Numa cidade pequena do interior, as pessoas não têm muita coisa pra fazer. Nos fins de semana, todo mundo acabava se encontrando nos clubes: piscina, cerveja gelada, papo furado. Sempre as mesmas caras. Eu ia já sabendo que Elisa estaria lá, de biquíni ou maiô, sempre mostrando um pouco mais do que convinha — até porque o marido, Carlos, era daquele tipo de homem tão inocente que não enxergava um palmo diante do nariz.
As mulheres da igreja ficavam todas juntas na parte norte da piscina, deitadas nas espreguiçadeiras, bonitas e bem cuidadas. Mas, pra mim, Elisa brilhava no meio delas. Afinal, era a única que eu já tinha flagrado de joelhos, chupando um rapaz bem mais novo atrás do quiosque. Só de lembrar, minha atenção grudava nela o tempo inteiro.
Eu tinha raspado a cabeça há poucos dias e estava de short preto molhado, marcando tudo por causa da cueca por baixo. Passei na frente das senhoras e ouvi uma delas cochichar:
— Nossa, como o Cláudio cresceu…
Algumas deram risadinhas abafadas. Não olhei pra trás, mas sabia que Elisa ficou quietinha, fazendo-se de santa. As outras nem sonhavam com os podres que ela escondia.
Voltei pra piscina. Lilian, minha ficante da época, Luana — filha da própria Elisa — e a rapaziada estavam jogando vôlei na água, gritando, rindo. Eu tentava acompanhar, mas meus olhos não desgrudavam dela.
Elisa estava de bruços na espreguiçadeira, o corpo cheinho esticado como quem sabe muito bem o estrago que causa. Era aquele cheínho gostoso, carne macia no lugar certo: cintura marcada, barriguinha suave, coxas grossas que se apertavam uma na outra. O biquíni vermelho, daqueles de lycra baratinha e brilhosa, parecia dois números menor. A parte de baixo cavada entrava fundo entre as nádegas, marcando a divisão da bunda branca — quase transparente de tão esticada. As marcas do sol paravam exatamente onde o tecido cobria, deixando aquele contraste safado: pele morena em volta, duas meias-luas branquinhas aparecendo toda vez que ela mexia as pernas. Os pezinhos pequenos, solas viradas pro céu, já começavam a dourar nas bordas; os dedinhos se mexiam de leve, como se estivessem me chamando.
Não aguentei mais. Saí da piscina pingando, toalha no ombro, e fui direto pro vestiário masculino, escondido num corredor atrás do bar. O lugar estava vazio, cheiro de cloro e sabonete barato. Troquei de roupa rápido. Quando abri a porta, lá estava ela: encostada na parede oposta, braços cruzados, olhando direto nos meus olhos.
— Você ficou bem com a cabeça raspada, Cláudio — disse baixinho, com aquele sorrisinho de canto que avisava que o jogo era dela.
Não falei nada. Dei dois passos, agarrei-a pela cintura e prendi seu corpo contra um armário de ferro gelado. Meu peito ainda molhado colando no dela. Qualquer um podia aparecer ali — Carlos, Lilian, qualquer fofoqueira da igreja.
Ela nem piscou. Ergueu a sobrancelha, passou a língua devagar no lábio inferior e sussurrou, rouca:
— Calma, menino… Tá muito apressadinho hoje, hein?
A mão dela desceu pelo meu peito, unhas arranhando de leve, parou em cima do volume duro dentro do short. Apertou uma vez, só pra me arrancar um gemido baixo, depois subiu e segurou meu rosto.
Roubei o beijo. Minha boca com força na dela, a língua invadindo, querendo mostrar quem mandava. Ela deixou dois segundos, correspondeu até — gemeu dentro da minha boca, deixou que eu apertasse sua bunda com vontade, que eu pressionasse os seios dela com meu corpo…
Plaft!
O tapa estalou na minha cara, forte o bastante pra latejar.
Ela afastou meu rosto com a palma aberta, olhos faiscando raiva e tesão ao mesmo tempo.
— Tenha modos, Cláudio — sussurrou, voz firme, peito arfando. — Quando eu quiser te beijar, eu beijo. Quando eu quiser que você me coma, eu aviso. Entendeu?
O biquíni estava torto, um dos seios quase escapando, mamilo rosado aparecendo. Ela ajeitou o tecido com calma, me deu um último olhar de quem já venceu, virou-se e saiu rebolando pelo corredor como se nada tivesse acontecido.
Fiquei ali, rosto ardendo, pau latejando, sabendo que tinha perdido aquela rodada — e adorando cada segundo disso.
