Toda rua tem aquele vizinho incubado que ajuda a esvaziar o saco no sigilo, famoso “cu de nós todos”

Um conto erótico de André Martins
Categoria: Gay
Contém 5807 palavras
Data: 19/12/2025 10:45:58
Última revisão: 19/12/2025 11:36:28

Eu morava numa casa confortável da Avenida Oliveira Belo, perto do Largo do Bicão, meus pais trabalhavam no contra turno e passavam as noites e as madrugadas fora, só chegavam de manhã. Como meu irmão vivia no ciclo de estudos e treinos, saía do preparatório direto pra academia e só depois ia pra casa, eu acabava boa parte do tempo sozinho e dava pra fugir pra jogar bola com os moleques na Praça da Cetel até de madrugada.

Só que bairro de subúrbio é foda. Sempre tem fulano que é amigo de ciclano, foi criado com beltrano e conhece a família do primo do vizinho do cunhado da esposa do tio... Todo mundo se conhecia, nem que fosse de vista e de longe. Vira e mexe chegava fofoca no ouvido do meu pai e o esporro era certo, tal qual ocorreu nesse domingo chato no almoço em família.

- Outra coisa, senhor Douglas. – o coroa voltou a falar. – Dona Antônia falou que você tava andando pela Rua Seis. Disse que te viu no portão de alguém, é verdade?

- Sim. Eu e Gui fomos chamar o Yago pra jogar bola, por quê?

- Por quê? Você ainda pergunta?! – meu pai ficou bolado.

- O que é que tem de tão perigoso na Rua Seis?! É mais fácil você contar e eu ficar em alerta pros perigos, concorda? Melhor que me deixar curioso, pai.

Meu irmão Ramon, meu pai Osmar e o pastor Adriano se olharam nessa hora, como se os três tivessem a resposta pra minha pergunta, porém nenhum deles se ofereceu pra sanar a dúvida. Após breves segundos de silêncio e olhadas de rabo de olho, eis que o coroa voltou a falar, bateu a mão na mesa e arregalou os olhos pra mim.

- FICA LONGE DAQUELA RUA! Você é meu filho e me deve obediência. Se eu mandei não ir na Rua Seis, você não vai na Rua Seis e ponto final. Não importa o perigo. Só não vai e acabou, pronto. Fim de papo, tá entendendo?

- Tá bom, pai, tá bom...

- A Rua Seis não é lugar de... Não é lugar de gente como a gente, não é lugar de gente de bem. Eu não piso lá nem quando a empresa manda, e você vai fazer a mesma coisa. Não inventa, Douglas.

- Tá, pai, já ouvi...

- Ouviu, mas entrou por um ouvido e saiu pelo outro. Se tivesse escutado de verdade, o senhor não teria pisado lá. A partir de hoje, manda o Yago vir pra cá. Não quero você andando naquelas bandas.

- O senhor também, seu Guilherme. Chega de Rua Seis. Ai de mim se falarem que o filho do pastor tá andando com... – tio Adriano resmungou.

- Andando com...? – Guilherme ficou curioso.

- Andando com gente que não presta. – meu pai concordou– Ramon prestou atenção à conversa, voltou a comer e fingiu que nem era com ele.

Agora que eu contextualizei mais ou menos a rotina na Vila da Penha e mostrei como funcionavam as relações de poder na minha família, posso contar como eu descobri o lado oculto do meu bairro. Por oculto, quero dizer que existem PODERES INVISÍVEIS aos olhos, coisas que a gente não percebe que rolam, porque elas acontecem em sigilo, na surdina, na clandestinidade.

Poucos dias depois do almoço em família lá em casa, fui dar um rolé no Shopping Carioca com meu parelha Guilherme e ele voltou ao assunto escroto da mesa do almoço.

- Fala tu, DG, o que tu acha que rola na Rua Seis?

- Mano... – pensei antes de responder. – Boca de fumo? Ou então é puteiro, será? Deve ter alguma puta lá e o coroa descobriu.

- Tem que ser algo que meu pai e o teu saibam.

- Tio Adriano também reclamou contigo?

- Tu não viu? Chato pra caralho, bicho. Cismou com a Rua Seis, não larga do meu pé. Fiz porra nenhuma, antes tivesse feito.

- E se nós perguntar ao Yago, Guilherme? Ele mora lá, deve tá ligado na fofoca.

Eu era um molecão magro de 1,70m, branco, sardas nas bochechas e espinhas na testa, detalhes que mexiam bastante com a minha autoestima naquele tempo. Porque tipo, vi meus colegas saírem com várias minas, eu chegava em algumas e só tomava toco, aí comecei a me sentir feio e isso durou um bom tempo.

