Antes de começar, você precisa saber: minha mãe e meu pai não foram presentes na minha vida. Ela se chamava Lúcia Helena e tinha questões de saúde, já ele, não conheci.
Quando minha mãe tava bem, a vida era boa e tranquila em Jardim América. Ela era uma quarentona que trabalhava de segunda a sexta fazendo as unhas das vizinhas, às vezes saía pra caminhar em volta do quarteirão, se exercitava na praça, sorria e era educada com todo mundo. Mas quando o mundo virava de cabeça pra baixo, dona Lúcia mudava de uma hora pra outra. Se isolava, sumia, passava dias fora de casa, gastava o dinheiro do mês enchendo a cara de bebida, cheirava pó pra caralho e deixava eu e tia Rosana preocupados, sem saber se ela estava viva.
Deu inúmeras entradas em clínicas de reabilitação, tentou várias terapias por sugestão dos médicos, mas de tanto em tanto tempo ela perdia o chão, parava com as medicações, se mandava pra favela da Furquim Mendes e desaparecia no mundo. Já chegou a ficar meses sumida, pra você ter ideia do drama. Por causa dos altos e baixos, dos problemas da bipolaridade e da dependência química, quem me criou como filho foi tia Rosana, a irmã mais velha e solteirona dela.
O tempo passou, completei 18 anos, comecei a trabalhar de ajudante de cozinha num restaurante perto de casa e ajudava minha tia nas despesas do mês. Não ganhava muito, mas dava pra cooperar na conta de luz e ainda sobrava um pouco pra ter minha vida social, meus amigos, sair às sextas pra boate 1140 e de vez em quando me envolver com algum gostoso pra ganhar leitinho. O foda é que eu morava na casa de titia, não me sentia muito livre pra levar ninguém lá e nunca tive a oportunidade de servir um homem do jeito que sempre sonhei em servir.
Até teve uma vez que tia Rosana dormiu numa amiga em Cabo Frio, eu fiquei em casa tomando conta da obra no quintal e percebi que o pedreiro não parava de me olhar. Cafução rústico, sabe? Daqueles suadões, quentes, corpudos e com cara de ruim, o tipo de macho que você olha e sabe que vai escorraçar teu cu no meio, já viu? Tem um monte deles no subúrbio do Rio. Não deu outra: vesti shortinho curto e socado no rabo, perguntei se ele queria água fresca e o filho da puta respondeu cheio de marra.
- Fresca, aqui, só tu.
Nunca esqueço da resposta atravessada, da manjada que ele lançou no meu rego e da pegada que deu na marreta dentro da bermuda surrada. O que esse cara martelou meu cu, acho que nunca dei tanto na vida. Mas não tô aqui pra falar desse episódio, vim contar como fui parar na Furquim Mendes e comecei a morar com a minha mãe.
Exatamente um mês depois que completei 19 anos, tia Rosana, que era muito hipocondríaca, teve um mal súbito em casa, foi levada às pressas pro hospital, teve duas paradas cardíacas e não resistiu. Só depois do falecimento é que eu descobri que ela era uma mulher cheia de questões com o próprio corpo, lutava contra o efeito sanfona e tomava antidepressivos pra se manter magra. Foda, né?
Fiquei mal pra caralho, tanto pela perda de titia quanto por me sentir incapaz de tê-la ajudado, mas é que eu realmente não tinha noção do que se passava com ela, juro pra você. Eu nem sabia que a amiga de Cabo Frio na verdade era caso dela, tá vendo só? Foi aí que a vida mudou e tudo trocou de lugar de repente. Meu salário sozinho não deu pra bancar o aluguel da casa onde a gente morou, bateu um desespero fudido e me senti perdido, sem saber o que fazer ou pra onde ir. Nem o velório de titia consegui pagar.
Pra minha surpresa, minha mãe estava no enterro da tia Rosana e eu confesso que fiquei de queixo caído com a aparência dela. Dona Lúcia Helena estava linda de cabelo longo, com luzes e aplique, as unhas grandes, o corpo escultural de época da juventude e o olhar mais feliz que nunca. Primeiro me deu aquela desconfiança, porque eu convivi pouco com minha mãe, mas sabia que as aparências enganavam e que a paz quase sempre antecedia uma recaída.
- Davi, meu filho, que bom que você veio. Saudades.
- Claro que eu vim. Jamais abandonaria a mulher que fez tudo por mim.
- Desculpa, Davi...
Emocionada, ela me abraçou, chorou, se desculpou pelos nossos problemas e a gente acabou se consolando juntos, bem aquela coisa reencontro de mãe e filho depois de muito tempo sem se ver. Descobri que mamãe estava morando na favela da Furquim Mendes, ouvi da vida dela e também contei sobre a minha, foi assim que surgiu o convite para eu morar com ela.
