“Um conto de luxúria institucionalizada, erotismo com CLT e gozo com autenticação em duas etapas.”
Jorjão, 52 anos, barriga de chope esticada como um talão de cheque estourado, ex-vigilante de firma terceirizada que mal sabia segurar um cassetete, agora era o segurança noturno da Caixa Econômica Geral da Praça Quinze. Achava que conhecia cada canto daquele prédio de vidros blindados e carpete vermelho. Afinal, 18 anos casado com Bernadete, a caixa veterana da mesma agência, uma mulher de coque tão apertado que parecia prender os pensamentos dentro da cachola, batom nude desbotado e uma vibe de quem só transa com a luz apagada, davam a ele a certeza de que a vida era um looping de boletos vencidos e ereções meia-bomba. O tesão, quando vinha, era tão raro quanto um feriado bancário em dia útil.
Mas tudo virou de cabeça para baixo — ou melhor, de pau para cima — numa noite de quinta-feira, quente e úmida como o interior do banco com o ar condicionado quebrado. Jorjão esqueceu o relógio de pulso no armário dos fundos, aquele cubículo fedendo a naftalina e dinheiro de mendigo. Voltou para buscar e o que encontrou não foi só um choque. Foi uma porra de um filme pornô ao vivo, com direito a orçamento corporativo e gemidos em estéreo.
No subsolo da agência, onde supostamente só havia caixas de arquivo empoeiradas, cadeiras quebradas e um cheiro de café com leite, rolava um puteiro bancário de alto escalão. Era um clubinho sexual clandestino, uma orgia com código de barras tatuado na bunda dos participantes, fetiches envolvendo extratos bancários amassados e uma regra de ouro: só entrava quem sabia sacar a rola da cueca e depositar numa buceta com a mesma precisão. O ambiente parecia uma mistura de sala de reunião e motel de beira de rodovia, com luzes vermelhas piscando como alertas de saldo devedor.
E lá estava Bernadete, a esposa recatada, a rainha do coque certinho, pelada como veio ao mundo, exceto pelos óculos de grau embaçados e um colar improvisado de crachás tilintando contra os peitos. Ela cavalgava o gerente de contas private, um cara de terno mal-ajustado e cabelo penteado com gel de farmácia, enquanto o subgerente, ainda fardado com o colete da Caixa, enfiava uma fita de terminais de autoatendimento na bunda dela, como se cada estocada fosse um “senha incorreta, tente novamente”. Os gemidos eram abafados por uma playlist sensual de mensagens eletrônicas do Banco Central — “Saldo insuficiente… Aguarde a compensação…” — enquanto o ar condicionado pingava suor e lubrificante no chão.
Jorjão, ao invés de armar um barraco ou partir pra cima do gerente com o coldre da arma, ficou paralisado. O pau deu um salto na cueca samba-canção, duro como um cofre de aço. Algo primitivo, quase animalesco, acordou nele. Não era ciúme. Era tesão puro, suado e sem vergonha. Ele viu a verdade nua e melíflua: o desejo ali era mais real que qualquer contracheque. E decidiu que não ia ficar só olhando.
Nos dias seguintes, Jorjão virou um agente duplo do prazer. Criou um CPF falso com a ajuda de um despachante safado da rua de trás e se passou por cliente novo, exigindo “atendimento personalizado” com um sorrisinho de canto de boca. Foi recebido no fundo do caixa eletrônico por uma supervisora de crédito, uma morena de tailleur justo que ofereceu um “empréstimo com carência” — que incluía chupadas demoradas na sua rola e uma penhora dos mamilos com clipes de papel. Entre uma lambida e outra, ela o apelidou de “investidor de alta liquidez”, enquanto ele gozava litros no carpete com o som de moedas caindo na cabeça.
Aos poucos, ele mergulhou de cabeça — e com o pau — naquele sistema podre e delicioso. Descobriu que ali ninguém tinha limites, só taras:
– O gerente geral, um careca de óculos escuros indoor, chupava boletos acima de R$10mil com saliva e café, gemendo como se cada código de barras fosse uma língua no seu saco.
– A estagiária de RH, uma novinha de piercing no umbigo, escaneava os peitos na máquina de Xerox enquanto gozava com o barulho da máquina.
– O porteiro aposentado, que ainda aparecia pra pegar cafezinho, enfiava o pau num rolo de recibos térmicos e chamava de “saque rápido”.
– E Bernadete? Bernadete era a estrela do puteiro. Especialista em “saques grandes”, ela lidava com “limites estourados” como ninguém, chupando dois caras ao mesmo tempo enquanto contava moedas com o dedão do pé.
Jorjão virou habitué. Passou a organizar as surubas, definindo turnos com base no horário de pico dos caixas eletrônicos. Se apaixonou perdidamente por um motoboy tatuado que só gozava com comprovante de entrega assinado na mão, esfregando o papel no pau até rasgar. Participou de um ménage com dois auditores da Receita — que usavam algemas fiscais e gritavam “dedução total no imposto de renda!” — e três funcionários do INSS, que insistiam em gozar em parcelas. Num dia de ousadia, enfiou o pau num rolo de fita adesiva e chamou de “juros compostos”. Contraiu uma gonorréia com um CPF inválido depois de comer a contadora no banheiro dos fundos, mas nem isso o parou.
O ápice da loucura veio numa noite de sexta, quando, já bêbado, tentou sacar sêmen de um caixa rápido, enfiando o pau na abertura de envelopes. Ficou entalado por duas horas, gemendo e rindo enquanto o alarme disparava. A Caixa abriu uma sindicância interna, com direito a depoimentos constrangedores e fotos granuladas das câmeras de segurança. Jorjão foi demitido por “conduta incompatível com o cargo”. Bernadete, a safada, foi promovida a gerente de operações — dizem que ela selou o acordo chupando a pica do diretor regional numa sala de videoconferência.
E Jorjão? Hoje ele vive de vender os vídeos daquele passado glorioso na deep web erótica bancária, sob o pseudônimo de “O Saldo do Meu Tesão”. Tem uma coleção de pen drives com cenas de Bernadete cavalgando a rola do subgerente, do motoboy gozando no comprovante e dele próprio metendo num rolo de recibos enquanto gritava “saldo positivo!”. Ganha uma grana preta — e um tesão ainda maior.
Toda vez que passa na frente de uma agência da Caixa, ele não vê um banco. Vê uma piroca engravatada, latejando, pronta para ser mamada com recibo em três vias, carimbo de “pago” no cu e um gemido final: “Transação concluída.”