Guilherme, por outro lado, era mais puxado pro parrudo, tinha a pele parda em tom de amendoim e era mais escuro que a mãe, mais claro que o pai. Ele não era exatamente gordo, mas tinha uma barriguinha de leve e era complexado com isso, porque a mãe dele era uma evangélica obcecada com magreza e tio Adriano era um pastor que praticava musculação, ou seja, de chatice, aparências e imagem, os pais do meu amigo entendiam.

Tô contando cada detalhe que é pra você entender como eu e Gui vivíamos bombardeados pelos comentários críticos dos nossos pais a cada atitude nossa, fosse num saco de lixo que ainda dava pra jogar fora, fosse nas comparações com os irmãos mais velhos ou até por causa da aparência física.

Em vez de serem pais amigos e conversarem com a gente, seu Osmar e o pastor Adriano preferiam dar ordens, exigir, mandar e cobrar, sendo que nenhum molecão com os hormônios à flor da pele tem paciência pra tolerar chacota 24h por dia.

Tudo que eu e Guilherme queríamos era arranjar uma mina safada pra fazer putaria e ter as primeiras experiências sexuais, porque tanto eu quanto meu parelha éramos cabaços até então, graças às nossas questões pessoais. Os outros moleques até zoavam quando a gente se juntava no futebol, tiravam sarro com a nossa cara pelo fato de nunca termos sentido nem cheiro de buceta de perto.

- Na moral, DG, o dia que tu experimentar a mamada de uma mina que sabe mamar, não vai querer outra vida. Papo reto, pô. Boquete é a melhor coisa que tem. – meu amigo Michel comentou.

- Mané mamada, cuzão. O bagulho é comer buceta e jogar dentro, isso sim. Nada se compara a uma buça quentinha, Guilherme, vai por mim. Confia no pai. Tu acha que eu ia mentir pra tu, mano? – Wagner, outro amigo do futebol, abraçou o Gui meio que de lado e apertou a nuca dele, tentando convencê-lo.

Depois que voltei pra casa, lembrei dos dois falando das putarias que aprontavam lá em Vista Alegre, fiquei de pau durão por nada e me tranquei no banheiro pra descarregar o tanque, era assim que eu me virava pra aliviar o tesão.

Já que as minas não davam bola, tive que arranjar um jeito de esvaziar o saco e acabou que a masturbação virou meu esporte preferido, não sei como meu braço direito não ficou mais malhado que o esquerdo por culpa do excesso de bronha. Guilherme, coitado, também era outro punheteiro. Às vezes a gente até se juntava no quarto dele e ficava vendo pornô, na intenção de bater umazinha e estancar a carência causada pela falta de buceta.

Meu pai bem que poderia ter sido aquele conservador à moda antiga, né? Daqueles que levavam os filhos no puteiro pra eles perderem o cabaço com as profissionais que entendiam do assunto, lembra? Antigamente acontecia muito disso, hoje em dia também, mas não, meu coroa escolheu ser um conservador cafona e chato até o talo. Em vez de adiantar meu lado, seu Osmar preferia me atrasar.

Juro que se o coroa tivesse me levado no bordel, eu teria ARREGAÇADO a mais vagabunda das piranhas que encontrasse lá e gastaria toda a carga de tesão acumulada no meu corpo. Eu tinha fogo pra fuder quatro, cinco vezes seguidas, de tanta punheta que batia num único dia, e vivia o tempo todo de saco cheio, as bolas roncando e implorando pra eu liberar espaço pra elas produzirem mais leite.

Minha rola vivia em posição de sentido 24h por dia, sempre pronta e alerta pro abate. Tinha dias que eu acordava tão galudo que havia uma poça de sêmen na minha barriga e a piroca pulsava agitada, tortona pro lado, dava nem pra disfarçar até chegar no banheiro. Eu era tarado e gozava dormindo, sem perceber, ficava galudo por qualquer rabuda que cruzasse meu caminho.

Não importa se era gorda, magra, careca, cabeluda, morena, pretinha, branquinha ou albina: passou do meu lado rebolando, eu com certeza dava uma manjada e guardava a cena na memória, adivinha por quê? Isso mesmo. Bronheteiro de carteirinha, óbvio que eu descontava TUDO e mais um pouco na punha de mais tarde. Quem nunca?

Parece que o corpo clama por isso, a carne vibra, a pele queima, o sangue ferve e o garotão só pensa em buceta, buceta, buceta, buceta. Conforme eu cresci e ganhei malícia, me senti cada vez mais homem, mas faltava passar pela última etapa pra me transformar em macho de verdade: papar a primeira buceta. Meus amigos só falavam disso, os moleques do curso só falavam disso, o pessoal que eu jogava só falava disso, tudo começava e terminava em buceta. E eu na punheta, punheta, punheta...

