Feliz Aniversário

Um conto erótico de Ryu
Categoria: Heterossexual
Contém 3613 palavras
Data: 20/12/2025 12:41:51

Angela sempre foi uma jovem de beleza discreta. Não tinha o tipo de sensualidade arrebatadora que chamava atenção por onde passava, como Alessandra. A prima, essa sim, era um espetáculo: seus cabelos escuros e longos caíam com perfeição sobre os ombros. Seu corpo, curvilíneo e sedutor, exalava uma sensualidade que atraía todos os olhares masculinos. Eles eram como abelhas, atraídos pelo néctar de seu corpo delicioso.

Angela não se considerava feia, não de jeito nenhum. Porém, seus encantos eram sutis, escondidos na simplicidade. Ela nunca foi de se destacar, mas também nunca se importou com isso.

O que Angela realmente queria, mais do que qualquer elogio vazio, era o amor de Jackson. Ela sabia, em seu coração quieto e silencioso, que era por ele que batia de verdade. Desde o primeiro olhar, ela soubera que seu coração não teria mais outro rumo. Jackson tocava algo profundo nela.

O problema? Jackson era namorado de Alessandra, como poderia competir com sua prima, com aquele par de coxas, aquela bunda deliciosa e seus seios fartos? Alessandra tinha a habilidade de seduzir os homens, de dominar qualquer ambiente em que estivesse, fosse com uma palavra, um movimento, ou apenas com um olhar.

Ela não queria invejar sua prima, longe disso. Mas, a cada vez que via Jackson com ela, uma sombra passava por seu peito

E o que mais doía, Angela sabia que Alessandra era infiel.

Jackson trabalhava com pintura predial e viajava muito.

A cada viagem, enquanto ele dormia em pensões simples ou dividia quartos com outros trabalhadores, Alessandra se entregava a outros homens. Homens diferentes, histórias repetidas E depois, o retorno ao papel de namorada perfeita.

Ela carregava esse segredo como um peso insuportável.

Ela não queria roubar nada de ninguém. Não queria ser a causa da dor de Jackson. Mas também não conseguia ignorar a injustiça daquela situação. Alessandra tinha tudo: beleza, atenção, desejo. E ainda assim, desperdiçava o amor que recebia.

Ela o amava em silêncio.

E sofria em dobro.

Certo dia, Angela seguia a pé em direção à padaria do bairro. Era uma manhã comum, dessas em que a rotina parece anestesiar os pensamentos. Ainda assim, seu coração estava inquieto, além do aperto financeiro pelo qual passava, a inquietude vinha principalmente de seus pensamentos sobre Jackson.

Ao passar em frente à casa de Alessandra, algo a fez diminuir o passo.

No portão, à vista de qualquer um que passasse pela rua, Alessandra estava beijando outro homem. Não era um gesto apressado ou disfarçado — era íntimo, seguro, quase exibido. O homem era negro, alto, de corpo largo e musculoso, transmitia uma presença forte, confiante. Segurava Alessandra com familiaridade, como alguém que já conhecia bem aquele território.

Angela sentiu o estômago se revirar.

Não era apenas o choque da cena. Era a confirmação cruel de algo que ela já sabia, mas que ainda assim doía testemunhar. Pensou em Jackson, provavelmente longe, trabalhando, confiando. A indignação falou mais alto que o medo.

Antes que pudesse se conter, Angela atravessou a calçada em passos firmes. Tocou com força o ombro da prima, interrompendo o beijo.

— Você não tem vergonha? — disse, a voz trêmula, mas carregada de raiva. — Trair o Jackson desse jeito? Um namorado exemplar?

Alessandra se afastou do homem e, por um instante, pareceu surpresa. Logo em seguida, recompôs-se. Alisou os cabelos, respirou fundo e encarou Angela com um olhar frio, quase entediado.

— Para de drama, Angela — interrompeu. — Eu terminei com o Jackson faz uns cinco dias.

Angela piscou, confusa.

— Terminou?

— Terminei — repetiu Alessandra, com naturalidade. — Ele vive viajando, nunca está presente. Eu não gosto de ficar sozinha. Gosto de macho, sabe? De rola!

Então, com um gesto casual, apontou para o homem ao seu lado.

