoro com você” minutos depois de transar com o Vitor? O que você quer que eu pense de você? Que é uma pessoa que não liga pra sentimentos, nem mesmo do seu namoradinho?

Ela arregalou os olhos, estranhamente surpresa, o que me causou... surpresa também. Ela nunca pensou por esse lado? Dei de ombros, dando uma leve risada irônica.

- Agora é minha vez de sair antes que você diga qualquer coisa... – me levantei e sair sem olhar para trás. Ela tampouco me interrompeu.

Voltei para a PHX aliviado, até certo ponto contente com meu desempenho. Assim como Wanda, na primeira vez, eu sentia como se tivesse tirado um peso dos ombros, colocado para fora tudo que estava engasgado por anos. Adriana percebeu meu bom humor e, na minha sala com as portas fechadas, me perguntou se minha “carinha feliz” era apenas pelos empreendimentos que visitei.

- Sim, você não tem ideia do quanto... – respondi dando-lhe vários beijos, nossos corpos colados.

À noite, na véspera da viagem, transamos bastante, para deixar a saudade acumulando para quando eu voltasse. Fiz ela chupar bastante o meu pau enquanto eu admirava aquele rostinho que eu amava, a única mulher que comi, minha parceira, que esteve comigo em todos os momentos, principalmente os mais difíceis.

Em um momento de descanso, lembro de ter ficado orgulhoso da nossa cumplicidade, da nossa confiança mútua, do quanto nos sentíamos bem um com o outro. Ali, concluí que meus encontros com Wanda não significavam nada mais do que algo para esquecer, para fingir que sequer existiu, com zero impacto no sentimento que eu tinha com Adriana.

Aproveitando-me de que teria a manhã de quinta-feira livre, ainda comi Adriana de várias formas, gozando em todos os seus buracos e fazendo-a gozar diversas vezes também. Fomos dormir quase amanhecendo, mas não sem antes ela falar:

- O que você tinha, hein? Você estava insaciável, quase não consigo seguir seu ritmo…

Ri por dentro, satisfeito.

- Foi pra você ficar bem saciada nos dias que ficarei fora.

No dia seguinte, no aeroporto, minha mãe e Adriana se despediram de mim bastante emocionadas. Perguntei se elas achavam que eu não voltaria mais, tamanho eram os abraços, os desejos de boa viagem e uma lista imensa de recomendações para eu seguir como mandar mensagem assim que chegar, antes de dormir e depois de acordar.

A viagem levou aproximadamente dez horas, e cheguei em Nova Iorque pouco depois da meia-noite. Ao deixar o aeroporto, já eram quase três da manhã. Segui direto para o hotel, onde o check-in era feito no primeiro andar. Após concluir o procedimento, subi pela escada rolante até o pavimento dos elevadores, que davam acesso aos quartos. No quarto, exausto, só tive tempo de enviar uma mensagem para minha mãe e para Adriana antes de adormecer.

No dia seguinte, sexta-feira, quase perdi o café da manhã, mas consegui comer a tempo. Em seguida, fui de táxi em direção ao local onde Wis morava para deixar a encomenda. Não foi difícil chegar ao local, o táxi pareceu andar em linha reta sempre. Na recepção, foi-me informado que Wis não se encontrava em seu apartamento. Provavelmente estava em aula, conforme Trajano previra que pudesse acontecer. Deixei a encomenda e assinei o documento de recebimento. Voltei para o hotel para me preparar para a assinatura do memorando.

No período da tarde, fui a sede da BlackRock representando a PHX. A BlackRock é a maior gestora de investimentos do mundo e a parceria proposta visava oferecer fundos de investimentos internacionais exclusivos para nossos clientes e dar um pontapé inicial para montar uma área internacional na nossa empresa. Tive conversas produtivas com vários gestores de renda variável americana e no final da tarde, o memorando foi assinado. Fotos foram tiradas e noticias postadas tanto no site da BlackRock quanto da PHX. Enquanto voltava para o hotel, ainda no táxi, participei de uma reunião virtual com Trajano e os outros dois sócios para comemorarmos o sucesso da missão.

Já passavam das 19h quando cheguei ao hotel. Sem pressa, organizava mentalmente meu roteiro: tomar banho, ligar para Adriana, jantar e dormir. Nada complexo. Mas as coisas raramente seguem o plano. Quando comecei a subir a escada rolante que levava aos elevadores, meu corpo simplesmente congelou. No topo, imóvel, estava Wanda, como se estivesse me esperando. Ela parecia amar essas entradas triunfais. O olhar dela, indecifrável, me atingiu antes mesmo que eu conseguisse respirar fundo.

Quando saí da escada rolante, caminhei até ela, ficando frente a frente. Wanda estava diferente, excitante, pronta para o crime. Usava uma roupa que eu só conseguiria descrever como elegante e “pronta para a noite”. Uma calça preta que parecia ser de um material mais firme, brilhando levemente com a luz do saguão. Uma blusa justa, num tom vinho escuro, que combinava surpreendentemente com ela, e um casaco claro, daqueles longos, que deixava tudo ainda mais sofisticado. Nos pés, botas pretas que passavam a sensação de que ela estava pronta para qualquer lugar, sem precisar mudar nada. Ela estava impecável. E definitivamente vestida para sair.

- Wanda, que surpresa! Como você...

Antes que eu continuasse, ela me interrompeu:

- Eu quero você!

Uma hora depois, estávamos em um restaurante que ficava numa rua calma do West Village, com fachada simples e janelas amplas. Por dentro, era pouco iluminado, com velas nas mesas e música baixa ao fundo. Era um lugar nitidamente romântico. Wanda pediu uma mesa mais reservada, perto da janela. Ela parecia acostumada àquele ambiente. Sentamos um diante do outro. A luz suave deixava o rosto dela ainda mais marcante e a situação parecia improvável. Nós dois, em Nova Iorque, sozinhos, num ambiente feito para conversas íntimas. Fui o primeiro a quebrar o gelo:

- Agora para de mistério e me conta como você veio parar aqui?

Ela sorriu. Era um sorriso doce, como nos velhos tempos. Não havia mais conflitos.

- É uma longa história…

- Seus pais sabem?

- Não. Para eles, estou com Wendy. No Rio de Janeiro...

- Eles podem acabar aparecendo lá…

- Não vão.

- Como sabe?

- Meus pais e sua mãe viajaram para uma chácara no interior.

- Uma chácara? Com minha mãe?

- Eles vão lá muitas vezes, não sabia?

- Sei que eles fazem muitos programas juntos, mas nunca soube dessa chácara. E não sabia que ela viajaria nesse fim de semana.

- Sua mãe não lhe conta?

- Na realidade, eu evito perguntar.

- Eu entendo.

- Eu fico constrangido – tentei me explicar.

- Eu também.

O garçom apareceu e fizemos nossos pedidos. Quando ele saiu, eu continuei:

- E como foi com a Wendy?

- Ela concordou em criar esse álibi para mim.

- Ela sabe que você veio me encontrar?

- Sabe.

- Como sabia do meu hotel?

- Já isso é graças a Wis Nara.

- A Wis?

- Ela quem me informou onde você estava hospedado e que horas você estaria de volta ao hotel.

- Faz sentido. Sabe, eu fui no apartamento da Wis hoje pela manhã e ela não estava.

- Eu sei. Ela recebeu a encomenda que meu pai enviou por você.

- Ainda bem. Você está hospedada na Wis?

- Sim.

- Então, a Wis é sua outra parceira de crime?

- Menos que a Wendy, mas sim.

- Por que “menos”?

- A Wis Nara queria te ver hoje à noite, te fazer uma surpresa, e te fazer companhia, te apresentar a cidade no fim de semana, essas coisas, mas… eu pedi para fazer isso no lugar dela. Ela não gostou muito, mas quando expliquei meus motivos, ela aceitou, guardando também o segredo da minha estadia aqui.

- Que motivos são esses?

- Que precisávamos conversar, resolver nossa vida, ter pelo menos um encerramento.

- Pensei que era porque me queria.

- Eu te quero de tantas formas, mas só fui lembrada disso no aniversário do meu pai.

- Aquele dia…

Ele hesitou um pouco.

- O dia que eu descobri que você namorava a Adriana…

- E que você tinha voltado com o Vitor e que a Adriana já tinha namorado o Gustavo.

