EU ODEIO MEU CHEFE - CAPITULO 5

Um conto erótico de Alex Lima Silva
Categoria: Gay
Contém 970 palavras
Data: 13/12/2025 11:49:11
Assuntos: Gay

Quando o motorista do aplicativo me deixou na frente da mansão do Sr. Alencar, eu achei que tinha parado no lugar errado. Era grande demais. Elegante demais. Silenciosa demais. Parecia aquelas casas de filmes em que você sabe que ou mora um milionário… ou um serial killer.

E, sinceramente, depois do que eu já sabia sobre o meu chefe, eu não descartava nenhuma das opções.

Apertei a campainha com a mão tremendo. A porta se abriu tão rápido que eu até dei um passo pra trás. Uma senhora extremamente arrumada, com coque perfeito e expressão séria, me olhou de cima a baixo.

— Pois não? — ela perguntou com a voz que automaticamente faz você se endireitar, mesmo sem saber por quê.

— E-eu sou o Akio… assistente do Sr. Alencar. Ele… pediu que eu viesse buscar um tênis.

Os olhos dela brilharam com uma mistura de reconhecimento e pena.

— Ah, sim. O novo. — Ela abriu a porta para que eu entrasse. — Entre querido, antes que o Thor perceba você no portão.

— Thor? — perguntei, engolindo seco.

— O cachorro — ela respondeu simplesmente, como se isso acalmasse alguém.

Entrei rápido. A porta se fechou atrás de mim e foi como se estivesse entrando em outro planeta.

A mansão tinha cheiro de limpeza cara, madeira polida e dinheiro velho. O chão de mármore brilhava tanto que eu me vi refletido nele, completamente suado e descabelado, parecendo o entregador de pizza da versão pobre da minha vida.

— O tênis do Sr. Alencar está no quarto dele — disse ela, caminhando com passos firmes. — Vou levá-lo até lá.

— No quarto… dele? — repeti, achando estranho, mas seguindo atrás.

Ela subiu uma escada enorme e elegante, que dava vontade de tirar foto só de existir. Cada passo meu ecoava como se estivesse pisando dentro de uma igreja luxuosa.

Parou diante de uma porta alta, de madeira escura e metais dourados.

— A chave que o senhor recebeu abre esta porta — disse ela.

Eu tirei a chave do bolso e olhei para ela, confuso.

— Mas… ele disse que era da casa dele.

— É. — A governanta levantou uma sobrancelha. — Do quarto dele.

Eu congelei.

QUARTO.

DO.

CHEFE.

Ele me deu a chave… do quarto.

Do quarto dele.

A chave do quarto dele estava na MINHA mão.

Eu não sabia se estava prestes a sofrer assédio moral, emocional ou imobiliário.

— Vai, querido — ela insistiu, educada porém impaciente. — Ele disse que o tênis estava na entrada. Ele deixa os sapatos ali.

Com muito medo, muito receio e muito pavor psicológico, eu coloquei a chave na fechadura e girei.

A porta abriu.

E eu fiquei congelado.

O quarto era enorme. Grande o suficiente para caber meu apartamento inteiro — com a vizinha fofoqueira incluída.

E era… PRETO.

Tudo preto.

Preto elegante.

Preto rico.

Preto que custa caro pra parecer preto.

As paredes tinham um preto fosco sofisticado.

A cama era enorme, com roupa de cama preta impecável.

No chão, um tapete preto felpudo que parecia feito pra gente afundar nele e nunca mais voltar.

As prateleiras eram pretas com detalhes dourados.

Até as cortinas eram pretas. Umas cortinas pesadas, caras, teatralmente luxuosas.

Parecia o quarto de um vampiro milionário e organizado.

— Ele gosta de tons escuros — comentou a governanta atrás de mim, com a naturalidade de quem fala sobre chuva. — Diz que acalma.

Eu não sabia se aquilo acalmava alguém, mas me deixava tão nervoso quanto prova surpresa de matemática.

— O tênis — ela apontou — está ali.

No canto, como ela disse, estava o famoso tênis preto de sola branca.

Eu me abaixei para pegá-lo, e até o tênis parecia caro. Tão caro que eu quase pedi desculpa por tocar.

Peguei. Agradeci.

E saí do quarto mais rápido do que entrei — com medo de que, se eu demorasse demais, algum alarme secreto ativasse e eu fosse sugado pelo tapete preto.

A governanta me acompanhou até a porta de saída com um sorriso gentil.

— Volte sempre que o Sr. Alencar pedir — ela disse.

— Eu espero que ele não peça nunca mais — murmurei, mas só mentalmente.

E foi aí que a minha alma saiu do corpo.

Um rottweiler ENORME — que eu presumo ser o Thor — estava ali na frente, parado, me olhando fixamente. Eu travei. O cachorro deu dois passos lentos em minha direção.

Eu recuei.

Ele avançou.

Eu tentei parecer amigável.

Ele tentou parecer… assassino.

E então ele pulou.

O impacto foi tão forte que me jogou no chão, de costas, com as pernas pro ar. O tênis escapou da minha mão e saiu rolando pelo jardim. O cachorro ficou por cima de mim, me cheirando, me lambendo e me investigando como se eu fosse suspeito de todos os crimes já cometidos.

— T-tá tudo bem… amigão… calma… eu sou só… só o assistente… — tentei dizer, enquanto ele quase me engolia vivo.

Foi aí que ouvi passos fortes atrás de mim.

Olhei para o portão.

E vi o Sr. Alencar vindo em minha direção.

Devagar.

De terno.

Com cara de irritado.

E vendo eu, seu funcionário novo, jogado no chão, sendo dominado por um rottweiler de 50 quilos.

Meu cérebro entrou em pânico.

Total.

Absoluto.

Sem retorno.

Levantei tão rápido que quase deixei meu esqueleto para trás.

E, num movimento que eu não controlei — juro, meu corpo agiu sozinho — eu CORRI em direção ao Sr. Alencar…

…e me joguei nos braços dele.

Sim.

Nos braços dele.

Igual novela.

Igual dramalhão mexicano.

Igual ridículo.

Me agarrei no terno dele como se fosse uma boia salva-vidas no meio do oceano.

— P-Pelo amor de Deus, controla esse cachorro! — eu gritei, tremendo.

E ele ficou lá.

Me segurando.

Sem entender.

Sem piscar.

Completamente surpreso.

E eu, agarrado nele como se não houvesse amanhã, percebi:

Eu tinha acabado de abraçar o meu chefe inteiro.

No primeiro dia de trabalho.

Na porta da mansão dele.

E o pior?

Eu não tinha nem o tênis na mão.

Continua...

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Comentários

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RSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS E O SENHOR ALENCAR TAMBÉM TE ABRAÇOU NÉ? DEVE TER FICADO DE PAU DURO.

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Não entendi se ele ia em casa pra que mandou o assistente pegar o tênis. Curioso e com a cabeça já imaginando mil possibilidades.

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