Agora se põe no meu lugar: irritado com o pai moralista, cheio de leite acumulado, cansado de punheta, exausto daquela vidinha sem graça e dos tocos das minas da Vila da Penha. O novinho vira uma bomba-relógio, concorda? Eu me sentia um merda, um inútil, um incapaz por não conseguir dar sentido à rola que eu tinha.

- “Por que Deus me deu pica se me fez feio? Pra que ter pau se as safadas não tão nem aí pra mim? Tomar no cu, bagulho injusto...” – cheguei a virar um ranzinza por causa desses pensamentos.

Até que aconteceu. No carnaval, tinha que ser. Não tem data melhor pra inaugurar os trabalhos do que na Festa da Carne, né verdade? Simbólico.

Meus pais viajaram pra fora do Rio, como sempre fazíamos em família, mas, pela primeira vez, eles deixaram Ramon ficar em casa estudando, porque era a reta final dele no preparatório antes das provas. Pedi pra ficar também e foi custoso à beça, tive que apelar pra ideia do meu pai e da minha mãe aproveitarem a viagem e refazerem os votos de casamento. Demorou, mas deu certo. Eles viajaram e nós ficamos em casa durante uma semana inteira.

Na sexta-feira de Carnaval, Ramon se trancou no quarto antes da hora do almoço e passou o dia enfurnado lá, de cara nos livros. Meti o pé pra rua, fui jogar bola com os moleques e aproveitei pra tirar a dúvida que tanto pairava na minha cabeça.

- Qual foi, Yago, chega aí. Tu sabe o que é que rola na tua rua pro meu pai ficar tão escaldado que eu vá lá? Tão vendendo droga naquela porra, moleque?

- Papo reto, cuzão. Nós tá pra perguntar isso tem mó tempão. – Guilherme se juntou a mim. – Meu pai tá enchendo a porra do saco por causa da Rua Seis.

- Rua Seis? – Yago pensou.

- Tu que mora lá, mano. Tá sabendo de alguma fofoca?

- Pô, parceiro... – ele coçou a cabeça, olhou pra gente, pensou mais um pouco e fez que não. – Tô por fora. Sei de nada não.

- Com essa cara de quem tá escondendo o jogo? Fala logo, porra, desembucha. Tu sabe de algum bagulho.

- Sei de nada, DG, já dei o papo. Agora solta a bola e bora jogar no bagulho, esquece essa parada.

Ele não quis falar, nós não insistimos e ficou por isso mesmo. Mais tarde, à noite, voltamos a nos encontrar no Largo do Bicão, onde todo ano rola o Carnabicão, famoso evento de carnaval. As principais avenidas fecham, os carros de som se agrupam, o povo vem pras ruas, enche de vendedores ambulantes, música, festa, fantasias e bate-bolas ostentando suas cores. Sempre rola confusão também, senão não é carnaval no subúrbio de verdade.

Yago foi com a mina dele e ficaram de casalzinho, eu tentei me arrumar com uma morena da Praça da Light e Guilherme desenrolou com umas cinco novinhas diferentes, mas nenhuma apareceu. Resultado: mais uma noite enchendo a cara, doidos pra meter e pensando na maldita punheta que a gente ia bater mais tarde, solitários na madruga.

Foi aí que, no meio do bloco de carnaval, um cara fantasiado de enfermeira esbarrou em mim e no meu amigo.

- Opa. Foi mal, meninos. Aliás, meninos não. Vocês são dois gostosinhos. Heheheh! – ele alisou meu queixo com uma mão, apertou o pescoço do Guilherme com a outra e jogou um beijinho antes de virar de costas e sair andando.

De sainha branca, sutiã, a bunda de fora e... Porra... Deixa quieto. O que importa é que fiquei um tempo olhando e processando a informação, acho que o álcool falou mais alto e meu pa-

- Iria ali, DG? – Gui debruçou no meu ombro e falou baixo, entre os risos.

- Qual foi, moleque? Tá me estranhando?! Sou espada, pô, respeita.

- E daí? Eu também sou espada, mas tu viu o tamanho do cu do filho da puta? Mó rabão.

- Para, Guilherme. Vai dizer que tu iria? Que porra é essa, mano? – não acreditei na onda dele.