- Então, ela te contou isso?

- Contou, por que a pergunta?

- Ela me disse que estava relutante em te contar.

- Parece que vocês não se falavam há algum tempo, não é?

- Sim. Depois que ela terminou com o Gustavo, ela se afastou de nós. Eu nem sabia que ela trabalhava com você e na empresa do meu pai.

- Isso é estranho. Não te contavam nada sobre mim?

- Nada. Eu perguntava muito sobre você e só me diziam a mesma coisa: “ele não quer mais falar com você, respeite isso”. Eu sofri muito, mas… uma hora… uma hora, eu…

- O quê?

- Eu comecei a ficar com raiva e decidi que não queria saber mais nada sobre você. Sua mãe era a única lembrança, mas até isso, eu fui escondendo de mim mesma com o passar do tempo.

Ela olhou pelas janelas tentando controlar suas emoções.

- Wanda, por que você voltou com o Vitor?

- Porque eu gosto dele, por que mais seria?

- Depois de tudo que ele fez…

- Pra você, o que ele fez?

- Você sabe… ele te colocou em stand by para ver como era a vida lá fora, aí pareceu não gostar e resolveu voltar pra você, com o rabinho entre as pernas. Isso me incomodou bastante porque eu te vi sofrer tantas vezes e sempre estive ao seu lado, colhendo seus cacos. E, de repente, bastou ele estalar os dedos que você voltou.

- Eu sinto muito que você tenha se incomodado assim.

Dei de ombros:

- Já passou, mas preciso confessar que ele é o motivo de eu ter me afastado. Eu não ia suportar ficar ao seu lado vendo que você voltou para ele.

- Obrigada por me confirmar isso, Bruno. No começo, eu achei que o motivo fosse o Vitor realmente, mas com você me ignorando, eu me desesperei e cogitei outros motivos para seu afastamento.

- Que outros motivos?

- Prefiro não falar. Eu estava num lugar muito sombrio da minha mente quando pensei nessas coisas. Não queria reviver novamente.

- Tudo bem.

Ela deu um suspiro.

- Sobre o Vitor, naquele dia, a gente não transou.

- Não? – olhei-a surpreso.

- Tudo bem se você não quiser acreditar em mim, mas não transamos. Bem que ele queria, mas não transamos.

- Eu ainda lembro da cena. Ele descendo enquanto fechava o cinto da calça e vestia uma camisa branca. O que eu poderia pensar? Fiquei muito constrangido.

- E eu fiquei muito envergonhada quando te vi. Não soube como reagir… mas o Vitor, ele tinha aparecido uns 20 minutos antes de você chegar. Ele veio de surpresa, apenas isso. Ele trazia… – ela baixou o olhar – batatinha frita e um copo de refrigerante para mim.

Eu revirei os olhos. Ela continuou:

- Então, aconteceu que ele derrubou o refrigerante na própria camisa. Muito tempo depois, ele me confessou que fez isso de propósito. Levei ele no banheiro de cima para que pudesse se enxugar e a camisa que ele vestiu era do meu pai, eu que peguei ara ele. Quando escutei vozes, avisei a ele que ia descer e esperá-lo, então ele me puxou e tentou me beijar, mas logo o larguei. E desci, quando eu te vi.

- Não sei se acredito nisso, ele parecia muito satisfeito quando falou comigo.

- Ele estava querendo se impor, mas você não percebeu. Não percebe até hoje.

Assimilei.

- Não entendo. Não estou em briga com ele, estou?

- Bruno, ele morre de ciúmes de você.

- De mim? Olha para ele, o príncipe que namora a princesa. Por que ter ciúmes de mim, um reles plebeu?

Ela baixou os olhos, não respondendo.

- Ele tem motivos para ter ciúmes, Wanda?

Ela pareceu hesitar um pouco.

- Eu não voltei com o Vitor naquele dia. Ele passou seis meses tentando me reconquistar. Enquanto ele me falava palavras românticas, eu ficava me perguntando porque você tinha se afastado de mim. Ele viu todo meu sofrimento por você. E ele acabou sabendo o que vivemos no período que ele sumiu. Ele sabia que eu não era mais a mesma, mas isso pareceu motivá-lo mais ainda. E ele tentou muito, tentou tanto que acabei cedendo e voltamos a namorar. Ele não é uma pessoa ruim, Bruno. Nós tivemos inúmeros motivos maravilhosos, nossa química é boa e não tenho muito do que reclamar dele desde o retorno. Acontece que… não é mais como da primeira vez, mas estou conformada com isso.

- Você não me parece feliz com ele.

- É que a forma como ele terminou ainda me incomoda. Estou muito pés no chão nesse relacionamento.

- E eu volto àquela questão: você voltou mesmo assim?

- Pois é, olhei lá fora e não vi nada melhor que ele e que estivesse disponível. Por isso, voltei.

Nossa conversa foi temporariamente interrompida com a chegada do garçom, que trazia nossos pratos. Enquanto comíamos e apreciávamos a culinária americana, falamos de assuntos mais triviais, relacionado aos anos em que ficamos separados.

Ela contou sobre causos na faculdade de Jornalismo, as novas amizades que fez, que nunca mais falou com Larissa e Renata e que motivada por Vitor e seu novo amigo Gustavo, passou a andar mais em festas e baladas. E que foi numa balada que Gustavo conheceu Adriana e, pouco tempo depois, começaram a namorar.

- Pra quem era contra a ideia de namorar – ela comentou sobre Gustavo – foi estranho vê-lo namorando a Adriana.

- E como eles eram namorando? Como ele era com ela?

- Ah, Bruno, no começo tudo era bom e nós quatro saíamos juntos, muitas vezes. Eles pareciam se gostar bastante, não vou mentir para você, mas o Gustavo… bem… ele era um solteiro convicto e de repente, se amarrou completamente na Adriana?! Foi estranho pra mim. Aos poucos, ele foi ficando mais possessivo, mais ciumento e mais… pra frente, querendo que ela fizesse coisas que… bom, ela não queria fazer, mas fez. E fez porque gostava dele.

Wanda baixou o olhar, claramente querendo esconder algo.

- Que coisas? Eu preciso saber, Wanda.

- Eu não sei se posso… isso diz respeito a Adriana. Acho melhor você perguntar a ela.

- Por favor, me fala.

- Não posso, Bruno. Eu… eu não quero me meter. Por favor, não me julgue mal ou fique chateado comigo. Eu só quero ter uma noite agradável contigo.

- Noite agradável… - sussurrei resignado, desviando o olhar dela.

Ficamos num silêncio desconfortável. Apenas continuei comendo, irritado com os rumos daquela conversa.

- Ela te ama, Bruno. – ela falou quebrando o silêncio – Eu a vi muitas vezes com Gustavo e um pouco com você, e posso afirmar que ela é muito mais feliz contigo. Por favor, acredite em mim!

Encarei Wanda e ela me pareceu um tanto sofrida por me dizer isso. Queria entender o peso por trás daquelas palavras, mas não de Adriana e sim dela. Talvez percebendo, ela mudou de assunto:

- Foi um choque quando descobri que você tinha trancado Jornalismo.

- Devo admitir que o prazer de fazer aquele curso era só para estar com você. Então, não deve ter sido uma surpresa para você saber que tranquei.

- É, não… não foi, mas… eu tinha esperança ainda. Eu torcia para você aparecer na aula e a gente acertar nossa vida. Quando descobri o seu trancamento, eu tive que me controlar bastante para não chorar na secretaria, na frente de todo mundo. Eu perdi aula e fui para um local distante apenas para chorar, chorar sem parar. Fui resgatada hora depois pelo… Vitor.

Ela pousou os talheres devagar, como se quisesse esconder alguma vergonha por me dizer isso.

- Ele sempre te salva – forcei um sorriso sincero, sem zombaria – Vocês sempre foram feitos um para o outro. Acredito que o ano separados ajudou cada um a perceber o sentimento que tem pelo outro. O Vitor ter agido assim me deixa mais tranquilo sobre me afastar de você, porque quem voltou pro seu lado foi o homem da sua vida.

- Não foi assim que eu entendi as coisas. Você fala como se sua presença não tivesse importância nenhuma na minha vida, mas olha nós agora, seis ou sete anos depois, sentados num restaurante, em outro país, longe de tudo e de todos. Isso aconteceria se você não tivesse importância nessa história toda?

