A faculdade estava cada vez mais perto e meu fogo, estava mais alto que o Morro do Rato, eu sentia que meu mundo estava se formando, ao mesmo tempo que desmoronando, desde o desaparecimento da Van perdi uma figura importante de apoio, estava com medo de perder mais, não sei o que faria se perdesse Fábio… E César tinha dito que haveria vingança…
Mesmo que ainda não tivesse acontecido, eu sabia que os dois eventualmente teriam seu momento, porque sempre foram assim, sempre foram vingativos, bullies e maldosos, bem maldosos, depois do desaparecimento da Van, eu só pensava nas palavras dela, de que nós tínhamos que ir embora, para um lugar melhor, eu e Fábio merecíamos mais.
Isso me fazia estudar dobrado, tinha até menos tempo para ver meus amigos, estava com a cara enfiada nos livros, para Fábio isso era um orgulho, para meu pai isso era um estorvo, mais de uma vez ele já havia me falado, “Você já estudou o que precisa. Mais do que isso é besteira.” e eu dava uma resposta evasiva, tentando imaginar uma saída.
Por que eis o problema e quando eu passar na faculdade, como vai ser, se ele não quer que eu faça, qual a chance de eu conseguir??? Poderia pensar nisso depois, não sei, sair de casa parecia o correto e a única solução para mm.
Mas as coisas tiveram uma reviravolta interessante, minha avó ficou doente, minha mãe começou a passar mais tempo com ela, o que significava que meu pai preferia que eu ficasse em casa, ajustando as coisas, limpando casa e etc, fazendo o trabalho que a mãe não podia, mas isso me dava tempo para estudar mais e ainda sobrava um tempo.
Então resolvi ver os VHS da Van…
A verdade é que ela fez exclusivamente para mim, dando dicas, mas também dando dicas de exageros, começo a reparar que as dicas de exageros, são sempre porque eu tenho um bom resultado com pouco, Dani, seus cílios já são grandes, então na hora…. Porque você já têm bochechinha redondinha, então não precisa exagerar.
Lembra que seus lábios já são cheios… Pela primeira vez… Eu me olhei no espelho, de verdade… Eu sempre tive um certo problema com a minha imagem no espelho, sei lá, não me olhava muito no espelho, acho que não gostava do que via… Mas pela primeira vez, olhei para as coisas que a Van falou.
Pela primeira vez, eu vi os traços femininos, no meu rosto, os mesmos que fazia meu pai, me olhar estranho, que fazia os meninos praticarem bullying, ou que fez o André mesmo sendo Hétero trepar comigo, os mesmos traços que fizeram a Van entrar em pânico quando decidi colocá-los ainda mais em evidência, eu definitivamente tinha algo feminino em meus traços era marcante e eu nunca tinha reparado até ali.
Constatar isso me deixou, feliz, tipo muito feliz mesmo, eu sorri me olhando no espelho pela primeira vez, conseguia ver as coisas que gostava em mim… Não sabia exatamente explicar, mas era a primeira vez que me via assim… Como eu disse, nunca quis ser uma garota, ou ao menos dizia isso para mim mesmo o tempo todo, mas aquilo realmente me deixou felizinho.
Naquele dia após ajudar meu pai a vender os peixes fui encontrar meus amigos como sempre, foi quando fiquei sabendo que o Fábio não viria, ele estava cuidando da casa da tia dele, um sítio, relativamente longe, mas nada que não dê para chegar de ônibus e uma caminhada, eu mordi o lábio pensando, que essa era uma chance única então fui encontrar o único que queria que visse o que eu descobri.
Após passar um tempo com os meus amigos, eu disse, que precisava sair, o sorriso safado do César deixou bem claro, que ele estava se ligando muito mais no que eu e o Fábio tínhamos do que antes, ele se aproximou de mim… “Vai com cuidado, tah bom?”, eu sorri e fiz que sim com a cabeça, eu percebi pelo jeito dele, que era o jeito dele, de dizer, que não se importava e isso para mim, era TUDO.
Existem duas formas de chegar lá, pego um ônibus e faço um caminho enorme de caminhada, ou… Bicicleta, um caminho enorme, mas pelo menos não têm pedaços de caminhada sob o sol forte, só pedalando, mas isso eu consigo, é claro que a segunda opção é a escolha.
Na época estava na moda calças jeans super apertadas para homens, vindo da moda sertaneja, embora não fosse bem visto, não era exatamente, motivo de confusão, coloquei um jeans mega apertado, coloquei uma camiseta super leve e soltinha e fui com a minha bicicleta, dentro da mochila coisas para mostrar para o meu namorado.
Meu pai não gostava dessas calças, achava coisa de viado, mas como era moda masculina, ele não pegava tanto no meu pé, já minha mãe tinha sérias ressalvas, ela sempre demonstrou perceber algo eu que ficava empurrando, mas ela dava as vezes, ideias de que pudesse saber mais do que falava, no fundo ela tinha medo que eu passasse pelo que a Van que era sua amiga junto com a irmã passou.
Claro que eu tinha que avisar meu pai para onde ia, não pela idade, mas, porque ele exigia, era o homem da casa, queria saber onde estava o filho e a esposa, bla bla bla… Enfim, disse, mas como disse era longe e ele mesmo entendeu que eu voltaria muito tarde, daí veio uma proposta inesperada.