- Ô! Quem ignora buraco é a Prefeitura do Rio, cuzão. EUHEHE! Do jeito que eu tô, era dentro sem frescura. Botava a camisa na cara dele pra não ver o rosto do viado e ó, só pá, pá, pá! É só porradão, meu parceiro. Foda-se, tô no cio mesmo! Se eu pego um daquele ali, é só madeirada! Fecho o olho, finjo que não tô vendo que é bicha. – ele mexeu a cintura pra frente e pra trás, imitou movimentos de foda e meu corpo insistiu em reagir.

Acho que foi a mistura da minha carência com o excesso de bebida. O pau ficou meia bomba, voltei a olhar pro maluco vestido de enfermeira e meus olhos automaticamente pairaram na bunda dele, enquanto ele se afastava. Que viagem...

- Aí, não sai daqui. Vou aqui em cima ver se eu desenrolo uma gatinha, papo de cinco minuto. – Guilherme avisou.

- Não demora, seu comédia. Da última vez tu me deixou uma hora esperando.

- Relaxa, DG. Vou trazer mais vodca, guenta aí.

Meu parelha saiu de cantinho, eu passei uns dois minutos na minha, ainda pensando sobre o viado com fantasia de enfermeira, e de repente a luz de um farol cobriu meu rosto, seguida pelo ronco do motor.

- Iiihh, ó ele aí. Fala, primo. Na paz? – Cassiano parou do meu lado, estendeu a mão enorme e me cumprimentou com o aperto típico dos crias da Vila da Penha.

- De boa, irmão. E tu?

- Suavão, como sempre. – seus olhos vermelhos entregaram o jogo. – Tá pensando na vida aí sozinho, cuzão? Qual foi, pensando em quê?

- Ah, nada. Nada de mais. Só tava... – eu não ia contar pra ele que tava lembrando da bunda do maluco fantasiado de enfermeira, então pensei rápido e falei qualquer coisa. – Tava tentando entender a razão do meu pai meter o male na Rua Seis.

- Rua Seis... Famosa ruinha. Já ouviu falar na Rua Dagmar da Fonseca, lá em Madureira? É parecida.

- Dagmar da Fonseca? Acho que não. O que tem lá?

- Ah, acontece de tudo, DG. Lá tem muita coisa. Muita coisa... Teheheh...

Cassiano era filho da minha tia, meu primo de sangue e alguém que meu pai não curtia muito, porque ele era desses héteros porra louca, vivia solto, desregrado, e se envolvia com um monte de coisa na pista, tipo apostas, drogas, putas. Quase não parava em casa, geralmente tava enfurnado com alguma piranha e não dava satisfação pra ninguém, nem pra mãe.

Não trabalhava, não estudava, era vagabundo, maconheiro, só queria saber de buceta, pipa, de empinar moto na rua, jogar bola e se drogar no baile do Complexo da Penha com os outros moleques, por isso meu pai não ia com a cara dele. 25 anos de idade, mas se comportava feito moleque, irresponsável pra caralho e marrento por natureza, dono de si.

Fisicamente falando, Cassiano era parecido com o criador de conteúdo Bernardo Salles, até no cavanhaque descolorido no queixo e no bigodinho fininho em cima do beiço. Ele tinha o corpo forte, mas não bombado, era malhado, definido, sarado e todo durinho por causa do surfe. Pele bronzeada, cabelo batidinho na régua e com reflexo loiro, aparelho nos dentes, ombros largos, 1,82m, posturado, risquinho na sobrancelha e um dos maiores pegadores da Vila da Penha.

- Fala logo, pô, fica enrolando igual meu coroa não. Vai contar ou não vai contar o que rola na Rua Seis?

- Rua Seis... É... Acho que tá na hora de tu saber.

- Seu Osmar fica puto só de eu falar dessa rua, Cassiano. Bora, conta aí.

- Teu pai fica puto? Caô? Heheheh!

- Demais. E tio Adriano também, pai do Guilherme.

- Caralho, que doideira. Tudo por causa de uma rua. Heheheh... – ele deu o riso mais cínico de todos. – Te dar o papo, DG? Homem é egoísta por natureza. Ele descobre a mina de ouro e quer esconder do resto do mundo. Não é em todo quintal que estoura o poço de petróleo, tá ligado?

- Mina de ouro? Poço de petróleo? Que porra é essa, primo? Meu pai e o pastor ficaram ricos com a lavagem de dinheiro e não podem contar pra ninguém, é isso? – viajei.

- Antes fosse, viado. Geheheh! – Cassiano checou a hora no relógio de pulso, em seguida ligou a moto, virou a mão no acelerador e roncou com o motor antes de me convidar pra subir na garupa. – Bora, sobe aí.

- Pra quê?

- Só sobe, sem pergunta. Tá na hora, já passou da idade.