De cara, relutei em aceitar e achei a ideia péssima, porque eu tinha preconceito com as pessoas que lá moravam e nunca tive intimidade suficiente pra conviver com a minha mãe, só nós dois. Veja bem, nada pessoal. É só que não foi ela quem me criou e dona Lúcia sequer tinha o traquejo maternal comigo, sabe? Porém eu tava praticamente na rua, impossibilitado de pagar aluguel e triste pela morte da tia Rosana, então acabei aceitando, preparei três mochilas com as minhas coisas e me mudei pra casa da minha mãe. Olha... Que barra pesada que eu passei, viu? É aqui que a história começa, tu nem vai acreditar.
Nunca me esqueço daquela sexta-feira acelerada e quente na entrada da Furquim Mendes. 14h15, o sol ardendo, minha cabeça pegando fogo no boné e uma bolsa em cada ombro, até que parei de andar, observei a entrada da comunidade e respirei fundo antes de dar meu primeiro passo em direção à nova vida. Admirei o comércio informal local, vi as pessoas andando nas ruelas e confesso pra você que tentei ser otimista, mas um homem mal encarado parou atrás de mim, apertou o bico do fuzil nas minhas costas e fez o arrepio sinistro embrulhar meu corpo.
- Tu é morador, tu? Não te conheço, menor, tu é de onde?!
- B-Boa tarde, eu sou filho da Lúcia Helena. Vim a pedido dela, n-
- Quem é Lúcia Helena!? Tu é alemão? Tá mandado, tu?!
- Claro que não, eu-
- Sobe! – ele ordenou.
- “Fudeu! É agora que eu morro.” – meu cérebro entrou em modo de alerta e eu suei frio.
- Qual foi, Delano?! É X9, essa porra? – outro criminoso se aproximou e mostrou o revólver na cintura.
- Tá dizendo aí que é filho da Lúcia Helena, mas eu não tô ligado quem é. Conheço nenhuma Lúcia, não.
- Meu fiiilho! Até que enfim você chegou! – minha mãe desceu a rua, se enfiou no meio dos dois bandidos e os empurrou. – Eu não mandei você me avisar quando chegasse? Aqui não pode entrar assim, não, Davi. Vem, mamãe vai te levar pra casa. Vamo.
Os delinquentes se olharam, um deles pegou o radinho e passou o recado pro dono da favela.
- Tubarão, tá na escuta?
- Fala, Delano. Qual foi, o que tá pegando? – alguém respondeu no rádio.
- Madrinha tá aqui na entrada querendo subir com um viado. É pra deixar?
- Fala direito do meu filho, Delano! O Tubarão sabe, ele autorizou. Você acha que a gente passaria por cima da ordem dele? Se manca, garoto. – minha mãe falou com autoridade e rebateu o traficante armado, cena que me deixou tenso.
- O chefe odeia bicha. Duvido que vai deixar subir. Hehehe... – o outro tralha apertou a pica na bermuda e riu.
- Na moral, Delano e Orelha, CÊS QUER MORRER!? FILHA DAS PUTA! SE EU FOR AÍ, VOU METER BALA NA CARA DE VOCÊS, PORRA! JÁ FALEI QUE É PRA SUBIR! – Tubarão tocou o terror no rádio comunicador, sua voz alta e estridente chegou a danificar o áudio do aparelho.
O silêncio que se seguiu a partir daí fez meu coração parar, especialmente quando eles deram caminho pra gente passar. Delano cruzou os braços, ajeitou a alça do fuzil no pescoço e ficou me olhando daquele jeito cínico, muito ligado na minha. Parecia um olhar de desconfiança, mas ao mesmo tempo curiosidade e introspecção. Mesmo a gente se conhecendo naquelas circunstâncias e há tão pouco tempo, ficou evidente que ele pensou alguma coisa e não quis dizer.
Minha mãe me levou pra casa dela, na parte elevada da comunidade, e foi só sorriso e choro pelo resto da tarde. Ela me abraçava e me apertava, fez lanche e abriu umas cervejas pra comemorar minha chegada, sendo que eu ainda estava meio perdido com a situação na entrada da favela e não sabia se aguentaria passar muito tempo ali. Enquanto conversávamos e nos conhecíamos melhor, reparei que a casa era grande, espaçosa e cheia de móveis recém comprados.
- Você mora aqui sozinha, mãe? Nesse casarão todo?
- Não, mas eu passo a maior parte do tempo sozinha. Ele quase não vem em casa, por causa do trabalho. – ela falou enquanto preparava comida no fogão.
A casa tinha dois quartos, sala de estar e de jantar, cozinha, banheiros, copa e quintal, e isso me deixou um tanto quanto intrigado pra saber como dona Lúcia tava fazendo pra pagar o aluguel.
- Ele mora com você? Quem? – tive que perguntar.
