É incrível como o sexo pode complicar tudo. Minha relação com Juliana sempre foi bastante definida. Por ela e pelos demônios na minha cabeça. Éramos amigos. Éramos ótimos como amigos mas eu nunca havia sido namorado de ninguém. Eu nunca fui tratado como o centro do universo de alguém e isso meio que deu um nó na minha cabeça. Primeiro, porque não sabia como agir com ela. Segundo, que tinha a sensação que tava sendo grudento. Terceiro, ela agia como se nada tivesse acontecido. Isso e mais uma série de micro questionamentos e auto agressões estavam me dando a sensação de que havia algo errado. Pelo menos até o meu aniversário, quase 15 dias depois da gente ter transado.
Eu nunca fui de comemorar o meu aniversário. Alias, gostava tanto da minha paz que ninguém sabia quando era. Só Raoni e meus pais, e mesmo assim eles respeitavam minha vontade. Aquele ano, havia planejado fazer o que faço todo ano: arrumar meu pc e me afogar em meus projetos. Existia calma naquele caos pra mim e eu me sentia estranhamente inspirado nesse dia. Porém fui surpreendido por Juliana à minha porta naquele comeco de noite. A campainha soou alta no silêncio da minha mente e corri pra atender, antevendo algum problema de vizinhança. No entanto era ela. E estava linda
Ela vestia um vestido vermelho colado que relaxava suas curvas e destacava seu corpo musculoso. Os cabelos presos em um coque alto e falsamente desleixado. Brincos dourados de argolas e um cordão fino. Sua boca estava vermelha e brilhante parecendo morangos, que coincidentemente são minha fruta favorita. Fiquei tão impressionado com ela que só respondi ao seu chamado na terceira vez.
-- big, acorda!! A gente tem que sair!! – ela disse com um sorriso misterioso nos lábios.
-- peraí, sair pra onde? Do que você tá falando? – falei depois de engolir em seco e recobrar a consciência de ficar apreciando aquela beldade.
-- aiiiiii!! Você nunca me escuta!!! Entra e vai se arrumar!! Estamos atrasados!! – ela disse após me dar um selinho e me empurrar pra dentro de casa.
Aquele selinho foi nosso primeiro contato íntimo desde que tudo tinha acontecido. Fiquei tão estarrecido que fui tomar banho. Dei um trato firme usando cremes esfoliantes, hidratantes... Tudo que ela havia me obrigado a comprar porque dizia que fazia bem pra autoestima. Ao passar pela sala pro quarto, estava enrolado na toalha e senti os olhos dela me acompanhando. Senti um choque na espinha e meu pau começar a enrijecer. Sorri constrangido e fui pro quarto.
Ia sair com ela então me vesti o melhor que pude, usando uma calça jeans, um dashiki, aquelas camisas africanas, preta e dourada. Deu um trato na barba e peguei meu óculos que usava pra sair, com armação de aviador. Coloquei um tênis preto de lona e pus meu perfume. Como não sabíamos pra onde ia, coloquei o meu favorito: CK BE. Saí do quarto e assim que me viu, seus olhos brilharam. E reconheci aquele brilho. Era o mesmo que o meu tinha quando a via.
-- você tá lindo! Agora vamos!! – chamando o Uber.
Assim que o carro chegou, entramos e fomos pro raio do sobrado de novo. Eu não tava lá com muita vontade de ir mas como negar um pedido dela? Aquele sorriso sincero, aqueles olhos brilhantes... Nessa, acabei indo parar de novo no sobrado. Ficamos agarrados quase que a noite toda, o que foi bom. Ela sambava a alguns passos mas sempre voltava pra mim. Eu sentado e ela entre minhas pernas. Por duas vezes, ela virou pra tras me olhando com um sorriso maldoso nos lábios e me beijou. Ela sentia meu pau em suas costas.
Em um determinado momento, ela sumiu. Não me preocupei. Ela sabia se cuidar mas procurava ela em meio ao público, até que a vi de papo com um sujeito preto e magrelo. A conversa estava animada pois ela sorria muito mas não houve qualquer tipo de toque. De qualquer jeito, eu não podia fazer nada. Não houve pedido de namoro ou qualquer coisa minimamente parecida. Senti meu coração errar a batida mas me mantive tranquilo por fora. Resolvi parar de observar pra não constranger ninguém. Tempos depois ela volta e fica abraçada a mim, como namorada.
Passado um tempo, o vocalista do grupo de samba para o show pra fazer um Brave anúncio:
-- pessoal, quero parar um pouquinho porque me foi pedido pra falar umas palavrinhas – tirando um papel do bolso - “Big, eu sei que hoje é seu aniversário. Hoje é dia de comemorar mas quem ganhou o presente foi eu que tenho no meu melhor amigo a pessoa que amo. Curta o seu dia, de preferência comigo!! PS: ME PEDE EM NAMORO LOGO!!!” – todos riram dessa ultima parte.
De repente, ela me puxa pra pista de dança. Eu não sei sambar e ela sabe disso mas a intenção era que eu a visse sambando na música que ela havia escolhido. Os músicos afinam o instrumento e começam a tocar uma música que me deixa envergonhado mas feliz demais. Talvez mais do que o próprio discurso do cara sobre mim.eles estavam tocando Meu Ébano, da Alcione. Ela sambava rindo, requebrando aquela bunda durinha e linda ao meu redor. Ao fim da música, ela salta no meu pescoço e me beija.