- O que você quer dizer com isso?

- Estou a seis anos com Vitor e eu lembro muito mais do ano que passamos juntos… como amigos… do que dos anos com meu namorado. Isso diz alguma coisa para você?

- Éramos só amigos, Wanda. O Vitor é seu namorado, é quem está no seu coração.

- Não, Bruno, quem está no meu coração é…

Wanda interrompeu sua fala no momento de completar a frase, parecendo arrependida. Ela desviou o olhar, voltando-se para sua comida. Com olhos fixos no prato, ela continuou:

- Mas eu entendo que seu coração agora pertence a outra pessoa.

A pausa dela me fez respirar um pouco. Foram tantas informações compartilhadas de lado a lado que eu não sabia bem o que sentia naquele momento. Contudo, uma coisa era certa: eu ainda a via como uma “princesa” pelo qual tinha me apaixonado perdidamente. E pensar isso, não me trouxe desconforto.

- Você me conquistou de tantas formas – Wanda continuou – Eu lembro com tanto carinho o que vivemos. Houve uma época em que eu queria arrancar todas essas lembranças do meu coração e jogar no lixo... te mandei tantas mensagens, nelas eu confessei meus sentimentos...

- Eu não li as mensagens, apaguei tudo. Eu estava de coração partido. Só queria esquecer – não consegui encará-la.

- E eu só queria me explicar. Eu me sentia muito mal por tudo, pelo Vitor ter mexido comigo, me dando dúvidas sobre algo que já tinha passado.

- Já tinha passado?

- Sim, eu não percebi que minha história com Vitor já tinha acabado e que eu só estava sendo nostálgica, com um medo idiota de me arrepender caso não voltasse. Infelizmente, essas coisas só percebi com o tempo.

Ela respirou, olhos marejados, levantando a cabeça para evitar que as lágrimas escorressem.

- Sofri muito, Bruno. Eu não quero invalidar o seu sofrimento e me sinto culpada também, mas queria que você também entendesse que fiquei muito magoada e depois com muita raiva. E isso, infelizmente, definiu meu futuro também.

- Eu entendo. Juro que entendo. Acho que nós dois fomos… inexperientes.

- O que teria sido de nós se não fosse aquele fim de semana terrível? Já pensou nisso alguma vez?

- Não sei, nunca pensei, apenas segui em frente.

- É tudo que eu queria… seguir em frente.

- E você pensou como seria?

- Sim, pensei muito. Pensei naquela época e penso agora, desde o aniversário do meu pai.

Ficamos em silêncio por um instante.

- Mas fica tranquilo, Bruno. Eu não quero te deixar numa situação difícil. Eu jamais faria algo para te prejudicar ou te causar mal. E não quero causar problemas com Adriana. Eu vim para, pelo menos, recuperar meu amigo, aquele que me deu o ano mais feliz da minha vida.

- Acho que podemos voltar a ser amigos.

- Acha mesmo? – ela abriu um sorriso sincero, o primeiro daquela noite.

- Eu acho. Você não acha?

- Acho… se sobrevivermos a essa noite, eu acho que sim.

- Sobrevivermos?

- É… porque eu quero te levar numa balada. Topa? – sua expressão era indecifráveis, mas genuína.

- Não sei, uma balada é muito…

- Vamos, por favor. Só quero esquecer nosso drama por algumas horas e curtir um tempo divertido ao seu lado, como nos velhos tempos. Eu juro que não estou sendo inconsequente.

- Não quis dizer isso…

- Eu sei… vamos?!

Não consegui resistir à forma carinhosa como ela me pediu: - Vamos!

A balada era num lugar imenso e bem mais barulhento do que eu imaginaria. A iluminação mudava o tempo todo, do azul para o roxo, deixando tudo meio irreal. A pista estava cheia, o ambiente leve e todos pareciam dançar sem se importar com mais nada.

Wanda entrelaçou os dedos nos meus e me puxou para perto de um bar, pedindo duas bebidas cujo nome esqueci. Ela bebia com naturalidade, totalmente acostumada àquilo. Eu fiz careta, pois o gosto estava horrível. Ela riu, mas não por deboche e sim, com uma leveza que parecia nos colocar na mesma vibe.

Não nos falávamos, o som ambiente não permitia, mas nossos olhares faziam o trabalho sozinhos. Ela dançava com suavidade, num ritmo até certo ponto familiar, aproximando-se pouco a pouco de mim. Eu, com o copo ainda cheio, não conseguia desviar os olhos. Talvez, eu devesse estar arrependido de estar ali, mas tudo que sentia fixava-se nela.

De repente, uma música agitou a multidão. Empolgada, ela deixou nossos copos sobre uma mesa e, segurando minhas mãos, me puxou para o centro da pista. Todos ao redor pulavam em êxtase e ela, talvez percebendo minha hesitação, aproximou-se e envolveu meus braços, guiando meus movimentos até que entrássemos no mesmo ritmo. Perdi a noção do tempo, só lembro do calor do corpo dela junto ao meu, música após música.

Na hora de ir embora, Wanda continuava elétrica e eu, cansado de tanto pular e “dançar”. Ela não tinha bebido muito, mas o suficiente para permanecer alegre e livre. Ela rodopiava enquanto decidíamos o que fazer.

- Você está cansado, né? Um coroa no corpo de um jovem… - ela ria, falava e rodopiava, mas não ficava tonta, o que era surpreendente.

Ela se aproximou de mim, os olhos cheios de expectativa, como se tivesse acabado de ter uma ideia irresistível.

- E se… a gente terminasse a noite no apartamento da Wis Nara… hein? Hein? Hein? O que me diz? – sua voz tinha um tom quase suplicante, os lábios num biquinho calculado – Se ela tiver dormindo, a gente acorda. Aposto que ela vai ficar feliz de te ver... mais do que você imagina.

- Não sei, Wanda – relutei – Ela está dormindo, não vamos acordá-la.

- Espera um pouco, vou verificar uma coisa...

Wanda pegou seu celular e parou num canto, digitando freneticamente, ora rindo, depois franzindo o cenho e fazendo outras expressões indecifráveis. Depois, um riso frustrante.

– Ah, não! Wis Nara está fazendo trabalho de grupo… AGORA. Essa menina é louca.

De onde estava, Wanda me mostrou uma foto onde apareciam três meninas numa mesa e uma outra fazendo uma selfie. Todas loiras. Não consegui decifrar qual delas era a Wis. Wanda rapidamente voltou para o seu celular, terminando de digitar algo e depois guardando-o em seu bolso.

- Acho que nossa noite deve continuar em outro lugar. Você tem alguma ideia?

- Eu? – respondi surpreso – Você quem conhece Nova Iorque, não eu…

- É, mas tudo parece sem sentido agora.

Não soube o que responder. Ela voltou a rodopiar, dessa vez olhando para o céu, me passando uma sensação de liberdade que me hipnotizava. Era viciante, me causando sentimentos difusos e uma vontade de não encerrar a noite ali.

- E se formos para o meu hotel?

Ela parou e virou-se para mim, um sorriso malicioso brotando em seu rosto.

- Bruno! – sua voz era sussurrante, quase sensual – O que você está tramando, hein? Você é meu amigo, tem que me proteger.

- Não, não, não, não é isso – respondi de prontidão, agitando as mãos – É só para a… a gente passar mais tempo juntos... conversando.

- Conversando?

- Sim, conversando.

- No seu hotel?

Respirei fundo e sorri. Um sorriso que eu queria sincero, quase ingênuo nas minhas intenções. – No meu hotel.

O sorriso dela, ainda malicioso, ampliou-se num gesto seguro, convincente. Ela pareceu hesitar, inclinando levemente a cabeça como quem pondera, mas sem conseguir disfarçar uma postura corporal genuinamente satisfeita, de tão óbvia que estava. – Vamos!

Meia hora depois, encontrávamos no meu quarto de hotel. Estávamos deitados na cama, olhando para o teto, conversando sem parar. Nossas mãos estavam perigosamente próximas, mas nenhum dos dois ousou tocar no outro.

- O efeito da bebida está passando e eu estou sozinha num quarto de hotel com o meu melhor amigo.

- Que perigo! – brinquei.