De repente a porta da frente abriu e um bando de homem armado entrou. Nunca vi tantos fuzis reunidos numa única sala, nem quando fui me apresentar no Exército antes de completar 18. Muitos caras sem blusa e encapuzados surgiram, alguns descalços, tatuados e trajando bermudas encardidas, todos fortemente armados e num papo acalorado sobre futebol. Delano e o outro marginal de mais cedo estavam no bonde, me olharam e riram, e só havia um deles sem arma.
Esse único traficante desarmado saiu do meio dos outros, veio pra perto da minha mãe, no fogão, e eu enxerguei seu sorriso diabólico por baixo da camiseta enrolada no rosto.
- O rango tá pronto, mulher? A tropa tá com fome, desenrola o papá.
- Calma, homem, já tô terminando. Tá quase.
- E eu sou homem de quase?! – o macho falou grosso e me encarou.
Ele era baixo, 1,68m, da pele parda e bronzeada de sol, as mãos veiúdas, panturrilhas grossas e corpo esbelto, nem gordo e nem magro, além de ter a tatuagem de um tubarão tomando as costas largas. Aquele cara tinha algo que os outros sete não tinham, talvez por eu saber que ele era dono da favela e líder da facção criminosa. Sei lá, o brilho dele era diferente e seu semblante atônito me causou uma mistura de atração com ânsia, mas eu não soube explicar o porquê dessas sensações.
- Opa. Eu sou o Davi. – estiquei a mão e o cumprimentei, mas ele não retribuiu.
O sujeito paralisou. Fixou os olhos verdes em mim, arregalou e... Travou. Eu ainda não tinha visto seu rosto e nem feito contato físico imediato, porque o aperto de mãos não aconteceu e o tempo parou entre nós. Primeiro tinha parado só pra ele, mas aí minha mãe abriu a boca e parou tudo pra mim também.
- Não vai falar com o teu filho, Tubarão?
- F... Filho? – balbuciei.
- Ele é teu pai, Davi. Tu é filho do dono da boca. Teu pai é chefe dessa porra toda, por isso que eu... Por isso que... – as lágrimas emergiram e ela não conseguiu terminar de falar, pra não acabar salgando a comida que estava preparando no fogão.
Com o tempo parado, eu e ele nos encaramos e finalmente entendi a razão da vida ter sido como foi. Minha mãe com questões psicológicas e dependente química, meu coroa traficante e vivendo isolado na favela, ambos ausentes, tia Rosana me criando... O excesso de informações me deu vontade de chorar e os olhos claros do Tubarão também marejaram, mas a verdade é que eu não tive como chama-lo de pai, afinal de contas a gente nunca se conheceu, nunca conviveu junto.
O bandidão provavelmente pensava igual a mim nesse sentido de não sermos uma família, porque ele ignorou minha mão estendida, não falou comigo e, como sempre fez, fingiu que eu não existia. Tubarão retornou pra junto dos colegas da quadrilha, sentou pacientemente na sala e abriu cerveja pra tropa, mas não tirou os olhos de mim, sempre com a camiseta enrolada no rosto. Sabe o que é você conhecer o cara que te botou no mundo e não ter a menor noção de como é o rosto dele? Esse foi o clima.
- Acho que foi péssima ideia eu vir morar aqui. – comentei com minha mãe a sós.
- Não, meu filho, é ótimo ter você aqui comigo. Depois de tanto tempo, era tudo que a mãe precisava.
- Tá na cara que ele não gosta de viado e não me quer aqui, mãe.
- É, Davi, pode-se dizer que teu pai não é muito gente boa com esses assuntos. Mas é teu pai e foi ele que mandou eu te chamar.
- Foi ele? – fiquei chocado. – Mas... Mas... Ele não gosta de gay, tipo...? Qual o sentido disso?
- Vai por mim. Ele é teu pai, acima de tudo. É durão, casca grossa, barra pesada, mas é teu pai. Pensa que eu, sua mãe, já fui apaixonada por ele um dia.
- Um dia? Hoje não é mais?
- Quer dizer... – ela desviou o olhar de volta pro fogão ao ser pega no pulo. – Ainda sou apaixonada, sim.
Quando eu disse pra dona Lúcia Helena que não foi bom ter me mudado pra Furquim Mendes, doeu mais em mim do que nela, porque eu não tinha lugar pra ficar e sabia que teria que conviver naquela tensão estranha com o Tubarão até conseguir sair dali pra outro canto. Por um lado, ele passava mais tempo administrando os negócios da facção e rondando a favela do que dentro de casa, então ao menos eu tinha meu espaço e certa liberdade pra fazer o que bem entendia, apesar das leis da comunidade.
Por outro lado, Tubarão sempre dormia em casa. Não importa se tinha operação policial, se era dia de receber carregamento de drogas ou se tinha baile funk até de manhã na favela, o cara nunca dormia na rua. Ele só chegava de madrugada, quando eu e minha mãe já estávamos dormindo, e eu levei um mês pra perceber que o barulho que eu escutava por volta das 3h da manhã era ele abrindo a porta do meu quarto pra bisbilhotar meu sono.