— Esse é o Carlão. Meu novo ficante.

O nome caiu como um peso sobre Angela. Carlão. Ela o reconheceu imediatamente. Era o mesmo homem com quem Alessandra já havia traído Jackson antes, em outras ocasiões. A lembrança fez seu sangue ferver.

— O Jackson sabe disso? — perguntou, a voz mais baixa, mas firme. — Sabe que você já está com outro?

Alessandra deu de ombros, indiferente.

— Não sei se sabe. E, sinceramente, não me importa — respondeu. — Não tenho mais nada a ver com ele.

As palavras ecoaram na mente de Angela como um golpe seco.

Ela ficou ali, parada, olhando para a prima, tentando entender como alguém podia descartar um amor com tanta facilidade. Não disse mais nada. Não havia mais o que dizer.

Seguiu seu caminho até a padaria, mas algo havia mudado dentro dela. Pela primeira vez, Angela percebeu que o silêncio que vinha guardando talvez estivesse prestes a se romper.

Angela sentiu o peso da conversa ainda martelar em sua cabeça enquanto se afastava da casa da prima. A padaria ficou para trás, esquecida. O pão, o café, qualquer coisa trivial já não importava. Pensou em Jackson. Se Alessandra dizia a verdade, ele devia estar sofrendo. E, se não dizia, a dor seria ainda maior.

Sem pensar muito, mudou o rumo dos passos e seguiu até a casa dele.

O portão era simples, a fachada discreta, exatamente como Jackson. Angela respirou fundo antes de bater palmas. O coração acelerou, não sabia se por nervosismo ou esperança.

Quem apareceu foi Dona Regina, a mãe de Jackson. Ao ver Angela, abriu um sorriso sincero.

— Angela? Que surpresa, minha filha. Entra.

— O Jackson está? — perguntou ela, quase sem fôlego.

Dona Regina balançou a cabeça negativamente.

— Não. Ele viajou a trabalho. Foi ontem cedo. Mas volta amanhã.

Angela sentiu uma pontada de decepção, seguida de alívio. Ainda havia tempo.

— E… como ele está? — perguntou, hesitante.

Dona Regina suspirou, cruzando os braços.

— Triste, né. Separação nunca é fácil. Ele gostava dela de verdade. Mas, pra ser sincera, eu estou até aliviada.

Angela ergueu os olhos, surpresa.

— Aliviada?

— Aquela Alessandra não presta — disse Regina, sem rodeios. — Nunca foi mulher pra ele. Muito piranha, uma vagabunda! Meu filho merece coisa melhor.

O silêncio que se seguiu foi quebrado por um comentário inesperado.

— Merecia alguém decente… alguém como você, Angela.

Angela sentiu o rosto esquentar. Não esperava ouvir aquilo, muito menos da mãe dele. O coração bateu mais forte, carregado de um sentimento que misturava surpresa, alegria e uma esperança que ela sempre tentara conter.

— Volta amanhã — continuou Dona Regina, com um sorriso cúmplice. — Ele vai gostar de te ver.

Angela assentiu, ainda meio atordoada.

— Eu volto, sim.

Despediu-se e seguiu o caminho de casa com passos leves. Havia ansiedade, sim, mas era uma ansiedade doce, quase feliz. Pensava no encontro, nas palavras que talvez dissesse, no olhar de Jackson quando a visse ali, esperando por ele.

Naquela noite, Angela custou a dormir.

O amanhã parecia carregar a promessa de algo novo.

No dia seguinte, Angela voltou à casa de Jackson logo no fim da tarde. Respirou fundo antes de entrar.

Jackson estava sentado no sofá da sala, com o corpo largado, os olhos cansados e o rosto abatido. A barba por fazer e a expressão distante denunciavam uma tristeza recente, ainda aberta. Ao vê-la, ele tentou esboçar um sorriso, mas não conseguiu sustentar por muito tempo.

— Oi, Angela — disse, com a voz baixa.

— Oi, Jackson — respondeu ela, sentando-se ao lado dele com cuidado, como quem não quer invadir um espaço frágil. — Fiquei sabendo que você voltou hoje.

Ele assentiu, passando a mão pelo rosto.

— Voltei… mas a cabeça ainda está longe.