- Mas e o Guilherme? Ele vai voltar e não vai me encontrar aqui.

- Guilherme que se foda. Ou tu prefere esperar uma hora até ele voltar? Se toca, meu. Quero adiantar teu lado, sobe logo.

- Na moral, Cassiano... – hesitei, a curiosidade falou mais alto e eu subi na moto.

Meu primo saiu do Largo do Bicão, pegou a Avenida Meriti sentido Shopping Carioca e fez como quem ia pra minha casa, mas dobrou um pouco antes da rua do valão e de repente entramos na Rua Seis, aquela que era o pesadelo do meu pai e do pastor Adriano.

- Olha lá pra onde tu vai me levar, maluco.

- Tá na hora de descobrir, DG. Chega de historinha. Tu é homem, não é?

- Lógico! E com H maiúsculo, mesmo sem ter comido buceta ainda.

- Bom saber.

Ele diminuiu o ritmo da moto, pilotou até o fim da rua, bem bem bem depois da casa do Yago, e parou em frente ao portão cinza e descascado de um casarão todo apagado. Os muros eram pintados de verde, a rua estava vazia e silenciosa como de costume e o poste de energia mais próximo estava apagado, o que criou um cenário inóspito, silencioso e com aparência de abandonado.

- O que a gente tá fazendo aqui? – tive que perguntar.

O portão rangeu de repente, fez barulho e abriu. Um senhor calvo, alto, forte e de olhar sério surgiu na calçada, nos olhou com o pior semblante possível e fez “não” com a cabeça antes de encarar meu primo.

- Demorei? – Cassiano perguntou.

- Não. – o sujeito saiu da frente, primão entrou e me chamou pra ir junto, o que fiz com certa apreensão.

Eu não tinha a menor noção do que acontecia dentro do casarão e tava esperando por qualquer coisa criminosa, tipo prostituição, drogas ou contravenção, então não vou mentir e dizer que fiquei calmo, pois a tranquilidade passou longe de mim nesse início de madrugada.

A casa era espaçosa, chique e grandona por dentro, aquele homem provavelmente morava ali sozinho e foi ele que nos conduziu ao quarto de hóspedes, que só tinha cama de casal, ventilador de teto e nada mais. Nem janela.

- Pra que tu me trouxe aqui, Cassiano? – falei.

O dono do casarão me olhou, fez aquela cara amedrontadora de antes e cresceu os olhos enormes em mim, me analisando bem sério. Enquanto me observava, o coroa alisou o bigodão largo e fez cara de dúvida, como se tentasse lembrar quem eu era. Parecia que me conhecia, eu só não consegui recordar de onde.

- Tem certeza, Cassiano? – ele perguntou.

- Tá na hora, Lílio. O moleque quer virar homem e até agora não arranjou buceta. Tá passando a mesma fome que eu passei antes de te conhecer, coroa. DG precisa do mesmo remédio que tu me deu anos atrás.

- Remédio? Que remédio? – a primeira coisa que pensei é que o tal do Lílio conhecia alguma piranha e era o contato certo pra fortalecer o Cassiano quando a piroca subia.

Imaginei também que ele faria a mesma coisa por mim e colocaria uma mina gostosa na minha fita. Fiquei afobado com essa possibilidade e confesso que bateu aquela animação foderosa, mas eu não sabia de nada ainda.

- Chegou a hora de tu descobrir a razão, Douglas.

- Que razão?

- Do teu pai não querer que tu venha na Rua Seis. A verdade é que o tio Osmar tem medo de tu descobrir os prazeres da carne, tá ligado? Sexo fácil vicia, moleque. A sensação de poder fuder sempre que tu quer, na hora que tu quer e onde tu quiser é FORTE demais, nem todo homem tá preparado. Se o maluco for mente fraca, ele perde a cabeça legal, se ligou? Perde o juízo, cai no mundo e nunca mais se acha de novo. É por isso que teu pai é escaldado. Ele é um coroa vivido, experiente, sabe muito da vida.

Nesse momento, eu tive certeza absoluta que entrariam pelo menos duas rabudas peladas ali, o coração chegou a bater na boca. Olhei pros lados, esperei pela chegada delas, porém ninguém apareceu, éramos só nós três no quarto de hóspedes.

- O ponto, meu caro... – Cassiano ficou de pé perto da cama, puxou Lílio pela nuca e o pôs de joelhos. – É que sexo fácil realmente vicia. E vicia porque é bom. É o que todo cara feito nós merece, meu cria. Pegou a visão ou quer que eu desenhe pra tu? Heheheh.

- Eu... Ainda não tô entendendo direito... – falei.

- Vai entender. Saca só.