Teve uma vez que eu saí pra beber com os amigos na Lapa, voltei pra casa de madrugada e, muito bêbado, custei a pegar no sono. Fiquei rolando na cama, meu estômago embrulhou e ouvi o barulho da maçaneta rodando devagarzinho, foi aí que descobri que o marginal sempre aparecia na porta do quarto pra me ver. Não falava comigo, não me dirigia a palavra, mas seus olhos esmeralda me acompanhavam em silêncio, em curiosidade paterna ou qualquer outro sentimento que fosse.
Não consegui dormir por nada, fiquei enjoado e achei que ia vomitar, então levantei e fui no banheiro pra ficar a postos. Só que eu entrei desatento, abri a porta e não me liguei no chuveiro ligado. A mão grossa limpou o blindex embaçado, o olhar verde me fuzilou através do vidro e eu logo soube que fiz merda ao entrar ali tão de repente. Tubarão tava embaixo do chuveiro, puxou a toalha às pressas e não enrolou no corpo nu, mas sim no rosto, me impedindo de vê-lo.
- Foi mal, eu... – fiquei zonzo, desci no vaso e botei tudo pra fora.
Luto, ressentimentos, vômito, medo, insegurança, uma nostalgia do que eu não vivi... Foi tudo pro vaso em forma de jatos de álcool misturado com suco gástrico, e o pior é que eu tava fraco e ainda bêbado, perdi a consciência no chão do banheiro e devo ter caído de cara na minha própria sujeira, pra tu ter noção do quão ruim eu fiquei. A última imagem que vi antes da minha visão sumir foi de um rosto barbudo e grisalho me observando e correndo na minha direção, aí... Tudo sumiu.
Acordei horas depois, limpo, deitado na minha cama, sozinho no quarto escuro e sob um clima confortável do ar condicionado ligado em clima de montanha. Do meu lado, na cabeceira, um misto-quente no prato, morango ao leite num copão e dois comprimidos pra azia num pedaço de papel. Minha mãe estava na cozinha e me abraçou quando me viu acordado.
- Você tá melhor, Davi?
- Tô, sim. Valeu pelo sanduíche. O morango ao leite tava gostoso, você que fez?
- Que sanduíche?
- Ué... – minha mente rodopiou.
- Acho que você ainda tá bêbado, menino. Hahaha... Descansa, não vai trabalhar hoje.
- Duvido. Se eu não for, eles me matam. Preciso ir.
Eu ainda trabalhava de ajudante de cozinha no restaurante em Jardim América, tentava juntar dinheiro e às vezes fazia salgadinhos pras festas dos meus amigos, o foda é que fui ficando na casa da minha mãe, me acostumei com a vida na Furquim Mendes e acabei morando lá de vez. O problema de isso ter acontecido é que, como falei antes, a paz duradoura quase sempre antecedia uma crise dela.
Com o tempo, notei que dona Lúcia Helena era a cozinheira oficial do comando. Era ela quem cozinhava manhã, tarde e noite pra alimentar as bocas da facção, vivia na cozinha e pouco tinha tempo pra fazer outras coisas, tipo sair, se divertir e viver. Até no curto período em que convivemos juntos no passado, lembro da minha mãe terminar as unhas das clientes e sair pra correr na praça, se exercitar, e lá na Furquim Mendes eu só via ela de cintura no fogão, esquentando barriga e cozinhando pra macho.
Ela se maquiava pra disfarçar as olheiras, retocava as madeixas loiras e sorria a todo momento, como se quisesse me alegrar e me convencer de que estava tudo bem, mas uma hora a verdade começou a vir à tona e as rachaduras na imagem de mãe tentando ser perfeita surgiram.
Quantas vezes não fui mijar de madrugada e flagrei dona Lúcia cheirando pó no banheiro? Ela nunca me viu lá, mas eu via tudo: seus choros quase constantes, os vícios reincidentes, o fantasma da tia Rosana a assombrando, as conversas secretas que mamãe tinha com outros homens no celular, escondida do Tubarão... Tudo isso eu vi. Vi e não suspeitei do que estava pra acontecer dali a algumas semanas.
Num domingo aleatório, durante a minha folga, eu fiquei sozinho em casa e aproveitei pra fazer um bolo de chocolate pra comer depois do almoço. Preparei a mistura, elaborei a calda, comprei granulado na padaria e passei a maior parte da manhã no fogão que minha mãe tanto usava durante a semana. Perto das 15h, quando tudo ficou pronto, o cheiro foi longe e eu tomei um susto quando vi aquele macho posturado na janela da cozinha.
- Tá maluco, cara?! Nem te vi! – quase pulei.
- Pô, mó cheirão gostoso. Não sabia que tu é bom de cozinha, Davizão.
- Gostou, Delano? Entra aí, experimenta um pedaço.
- Caô? – ele olhou pros lados e se certificou de que estávamos a sós. – É que se o coroa me vê aqui, capaz de me matar. Bagulho doido.