Angela sentiu o impulso de dizer tantas coisas, mas escolheu o silêncio acolhedor. Aproximou-se um pouco mais.

— Eu sinto muito por tudo — disse, com sinceridade. — Sei que não é fácil.

Jackson suspirou fundo.

— Eu achei que a gente tinha algo de verdade. Planejava tanta coisa… — Ele parou, como se as palavras pesassem demais.

Angela tocou de leve o braço dele, num gesto simples, mas cheio de cuidado.

— Às vezes a gente dá amor para quem não sabe cuidar dele — disse, com doçura. — Mas isso não diminui quem você é.

Ele olhou para ela pela primeira vez com mais atenção. Havia ali algo diferente — não piedade, mas presença.

Do outro lado da sala, Dona Regina observava a cena em silêncio. Depois de alguns segundos, pigarreou de propósito.

— Jackson, meu filho, ficar largado em casa não vai te ajudar em nada — disse, com firmeza materna. — Você precisa sair, espairecer a cabeça.

Ele hesitou.

— Não estou muito no clima…

— Pois devia tentar — insistiu Regina, olhando diretamente para Angela. — A Angela está aqui, é uma ótima companhia.

Angela sentiu o coração acelerar, mas manteve a calma.

— Se você quiser — disse, olhando para Jackson — eu estou à disposição. A gente pode sair um pouco, conversar, se distrair… sem compromisso.

Jackson ficou em silêncio por alguns segundos. Depois, respirou fundo, como quem toma uma decisão simples, mas importante.

— Talvez… talvez seja uma boa ideia — respondeu. — Obrigado, Angela.

Dona Regina sorriu satisfeita, como se tivesse acabado de empurrar o destino na direção certa.

Angela levantou-se sentindo um misto de nervosismo e alegria contida. Pela primeira vez, ela não era apenas a observadora silenciosa da história de Jackson. Estava ali, ao lado dele, pronta para caminhar junto — nem que fosse só por aquela tarde.

E, para ambos, aquilo já significava muito.

Eles saíram juntos no início da noite. O barzinho ficava a poucas quadras dali um lugar simples, com mesas de madeira, música baixa e luzes amareladas que deixavam tudo mais aconchegante. Angela gostou do ambiente; parecia perfeito para alguém que precisava esquecer, nem que fosse por algumas horas, o peso recente da decepção.

Sentaram-se lado a lado. Jackson pediu cerveja, ela aceitou. No começo, a conversa foi cautelosa, quase tímida, mas bastaram alguns goles para que o silêncio desconfortável desse lugar a risadas espontâneas. Falaram do trabalho, de lembranças antigas, de coisas simples. Angela percebeu algo que sempre soubera, mas nunca tivera a chance de viver: com Jackson, a conversa fluía com naturalidade.

Ele parecia mais leve. O olhar, antes carregado de tristeza, agora se iluminava aos poucos.

— Faz tempo que eu não me sinto assim — confessou ele, apoiando o copo na mesa. — Rindo sem esforço.

Angela sorriu.

— Às vezes a gente só precisa da companhia certa.

Jackson ficou em silêncio por um instante, observando-a com atenção. Não era um olhar apressado, mas curioso, quase admirado.

— Sabe, Angela… — começou hesitando — eu sempre te admirei.

Ela sentiu o coração acelerar.

— Você é bonita — continuou ele, com sinceridade. — De um jeito que não chama atenção de imediato, mas que fica. É simpática, inteligente… sempre tão presente, tão verdadeira.

Angela sentiu o rosto corar, mas não desviou o olhar.

— Eu… eu sempre tive uma quedinha por você — ele completou, com um sorriso tímido. — Só nunca achei que tivesse espaço pra isso.

O mundo pareceu diminuir ao redor deles. O bar, a música, as outras pessoas — tudo ficou distante. Angela sentiu uma emoção quente crescer no peito, algo que misturava alegria, surpresa e uma felicidade que ela jamais ousara imaginar.

— Eu também sempre gostei de você — disse, quase num sussurro.

Jackson se aproximou devagar, como se desse a ela tempo para recuar. Mas Angela não recuou. Quando os lábios se tocaram, foi um beijo calmo, cuidadoso, cheio de tesão.