-- quer namorar comigo, Ju? – falei enquanto nossos olhos se encaravam com um brilho cheio de vontade.
-- eu já te namoro há uma semana, tapado. Você que tá me atrapalhando a te apresentar pro povo! – ela ria jogando a cabeça pra trás e me beijando. – claro que aceito! – dizia mordendo os lábios.
Saímos de lá e fomos direto pro meu AP. Chegamos em casa, eu tirei seu vestido e o joguei pro sofá. Ela estava de cintaligavermelha toda rendada e de salto alto. Eu não sei como não gozei só com aquela visão. A levei pra cama onde ela engatinhou até o meio e se virou pra mim de pernas abertas. Deslocou o fundo da calcinha pro lado e pude ver um fio grosso se formando entre o fundo e a buceta.
-- vem, meu negão... Me chupa, vai. Mete essa língua gostosa aqui!! - sua voz era chorosa mas de puro tesão.
Eu nunca havia feito isso mas tinha me preparado. Depois de nossa primeira vez, eu busquei estudar o assunto mas em vez de tentar aprender com filmes pornos, preferi me arriscar na internet ouvindo conselhos, lendo reportagens e vendo podcasts de mulheres. As informações me ajudaram bastante.
Coloquei suas pernas sobre meus ombros e tirei suas mãos dali. Puxei a calcinha com um dedo e abri aquele paraíso com os polegares o que vi foi uma bucetinha pequena de lábios melados, pulsante, que me hipnotizava. O cheiro era insuportavelmente bom. Era o cheiro dela. Do tesão dela por mim. Cheguei perto o bastante pra que ela sentisse minha respiração quente em seus lábios e no monte de vênus, o que arrancou um gemido, quase um ronronar. Não aguentei mais e toquei com a ponta da língua o seu clitóris.
Meu desejo por aquela garota era absurdo. Meu pau doía de tão duro. Quase machucava. Meus olhos eram só amor e desejo. Meu corpo parecia que ia derreter de tão quente. Eu tinha em minhas mãos a mulher mais linda do mundo. Não sabia o que eu estava fazendo ali, a bem da verdade. Mas no momento que minha língua tocou seu corpo, ela explodiu. Sua costas descolaram da cama fazendo um lindo e sensual arco. Não houve gemido. Somente um arfar alto e muito forte. Suas coxas ficaram molhadas e sua buceta brilhava. Meio que sem saber o que fazer, comecei a lamber toda aquela fruta madura para que nada se perdesse. Sorvi aquele mel delicioso por bons minutos, e acho que acabei prolongando o orgasmo dela. Quando ela relaxou, beijei o monte de vênus quase sem pelo, mordi aquela barriga linda, subi beijando pelo vale entre os seios e cheguei a sua boca e beijei e fui beijado com paixão e desejo.
-- você me disse que era virgem!!! Que delícia que você fez comigo. Estou mole até agora!! – dizia com a respiração voltando ao normal mas ainda letárgica.
-- eu agora namoro a garota mais linda e gostosa do mundo! Tenho que me preparar pra não fazer feio, né? – disse enquanto ria.
-- andou vendo filme porno, safado? – disse com um sorriso torto e olhar maldoso.
-- pra que? O que eu queria aprender, só vocês podem me ensinar. Li foi muito das revistas que tu gosta!!
Nesse momento, ela irrompeu uma deliciosa gargalhada.
-- homem inteligente é outra coisa... – e rolou por cima de mim, me deixando deitado de costas e me beijando.
Meu pau, mesmo dentro da calça, encaixava certinho no meio de suas pernas. Safada como ela, começou a se esfregar nele. Eu a abracei para que parasse.
-- para, amor... Ju! Para! Vai me fazer gozar na calça! – eu falava mas a rouquidão na minha voz denunciava todo o prazer que estava sentindo.
-- humm... Me chama de amor de novo! – falava intensificando o rebolado. Eu segurei na bunda dela.
-- amor, para porque eu não tô aguentando mais! Mês músculos doíam. Especialmente o saco, tamanha foca que fazia pra não gozar.
Ela parou e me encarou. Nos seus olhos tinham desejo, luxúria. Mas algo mais. Carinho? Amor? Eu não sabia dizer a época mas naquele momento, éramos um só corpo querendo tomar o lugar um do outro. Ela beija meu lábio inferior e o morde delicadamente . Depois volta a falar comigo.
-- eu sou seu amor. Pra você eu sou “amor”. Nunca mais me chame de nada além disso. – foi um sussurro com um lindo sorriso de felicidade.
Ela começou a descer até chegar na minha calça. Desabotoou e baixou minha cueca. Ela olhava pro meu pau admirada e com um sorriso como uma criança que achou uma carrocinha de doces. Mordia o lábio e seus olhos brilhavam de excitação. Ela pegou pela base e começou uma punheta lenta enquanto me olhava nos olhos. A pele subindo e descendo e cada vez que subia mais do pre gozo saia. Depois de duas puladas fortes, Juliana lambe a cabeça da minha caceta, me causando um arrepio e me arrancando um gemido. Ela ri, dominante. Ciente que é completamente dona do meu prazer, e, enquanto ainda encara meus olhos, começa a engolir a cabeça vagarosamente enquanto deixa a saliva escorrer de sua boca, quente, melando meu membro. Meu coração dispara mas eu não gozo.