Tudo aconteceu muito rápido e repentinamente. Meu primo abriu o velcro da bermuda de surfista, sacou a piroca meia bomba e atolou tudo na boca do coroa, não sobrou nada de fora. O semblante de prazer e relaxamento que Cassiano fez quando escorou a mão na nuca do Lílio e preencheu a garganta dele de pica foi indescritível, os dedos dos pés até apertaram os chinelos de dedo.

- O que teu pai não quer é que tu descubra isso aqui, ó. SSSSS! – outra ferroada funda na goela do Emílio, dessa vez meu primo firmou na ponta dos dedos dos pés e debruçou nos beiços do coroa. – AAARFFF! Ele não quer que tu saiba o que é bom de verdade, senão o filho dele não vai querer outra vida. Heheheh!

Mermão... Eu pirei. Sem sacanagem, fiquei alucinado em menos de dez segundos de boquete ao vivo. Um lado meu estranhou o fato de um cara mamar o outro na minha frente e eu quis correr dali o mais rápido possível, o problema é que Cassiano revirou os olhos, abriu a boca, mirou o teto e gemeu feito felino quando o velho devorou a piroca inteira.

- AAARSSS! – depois me olhou, fez cara de manhoso, suas expressões de pidão falaram mais alto e ele não escondeu a catarse na garganta do Emílio. – Teu pai tem medo, DG, isso sim! Medo que tu aprenda a fazer isso aqui!

Primão enforcou o boqueteiro, forçou pica na goela de novo e eu vi lágrimas escorrerem dos olhos do Lílio. Até eu perceber que aquelas eram lágrimas de prazer e não de sofrimento, uma explosão de fogos já tinha estourado dentro de mim. Cassiano se empolgou, abriu as mãos no crânio do velhote e abusou da boca dele como se já estivesse acostumado a fazer aquilo, o quarto ficou pequeno demais.

- OOORGH, FFFF! – ele mordeu o beiço, agonizou de tesão e não tirou os olhos de mim, fazendo de tudo pra me passar a visão.

Parecia até que queria dar aula, o filho da puta. Na medida que meu cérebro fritava pra processar tudo que via, meu corpo reagiu, começou a borbulhar e eu senti uma efervescência esquisita percorrer sob a pele. Tentei fechar os olhos por alguns segundos e recobrar a consciência, mas nem piscar consegui, de tão fissurado que fiquei no vai e vem do piru do Cassiano afogando a garganta do Emílio.

- Tá vendo isso, DG?! Existe um bagulho desse!? Já viu isso em filme pornô? SSSSS! Presta atenção na boca de caçapa desse viado, ó! – ele investiu o quadril sem pena, vestiu a língua do cinquentão na rola e fudeu a goela dele até o saco fazer barulho estalado no queixo.

Foi cena de pornô mesmo, papo reto, só que pornô de viado, tudo acontecendo diante dos meus olhos. No único segundo em que eu finalmente fui capaz de fechar os olhos e não ver a putaria, meu primo abriu a boca de novo e me provocou com seus gemidos sinceros, que mais pareciam rugidos.

- GRRRR! Peida não, Douglas, olha e aprende! Tu é homem, porra, abre o olho! Tá na hora de descobrir o que macho faz, seu merdinha! OOORFFF!

- Mano... – foi tudo que consegui dizer antes de abrir os olhos.

- PRESTA ATENÇÃO, MOLEQUE! TÔ FALANDO CONTIGO, PORRA! SSSS! – Cassiano gritou comigo e quem pagou o preço foi Emílio, que tomou tapa na cara, ganhou cuspida na boca e sofreu no enquadro do marrento. – Tu não vai encontrar uma mina submissa igual esse vira-lata aqui, DG! Pode namorar, noivar e casar com a mais gostosa da Vila da Penha, mas ela não vai deixar tu se espalhar tanto assim, ó! FFFF!

Quando segurar o crânio não foi suficiente pra confirmar o nível de submissão do coroa, meu primo agarrou nas orelhas dele, fisgou piroca garganta adentro e lá permaneceu durante mais de quinze segundos. Deu pra ver a jugular grossa do Cassiano pulsar na goela do Lílio e ele chorando, se acabando de gargarejar na pica.

- Na arte de tirar leite, os viado representa! OOORSS! – e tome bolada no queixo, rebote seguido de rebote.

Detalhe: os olhos do primão vidrados nos meus, nós dois mantendo contato visual durante os engasgos gulosos do coroa. Nesse meio tempo, Cassiano mexeu a cintura pros lados, sorriu de felicidade e chegou a babar no canto da boca, só faltou uivar enquanto torava a boca do viado. Ele ganhou mamada no saco, atenção dedicada, exclusiva e serviço completo, porque Emílio fez questão de lustrar os ovos com a língua também.