Após o beijo, Angela resolveu ousar, provocar! Sentou-se no colo dele, e começou a esfregar a bundinha! Rebolando sensualmente, bem devagar e bem gostoso no colo de Jackson!

Sentiu seu pau ficando duro, por baixo da calça. Sentiu também suas mãos massageando seus seios, e a boca gostosa de Jackson beijando seu pescoço.

O clima esquentou!

Saíram dali e foram direto para o Motel.

Já dentro do quarto, Angela sentiu o coração acelerar assim que percebeu que naquele instante o mundo se resumia apenas a ela e Jackson.

Angela, preocupada em agradar a Jackson, pensava em cada palavra antes de dizê-la, em cada movimento, com medo de quebrar o encanto. Ela queria ser suficiente. O desejo de não errar fazia com que seu coração batesse mais rápido.

Sentiu um tapa na bunda:

- Faz um strip tease bem gostoso para mim! – Falou Jackson

Querendo agradar. Angela começou o strip tease sem pudor, bem sensual, com uma cara de safada.

Ele, deitado na cama, a olhava admirado e curioso, desejando-a.

Ela transpirava sensualidade, foi tirando devagar a roupa, deixando cair aos poucos, fazendo mistério...

Angela tinha comprado uma lingerie especialmente para aquele dia, e estava se sentindo uma perfeita puta!

Começou a passar a mão em todo seu corpo, dançava perto dele, exibindo a bundinha, sem encostar nele.

Virou de costas e foi abrindo o sutiã bem devagar e jogou para ele...começou a tocá-lo, passar seus seios nele com os biquinhos duro de tesão.

Mas ainda tinha a calcinha. Como se fosse uma profissional, Angela fingia que tirava e não tirava. Passava a mão na buceta e lambia o dedo.

Foi insinuando que ia tirar a calcinha, sem pressa, ficou de costas para ele e começou a exibir a bundinha .

Se abaixou rebolando, provocando com a bunda empinada. Deixou a calcinha para ele tirar.

Foi “maltratando” Jackson com posições sensuais.

Começou a esfregar a bucetinha nele, deixando-o literalmente melado.

Jackson não resistiu mais e pegou Angela de jeito, encostou perto do frigobar e começou a beijá-la. Pegou um champanhe para tomarem “um banho” juntos. Abriu e derramou sobre seus corpos sedentos de prazer. Eles se chuparam, se lamberam, se beijaram, uma loucura!

Angela resolveu dar um banho de língua com um iogurte que achou no frigobar

Lambeu todo o corpo de Jackson, até que sua piroca começou a pulsar. Começou a chupar feito louca a deliciosa cabeça do pau, sem desperdiçar nem uma gota de tesão que saía dali,

Chupou o saco, a virilha, babou tudo!

Jackson a colocou em cima da mesa com as pernas abertas, deu uma chupada tão profunda que Angela gozou na língua.

Suplicou que a fudesse ali mesmo! Assim ele fez, foi penetrando, massageou a cabeça da pica na entrada da bucetinha, deixando-a com ainda mais tesão.

Ele enfiou a pica toda sem pena, socando cada vez mais forte.

Angela gemeu alto com o prazer inigualável da pirocona entrando na bucetinha.

Continuou a fuder, metendo até os ovos, deixando-a toda arrombada.

Cada bombada era um gemido!

Angela sentiu a pica dele inchar, estava prestes a gozar!

- Quer leitinho? Vou gozar vadia! Vou gozar nessa buceta gostosa que é só minha!

Deu uma gozada tão forte que escorria!

A noite foi ótima, além de ser apaixonada por Jackson, o sexo foi incrível. Ela saiu do Motel toda arregaçada, mas completamente satisfeita.

No entanto, no caminho para casa Jackson contou algo que a deixou apreensiva:

— Daqui a dois dias eu viajo de novo — disse ele. — Fechei um serviço grande numa cidade de praia. Vou ficar lá uns dez dias trabalhando.

Angela tentou esconder a decepção, mas não conseguiu por completo.

— Dez dias… — repetiu.

— Volto dia quinze — completou Jackson. — É um trabalho importante pra empresa. Não posso recusar.

Ela assentiu lentamente. Sabia que aquela era a realidade dele, sempre foi. Ainda assim, agora tudo parecia diferente. Havia algo entre eles que não existia antes, e a ideia da distância doía mais do que ela esperava.