Com a cabeça na boca, começa a verdadeira tortura. Ela usa as duas mãos pra me punhetar enquanto aplica umas chupadas ora fortes, suave, ora tira a boca e lambe principalmente aquele pele embaixo da cabeça. Eu era inexperiente e tudo aquilo pra mim era novidade. Resisti a primeira chupada mas essa tava demais. Percebendo que eu iria gozar logo ela parou e subiu em mim engatinhando. Beijou minha boca. Um beijo molhado. Tesão e luxúria eram quase visíveis naquele beijo.
Ela se afasta, tirando a calcinha e o sutien, ficando só com a liga. O quarto tá um forno e o aquele cheiro pesado de sexo toma conta de todo o ambiente. Era o cheiro dela. Viciante, inebriante. Ela me puxa pela mão e me deixa de pé enquanto senta na cama. Ela coloca o pé em meu peito e instintivamente eu o beijo. Chupo seus dedos arrancando uma gostosa gargalhada. Ela me puxa pelo pau e esfrega a cabeça na entrada melada. Mesmo antes de entrar o barulho é erótico demais. Por inexperiência e afobamento, assim que ela o posiciona na entrada, eu empurro e entra a cabeça inteira, arrancando um gemido alto e fazendo seu corpo arquear.
-- espera, amor... Você é muito grande e grosso... Tem que ser devagarinho... – é quase um ronronar. Ela fala isso mas a cabeça do meu pau ainda tá lá dentro.
Vou colocando devagar. A cada pedaço que entra observo que seus olhos se arregalam e sua boca abre buscando ar. Quando finalmente chega ao fim, dou uma leve estocada e isso é o bastante pra um novo orgasmo de Juliana. Sinto sua buceta massagear meu pau com força, apertando dentro daquela quentura divina. Pra não gozar logo, aperto a cintura dela. A pele clarinha ganhando os contornos avermelhados da pressão dos meus dedos. Ela ainda goza. Sua respiração ainda descompassada e os olhos fechados. Me debruço sobre seu corpo mordendo seu queixo e seu pescoço enquanto ela vai se recuperando.
Quando volta eu começo a ir e vir. Com calma. Sem afobacão. Meu medo de machucá-la é o que rege meu ritmo mas ainda sim, sinto meu pau batendo em seu útero. Ela gemeu como louca a cada estocada. Ela me empurra com os pés, sobe na cama e fica de quatro.
-- vem, amor!! Me come assim!! Quero sentir você bem fundo!! – dizia enquanto rebolava.
Que bunda linda. Me aproximei segurando pelas ancas e meti de novo. Devagar, sem força, sem pressa. Sua buceta já alagada dos gozos anteriores e já moldada pro meu pau, agasalhou rápido meu membro. Logo estava indo e vindo com ela jogando a bunda pra cima de mim e rebolando. Ela acelerou o rebolado e eu não aguentei mais. Gozei. Gozei. E como gozei. A buceta dela me ordenhou, tirando todo meu leite. Enchi seu útero de tanto leite que escorreu imediatamente pelas pernas com meu pau ainda lá dentro. Cai em suas costas e só não a esmaguei porque me segurei esticando os braços. Fiquei olhando pra ela ainda sem acreditar que agora namorava a mulher dos meus sonhos.
-- não posso mais chamar meu amor de Big Mac na rua... A intenção agora vai ser outra. Vou me lembrar dessa delicia e ficar molhada no meio da rua. – disse dando uma leve rebolada.
-- obrigado, Ju... E.. a gente tá namorando mesmo? – aquilo ainda parecia um sonho.
Ela me olhou por cima do ombro. Não sei se foi a intenção dela mas aquele olhar fez meu pau pulsar e ela sentiu, rebolando em seguida.
-- a não ser que o pedido tenha sido feito de brincadeira. – ela saiu do meu pau, deixando escorrer todo nosso gozo e se virou pra mim, me encarando.
-- Marcus, eu não sei quando eu percebi e nem quando começou, mas todos os melhores momentos da minha vida você tá do meu lado. A princípio, eu achei que fosse sorte ou coincidência. E então eu finalmente me dei conta que eles são os melhores porque era com você. Com quem eu quero e divido tudo! O que eu tô tentando te dizer, palerma, é que eu te amo!! E eu nunca senti isso e tô empolgada e apavorada na mesma medida!! – seus olhos estavam marejados mas nem me importei. Tasquei-lhe um beijão que foi correspondido.
-- eu te amo desde o dia que te conheci. Desde o dia do café. Eu prometo que vou sempre lutar pra te fazer feliz.- a beijei de novo e, entre carícias e declarações, dormimos abraçados pela primeira vezPassaram-se 4 anos. Continuamos juntos. Ela se formou e com os contatos que fez em estágio e com a ajuda dos pais, ela acabou ingressando em clube de futebol de ponta aqui no Rio. Era bastante requisitada por atletas de diversas modalidades. E como era de seu esperar, todos eram apaixonados por Juliana. A energia vibrante dela e a atitude positivista, sempre chamavam as pessoas pra chama que ela era. No começo, eu morria de ciúmes. Não que ela me desse motivos mas... Bem, eu era inseguro e eram jogadores famosos. Presenciei um grande idolo do futebol dando em cima dela. Na minha frente. Ela sorriu pra ele e pediu pra ele perguntar pra mim se podia levá-la pra sair. Eu tava tão puto e minha cara tão feia que o espertão sorriu amarelo e foi embora. De resto, ela era taxativa e não dava bola pra ninguém. Quanto a mim...