- Isso, viadinho. Mostra pro meu mano DG como tu é profissa, vai. Cachorra. Agora vem cá. SSSS! – e voltou a ferroar na garganta do sem vergonha de novo.

O púbis do meu primo chegou a amassar o nariz do velho nessa hora, mas nem assim Lílio recuou ou pediu arregou na piroca. Pelo contrário, ele abraçou a cintura do Cassiano, sustentou a jeba no talo e respirou na pentelhada suada durante as engasgadas sedentas.

- ISSO, PUTINHA, ENGASGA! AGUENTA, MOSTRA PRO DG O QUE TU SABE FAZER! MEU PRIMO TÁ CURIOSO, ELE NUNCA VIU ISSO! FFFF!

Não sei como o coitado deu conta de tragar cada polegada de uma vara tão grossa e cabeçuda que nem a do primão, só sei que fiquei impressionado com as habilidades orais do velhote e fui absorvido pelas caras e bocas do Cassiano. A julgar pelas feições, ele estava em transe, 100% mergulhado em prazer bruto e deleitado na luxúria de poder fazer e acontecer numa goela macia daquela.

- “Tá maluco, porra? Viaja não.” – dei um soco no meu pau assim que ele ameaçou endurecer, difícil foi apagar a inveja que nasceu dentro de mim.

- Qual foi, Douglas? Tá prestando atenção na aula ou tá viajando aí? Reage, moleque.

- Pô, primo... Achei que tu ia me levar pra comer puta, tá ligado?

- Acertou, pô. Hoje tu vai conhecer a mais braba das piranha, meu parceiro. Te botei na boa, essa aqui é a melhor que nós temos.

Cassiano arriou a bermuda nos joelhos, suspendeu o abadá do Flamengo na altura do peitoral e exibiu o abdome torneado de surfista. Em poucos movimentos, Emílio levantou do chão, tirou a roupa, empinou de quatro na beira da cama de casal e arreganhou as nádegas, exibindo um cuzinho que era mais em formato de elipse do que de anel. Parecia um túnel, um buraco, uma toca, uma caverninha de pele quente.

- Ensinamento pra tu levar pra vida, DG: toda rua tem aquele vizinho incubado que ajuda a esvaziar o saco no sigilo. Famoso “cu de nós todos”, geral faz horinha com ele de vez em quando. Até quem diz que não faz, faz. Esses, então, são os que mais fazem, mas não querem que os outros façam, aí inventam um monte de caô. Heheheh! – meu primo se posicionou atrás do cinquentão, olhou pra mim e eu não acreditei que aquilo ia acontecer.

Senti tanto nervoso nesse momento que até fechei os olhos quando Emílio tomou a primeira madeirada na olhota do cu, como se a dor e o ardor fossem no meu rabo. Aí o velho gemeu, pediu mais pica, eu abri os olhos pra ver o que tava acontecendo e... Bom... Minha vida nunca mais foi a mesma.

- AAARFF! Fala pro moleque qual é tua função, viado! – Cassiano trepou nos cornos do mais velho e esculachou, botou pra fuder em cima dele.

- Minha função é servir, caralho! SSSS! Minha obrigação é dar comida pra vocês não passarem fome, é isso que eu faço! Nisso que eu sou bom!

- TU FAZ O QUÊ!? NÃO ESCUTEI! FFFF! – puxão nos ombros, soco nas costelas, primão se exaltou e o coroa deu o cu rindo.

- EU EMPRESTO CUZINHO! VIRO BRINQUEDO NA MÃO DE MACHO, CASSIANO! É PRA ISSO QUE EU SIRVO, PRA SER OBJETO DE TRASTE! AAAHNN!

O cu do velhote abriu facinho, aguentou tora como se fosse a coisa mais simples do mundo e eu cheguei a pensar que ele tinha buceta no lugar do cuzinho, porque sustentou as marretadas explosivas sem fazer careta.

- CACHORRA! VIRA-LATA! MINHA FÊMEA! MINHA NÃO, NOSSA! A PARTIR DE HOJE TU VAI LIBERAR O FURICO PRAQUELE ALI TAMBÉM, ESCUTOU!? – ele virou o rosto do Lílio na minha direção.

- COM PRAZER! QUANTO MAIS MACHO, MELHOR! CONTA COMIGO, DOUGLAS! – a bichona falou comigo.

- BUEIRO PÚBLICO, ISSO QUE TU É! TODO MUNDO TE USA, GERAL JOGA DENTRO! SSSS!