- Perigo? Nada! Eu estou muito feliz por estar aqui com você.

- Eu também.

- Lembra quando ficávamos no meu quarto escutando música?

- Escutando Taylor Swift, você quer dizer?

Ela riu.

- Sim, mas se fosse hoje, eu escutaria Bad Guy, da Billie Eilish.

- Tem alguma significado especial?

- É que eu sou uma garota má – e riu.

- Medo! Pensei que só a Wis me causava medo naquela casa…

- E você tinha medo da Wis? – ela inclinou-se um pouco o corpo, olhando-me de frente, um tanto espantada.

Ri da expressão dela – Não, né? Modo de dizer. Ela sempre fugia, acho que nunca gostou de mim.

- Pelo contrário. Ela gostava tanto de você que causou timidez nela…

- Uma revelação surpreendente.

- Pois é… eu nem falei pra ela que a ideia era te levar comigo para o apartamento dela.

- Ué, por que não falou?

- Era bem capaz dela encerrar o trabalho em grupo pra nos receber. Se eu fizesse isso, Seu Trajano arrancaria meus couros…

- Engraçada a forma como falou do seu pai.

- É como vocês chamam, ué.

Rimos. Sentia-me leve. De repente, ele ficou séria, pensativa. Então, me perguntou subitamente:

- Você acha que sua mãe e meu pai tem um caso?

A pergunta me pegou desprevenido.

- Não sei. Eu acho que não. Seria muita covardia com a Dona Cecília.

- E se ela tiver de acordo?

- Por que sua mãe estaria de acordo? – perguntou espantado.

- Sei lá, vai que minha mãe gosta…

- Gosta de ser corna? – falei com intensidade, logo me arrependendo do meu tom.

- Não fala assim.

- Quem gostaria de ver a pessoa amada nos braços de outra pessoa? Acredito que ninguém.

- É, eu também não gostaria.

Wanda pareceu hesitante por um momento. O brilho e a leveza que existia em seus olhos se perdera por um momento. Ela voltou a se deitar, olhando para o teto, em silêncio. Também não disse nada, não havia como retirar o que eu disse.

- Bom – ela continuou – a conversa está ótima, mas acho que chegou minha hora de ir.

- Tá cedo – brinquei.

Ela riu, mas não respondeu. Apenas pegou o casaco, movendo-se devagar, praticamente num gesto preguiçoso. Parecia querer ser detida, ou uma princesa querendo ser salva. Contudo, não fiz nada além de observá-la.

Em frente a porta, ela se virou uma última vez. Havia tristeza em seus olhos. Uma mistura de alegria, saudade e algo que lembrava frustração. O sorriso que ela deu era curto e cansado, de quem aceitava uma derrota, de quem reconhecia o fim. Sua mão tocou na maçaneta e foi então que meu corpo reagiu antes da minha razão. Corri até ela e segurei-a pela mão.

- Não vai – supliquei, ofegante.

- Preciso, mas não quero ir. Eu tenho medo.

- Eu também.

- Nos tornaremos pessoas horríveis.

- Sim, mas terei você comigo.

Então, ela virou os olhos para mim, ainda marejados, mas havia agora um desejo mais profundo.

- Eu quero muito – ela sussurrou – Vamos errar juntos?

Não respondi e beijei a mulher que sempre desejei. Era um beijo que carregava anos de espera, de dor silenciosa, de mágoa não resolvida, de afeto antigo e de uma cumplicidade que nunca morreu. E, no centro de tudo, havia uma espécie de amor, por mais deturpado que fosse.

A noção do tempo se perdeu de novo enquanto sentia o gosto de sua boca. Quando finalmente consegui respirar, percebi que estava de joelhos, apenas de cueca box, beijando sua barriga, me deliciando com o sabor de sua pele. Ela usava uma lingerie curta, rosa, como se já tivesse vindo preparada… para mim.

Levantei-me, segurei-a pelos braços e a deitei com cuidado na cama. Ela, o desejo que sempre reprimi, me observava atenta, entregue, com uma curiosidade que parecia lhe arrepiar e que me tragava ainda mais para dentro daquele pecado inevitável.

Fui tirando sua calcinha aos beijos, apreciando cada pedaço da sua intimidade. Sua respiração acelerava, o corpo cedia, arqueando-se em resposta, como se há muito esperasse por aquilo. Ela tremia sob minhas mãos. Sua bocetinha raspadinha, quando revelada, parecia intocável, como se fosse preparada exclusivamente para mim. Ela seria minha, sem qualquer chance de volta. E isso me excitava sobremaneira.

Deslizei a mão pelas suas costas, a pressão sutil arqueando-a contra o meu toque, o suficiente para que o sutiã cedesse. Os seios redondos, empinados, ansiosos por aquela transgressão, saltaram à vista. Com uma urgência faminta, ela retirou minha cueca box, liberando meu membro já duro. Ela devorou-o com o olhar por um instante tenso, mas ainda sem tocá-lo.

Então, ela deslizou para trás, abrindo as pernas, em claro convite para consumar o pecado. Eu, ainda sentado sobre os calcanhares, encarei aquela visão divina e proibida, e senti vontade de beijar, de acariciar, de saborear cada curva. Mas havia uma urgência primordial, uma vontade de me conectar a ela antes que a realidade nos alcançasse.

- Vem – ela me chamou aos sussurros.

Obedecendo, eu avancei sobre ela, como se fosse um ritual. Fui penetrando-a, apreciando cada centímetro dessa invasão carnal, observando seu rosto se contorcer em dor e prazer misturados. Sua vagina pressionava meu pau, o que transformava aquela sensação numa tortura deliciosa.

Quando tudo entrou, nos encaramos sem dizer qualquer palavra, sem fazer qualquer movimento brusco. Por um momento, não sei o que acontecia, nem que sentimentos reinavam ali. Suas mãos, subindo ao meu rosto, ofereceram um carinho quase imperceptível.

Comecei a estocá-la devagar, como se ela fosse um porcelana que precisasse de cuidado. Sua expressão mudava à medida que os movimentos ficavam mais intensos. Então, ela puxou meu rosto e me beijou, de modo lascivo, molhado. Quando me soltou, ela me disse aquilo que sempre quis escutar:

- Eu te amo, Bruno. É você quem está no meu coração.

- Eu também te amo, Wanda. Eu sempre te amei e sempre vou te amar.

Minhas estocadas continuavam. Ela mordia os lábios, ofegante. E, diante do prazer, as verdades que existiam entre nós iam sendo estabelecidas.

- Você me conquistou por completo. Eu virei sua e sou sua até hoje.

- Sim, você é minha, meu amor. Só minha. A mulher da minha vida.

- Diz que eu sou sua mulher, diz?

- Minha mulher. Você é minha mulher. E eu?

- Você é meu homem. Meu único homem.

Voltamos a nos beijar.

- Ah, como eu quero você, Bruno. Eu sempre te quis, meu amor, meu príncipe. Você é o dono dos meus sonhos mais profundos.

- E você é a dona da minha felicidade completa.

- Você está me deixando realizada. Eu… estou toda arrepiada, amor.

- Ahhh meu anjo, é porque você merece o meu melhor. Você que é o meu sonho.

Wanda fechou os olhos, mordendo os lábios, procurando forças para suportar tamanho prazer.

- Sente, meu amor – falei – Sente o tanto que eu te amo dentro de ti. Sente o que sempre foi teu.

- É meu, só meu. Ai, Bruno, não para por favor… eu não vou aguentar, eu não…

- Aaaaaaaa...

Sua intimidade pressionou absurdamente meu pau, me dando um tesão incontrolável. Não resisti por muito tempo e acabei gozando dentro dela. Ela gozou logo em seguida, enquanto eu arfava de prazer. Ainda se tremendo, ela falou:

- Pro… promete para mim, meu amor, que… daqui um ano, se a gente tiver solteiro, vamos ficar juntos para sempre, mesmo que meus pais e sua mãe digam “não”. Promete?

- Prometo. Serei seu para sempre. E você será minha?

- Seria completamente sua.

Nos beijamos, agora com mais calma, a respiração se regulando.

- Nos encontramos no nosso auge, sabia? – ela disse entre beijos.