Acho que fui o melhor projeto da Ju. Depois que começamos a namorar, ela disse que eu não precisava mais fazer nada disso mas acabei tomando gosto. A alimentação melhorou muito, perdi a barriga e agora ostento um tanquinho de respeito. Meu corpo é bem definido mas sem exageros. Continuo no boxe e agora também faço corridas. Surpreendentemente, as corridas me ajudam a resolver meus problemas de trabalho. Muitas das soluções que eu procurava, achei dessa forma. Aliás, meu trabalho é meu orgulho! Trabalho como supervisor em uma empresa de robótica com filiais no mundo todo. Isso garante a mim e a Ju pelo menos duas viagens internacionais por ano. Agora voltemos a história...
Assim que eu saí da faculdade, fui direto pra empresa a qual lhes falei. Recebo uma grana considerável e, a princípio, usei meu dinheiro pra comprar uma boa casa prós meus pais. Dei a eles o conforto que eles mereciam. Ju não só foi a favor como nos ajudou com tudo. Meus pais a amavam! Eles eram mais colados com ela do que comigo. Vez ou outra ela estava com eles tomando cerveja e comendo churrasco. Ela se sentia acolhida e muito querida por eles, então me ajudou a escolher a casa e teve o cuidado de escolher uma casa com três quartos onde um deles seria nosso para quando estivéssemos com eles. Ah! Claro. Não dei uma casa aqui no Rio. Eu dei uma casa pra eles em cabo frio, perto da praia, pra curtirem a aposentadoria.
O mais importante no entanto, era o que eu havia planejado. Nossas contas eram separadas apesar de sabermos os rendimentos um do outro. E nessa, aconteceu algo e não passei pra ela. Havia feito uns projetos como freela e isso me rendeu um dinheiro e usei esse dinheiro pra comprar um apartamento pra gente. Mesmo depois de quatro anos, eu ainda era muito inseguro com relação ao nosso relacionamento e achava que tinha feito besteira. Com a desculpa de que queria finalmente me mudar e comprar uma casa pra mim, pedi que ela me ajudasse, dizendo que ela tinha bom gosto e uma boa noção das coisas. Ela acabou se encantando por uma cobertura no Grajaú, bairro pequeno e bem charmoso daqui. Fiz todos os trâmites e, no dia de assinar o contrato, pedi que fosse comigo, o que foi prontamente atendido. Na hora que assinei, entreguei a caneta pra ela.
-- você tem que assinar também.
-- por que?! – me olhou sem entender.
-- porque é seu AP também, ué... – falei com um riso nervoso.
Ela ficou me olhando um tempo, desconfiada, e depois começou a folhear o contrato até achar seu nome. Ela olhou pra mim com os olhos arregalados e um sorriso igualmente nervoso.
-- não acredito que fez isso!! – sua voz era estridente e não sabia se aquilo era bom ou ruim.
-- foi meio no impulso e já queria te chamar pra morar comigo e surgiu esse apar- - ela não me deixou terminar. Me deu um beijão e sorriu excitada com o novo passo que dávamos em nossa vida como casal.
-- eu adorei!
Montamos o apartamento bem minimalista e clean, seja lá o que isso quer dizer.
Cara, eu nunca estive tão feliz. As coisas fluíam como um barco a vela que pega vento bom. Trabalho dando muito certo. Morando com a mulher que amava. Meus pais felizes e finalmente relaxando. Eu tinha a vida perfeita. E o sexo... Ah, o sexo... Tinha melhorado consideravelmente. Eu tinha segurança naquilo que fazia muito embora acabasse freando a intensidade da minha pequena, eu a fazia gozar deliciosamente. Fiquei viciado em fazer sexo anal com ela e ela também. Gozava sempre que sentia meu pubis encostando na sua bunda perfeita. Foi um dia muito louco. Fomos ao cacique de ramos com uns amigos e ela voltou meio bêbada. Tava empolgada, mal esperou entrarmos no apartamento e já foi tirando minha calça. Me chupou com vontade. Deitou na cama e pediu que deitasse atrás dela. Pegou algo na gaveta e besuntou seu cuzinho e meu pau com um gel frio que me causou arrepios. Ela guiou o cacete e foi rebolando. Como gemia! Eu fiquei entre assustado/preocupado/excitado. Comer o cu da Juliana foi uma das melhores experiências sexuais que já tive mas odiava machucá-la. Acabou que ela engoliu meu pau inteiro e teve um gozo ruidoso que tive que tapar sua boca. Ato continuo, passei a mão por cima da sua coxa e com seu gozo anal ainda rolando comecei a esfregar o clitóris. Ela quase convulsionou e tamanho foi o prazer que foi a primeira vez dela tendo um squirt e a minha primeira causando. Acabei gozando vendo minha mulher quase desfalecer e seu canal me apertar. Inundei sua bunda com tanta porra que quando tirei, desceu uma cachoeira de leite. Daí nosso vício.
As coisas começaram a ficar estranhas depois do carnaval do ano seguinte. Nossa vida já estava estabilizada. Tínhamos uma rotina onde podíamos nos dar ao luxo de passar um tempo de qualidade juntos. Viaja vamos, fazíamos passeios, esportes... Sempre curti estar na presença dela. Um dia, estávamos em casa e acionaram ela do trabalho. Estávamos nus, tínhamos acabado de transar e pediram algumas coisas pra ela. Assim que ela levanta, ficamos sem luz. Como era algo que precisava de celeridade, entreguei meu notebook pra ela. Ela logou no whatszap, fez tudo o que precisava, fechou e voltou pra cama. Continuamos transando até a luz voltar e ela gozar gritando junto com o pessoal. Muito sem vergonha...