— Eu entendo — disse Angela, com um sorriso sincero. — Seu trabalho é importante.

Jackson a observou com cuidado.

— Não queria ir agora… não depois de hoje — confessou. — Mas prometo que volto.

Angela sentiu o coração apertar e, ao mesmo tempo, se encher de esperança. Aproximou-se um pouco mais dele.

— Então volta — disse, firme. — Eu vou estar aqui.

Durante os dez dias em que Jackson esteve fora, Angela viveu em contagem regressiva. Pensava nele ao acordar, ao dormir, e em todos os pequenos intervalos do dia. Imaginava como ele estaria, se o trabalho estava pesado, se sentia falta dela do mesmo jeito que ela sentia dele.

Por mais de uma vez, teve vontade de fazer algo impulsivo. Chegou a considerar viajar até a cidade de praia onde ele estava trabalhando, aparecer de surpresa, passar alguns dias ao lado dele, sentir a brisa do mar e a companhia que já lhe fazia tanta falta. A ideia parecia tentadora demais.

Mas logo a razão falava mais alto.

“Ele não me convidou”, pensava.

“Não quero forçar a barra… pode assustar ele.”

“ O dinheiro está curto”

Angela não queria ser precipitada. Tudo ainda era novo, delicado. Preferiu esperar.

Foi numa conversa casual com Dona Regina que algo começou a mudar. As duas estavam sentadas na cozinha, tomando café, quando Regina comentou:

— Dia quinze ele volta… e também é aniversário dele.

Angela arregalou os olhos.

— É mesmo?

— É, sim — respondeu Regina, com um sorriso. — E, sinceramente, depois de tudo que ele passou, ia fazer muito bem pra ele uma surpresa. Algo simples, mas cheio de carinho.

A ideia acendeu algo dentro de Angela.

— Uma festa surpresa… — repetiu, pensativa.

— Você devia organizar — incentivou Regina. — Ele ia amar. Ainda mais vindo de você.

Angela sorriu, empolgada, mas logo sentiu o peso da realidade.

— Eu até gostaria, Dona Regina… mas estou com o dinheiro curto.

Regina deu de ombros.

— O que importa não é luxo. É intenção.

Angela passou aquela noite fazendo contas, pensando, avaliando. Não seria fácil, mas decidiu que daria um jeito. Jackson merecia.

Nos dias seguintes, colocou o plano em prática. Encomendou um bolo simples, mas feito com carinho. Comprou salgadinhos, docinhos, tudo dentro do que podia pagar. Mandou fazer uma faixa escrita “Feliz Aniversário, Jackson”. E, tomada por uma coragem que nem sabia que tinha, contratou um carro de som para fazer uma declaração de amor na frente da casa.

Convidou parentes, amigos próximos, pessoas que realmente faziam parte da vida dele.

E também comprou uma calcinha nova, de laço! Ia dar o cuzinho pro Jackson, seria o seu presente!

A calcinha de laço era para ele sentir que estava abrindo um presente ao tirar sua calcinha.

Enquanto organizava tudo, Angela sentia uma mistura de ansiedade e alegria. Tinha medo de exagerar, medo da reação dele, medo de se expor demais.

No dia quinze, enquanto aguardava a hora certa, Angela respirou fundo.

Era mais do que uma festa.

Era uma declaração de tudo aquilo que ela vinha guardando no coração.

O cartão de crédito ia estourar, Angela sabia. Mas, para ela, aquilo era mais do que uma despesa — era uma grande prova de amor. Cada doce encomendado, cada detalhe preparado carregava a esperança de ver Jackson sorrir de novo.

O dia 15 chegou.

Desde cedo, a casa estava diferente. Havia um ar de expectativa no ambiente, uma energia contida. Às seis da tarde, tudo já estava pronto: o bolo sobre a mesa, os salgados organizados, os docinhos alinhados com cuidado. A faixa de “Feliz Aniversário, Jackson” estava pendurada, ainda discretamente escondida para a surpresa. Alguns convidados já começavam a chegar, falando baixo, rindo contido, entrando de mansinho.

Angela olhava o relógio a todo instante.

Deu dezoito horas.