Não respondi, apenas assenti, dando-lhe mais beijos. E ficamos assim por um bom tempo ainda, meu pau dentro dela. Então, de repente, a realidade se impôs e os olhares, que antes eram carregados de desejo, agora só mostravam desespero, arrependimento e remorso.

Ela me deu um empurrão, tirando-me de cima dela. Em seguida, levantou-se rapidamente, focando-se apenas em coletar sua roupa enquanto reclamava para si própria.

- Isso não poderia ter acontecido. Isso foi um erro. Você namora, eu namoro. Não podia. Não, não, não…

- É, eu… eu…

- Não te culpo, erramos os dois – ela me interrompeu, ainda sem olhar para mim.

Tão logo terminou de se vestir, Wanda foi para porta e, sem se despedir de mim, saiu, me deixando atordoado. Eu fiquei sem reação.

Desabei na cama, incapaz de processar o que acabara de fazer ou de mensurar as consequências. Pensei em Adriana e senti uma dor tão profunda, que me fez chorar. O que se passou nos minutos seguintes transformou-se em um borrão na minha memória, com nenhuma lembrança para compartilhar. Em algum momento, o peso do choque me venceu e eu simplesmente apaguei.

Quando acordei, senti muito dor de cabeça e muito remorso. Fiquei me perguntando, o “que foi que eu fiz”? No celular, haviam diversas mensagens de Adriana e de minha mãe, todas preocupadas. Eu respondi que tinha dormido demais, talvez por conta de um pequeno jet leg. Adriana pareceu aceitar porque logo mudou de assunto, falando que estava com muita saudade. Avisei que não sairia do hotel no fim de semana, o que ela achou um desperdício, mas que me entendia.

> Adriana: vc não sabe se divertir sem mim, eu entendo 😉

À todo momento, temia receber uma ligação da recepção informando que Wanda tinha voltado para me ver. Eu não fazia ideia de como reagiria se isso acontecesse, nem quis pensar nas possibilidades. Havia, também, a possibilidade da Wis aparecer. Eu não saberia com o reagir se ela me perguntasse sobre Wanda. Eu só queria passar esse tempo com Adriana, mesmo que virtualmente, numa vã esperança de que isso compensasse minha terrível falha.

Felizmente, nem Wanda nem Wis apareceram. Adriana me fez companhia no restante do sábado e do domingo. Nas vezes em que fizemos chamada de vídeo, eu tive que esconder meu sentimento de culpa, transmitindo uma naturalidade quase cínica. Isso piorava tudo dentro de mim, mas minha namorada parecia não perceber nenhuma anormalidade.

A semana que se iniciou foi inteiramente dedicada a participação da Inside ETFs Conference, onde pude assistir a palestras sobre ETFs, macroeconomia e IA em investimentos. Também tive a oportunidade de fazer networking com gestores do mundo todo e participar de mesas sobre “portfólios internacionais para países emergentes”. Profissionalmente, foi uma experiência magnífica, que, entre outras coisas, me ajudou a esconder a dor que eu sentia no meu peito. Nesse meio tempo, meu contato com Adriana, minha mãe e meus sócios foi constante, principalmente a noite, quando voltava para o hotel. E zero contato com Wanda, que tinha sumido completamente. E eu não fui atrás também.

Na volta para São Paulo, no sábado seguinte, Adriana me recebeu com uma ansiedade incomum e insistiu para que fôssemos direto para a casa dela, onde estaria sozinha. Seguimos no meu carro, que permanecera com ela durante minha viagem. Havia entre nós uma expectativa silenciosa, como se ambos buscássemos compensar algo. Eu sabia exatamente o motivo do meu lado. Do lado dela, porém, abriu espaço para dúvidas. Talvez, fosse apenas projeção dos meus próprios incômodos.

No seu quarto, literalmente nos atiramos em cima do outro, tirando nossas roupas numa pressa desmedida. Logo, estávamos fazendo um 69, numa urgência implacável de agradar o parceiro. Rapidamente, gozamos na boca do outro e ela, insaciável, continuou me chupando até me deixar duro novamente.

- Tô com muita saudade, Bruno. Preciso muito de você. Me come bem gostoso.

Coloquei-a na posição de papai e mamãe, mas tão logo comecei a estocá-la, lembrei de Wanda, o que me trouxe sentimentos conflitantes, fazendo-me perder um pouco do ímpeto. Adriana estranhou:

- Que foi?

- Nada… – procurei disfarçar – é que estou desejando te comer de quatro... quero bater nessa bunda gostosa…

- Então, vem – ela já foi me tirando de cima dela e se posicionando.

Virei-a de quatro, na borda da cama e antes que eu pudesse perder toda excitação, eu enfiei meu pau nela, estocando numa velocidade alucinante. O tesão voltou, carregado por um desejo diferente, culposo. Comecei a dar vários tapas em sua bunda e falar obscenidades, o que fazia ela gemer e gritar de prazer. Logo gozei dentro dela.

Deitamos na cama e conversamos com uma normalidade que, desde o aniversário do Trajano, havia se tornado nosso novo padrão. Ela perguntou sobre a conferência e eu, sobre a semana dela na PHX. À primeira vista, tudo parecia em ordem. E isso me deixava aliviado, pois ela não tinha percebido nada diferente em mim. Dormi em sua casa, mas não transamos novamente.

Minha mãe, sempre atenta, não fez qualquer comentário fora do habitual ao me ver de volta. Nem Trajano. Aos poucos, passei a acreditar que o que ocorrera entre mim e Wanda ficaria restrito a nós dois. Reconhecia o erro, grave, e sabia que não se repetiria… ou pelo menos queria acreditar nisso. Decidi que compensaria Adriana em tudo o que estivesse ao meu alcance, dedicando-me a ela como prova do amor que sentia. E que evitaria Wanda por completo, não havia como ter amizade entre nós. E nem um relacionamento mais sério daqui um ano.

As semanas e os meses passaram e algumas mudanças só ficaram perceptíveis com o tempo. Eu e Adriana, mesmo noivos, pouco avançamos nos preparativos do casamento. Sempre dávamos a desculpa de que próximo mês tocaríamos isso. O sexo entre nós continuou bom, mas em muitos momentos, parecia mais um obrigação tácita, como se a ausência representasse algum risco para nós.

Eu e minha mãe estávamos conversando menos, mas não houve um motivo específico para isso acontecer. Talvez, cada um estivesse vivendo sua vida já que o outro estava bem. Trajano, por sua vez, passava cada vez menos tempo na PHX, muitas vezes delegando tarefas para mim. Ele insistia que eu deveria lidar com o cotidiano da empresa enquanto ele se dedicava a questões mais amplas.

E Wanda? Eu só a via pelo Instagram, nunca mais pessoalmente. Suas atualizações consistiam de fotos e stories quase sempre sozinha, muitas vezes fazendo referências ao seu trabalho. Poucas vezes aparecia com Vitor, mas quando aparecia, quase sempre era num clima de romance. Exceto pela escassez, não havia qualquer outro indicio de separação. Daqui um ano? Parecia uma bravata agora. “Ainda bem”, eu me dizia. Não vi porquê me separar de Adriana, afinal, estávamos mais que bem.

No Natal e no Reveillon, passei com Adriana e sua família. Minha mãe, para variar, passou com a família do Trajano. Quando os fogos anunciaram o ano novo, Adriana fez uma promessa:

- Esse ano vamos definir o nosso casamento. Chega de adiar. Prometo.

Selamos isso com um beijo, mas, por dentro, a decisão dela me trouxe um desespero silencioso. A culpa pelo que cometi meses antes continuava latejando. Era um arrependimento que eu evitava nomear até então. Traição.

Eu a traí e me perguntava rotineiramente como poderia ter sido capaz de fazer isso com Adriana. Longe dela, e da minha mãe também, era comum eu me encostar em algum lugar, olhar sem direção nenhuma e tentar entender pela enésima vez o que tinha feito. Não havia uma resposta que justificasse. Nunca haveria, não importava o quanto eu deixasse minha mente processar e reprocessar cada acontecimento na esperança de que, num passe de mágica, tudo fizesse sentido, aliviando meu erro e o peso da minha escolha.

Se alguém percebeu que eu vivia um doloroso conflito interno, nunca saberei. Ninguém se aproximou para perguntar o que estava acontecendo comigo. Nem mesmo minha mãe, a pessoa que mais me conhecia nessa vida. Todos ao meu redor pareciam exatamente os mesmos, estranhamente alheios ao peso que eu carregava. Ou eu disfarcei muito bem.