Eu tava planejando pedi-la em casamento na nossa próxima viagem, marcada pra Junho daquele ano. Eu iria para uma convenção nos EUA e esticaria depois pra América Central. Corri pra fazer um anel sob encomenda de ouro vermelho cravejado de brilhantes. Fiz reservas em um hotel em Belize e ia pedir a mão dela em ambergris. Não havia cenário melhor. Me preparei e deixei tudo acertado. Porem os meses antes da viagem foram de desconexão. Estávamos muito fora de sintonia. Não sei explicar mas algo não tava funcionando como devia.
Acabamos não viajando por uma série de fatores no trabalho dela e no meu. E de alguma forma, nossa convivência foi minguando. Ainda tínhamos um sexo bom mas ela parecia meio que cumprindo uma obrigação. Paramos de fazer sexo anal porque ela dizia que machucava e nem cogitei mais em brincar ali. Como disse, causar qualquer dor ou desconforto a ela era impensável pra mim. Isso foi se arrastando até outubro, comigo fazendo de tudo pra mudar o panorama da coisa e achando que, em vez de noivar, íamos nos separar. Aquilo me afligia mas ia tentar até o último momento. E então a casa caiu.
Eu estava de homem office. Tinha alguns projetos pra tocar mas nada de emergencial, então resolvi ficar de casa mesmo. Abri o notebook e comecei a trabalhar. Meus projetos sempre me acalmaram e me desconectavam do mundo. Uma fuga aos meus problemas. Enquanto os fazia, lembrei que precisava de alguns arquivos que estavam no whatszap e o abri na versão web. Quando carregou percebi que ainda era o de Juliana logado no meu aparelho. Quando estava desconectando, chega uma mensagem.
Daniel nutri: que delícia de almoço, gata. Já tô com fome de novo.
Juliana: sossega, Daniel. Agora só semana que vem.
Daniel nutri: não aguento ficar assim até a próxima semana.
[Foto do pau dele]
Juliana: lamento mas não tenho tempo.
Daniel nutri: vem, putinha. Pra eu te fuder d jeito que tu merece.
Ela demora a responder alguns minutos.
Juliana: não me provoca, seu puto. Minha buceta chega a tá melada.
Daniel nutri: e esse cuzinho que é só meu?
Juliana: piscando sem parar.
Eu nunca esperei isso dela. Um filme de todos os anos que estávamos juntos passava pela minha cabeça em looping enquanto lia aquela conversa maldita de whatszap. Quanto mais eu subia a barra de rolagem, mas eu sentia meu coração despedaçar. E incrivelmente, eu não chorei. Mas fui inundado por um sentimento de vazio, indiferença. Ela matou algo em mim. E algo que jamais seria recuperado.
Aquilo havia comecado há um ano atrás. Ele fora da turma dela de nutri e se reencontraram nas dependências do clube quando ele foi auxiliar um jogador. Acabou rolando mas haviam uns fatos que me deixaram intrigado. O primeiro e mais notório: ela não admitia que ele me insultasse. Na primeira vez que ele me chamou de corno, ela foi taxativa e disse a ele que parasse com aquilo e nunca mais falasse sobre mim. Meses depois ele insistiu e aí ela foi mais dura. Disse que ele nunca chegaria aos meus pés, que eu dava a ela prazeres que ele nem sonharia em conseguir. Ainda sim ele quebrou todo o argumento dela quando perguntou então por que ela me traia com ele. O assunto encerrou por quase um mês e meio e então retornaram, e depois disso, a coisa piorou. Fotos, vídeos, áudios de ambos. As fotos e vídeos me irritaram. Foi a única coisa que me tirou do prumo porque ele fazia sexo com ela com violência e ela parecia gostar. Quer dizer, ela gostava. A relação deles não era sentimental era apenas carne. Sexo. Sujo e nojento. Pelo menos, no que eu vi, ela se cuidava e o fazia usar camisinha.
Queria falar pra vocês que isso me excitou ou que chorei ou que me revoltei. Mas nada disso aconteceu. Eu só sentia decepção e um grande cansaço. Fui até o cofre, peguei o anel que pretendia dar a ela como pedido de casamento e o olhei por algum tempo. Guardei, dessa vez na mesa de cabeceira, me arrumei e saí pra correr. Correr me ajudava a pensar. E eu tinha muito o que pensar. Corri pelo bairro por horas. A conversa me vinha a mente e os próximos passos foram sendo traçados de maneira lógica: sair de casa, tirar minhas coisas, seguir minha vida. Poupar meus pais, que a adoravam e esperar que ela fizesse isso com os dela. Já havia escurecido quando cheguei em casa.As luzes estavam acesas e ouvia um barulho da cozinha. Ela estava lavando pratos e outros utensílios e se virou quando me viu, mandando um beijo pro ar. Fui até a geladeira e peguei minha garrafa dagua e sentei em um dos bancos da ilha da cozinha. Ela estava linda somente de calcinha e uma regata fazendo aquela tarefa tão trivial. Assim que terminei de beber a minha água, perguntei:
-- a tarde com o Daniel foi satisfatória? – CRASH! O barulho do prato se espatifando no chão e ela ainda olhando pra frente., pra pia.