Afobado e sob muita pressão, meu primo tomou impulso, trepou na traseira do Emílio como se montasse na garupa da moto e empinou da mesma forma que empinava na pista. Foi pique cavalinho de pau o que ele fez em cima do velho, sem sacanagem. Deu pra ver fumaça e muito vapor sendo expelido das veias e da musculatura do Cassiano, bem como o estalo do saco dele na bunda do maduro.

- Vai aprendendo a fuder cu, DG, daqui a pouco é tua vez. Com viado tu pode se soltar, tem nada não. FFFF! Pega de jeito que eles gostam, ó! – ele acelerou, deu início aos galopes e as molas da cama entraram num RENK, RENK, RENK avassalador.

- “PLOC, PLOC, PLOC, PLOC...” – o pelo no pelo eclodiu violento dentro do quarto e penetrou com força nos meus ouvidos, na minha mente, nos meus pensamentos, nas minhas ideias.

Eu gelei, amoleci e esquentei, tudo ao mesmo tempo. Nem sei explicar exatamente o que vi ou como aquele rabão malhado suportou paulada com tamanha facilidade, só sei que minha cabeça embolou e eu fiquei encaralhado na hora, não deu pra segurar a onda no calor do momento.

- Tá vendo como ele gosta!? SSSS! Viado nasceu pra amolar pica, não tem jeito! Nossa missão é dar o que ele quer, é socar rola nesse cu até encher de leite! Tu nunca mais vai precisar bater punheta nessa vida, Douglas! É ou não é uma mina de ouro?! Ó o poço de petróleo que eu furei nesse cu! – meu primo saiu, abriu a buzanfa do coroa e exibiu o rego no molde largo da piroca.

Meu mastro envergou que nem aço, o volume cresceu chamativo no short, Cassiano e Emílio me olharam e eu fiquei confuso, pois sempre me considerei hétero até então. Aliás, pra falar a verdade, nunca imaginei que um cara comedor e buceteiro feito o primão comesse viado, sempre achei que ele fosse hétero. Minha mente girou legal naquele quarto.

- Vem descobrir o melhor da carne, DG. Tua vez, bora. Tu nunca imaginou que ia perder o cabaço comendo cu, né? Aposto. Heheheh!

- Eu... – travei demais.

Pleno carnaval, primão era buceteiro raiz e podia pegar a mulher que ele quisesse, mas ali estava Cassiano enrabando um coroa, comendo bichona na minha frente e rindo à toa, felizão, o sorriso largo de satisfação no rosto. Como entender uma porra dessa? Como acreditar no que meus olhos viram? Pior ainda: como apagar da mente?

- Vem, mané, fica acanhado não. Vai estrear a pica no cu mais macio e quentinho que tu vai provar na vida. Perde tempo não, só bora. – meu primo veio na minha direção, me conduziu até o lombo do Emílio e o viado me olhou nos olhos.

- Não sei se eu sirvo pra isso, não. – falei.

- Claro que serve, primo. Se tu é macho de verdade, serve e serve pra caralho. Torar cuzinho tá no nosso sangue, é do DNA do homem.

- Mas cuzinho de viado, Cassiano? Que porra é essa, tá doidão? – saiu sem querer.

- Cuzinho de viado é só treino, o importante é gozar e ficar leve. Mano, entende o seguinte: cu é cu. Tem essa de ficar escolhendo não, é sacar a pistola e largar o aço. Cu é que nem dinheiro, nunca é demais. Quanto mais, melhor, e esse aqui é cinco estrelas. Tu pode comer quantas bucetas quiser e nenhuma delas vai se comparar à arma que esse viado tem na bunda. Eu já comi xota à beça, tá ligado que posso falar com convicção. – ele tentou me convencer e eu tremi na corda bamba. – Ou prefere viver de saco cheio e sem comer ninguém? Tu que sabe, cabaço.

Meu primo falando no pé do meu ouvido, Lílio me olhando e pulsando as preguinhas pra me convidar pro abate, minha pica doida pra seivar leite num buraco qualquer, a pele pegando fogo e o corpo em febre. Por alguns instantes, eu me senti um verdadeiro vulcão prestes a entrar em erupção na RuaTudo que meu pai mandou eu não fazer, eu estava ali prestes a fazer. Pensa no seu pior pesadelo se tornando real. Pensou? Agora imagine que seu maior sonho também pode se realizar. Uma dualidade perigosa, certo? Foi assim que me senti. Trepar era tudo que eu mais queria, meus hormônios inflamavam por isso, mas ser descoberto pelo meu pai significava o apocalipse pra mim. O que fazer?

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