Jackson não chegou.

— Deve estar no trânsito — disse ela, mais para si mesma do que para os outros.

Deu dezenove horas.

E nada.

O sorriso de Angela começou a enfraquecer. Um nó se formou em seu estômago. Ela tentou ligar, mas o celular dele chamava até cair na caixa postal.

Dona Regina, que até então mantinha a calma, começou a demonstrar preocupação.

— Isso não é do feitio dele — murmurou, pegando o próprio celular. — Ele sempre avisa.

Ligou uma vez.

Nada.

Ligou outra.

Nada de novo.

A cada tentativa sem resposta, o clima na casa mudava. As conversas foram diminuindo, os risos desapareceram. Os convidados trocavam olhares apreensivos. O carro de som, contratado para mais tarde, aguardava estacionado a alguns metros, silencioso.

Angela sentiu o coração apertar.

Pensamentos ruins começaram a surgir, um atrás do outro, difíceis de controlar. Um acidente. Um problema na estrada. Algo que ninguém queria nomear em voz alta.

— Calma, gente — disse Angela, tentando manter a compostura, embora sua voz já não fosse firme. — Ele deve estar chegando.

Mas nem ela acreditava totalmente nisso.

Dona Regina andava de um lado para o outro, o celular sempre na mão.

— Não atender minhas ligações… isso não é normal — disse, com a voz embargada.

Tudo estava pronto.

A festa.

A calcinha

A surpresa.

A prova de amor.

Mas Jackson não estava ali.

E o que deveria ser uma noite de alegria começava a se transformar em um silêncio pesado, carregado de medo e incerteza.

Angela apertou as mãos, sentindo a ansiedade tomar conta. Pela primeira vez, a dúvida atravessou seu coração:

e se algo tivesse dado muito errado?

De repente, o celular de Dona Regina começou a tocar. Ela pegou o aparelho rapidamente, o coração disparado. Angela estava bem ao seu lado, tão próxima que conseguia ouvir cada sílaba. O alívio inicial durou apenas um instante: a voz que saiu do outro lado não era a de Jackson.

— Alô? — disse Regina, tentando manter a calma.

— Oi, Dona Regina! — respondeu Alessandra, com uma naturalidade irritante.

Regina franziu a testa, confusa e surpresa.

— Alessandra? O que você está fazendo com o celular do Jackson? — perguntou, a voz carregada de reprovação.

— Ah, não se preocupe — disse Alessandra, com aquele tom de quem não vê problema algum. — Estou aqui na casa da praia com o Jackson. Vim até a cidade para me reconciliar com ele.

O silêncio tomou conta da sala. Angela sentiu o coração gelar, a esperança que carregava nos últimos dez dias despedaçando-se.

— Então… ele não atendia porquê…? — gaguejou Regina, a incredulidade evidente.

— Estávamos ocupados comemorando o aniversário dele — explicou Alessandra, com um sorriso quase audível na voz. — Ele foi ao banheiro e me pediu para retornar a ligação para a senhora enquanto se recompunha.

Regina engoliu em seco. O que restava de paciência e esperança se misturava com a indignação.

— Então… vocês reataram? — perguntou, tentando controlar a voz que tremia de raiva e desapontamento.

— Sim — respondeu Alessandra, com uma leve risada que parecia ecoar na mente de Angela. — Foi uma grande prova de amor ele me aceitar de volta.

FIM

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Comentários

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Sinceramente não entendi nada desse conto e tão pouco achei grande coisa . Só serviu para reforçar que certos homens não raciocíonam com o cérebro

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O conto é propositalmente simples e direto. Não há uma trama complexa ou simbologia oculta a ser decifrada.

Fiquei me questionando o que não entendeu.

O conto se baseia em uma historia que relamente aconteceu, e não tem maiores propósitos senão relatar a história,

Críticas são bem-vindas quando indicam o que pode melhorar, de forma respeitosa.

Dizer apenas que “não é grande coisa” é vazio e não agrega.

Ao fazer uma crítica, a intenção importa — ela precisa ser estruturada e voltada a ajudar o escritor a melhorar. Fora disso, não faz sentido.

Quanto à parte final do seu comentário, eu concordo totalmente : De fato, certos homens não raciocinam direito.

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