Minha voz era tranquila.não havia raiva ou ódio... Nem rancor. De certa forma, achava que a culpa era minha. Havia ficado desleixado com o fato dela sempre ter sido muito pra mim. Ela continuou virada pra pia. Acho que já não tinha mais o que ser dito então subi e fui tomar banho. Entre e fechei a suíte, coisa que nunca fazíamos até então. Demorei bastante no banho, curtindo uma última chuveirada no AP. Quando saí, ela estava sentada na cama, abraçando os joelhos e com os olhos vermelhos. Me vesti enquanto ela me olhava e enchi uma mochila com roupas e meu notebook. E somente aí ela falou:
-- é isso?! Você só vai embora?! Não vai me perguntar o por quê? Sem escândalo? - a voz embargada e cheia de dor. Seus olhos voltaram a verter lágrimas.
-- sim, eu não preciso saber o por quê fui ferido. A ferida já está aqui. E eu nunca gostei de escândalo, você sabe... – ajeitei a mochila sobre o ombro – sinto muito não ter sido o parceiro que você esperava ou merecia. Boa sorte... – minha voz rasgava minha garganta.
De repente, ela começa a jogar as coisas sobre mim. Travesseiros, lençóis, almofadas... Até que começou a arremessar as coisas da mesa de cabeceira: livros, abajur, copo...
-- seu idiota!! Você é perfeito!! Fui eu quem fiz merda!! Para de se desculpar!! – jogava as coisas e chorava. – também foi por causa disso!! Você precisa se impor!! Você tem que parar de ter medo das coisas e das pessoas!! O Daniel aconteceu porque você tem tanto medo de me machucar que deixou até sexo burocrático! – ela chorava mas a expressão era de raiva – você parou de me escutar, você tem medo da sua própria intensidade e me tolhe de algo que eu gosto! Sempre com medo de me ferir!
Os insultos vinham em ondas. Ondas grandes. Mas não doíam. Não sei se pela decepção me anestesiar ou por achar que parte da culpa era minha. Apenas concordei com um sorriso amarelo e olhar vazio. Ela percebeu isso e chorou ainda mais voltando a me arremessar as coisas até me tacar a caixinha.
-- preciso ir, Juliana. Seja feliz e tenha uma boa vida... – dei as costas e saí.
Escutei ainda o choro dela até que saí do apartamento. Não tinha pra onde ir mas precisava de alguém pra desabafar. Liguei na hora para Raoni dizendo que tinha me separado e precisava de um lugar pra ficar. Ele nem titubeou
-- caí pra cá, gordão. A preta não vai dormir aqui hoje. Qualquer coisa eu faço conchinha contigo! – disse, me arranca do uma risada.
A casa do raoni sempre foi uma bagunça mas uma bagunça organizada. Desde que ele começou a namorar Ivete, a preta do samba, ela deu um jeito firme nele. Agora além de se vestir melhor, a casa estava mais arrumada. Me sentei na poltrona e ele trouxe uma cerveja. E contei tudo a ele. Tudo que vi, tudo que li, tudo que ouvi. E ele escutava tudo sem me questionar e parando poucas vezes pra fazer perguntas pontuais. Quando eu terminei de falar, ele deu um socão no meu ombro.
-- viadinho, para com essa porra de baixa autoestima! Até a Ivete já falou que é doida pra te morder! Então já deu dessa porra... Tu tá bonitão, fortão. É porque tu não se liga e nunca deu confiança pra mulher nenhuma por causa da Juliana, mas agora tu vai prestar mais atenção. – disse rindo.
-- outra... Foi mal mas em um ponto a Juliana tem razão. Você precisa parar de se desculpar e tomar posição. Precisa parar de internalizar as coisas!! E nem vem dizer que é mentira que eu te conheço – não me deixou nem argumentar.
-- de resto... Sinto muito, amigo. Eu sei o quanto você gostava dela e o quanto ela significava pra você.
Balancei a cabeça concordando, mais decepcionado e resignado do que triste. Ficamos conversando até altas horas da madrugada de uma terça feira. Por sorte, tínhamos trabalhos que nos possibilitaram um certo “refresco”. Fomos dormir e acordei com o cheiro de café. Levantei cumprimentando meu amigo e me sentando. Ele logo me oferece uma caneca de café e bebo puro, sem açucar. Ele olha aquilo e empurra o pote de açúcar.
-- sua vida ainda não tá tão fudida assim... – eu ri.
Depois que Raoni foi pro trabalho, eu voltei pro apartamento. Sabia que ela não estaria lá e tiraria só minhas roupas mas pra minha infelicidade, quando cheguei, ela está a sentada no sofá com uma caneca de sofá com a mesma roupa que estava quando saí. Sua cara denunciava que tinha dormido pouco e chorado muito. Mas isso já não era mais problema meu. Pelo menos era isso que eu queria verdadeiramente pensar. Passei por ela sem dizer nada, subindo pro quarto. Ela me acompanhou com o olhar. Acho que se ainda tivesse lágrimas, elas estariam ali.
Tava enchendo uma mala quando ela chegou no quarto. Sentou na cama sem falar nada e tirou a caixinha de dentro do criado mudo.
-- você ia me pedir em casamento... – a voz embargada.