- Que nada, entra aí. – abri a porta e ele entrou. – Você tá no plantão da boca, né?
- É. Nada a ver eu aqui contigo. – Delano ficou muito sem jeito na cozinha, nem pareceu aquele marginal marrento que implicou comigo no dia que cheguei ali.
- Desencana. Senta, vem. – puxei a cadeira e, mesmo acanhado, ele sentou.
Posso ser sincero? Achei engraçado ver um homem armado de fuzil sendo tímido. Coisas que você não espera, sabe? Delano era branquinho e tinha cara de rapaz novo, no máximo 23 anos. Corpo desenvolvido, mas não musculoso, apenas definido. Ombros abertos, peitoral grande, tanquinho no abdome, descidinha na cintura, cabelo loiro disfarçado na régua máxima e bigodinho fino, bem de tralha mesmo. Ele era uma mistura russinha do ator Pedro Henrique Ferreira com o cantor MC Rogê.
- Experimenta. – cortei o pedaço de bolo e dei nas mãos sujas dele.
- Fortalece, cria. O melhor tempero é a fome, tá ligado? Hehehe.
- Espero que goste. – fui sincero.
Seus olhos pequenos indicavam que tinha fumado erva das boas, assim como o cheiro do suor escorrendo no pescoço e cruzando o cordãozinho de prata. Ele tava descalço, só de calção da Nike e aparentemente sem cueca por baixo, a julgar pelo volumão que entulhou entre as coxas na hora que coçou o saco. Apesar de estar sentado, ele ficou na ponta dos pés, balançando nervosamente as pernas, e eu não consegui parar de olhar suas panturrilhas pentelhudas e torneadas se movendo.
- Caralho, Davizada! Na moral... Mmm! Que esculacho, mermão, papo reto!
- Gostou?
- PRA CARALHO! AMASSOU! Como... – ele encheu a boca e devorou a fatia do bolo em menos de duas mordidas.
- Quer mais?
- Aí não, senão vou te deixar sem bolo. Hehehe! Mano, que isso...
- Pode comer, eu fiz pra isso. Tó. – cortei mais um pedaço e o servi na boca, ele nem usou as mãos pra comer.
Delano me olhou daquele jeito fominha, mordeu o cordãozinho entre os lábios grossos e soltou um riso de canto de boca que me ganhou fácil. Não sei como ele deu conta de experimentar o bolo de chocolate e suportar o peso do fuzil ao mesmo tempo, só sei que a arma chamou minha atenção e o danado logo se deu conta disso.
- Qual foi? Quer pegar? – o loiro alisou a cintura e coçou a trilha de pelos entre o umbigo e o short.
- Na arma?
- E no que seria? – sua outra mão, que repousava sobre a coxa, escorregou em direção à pistola dentro da roupa e eu mordi o beiço sem querer. – A menos que-
O radinho tocou, interrompeu o momento e, muito contrariado, ele teve que atender. Chamaram na boca de fumo, Delano se apressou, mas antes me olhou, sorriu, mostrou as covinhas e o dente sujo de chocolate.
- Tamo junto, Davi. – o calção escorregando na cintura fez seu oblíquo aparecer, assim como parte dos pentelhos loiros.
- Aparece aí qualquer hora pra gente bater um papo. – apoiei na janela pra me despedir.
- Apareço mesmo, paizão, ainda mais se tu fizer outro bolo desse. Mas ó, deixa essa parada em off. Melhor o coroa não saber, já é?
- Já mandei você relaxar. Meu pai não é esse monstro todo.
- Tu que pensa.
- Você também me tratou mal quando eu te conheci, lembra? E agora tá aqui, comendo bolo e tomando café da tarde comigo. As pessoas mudam, cara.
- Pô... Foi mal por esse dia. Eu ainda não te conhecia, moleque.
- Tá de boa. Não guardo rancor. – eu sorri e ele fez o mesmo, mostrando novamente as covinhas e a carinha de anjo.
Não fosse pelos crimes, pela facção e pelo fuzil alçado no pescoço, aquele ali poderia ser um príncipe.
- Vou ganhar. Fé, Davizão. – se despediu e desceu a rua.
Fiquei com Delano na mente durante alguns dias, mergulhei na rotina de trabalhar e voltar pra casa, e mais uma vez a vida deu uma reviravolta inesperada. Na manhã de uma segunda-feira tempestuosa no Rio de Janeiro, acordei com trovões cortando os céus e Tubarão espraguejando dentro de casa.
- FILHA DA PUTA! AQUELA CACHORRA DO CARALHO!
Pensei se tratar de briga com a minha mãe, levantei correndo e fui pro quarto deles. Cheguei lá e o armário dela tava vazio, dona Lúcia Helena não estava em casa e meu pai, encapuzado, segurava um bilhete com a caligrafia dela, a única coisa que mamãe deixou pra trás.
- O que tá dizendo aí?