Exatamente um ano depois daquela noite com Wanda, eu acordei decidido a dar uma noite especial a Adriana. Fomos em um restaurante chique onde comemos, bebemos e conversamos bastante, ela numa felicidade absurda, eu tentando acompanhar o seu ritmo. Depois, minha ideia era levá-la num motel para pernoitar, transar, fazer juras de amor, me entregar por completo, mas antes, ela propôs irmos numa balada. A ironia não me passou despercebido, sobrecarregando meu coração pesado por um remorso eterno.

Adriana se entregou como raras vezes vi. Dançou, pulou, bebeu, deixou-se levar pelo ritmo, tudo dirigido a mim, num gesto claro do que queria, numa excitação que parecia transcender o tempo. Ela era o show e, ao nosso redor, homens e mulheres a desejavam. Ao me escolher como sua plateia, ela encostou-se em mim, corpo colado ao meu, o calor dela reaquecendo minha alma covarde. Segurava o copo com uma mão enquanto a outra envolvia meu pescoço. Seus dedos percorriam minha nuca num toque que me arrepiava. Ergueu-se nas pontas dos pés, aproximou os lábios do meu ouvido e sussurrou, com um prazer que me atravessou:

- Eu sou sua, sempre sua. Nunca se esqueça disso. – Um lembrete que me excitava e, ao mesmo tempo, me aterrorizava por dentro.

No motel, tudo aconteceu com uma urgência brutal. Para ela, era como se seguisse o fluxo normal, uma consequência natural de todo jogo de sedução desde o jantar. Para mim, além do desejo incontestável, parecia também uma obrigação moral, uma forma de compensação, uma tentativa desesperada de reparação para um erro que ela sequer sabia que existia.

Eu me esforçava, suava como nunca, mesmo o conflito moral me travando, eu me dedicava e a estocava numa frequência assustadora, inapelável, como se quisesse pôr para fora tanto a dor que eu sentia quanto o melhor que eu poderia dar somente a ela. O orgasmo, mesmo assim, demorava a vir. Mesmo duro, eu permanecia distante, drenado daquele instante que importava.

Até que um pensamento perverso atravessou minha mente com a força de um golpe. Uma lembrança pecaminosa, proibida, de algo que nunca deveria ter feito. “A vagabunda da minha namorada nem sonha que comi a amiguinha dela”. E, no instante em que surgiu, algo em mim rompeu. Um impulso primitivo tomou conta do meu corpo e a reação dela foi imediata.

Adriana arfou, surpresa com a intensidade inesperada, segurando-se em mim como se tentasse entender o que havia mudado tão abruptamente.

- Aí, caralho, o que é isso? – ela sussurrou enquanto meu pau jorrava litros de leite dentro dela – Seu pau tá muito duro, tá latejando muito… aiiii... Você tá gozando dentro do meu útero, eu tô sentindo tudo… isso… isso foi incrível. Eu… eu vou gozar… eu tô gozando também...

Eu me senti a pior das pessoas após ter uma das melhores gozadas da minha vida. Adriana, deitada ao meu lado, de olhos fechados, suspirava de uma forma relaxada que eu nunca vira antes. Para ela, foi tão intenso quanto para mim, mas por motivos diferentes.

Seguimos transando madrugada adentro, com ímpeto renovado, carregado por uma excitação perversa. Ambos gozamos mais vezes, sempre com uma intensidade avassaladora. Nossos corpos se encaixavam com perfeição, o mesmo eu não sei se poderia dizer quanto a nossa alma, que parecia desconectada pelo proibido.

Com ânimo renovado, nossa vida sexual passou a trilhar por caminhos mais primais. A brutalidade tornou-se uma constante e as marcas deixadas nos nossos corpos refletiam um desejo sombrio que nos devorava em silêncio. Nos dois meses que seguiram ao “um ano depois”, ultrapassamos fronteiras que jamais imaginei: atos perversos, orgasmos violentos e um estado quase religioso de escuridão, algo que ambos aceitávamos, mas evitávamos discutir. Será que Adriana era minha cúmplice?

Um dia, ao final do expediente, recebi um e-mail de um remetente desconhecido. Parecia SPAM, mas havia chegado à minha Caixa de Entrada. O título dizia: “A verdade”. No corpo, apenas: “Veja sozinho. Você precisa saber da verdade. WN”. Em anexo, dois vídeos. Inicialmente, achei que fosse vírus, deixando por isso mesmo. Não comentei com Adriana.

Mais tarde, já no meu quarto, uma estranha inquietação não me deixava dormir. Lembrei do e-mail.

A assinatura “WN” parecia óbvia demais: Wanda Nara. Coincidência? Depois da promessa que ela fizera para um ano depois, não parecia prudente descartar.

Liguei meu notebook, abri uma máquina virtual e baixei os vídeos, garantindo que qualquer ameaça ficasse isolada ali. O download demorou mais que o normal, aumentando minha ansiedade. Quando enfim terminou, um frio percorreu minha espinha. Respirei fundo. Ao clicar no primeiro vídeo, percebi que minha vida estava prestes a mudar para sempre.

O ambiente era uma espécie de ponte a beira mar. Era noite, mas a iluminação permitia ver as ondas calmas ao fundo. Encostados numa grade de madeira, duas pessoas se beijavam de forma lasciva, obscena. Trajado e minha mãe. O abraço que davam era apertado, seus corpos colados exalavam tesão. A pessoa que filmava falou numa voz que eu rapidamente reconheci. Era Cecília:

- Olha isso! Meu Deus! Que beijo é esse! Você estão me deixando arrepiada, olha aqui…

Cecília colocou seu braço na frente da câmera onde dava para perceber os pelos arrepiados. Minha mãe parou o beijo, virando-se para sua amiga, rindo com malícia. Trajano continuava beijando-a no rosto, corpo inclinado para frente, na iminência de estocá-la mesmo com roupa.

- Que foi? – perguntou minha mãe – Ficou com inveja do teu maridinho? Quer meu beijo também?

- Ai, eu quero, quero muito…

Cecília caminhou mais para perto deles, entregando o celular para Trajano.

– Segura, amor. – ela disse.

Trajano ergueu o celular e começou a filmar minha mãe e Cecília, agora abraçadas e se beijando como se não houvesse amanhã.

- As duas me deixam louco de tesão – Trajano suspirou, sua mão tremendo um pouco.

Com os lábios ainda unidos, elas murmuraram algo que não consegui ouvir e riram juntas, numa cumplicidade inegável. E o vídeo terminou ali, me paralisando.

Apesar das desconfianças ao longo dos anos, ter a prova em mãos do trisal que eles faziam era muito diferente. Eu não sabia o que pensar sobre minha mãe. Ainda havia outro vídeo, mas logo pensei que não seria necessário. O primeiro já era a verdade definitiva. Mesmo assim, por desencargo de consciência, cliquei no segundo vídeo. E tudo piorou exponencialmente.

Numa cama de motel, estava Gustavo, deitado, pau duro empinado, enquanto Adriana sentava-se em cima dele, rebolando devagar, numa entrega tão comum para mim. A câmera se aproximou da minha namorada, seu face entregue ao desejo. Gustavo beijava e mordiscava seus seios, indiferente à filmagem.

- Esse pau é muito gostoso – Adriana falou, mordendo os lábios, num êxtase visível, praticamente em transe.

A câmera se afastou, mostrando Adriana inclinando o corpo, facilitando para que Gustavo a estocasse de baixo para cima, numa velocidade impressionante. Ela gemeu bastante, manhosa como eu conhecia. Então, pararam. Ela olhou para o lado e disse:

- Vem.

E apareceu Vitor, com pau duríssimo também. Ele subiu na cama e posicionou-se atrás dela, mirando no seu cu, metendo impiedosamente em seguida. Ela gritou, sentindo um dor carregada de prazer. Eles começaram a estocar com virilidade. Uma dupla penetração dos dois homens que mais odiava na vida dentro da mulher que escolhi para casar.

A câmera se aproximou novamente do rosto de Adriana. Seus olhos estavam revirados, sua boca aberta, salivando, a respiração ofegante, falhando, a língua para fora, enquanto era destroçada por duas picas vorazes, brutais.