“Se quiser ficar lá essa noite Daniel, eu entendo, você não está saindo cedo para pescar, só esteja no pesqueiro antes das 15 horas, tudo bem?”, eu fiquei um tempo olhando para ele, de repente sorrio involuntariamente e faço que sim com a cabeça, “Claro pai, sem problemas.”, “E cuidado em menino juízo quero ser avô cedo não.”, ok, isso explicava, achar que eu estaria com um amigo de um amigo pescador, em uma casa sozinhos, implicava mulheres.
“Claro pai tomarei sim.”, eu respondo e saio. Aquilo tinha sido… Não tinha palavras para descrever como foi ter essa conversa esquisita com o meu pai, mas tenho menos palavras ainda para descrever como eu me sentia com a possibilidade de passar uma noite inteira com o Fábio.
Quando eu cheguei lá Fábio veio me pegar na porta com um sorriso, “O que faz aqui Dani…”, “Meu pai me dispensou, ele acha que a gente vai receber meninas na casa.”, ele riu na hora da ideia… “Ele disse que posso passar a noite.”, eu falo mais baixo, mais sério e o sorriso dele é super sincero.
Nós entramos para nem um vizinho enxerido ver mais do que devia e na sala já nos beijamos com força, com vontade, o beijo dele me desarmava, me desmontava, me tirava de qualquer trilho, eu estava suspirando, respirando ofegante, quando começo a falar, “Calma, calma, tenho surpresas.”, ele sorri, eu olho para ele e após me informar onde é o quarto eu vou para lá, com a minha mochila.
Quando eu volto, meu namorado está completamente sem jeito, vejo o queixo dele caindo, seus olhos fixos em mim, eu sorrio sem jeito, dou uma encolhida de ombros… “O que achou?”, ele sorri, ele fica completamente feliz, é visível sua felicidade… Eu aproveitei o tempo que estava no quarto para me maquiar.
Segui todas as instruções da Van, valorizando meus traços delicados e femininos, corrigindo outros traços, a calça estava mais justa ainda porque eu coloquei uma calcinha, arrumei o pau para trás, como ela também me ensinou e subi o jeans apertado, então estava bem feminina, eu que às vezes era confundida como uma garota, por um momento de distração, agora era uma garota, olhando meu namorado e esperando uma reação.
Ele me deu um beijão, que eu correspondi, estava toda pronta para ele, esse era nosso primeiro beijo assim, comigo, vestida, montada, para mim, era o maior glamour da minha vida, o momento mais erótico e excitante, da minha vida estar beijando o Fábio montada, ele me alisa e eu suspiro, quase perdendo o ar, quase perdendo o fôlego.
Eu não me aguento e ajoelhei na frente dele, “Me dá para chupar”, ele sorri e coloca para fora, eu começo a chupar sem parar de olhar para ele, sentindo a dificuldade por ser bem grosso, olhando para cima, chupando e manipulando com as minhas mãos, é intenso, é forte, ele está gemendo alto, eu sinto meu corpo todo respondendo a isso.
Chupando o pau dele com vontade, com gosto, sem me preocupar de repente ele goza com muito volume dentro da minha boca, enchendo minha boca, que eu começo a engolir tudinho, até estar de novo tudo em ordem, ele olha para mim e sorri, estamos quase satisfeitos, mas por hora é só, precisávamos cuidar de nós.
Passamos a noite na casa, namorando, fizemos comida juntos, bagunça na cozinha, com risadas e toques delicados, beijinhos e selinhos, vimos televisão juntos, na sala, eu estava completamente fascinada por isso ali eu era sua mulher e ele estava cuidando de mim como tal, sentadinha no sofá do lado dele, com a cabeça no seu ombro.
Vimos novela, depois fomos para o quarto, ambos nos despimos de vagar, o prazer crescendo a cada peça, a vontade explodindo no teto, aquilo estava erótico, eu puxei ele para mim, nos beijamos ele me levou para a cama, uma cama de verdade não uma rua escura, nos beijamos e acariciamos, nos entregamos.
Os suspiros os gemidos, logo ele me vira e de bruços na cama, ele me invade, fundo, dolorido, me arrancando um gritinho, beijando minha nuca, minha orelha, meus ombros, eu viro o rosto e beijo ele de volta, um beijo molhado, com desejo enquanto ele se move dentro de mim, um vai e vem constante, mas cheio de amor e carinho, suas mãos nas minhas costas, na minha cintura, breve não há mais dor, apenas prazer, desejo e uma ansiedade em sentir ele gozando, em gozar com ele em cumprir esse papel.
Eu gozo com força e um grito, ele goza em seguida, eu estremeço toda sobre ele, pela primeira vez, meu corpo todo responde, com arrepios e toque sensível, ali naquele quarto proibido da tia, eu fui sua mulher completa, não era sexo escondido, era a promessa do que poderia ser, algo diferente, algo que eu queria, e que dentro de mim começava a crescer mais.
Mas… A vida às vezes arranja um jeito de te foder e nem é de um jeito que você goste, eu não sabia, mas aquela seria nossa primeira e última vez assim, porque no dia seguinte o mundo iria começar a cair sobre nós.
Continua…
======== ……FIM…… ========
Pois é, um capítulo bonitinho no meio de tanta tragédia, espero que gostem a vida de nossa heroína caminha para seu ponto de virada, assim como todo esse arco da persoangem caminha para o fim, espero que gostem desse conto, porque, não sei para vocês, mas quis fazer uma coisa bem perfeitinha, quase um sonho.