- Tu nem vai acreditar quando ler... – foi a primeira vez nas nossas vidas que Tubarão falou diretamente comigo, me olhando nos olhos.
- Por que você acha que ela foi embora?
- Ela arranjou outro. Cansou da favela, cansou da gente. Não vai voltar. – ele deu um soco na cama e combinou com as trovoadas lá fora.
Fui na cozinha fazer café pra nós dois, ele me seguiu, sentou à mesa e ficou lá me olhando, analisando cada ação minha ali dentro.
- Tu manja de cozinha, moleque?
- Por que a pergunta?
- Não retruca. – apontou o dedo na minha cara.
Meu pai era grosso no jeito de falar. Na verdade, ele era grosso por natureza com todo mundo, tava na maneira meio ríspida de dar ordens e de mandar nos outros. Até quando falava baixo, parecia que estava mandando.
- Não quis retrucar, Tubarão, só quero entender sua pergunta.
- Delano deu o papo que amassou teu bolo.
- É o quê? – achei que fosse algum tipo de piada.
- Delano falou que tu entende de fogão.
- Bom... É minha profissão, trabalho em restaurante. Mas, de novo: por que a pergunta?
- Por quê?
O dono da favela não gostava de ser questionado ou retrucado por ninguém, isso mexia com o ego inflado e desafiava o instinto alfa dele. Especialmente se fosse um viado, especialmente se fosse o filho fazendo perguntas a seu respeito. Tubarão pulou da mesa pra cima de mim, me cercou contra o fogão e eu quase me dobrei pra trás pra não ser tocado por ele, mas não teve escapatória. O cara me segurou pela gola da blusa, grunhiu as palavras e falou com ódio.
- A puta da tua mãe me largou e agora nós precisa de uma mulherzinha pra alimentar a tropa. Qual vai ser?
- Você tá pedindo pra eu ocupar esse lugar? Eu não sou mulherzinha, Tubarão.
- Tu não é viado, moleque? Não é bicha? Tá na hora de servir ao comando. – ele segurou a alça do meu shortinho curto e puxou. – Eu nem me importo que tu usa roupa de piranha dentro de casa, contanto que faça comida e não deixe ninguém com fome. Vou pagar por isso.
- Então foi pra isso que você me trouxe pra cá? Sabia que minha mãe ia sumir a qualquer momento e quis me contratar de cozinheiro? Tô entendendo.
- Não viaja, Davi. O que eu quero de tu é... – o capuz soltou da cabeça, caiu e de repente não era mais Tubarão cara a cara comigo, mas sim Átila Mendonça Gonçalves, o homem que engravidou minha mãe 20 anos atrás. – Lealdade.
- Lealdade? – eu repeti, hipnotizado.
- O que eu espero é lealdade. Posso contar contigo?
Não consegui responder. O fato de ele ter olhos verdes clarinhos chegou a ser mero detalhe diante de um rosto tão bonito e atraente. Meu pai devia ter 44 anos, aparência de galã e barba grisalha contornando o rosto, numa junção de pelos escuros com outros fios cinzas. Ele estava sem blusa e foi a primeira vez que reparei nos pelinhos no meio dos peitos, no peitoral imponente e no porte de líder do bando, combinando com sua imagem de quarentão marrento.
- E se a gente fizer um período de teste? – sugeri.
- Teste é o caralho, sou homem de testar porra nenhuma não. É pegar ou largar, moleque. Topa cozinhar pra nós?
- E se eu recusar?
- Se tu recusar... É contigo. Não vou te obrigar a nada. – ele garantiu. – Mas vou ficar boladão, isso eu vou.
- Tá, tudo bem. Meu medo era você me forçar. Já que é assim, eu tento. Mas ó, não sou nenhum chef, valeu?
Só então Tubarão soltou a alça do meu short e se acalmou.
- O que vocês querem comer hoje?
- Nós não tem que escolher, não. Tu faz e nós come, é assim que funciona. Almoço e janta.
- Tá. Então pede pra alguém ir no mercado comprar as coisas, pode ser?
- Pegou o jeito, moleque. Anota tudo no papel e me dá.
Faltei ao trabalho, fiquei em casa cozinhando e preparei carne assada, macarrão e salada pro almoço, ainda usei a carne que sobrou pra já deixar o estrogonofe encaminhado pra janta. Você tinha que ver a cara que os machos fizeram quando entraram na cozinha e sentiram o cheiro da minha comida. Só faltaram gozar lá dentro. E sendo bem franco, também não sei explicar o prazer que eu senti ao ser cercado e me ver rodeado de um monte de bandido querendo comer. Sensação única na vida.
- Sem neurose, Davi cozinha muito. – um deles elogiou.
- Moleque amassa, pô. Tem pra ninguém. Dá de dez a zero na madrinha. – o outro concordou.
- Falei que o viado esculacha, porra. Ainda cozinha de shortinho, ó. – Delano riu e puxou meu short, na zoação.