O vídeo encerrou.

E eu só tive tempo de correr para o banheiro e vomitar tudo, absolutamente tudo, que eu tinha jantado. Não restou nada. Minha mãe saiu do seu quarto às pressas, vindo ao meu encontro, querendo cuidar de mim, mas eu a rejeitei:

- SAI, SAI DE PERTO DE MIM, SOME DA DROGA DA MINHA VIDA.

Com os olhos lacrimejados e um medo real estampado em sua face, minha mãe recuou alguns passos, virou-se e voltou para o seu quarto, trancando a porta. Com o pouco de força que ainda tinha, limpei como pude o meu rosto e minhas mãos, caminhei até meu quarto, me trancando também.

Perguntas começaram a rodear minha mente. Por que Wanda me mandaria esses vídeos? Por quê agora? Era por causa da promessa? Mas já havia passado mais de um ano. Por que revelar, justamente naquele momento, quem minha mãe e Adriana eram longe de mim? Por que mostrar o que Vitor também fez? Wanda queria vingança? E Gustavo? Por quê? Outras perguntas surgiram, expondo um sentimento de ultraje profundo, de uma humilhação completa.

Tive medo de colapsar novamente, mas meu corpo reagia diferente, de uma forma que eu não sabia explicar. Eu necessitava reagir, responder, me vingar. Tive uma urgência avassaladora. Eu precisava falar com Wanda. Eu precisava entender tudo, queria ouvir da boca dela o que se passava, por que fizera aquilo.

Peguei meu celular. Não tinha o número dela, mas fui no seu perfil do Instagram, com a ideia de mandar-lhe uma mensagem direta. Contudo, a noite de terror tinha que terminar em grande estilo.

Trinta minutos antes, Wanda tinha feito uma postagem. Os anéis de noivado reluziam em seu dedo e no de Vitor. As duas mãos, unidas, repousavam sobre sua barriga. A legenda, um corte devastador em minha vida. Só consegui ler a primeira linha, pois o restante não importava mais:

“Agora, somos três. Vamos nos casar!”

Continua…

E agora, Bruno?

Espero que gostem. Desde já, ficarei grato com qualquer comentário, crítica ou elogio. Próximo capítulo em alguns dias.

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Comentários

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Sobre o Vitor.

O cara não foi um cuzao, terminou com a Wanda do jeito certo e lutou por 06 meses pra reconquistar ela. Tudo indica que é um cara gente boa, nunca maltratou ninguém e viveu a vida dele. E ainda tomou um chifre da Wanda

Torço para o Vitor dar certo.

Autor, vc precisa ajudar o Bruno ae pow, tá faltando testosterona pro cara meu... já tô começando a torcer contra ele.

Como já diziam no exercito: "O bonzinho, morre coitadinho, e o coitadinho não merece nada"

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Pra mim TB esse personagem não me incomoda não...ele antes de pensar em trair, se separou...voltou qd se arrependeu e correu atrás do prejuízo.

A unica coisa é que eu não acho que esse vídeo seja antigo não...agora setor, é até uma armadilha para o Bruno, pois ela omitiu muita coisa, mas foi antes do namoro...mas eu acho que talvez não com o Vitor, mas algo com alguém, até amigos dos pais da Wanda e a mãe do Bruno, a Adriana deve ter se metido...antes e durante o namoro.

Mas não acredito que o Vitor seja mal caráter não...apenas agiu no sentido de tirar o Bruno, que ele deveria temer como concorrente na época, do jogo qd quis voltar com a Wanda. O Bruno que caiu fácil...

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Nem sei o que falar...mas vamo tentar

1) a Wanda pode ter planejado tudo isso!!! Pq a promessa de ficarem juntos 1 ano depois e, exatamente 1 ano depois ele receber os vídeos?? É uma coincidência grande que não acredito que um autor dessa qualidade colocaria sem pensar.

2) comeu falei...o que aconteceu com a Adriana naquela semana que ele e a mãe foram p bh?? Foi depois dessa semana que a Adriana começou..."vc é que eu amo...nunca se esqueça disso..." Essa frase é a red frag da red frag.

3) se for a wis, será que a Wanda foi atrás dele justamente para evitar o contato entre os dois??? Ou foi p planejar esse plano???

4) qd ele disse que não conseguia imaginar como seria dividir a pessoa com outra, a Wanda desconversou... logicamente pq sabia do Gustavo e Vitor bom Adriana, mas será que TB pq pensa ou pensou em manter um relacionamento com a Adriana o Bruno???

5) voltando um pouco...o que significa aquele "dia das meninas"?? Aconteceu alguma já na formatura que sua mãe foi mas ele não??? E qual realmente é a relação e como se conheceram a Adriana e a mãe dele??? Será que o pé atrás dela foi só pq em algum momento ela namorou o Gustavo?? Ou sabe de algo a mais??? Com ctz sabe, pq a mãe já havia suspeitado que alguma iria dar, tanto que ela falou p filho ouvir a Adriana e tentar ser o mais justo possível.

Só sei que o cara foi manipulado a vida toda!!! Sinceramente eu cortaria a minha mãe da minha vida se ele fizesse isso comigo. Mesmo sabendo que foi p proteger, mas como continuar confiando???

E apenas para ajudar na indagação dos colegas...se foi a wis que mandou o vídeo, como ela teve acesso a ele??? Estava junto?? A Wanda que entregou?? Aí vai o planejamento que falei anteriormente...e outra, pq ela se meteria justo agora??? Principalmente por saber que a irmã voltou pro game e TB ela parece ter uma vida muito ativa p querer um relacionamento com o carinha que era apaixonada na adolescência. Acho que isso pode ser uma cortina de fumaça... Veremos...

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No caso da Wis, eu chutaria que ela tem pelo Bruno o mesmo amor platônico que ele tem pela Wanda.

Porém ela viu muita coisa na infância dela que ela pode não ter aceitado direito e porisso decidiu se afastar de todos.

Agora pode ser que a Wanda manipulou para o Bruno e a Wis não se encontrarem, descobrindo isso a Wis pode ter mandado os vídeos. Tipo ela estava quieta na dela bem longe, se foram até lá mecher com ela, ela pensou "vou entrar no jogo e revelar o que eu sei."

A Wis é um nome mencionado mas não aparece na história. Ela pode ser o HOMEM da vida do Bruno, já que para o Bruno fazer alguma coisa e difícil.

Sério cara, dá pra fazer uma suruba na cama do Bruno entre Adriana, Gustavo, Wanda, Cecília, Trajano e a mãe do Bruno. Com ele dentro da casa que o idiota nem perceberia kkkkkkkk.

Todo mundo sair do quarto pelado e falar pra ele que é pq está muito calor e ele aceitar.

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É, o meu Carlos que me desculpa, mas tá começando a incomodar toda essa passividade...mas TB, se o cara for diferente não tem história...quem ficaria tanto tempo na friend zone e depois teria um treco pq um carinha popular pegou a sua amiga, que vc so sonha mas nunca agiu??? Ele está mantendo a coerência, até o momento.

Mas agora, ele não conversar de verdade com a mãe...não confrontar até o Trajano e etc...tem muita coisa que ele nem sonha...

Mas..esse tipo de personagem cansa as vezes...tá na hora de acordar

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Eu acho que a WIS viu o post da WANDA, que estava grávida e que iria se casar, e agora pensou estou liberada para correr atrás. Pqe ela não via a Adriana realmente como rival e sim a irmã. Como a irmã, não vai ficar mais agora é minha vez. E foi para ir com tudo. expondo a verdade incialmente, e agora vamos ver os próximos passos dela. Se for isso..... A wis é a grande personagem da história e não o palerma.

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Ficou estranho pra carvalho esse surgimento da Wanda em NY.

Alguém filmou a Adriana no menagem, quem foi essa pessoa ? A Wanda ?

A Wis é uma icoguinita nisso tudo eu acho que ela é a responsável pelos vídeos. Eu arrisco dizer que a Wis possui o mesmo amor platônico pelo Bruno, como o Bruno tem pela Wanda.

Talvez a Wis seja a mulher da vida do Bruno, os dois não se vem a 07 anos.

Bom são muitas perguntas para quase nenhuma resposta.