Olhei praquele anel. Eu queria sentir algo mas só sentia um vazio e decepção.
-- sim... Ia fazer na viagem mas acabou que foi adiada... Acho que foi melhor assim. Teria sido terrível te colocar nessa situação... Sabe, Ju, eu te amo... Ou amei... Sempre achei que você fosse areia demais pra mim e sempre falei isso... Sempre achei que antes de você me magoar, você terminaria... Mas tá tudo bem... O engraçado é que eu não sinto nada...só decepção. – disse com um sorriso. Essa era minha defesa pra tudo. E ela sabia.
Ela veio até mim e começou a esmurrar o meu peito. Ela era forte mas não dava pra comparar. Seus socos pra mim pareciam massagem. Socou, esmurrou, gritou. Por fim, cansada, apoiou a cabeça no meu peito, chorando baixinho.
-- você não pode me abandonar. Eu te amo, Marcus. Eu te amo demais!! Eu nunca senti tanta dor em toda minha vida!! Eu sei que fiz besteira. Sei que te destruí. Sei que acabei com a confiança que tinhamos um no outro mas a gente pode tentar!! A gente pode reconstruir... – me olhava com os olhos vermelhos e molhados, cheios de uma esperança quase que insana.
A agarrei pelos braços, firme mas com gentileza. A afastei do meu corpo.
-- não tem o que reconstruir, Juliana. Eu vi e li coisas demais. Eu acho que nunca vou superar tudo aquilo... Ver... Ouvir... A mulher que você ama com outro cara... Você nunca soube o que é isso. E definitivamente, não vai querer saber.
A afastei de vez, a deixando ajoelhada e chorando no nosso antigo quarto. Desci as escadas ainda escutando seus choramingou e a minha vontade real era voltar aquele quarto e abraca-la, dizendo que ia ficar tudo bem. Eu estava indo embora sabendo que meu coracão seria pra sempre dela, mesmo quebrado e destroçado. Deixei a chave da casa no bowl ao lado da porta e saí. Ali terminava minha história com Juliana, ou assim eu pensava.
Passei a morar com a Raoni por um tempo. Ivete estava lá regularmente. Eles namoravam mas descobri que meu amigo e sua namorada tinham um relacionamento bem liberal. Ela trazia outros meninos e meninas pra casa e Raoni nunca se furtara o prazer de dividir sua namorada, inclusive me convidando vez ou outra. Como eram barulhentos e aquilo me dava um tesão danado. Minhas transas com Juliana já tinham minguado há tempos e já estava há dois meses sem ter uma mulher. Mesmo que Ivete me tentasse e Jane, a personal da academia se insinuasse, eu ainda não me sentia pronto pra qualquer coisa.
Passei a frequentar uma psicóloga por indicação de Raoni. Era uma mulher jovem, muito bonita e divertida mas completamente doida. Isso me ajudava a me abrir com ela e parece que essa minha “passividade” vinha de uma insegurança e uma vontade de agradar as pessoas próximas. Resumindo, falou o que Juliana e Raoni falaram: precisava me impor. E passei a tentar isso e acabei tendo uma surpresa quando acabei chamando mais atenção por isso. Continuava na academia e Jane cada vez mais próxima. Juliana já não frequentava aquela academia pois usava a do clube.
Já na segunda semana de dezembro, perto do ano acabar, fazia minha corrida em um parque próximo da casa do meu amigo. Era uma manhã incomum. Estava frio e corria de agasalho. Uma fina neblina na rua. Meu fone urrava músicas eletrônicas, pois sempre gostei delas pra exercícios. Quando entrei na praça, em um banco logo na entrada, estava ela. Juliana. De roupa de ginástica e um casaco. Tinha os olhos fundos e os cabelos enrolados em um coque bagunçado. Meu coração acelerou. Eu ainda a amava demais. E meu impulso era correr e beijá-la mas respirei fundo e fui até ela, que se levantou.
-- oi... – disse, tímida, esfregando as mãos para espantar o frio.
-- e ae... – minha voz saiu dura como nunca havia sido com ela, o que a fez recuar.
-- eu precisava te ver... – segurava o choro de maneira perceptível. A voz embargada.
-- bem... Já viu. – era isso que ela queria antes. Imposicão. Então toma.
Antes que em terminasse de me virar ela correu até mim e segurou minha mão. Meu corpo inteiro estremeceu. Sentia meu coracão acelerado e meu sangue quente.
-- me solta, Juliana.
-- não! Marcus, eu não me alimento direito há semanas, não consigo dormir, tô de licença do trabalho... Eu tô surtando! Eu não quero viver uma vida sem você! – sua voz carregada com um desespero que nunca tinha ouvido.
-- pensasse nisso antes de sentar no Daniel. Juliana, o que você precisa pra me deixar em paz? Quer meu perdão? Tá, eu te perdoo. Agora me esquece! – eu nunca havia sido tão duro com alguém. Na verdade, pela primeira vez, eu sentia a raiva transbordando. Ela olhava assustada mas não me soltava.
-- eu preciso de você, cara!! Eu te amo e sei que você me ama!! A gente pode se resolver!!
-- Juliana, não tem o que resolver!! Vai atrás do cara que te deixou nessa merda e cobra responsabilidade dele!! – a raiva fervendo como nunca. Ela ficava cada vez mais alterada e desesperada.
-- eu não quero ninguém, só você, seu idiota!!! Marcus, volta pra mim, por favor!!! Eu faço qualquer coisa por você!!!