- Ó, não começa a me perturbar, senão vou botar açúcar na comida. – brinquei.
Tubarão, que havia ido ao banheiro, voltou com o nariz sujo de branco e eu logo entendi qual era o vício dele. Seus olhos verdes cresceram de tamanho, as pupilas pareciam pontos pretos no rosto e seu comportamento ficou mais hiperativo que o normal, prestando atenção a tudo e em todos. Ele serviu uísque pra rapaziada, eles acenderam um baseado e não demorou a cheirarem pó ali na cozinha mesmo.
- Cadê, Davi, bota um copo aí pra mim. – o dono da favela mandou.
- Posso beber também? – pedi.
- Pode, fica à vontade. Tu é nosso, moleque. – ele me puxou pela cintura e falou com o resto do bonde. – Aí, não falei que ia botar uma mulherzinha pra cozinhar?! Tehehe! É nós, porra! Pau no cu dos alemão!
- Pau no cu dos alemão! – a gangue comemorou e geral ergueu os copos e fuzis no ar, até meu pai.
Maconha vai, pó vem, eu cozinhando, eles entornando gelo e o clima de ser devorado com os olhos aumentou. No auge da bebedeira e da drogação, Delano veio pro meu lado e sem querer esbarrou a pica na minha bunda.
- Foi mal, Davi.
- Relaxa, acontece.
- Também, tu fica com esse cuzão na minha frente. Aí é foda.
- E você fica olhando, é?
- Do que vocês tão falando? – Tubarão parou perto de nós e fechou a cara.
- Não, pô, é que eu... Tipo, tava só... O Davi que-
- Tá falando do short socado no cu dele? – o quarentão me encarou e segurou meu shortinho. – Ajeita essa porra, viado. Tu não quer ser mulher do chefe?!
- Tá maluco, Tubarão? Não quero ser mulher, eu sou gay.
- Mas quem cozinha pra tropa vira mulherzinha do bonde, porra, tu ainda não entendeu? – sua mão grossa estapeou minha bunda, ele arriou minha bermuda e mostrou meu rabo pra todo mundo ver. – Aí, ó a bundinha branca do moleque, ó! Teheheh!
- Ih, a lá! Qual foi? Vai zoar teu próprio filho?
- Filho? Filho é o caralho, isso aqui é a mais nova dama de luxo dos cria. Isso aqui é de vocês, é nosso. Quem quer ser o primeiro?
Mas ninguém reagiu. Meu corpo tremeu, senti muito nervoso e a próxima cena foi de cair o cu da bunda.
- Então já é. – Tubarão tirou pó do bolso, cheirou e me botou de quatro na beira da mesa. – Mulher minha tem que cozinhar e dar o cu, regra número um da casa. Heheheh!
- Mostra pra ele, Tubarão! – os amigos traficantes incentivaram.
- Agora eu finalmente entendi suas intenções, pai. – provoquei.
- PAI PORRA NENHUMA! Me chama de pai não que eu não tenho filho bicha, escutou?! – tapa na minha cara, puxão no meu cabelo e as palavras cuspidas no meu cangote, ao ponto de eu sentir o hálito do uísque arrepiar a nuca. – Enquanto tu tiver debaixo desse teto, tua função é obedecer. Tudo que o bonde mandar, tu faz. Entendeu o proceder?
Só que ele calou minha boca e eu não tive como responder com palavras. O filho da puta debruçou o corpo no meu, sarrou o quadril na minha bunda e não teve o menor receio de abaixar meu short e atarraxar a piroca na portinha do meu cu diante da tropa da Furquim Mendes. Eu só fui entender que a coisa ficou séria quando a penetração teve início, Delano parou na minha frente e deu com o caralho na minha boca.
- Empina o rabo, moleque, bora. Mmmm!
- SSSS! Abre a boca, isso.
- Eu sabia que cedo ou tarde ia acabar acontecendo. Vocês são um bando de morto de fome. – falei.
- E tu é viadinho, então tamo no lugar certo. Heheheh!
- Gosta de socada no cu, gosta?
- Demais, pai, pode meter!
- Sou teu pai não, viado! Te mostrar! FFFF! – Tubarão abraçou minha cintura, escorou meu corpo e brincou de esgrimar a cintura até terminar de esconder 19cm de caralho na minha carne.
O loiro me botou pra mamar, fez a pica crescer na minha boca e eu me deliciei com o gosto salgado do suor dele. Pensar que aquele cara era capanga do meu pai mexeu comigo. Mais que isso: saber que meu pai tava atrás de mim, explorando as profundezas do meu cu e me alargando sem capa foi criminoso. Tipo, literalmente criminoso, já que todo mundo ali era bandido.
- AAARSS! Tava precisado de uma mulher aqui dentro, não ia ter como!
- Por isso você chamou o filhão, é?! Me contratou pra ser sua puta? OOHNSS!