Porém agora o Bruno recebeu informações importantes. Ele não deve confiar mais na mae dele e nem na família do Trajano, sabe que a namorada tem um passado.

Chegou a hora do Bruno banana começar a virar homem e ir atrás das respostas.

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A Wanda é maquiavélica, some e depois de muito tempo, quando percebe que ele está bem, envia os vídeos para desestabiliza lo; a a Adriana largou o Gustavo ele obrigava a fazer coisas que não gostava, a própria wanda disse nos EUA; Ele poderia ter perguntado a Adriana são noivos e ele não o fez; o importante é que ela o ama e nunca o traiu. ninguém num relacionamento fica falando pro outro o que fazia com o outro de outro relacionamento.

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A história é muito boa, não entenda mal.

A parte irritante é que o protagonista parece um saco de bosta sendo carregado pela enchente, chega a ser chato.

Nota mil pelo conto e esperando o desenrolar

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O protagonista é um passivo por completo. Não toma atitude nenhuma nunca. Nunca foi realmente protagonista da sua vida. Nunca confrontou ninguém. Nunca se impôs. Nunca falou do que sentia a ninguém. Foi sempre uma maria que vai com as outras, conseguiu Adriana pq ela foi atrás, se encontrou com Wanda pq ela foi atrás. Na festa depois do mal estar confrontou Adriana, de leve e aceitou a explicação e seguiu. Nunca se aprofundou mais. Adriana estava certa. "Oras vc nunca perguntou, nunca se importou". E agora.... por óbvio que tinha que ter procurado a Wanda. Até pq é realmente ruim o incômodo da traição, mas ele nunca pensou em como ela estaria se sentido??? nem dar apoio?? Falta conversas mais profundas. E agora??? Vai ficar mal pq Adriana ficou com Vitor Também?? ficou mal por ela ter seguido em frente?? ele também seguiu.... Por fim também acho que não foi a Wanda que mandou e sim a WIS. Excelente história. Ruim é aguentar uma semana na espera....

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O Bruno ainda é o mesmo cara do início da história lá da época da escola.

Tudo que ele conseguiu na vida foi dado pelos outros, ele não tem merecimento nenhum por nada.

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Parabéns meu caríssimo e talentoso amigo Carlos.

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Tudo por falta de honestidade, se a Adriana tivesse colocado todas as cartas na mesa, tudo estaria tranquilo, o Bruno poderia ter aceitado ou não essa relação a três da Adriana, mas agora a situação ficou insustentável, até pela maneira que foi tudo revelado, não vejo mais como o Bruno ficar com nenhuma das duas, mas o autor deixou uma pista enorme de como e com quem o Bruno vai passar o resto dos seus dias com um amor que atravessa qualquer coisa, basta ele prestar atenção aos sinais, às vezes são tão fortes esses sinais que tudo deixa de ser óbvio, mas está embaixo do nariz de todos, inclusive do dele.

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Claramente quem mandou a mensagem foi a WIS Nara.

Ela ama o Bruno desde mais nova e não aguentou ver a sacanagem com ele

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Timidez x Timidez isso dá para somar, opostos se atraem, mas não dá para somar.

Kkkkkkkkfrasedebiscoitodasortecariocakkkkkkkkk

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a chance dele ter transado com a Wanda (WIS) é grande.

achei bem estranha a justificativa dela para a viagem

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Bingo!!!

Será???????

Seria surreal, mas possível e plausível, unindo dez milhões de pontas soltas que foram deixadas pelo autor ao longo de todo o conto,

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Babadoooo! Eu vi tudo chegando mas… o vídeo do menáge me pegou de surpresa. Imaginava exigências do gênero por parte do Gustavo, mas que fosse com o Vitor… Caí de bunda! Está muito bom, e as cenas eróticas, de tirar o fôlego. Parabéns!

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A realidade é que o Bruno nunca quis saber das coisas, pq nunca procurou nada. Quanto ao e-mail, ta claro que não foi a Wanda, mas provavelmente o Vitor que mandou pro Bruno se passando pela Wanda, até pq provavelmente ela abriu o bico que traiu o Vitor, ele perdoou, engravidou a Wanda, mas quis se vingar do Bruno. Olha, isso vai dar uma merda federal e o Bruno vai surtar com todo mundo.

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Rapaz, acho que fazia tempo que um conto não deixava aquela ânsia de próximo capítulo desde Biel, in6 e outros por aqui. Próxima segunda-feira já estarei de campana aqui no site aguardando assiduamente o capítulo 8.

Acho que os trechos de teor sexual são bem passageiros, até porque o lapso temporal é muito grande, então não dá pra se delongar muito em cenas eróticas, mas elas fazem falta mesmo assim pois você as escreve muito bem! Por falar em lapso temporal, nada no começo dessa saga me preparou para o momento que chegamos agora. De um drama adolescente estamos num drama adulto agora e, apesar de eu querer algo mais lento e sem passar um, dois, três anos, a narrativa é sua e eu fico ansioso demais pra ver onde essa narrativa incrível vai desembocar.

Muito autores somem ou passam meses/anos para dar continuidade em seus contos e é muito frustrante. Espero que não ocorra contigo, pois, de alguma forma, essa história lembra muito situações empíricas que ocorreram comigo, então a leitura de sua história tem sido um ótimo passatempo, muito mais que um conto pornografico.

No mais, parabéns pela narrativa! Se isso virasse um livro contando detalhadamente esses anos todos eu compraria sem hesitar. Até segunda que vem!

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Cara, agora estou confuso. Claramente era a Wanda filmando a transa dos três no motel. Mas quando será que ocorreu? Foi enquanto ela namorava Gustavo, ou depois que se reencontraram no aniversário? E porque ela mandou esses videos para o Bruno agora? Está tentando de alguma forma distorcida se vingar?

Bruno tem que finalmente virar homem, e botar o pau na mesa.

Quanto a relação do trisal, eu sinceramente não vejo problema nenhum, todos alí estão de acordo e são felizes, adultos, então não é da conta dele.

Se Wanda estava filmando a transa dos três, ela também tem o mesmo fetiche que a mãe dela? Pelas conversas pareceu dar a entender de que sim.

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A transa dos três poderia ter ocorrido durante a viagem? Afinal ele disse que Adriana também parecia querer compensar algo.

Mas se fosse isso, Wanda não estaria filmando, então que seria?

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E se quem mandou o video não foi a Wanda, mas uma das irmãs dela. Todas tem as mesmas iniciais. É uma possibilidade também.

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Acho que muita coisa converge para a Wis. Não lembro a idade dela ao certo, mas não deve ser muito mais nova que a Wanda, então é possível sustentar que a Wis nutria algo pelo Bruno, já que ela era deslocada assim como ele aparentava ser e convergem para o mundo das finanças.

Possivelmente, Wanda gravando mesmo já que você tem razão: é mesmo possível ela ter o mesmo fetiche da mãe. O momento da gravação que é uma incógnita.

Só sei que não pode ter sido Wanda a mandar o e-mail, já que ela é bem orgulhosa e não teria razões para contar a verdade pro Bruno, vez que estavam bem resolvidos na conversa pessoal deles em NY

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Eu acho que a Wis tem pelo Bruno o mesmo amor platônico que ele tem pela Wanda.

A Wis tece ter informações privilegiadas e por algum motivo ela expôs as coisas para o Bruno.

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Olha, esse Bruno é um cara patético.

Vamos aos fatos;

A Wanda confessou o amor dela por ele nas mensagens que o idiota nunca quis ler, mas concordo com o fato que ela desistiu fácil de encontrar com ele mesmo.

O cara não tem emocional nenhum, nessas conversas com a Wanda ele poderia ter falado do que ele passou também.

Agora em relação ao trisal, que existia era claro, eu concordo que tem um choque nisso, mas porra, a mãe não ta fazendo de errado.

Sobre a Adriana, ela também não fez nada de errado, ela namorava o Gustavo e se ela fazia menage com ele, também não tem nada de errado.

Agora, a Wanda disse que o Gustavo começou a namorar a Adriana depois que ela voltou com o Vitor, então se o Vitor ta nessa bagunça ai, ele tava traindo a Wanda? Ou a Wanda também tava nessa suruba ai?

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Até pq, quem tava filmando a transa dos três?

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Exatamente man... quem estava filmando ?

E o Ws siguinifica Wanda ou Wis ?

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