-- claro!! Então a gente faz o seguinte: eu volto a viver com você e vou sair comendo um monte de mulher, te privando das coisas, te fazendo de palhaça, te fazendo de piada, assim como você fez comigo!!! – a sorte é que tava de manhã cedo e quase não tinha gente na rua porque a gente tava quase gritando.
Falei isso sem pensar. Na verdade, pela primeira vez, eu tive intenção de machucá-la. Queria que ela sentisse como eu me senti quando soube de tudo. Eu continuava sentindo uma tristeza profunda mas agora a raiva que guardei a vida inteira transbordava violentamente, e foi toda direcionada pra mulher que ainda amava. Ao escutar aquilo, ela finalmente me largou, indignada, e saiu correndo ainda chorando. Pensei que nos quase dois meses distantes, meu coracão endurecer ia mas eu ainda era completamente louco por ela e aquele encontro acabou com meu dia.
Próximo ao natal, recebo uma mensagem dela por SMS, pedindo que a encontrasse no mesmo parque que discutimos. Mostrei a Raoni a mensagem. Os dias com meu melhor amigo eram divertidos e leves. Jogávamos, bebiamos e ele e Ivete ficavam me provocando. Chegou a um ponto em que Ivete chupou ele na minha frente enquanto jogávamos Fifa. Mal me concentrei no jogo. Estava há um tempo sem ver mulher e aquilo me deixou muito excitado. Ela viu e riu e ainda comentou que eu certamente tinha um grande talento. Enfim... Raoni leu a mensagem e me olhou com calma.
-- gordão, eu te apoio na decisão que você tomar! Mas acho que devia falar com ela. Ela me procurou. Mais de uma vez. Sempre pedindo notícias suas e eu só digo que você está bem. Eu sei que ela te magoou mas isso ainda não teve um encerramento adequado. Vocês se amam pra caralho e isso deve doer demais... – disse apertando meu ombro
Assenti. Ele era uma pessoa esperta e apesar de ser advogado, era uma das pessoas mais tranquilas que eu já vi na vida. As palavras dele acalmaram meu coracão embora o problema em si fosse a cabeça. Toda vez que tocavam no nome de Juliana, as mensagens e mídias que vi aquele dia invadiam minha mente de maneira covarde. E aquilo alimentava a minha fogueira de ódio como se fosse gasolina. Respirei fundo e fui dormir, descansando pro dia seguinte.
Amanheceu e depois do ritual matinal, comecei minha corrida até o parque. Chegando no mesmo lugar, lá estava ela, com Um macacão de malhar preto. Pqp. Minha vontade era rasgar aquele macacão e comê-la ali mesmo. Como era linda. E gostosa. Eu era tonto e ingênuo demais ainda. Ela tava com um rabo de cavalo. Seu rosto tava mais magro e seu corpo menos definido, mas ainda sim, estava linda.
-- diga logo o que você quer. – fui duro. Eu precisava. E ela merecia.
-- eu aceito. – falou isso bem baixo, quase inaudível.
-- aceita o que? – não sabia do que ela tava falando.
-- sua proposta? – insistiu no assunto.
-- do que você tá falando, Juliana?
-- se é disso que você precisa pra voltar pra mim, eu aceito. Por um ano, eu viverei o que você passou. – era incrível a resolução e certeza em sua voz. Ela acreditava que aquilo daria certo.
-- você quer que moremos juntos e eu sairei com outras só pra você sentir o que senti? Acha que vale apena?? E se eu me apaixonar por alguém no caminho? – fiz pra machucar e tentar acabar com aquele besteira.
-- a esperança de você me perdoar e a gente ficar junto já é mais do que eu tenho agora. – disse, aflita.
Eu queria ela de volta mas queria que ela sofresse tanto quanto ela me decepcionou. Sinceramente, achei que eu mesmo não daria cabo de seguir esse plano mas me faria de malvado, de vingativo, e dessa vez, levaria isso até as últimas consequências.
-- ótimo. Faremos isso. Após as festas eu volto pra sua casa. SUA. Deixou de ser minha. Não vou tomar conta de você. Sua consciência será sua guia. Se durante esse ano você ficar com qualquer outra pessoa, acabou. Sem segundas chances. Não dormiremos na mesma cama até que eu me sinto a vontade. Não te tocarei até que tenha vontade. Ocasionalmente, levarei mulheres pra casa. Nesses dias, terá permissão pra sair ou poderá trancar-se no quarto, pra mim, tanto faz.
Era cruel. Era pra ser cruel. Queria que ela desistisse antes que essa loucura começasse. Mas apesar do choro, ela estava decidida.
-- após esse ano, não quero somente seu perdão. Quero meu amor de volta e somente pra mim e mais ninguém.
Ela saiu de lá correndo. E eu fiquei sentado no banco, me sentindo mal e sem saber bem se era aquilo que realmente queria. Amava demais aquela menina mesmo que lutasse contra isso. De qualquer forma, foi decidido pelos dois que aquilo ia acontecer. Eu ia machucá-la da forma mais íntima, da mesma forma que fui ferido e, se ao final desse ano esse amor sobrevivesse, a gente veria o que restaria de nós.
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Essa é uma nova série. O planejamento inicial são de 14 capítulos, disparados sempre as sextas feiras, se tudo correr de acordo com o planejado. Espero que gostem! Não esqueçam do comentário e da estrelinha!