- Cala a boca e me chupa, pô! SSSS! – Delano afundou 22cm de giromba na minha goela, viu que eu entendia de garganta profunda e ficou à vontade pra mergulhar lá nas amídalas., bem onde a glote fazia a curva.
Preenchido de um lado, atropelado do outro, a parte superior do meu corpo foi puxada pra frente e a traseira foi engatada pra trás. Enquanto um coroa dominador e cheio de marra me enrabava e me empurrava pra cima, o aprendiz dele soterrou minha boca e me forçou pra baixo, me transformando numa sanfona viva entre eles.
- SSSS! Era pra eu ter dado uns pega no dia do bolo, vacilei. Mas bom que tamo aqui agora. Engole, para não. Mmmm!
- Gmmm! – engasguei com louvor e convicção, empinei pra trás e pisquei.
- Tava de olho no moleque, seu cuzão?!
- Não vou mentir pra tu, coroa, tava mesmo. Hehehe!
- Fura olho! Primeiro é o pai que come, porra! FFFF! – e dá-lhe encoxada bruta atrás de mim, tudo no pelo em família.
Os pentelhos loiros e suados do Delano cobriram meu rosto, a pentelhada parruda do meu pai agasalhou minha bunda e as preguinhas pegaram fogo no vai e vem turbulento da rola dele, que eu nem tive a oportunidade de ver antes de dar o cu. A textura do saco espancando o meu indicou que a conexão anal foi profunda, mas o que deu o tom da putaria foi eu mamar o loiro e ter aquele bando de traficantes à nossa volta, cada um portando um fuzil e de mão na peça.
- Piroca entra e sai limpinha, tá vendo como é bom comer viado!? AAARFF! As biba andam pronta pra tomar no cu, papo reto!
- Deixa eu fazer uma horinha nesse rabo? – Delano pediu.
- Brota xota. – eles trocaram de lugar, meu coroa tomou minha frente e deu com a jeba na minha língua antes de me engasgar. – SSSS! Até tua boca é quente, é!? Caralho, moleque!
- E o cuzinho?! Tá que pariu! OOORFF! – o branquinho mordeu a boca, ficou na ponta dos pés e maltratou meu cu logo assim que escorregou pra dentro.
Ele aproveitou o espaço recém alargado pelo meu pai, não encontrou entraves pra entrar e nossa união se deu macia, fofa e suave além da conta. Me concentrei e deu pra sentir a chapuleta do Delano alargando minhas entranhas, estacionando e se acomodando no meu couro. Ao mesmo tempo, a piroca morena do Tubarão macetou minha garganta, a mão dele travou minha cabeça e meus beiços fecharam no talo da caceta.
- Vou nem tirar o fuzil pra fuder contigo, piranha! AAARGH! – o molecão encheu minha bunda de tapa, deixou a marca das mãos no meu lombo e eu me arreganhei pra ele fazer a festa.
- Pai pode fuder tua boca, pode?!
- Deve, ó! – abri os beiços e dei livre arbítrio pro bandidão fazer o que quisesse comigo.
- Tá gostoso, chefe? – um dos outros capangas perguntou.
- SSSS! Viado tá mamando o mundo, que isso! Nasceu pra engolir pica, não adianta disfarçar! Ó! No talo, garoto! Hmmm! – Tubarão me botou pra chorar na giromba e eu adorei tomar boladas do sacão pentelhudo dele.
Nem preciso dizer que saí cheio de pentelhos grisalhos na língua, né? Isso pra não citar o bafão de rola, o queixo fedendo a bola, a garganta ardendo e os lábios inchados de tanto pagar boquete. Mas lá estava eu, batendo punheta pro homem que me fez, dando prazer de macho pra ele e o ordenhando com a boca, sendo metralhado pelo olhar de outros marginais e um deles trepando afobado no meu cóccix.
- Vai deixar eu usar teu cuzinho sempre que eu quiser?!
- Sempre que você quiser!
- Nunca mais vou bater punheta ou comer na mão das piranha da favela, fala tu?!
- Nunca mais, Delano! Vou passar meu cu pro teu nome, tu fode muito gostoso! AAHNFF!
- Empina pra eu meter, isso! – ele me ajustou, debruçou o peso, deu tapa na minha cara e gemeu, muito à vontade em mim.
Ver as caras de tesão do Delano me dopou, porque ele fudia na ponta dos pés e teve muito jogo de cintura pra equilibrar o fuzil na alça enquanto metia. Agora imagina um macho montado nas costas do outro, ainda armado, e arrancando em velocidade cinco pra fazer filho. Pensou? O aprendiz do meu pai fez isso, me deixou de pregas assadas, meu cuzinho fez bico pra mascar a madeira dele e o inesperado aconteceu.
- Tá gostando, Delano?! – Tubarão quis saber.
- TÔ NO PARAÍSO, PAI! SSSS! – o loirinho respondeu.
- Aproveita, filho! Arrebenta o cu do teu irmão!
- É O QUÊ?! – surtei.
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