Dicas de como produzir o seu conto erótico (para iniciantes)
Publicado em 23/02/2023 no blog Editorial
Este post é uma colaboração do Lael, um escritor frequente aqui na Casa dos Contos. Você pode ler suas histórias em sua página casadoscontos.com.br/perfil/254183.
Com a facilidade de encontrar contos eróticos em sites como a CDC, muita gente, além de desfrutar desse agradável tipo de leitura, decidiu produzir os seus. Infelizmente, a maioria desiste após poucas tentativas, pois nota que apesar de ter ótimas ideias, passá-las para um texto não é simples. Foi para tentar ajudar aos que ainda são iniciantes ou aos que ainda pretendem começar, é que foi criado esse material com dicas, na esperança de que possam ajudá-los.
Antes, é preciso deixar bem claro que não se trata de um “curso” para escrever contos, romances, roteiros etc., pois isso demandaria elaborar uma apostila bem recheada. Sem contar que um bom curso de Redação tem que estar amparado no seguinte tripé: parte teórica, onde se aprende o necessário sobre as diferentes modalidades textuais; parte prática, onde se produz textos (precisa praticar muito); e a parte do feedback, que é onde um professor avalia o texto e faz os apontamentos necessários visando corrigir ou aprimorar certas partes. O objetivo aqui é ser prático, mas não totalmente breve, passar as dicas mais relevantes e deixar claro que assim como outras formas de arte, a escrita tem mais de uma forma de ser composta, não é uma equação matemática onde todos devem fazer exatamente da mesma forma ou o resultado estará errado.
Posto isso, espero que vejam como dicas apenas, sem pretensões de impor qualquer coisa.
Conto erótico real ou fictício?
Para não dizer 100%, podemos afirmar que 99% dos contos eróticos são totalmente criados pela mente do autor. Há ainda os que usam uma parte real que viveram ou que alguém conhecido viveu e em cima disso constroem a história. Posto isso, você não precisa ter vivido incontáveis transas malucas, orgias épicas, ter tido um sem número de amantes para escrever um bom conto. Aos que discordam, vale citar que um dos escritores mais polêmicos do Brasil, Nelson Rodrigues, era um cara conservador, mas que produziu romances e peças teatrais de grande sucesso que escandalizaram pessoas nos anos 40, 50, 60 e seguem causando frisson até hoje, pois abordam histórias como da cunhada que se apaixona pelo cunhado, da casada de classe média alta que quer se envolver com homens pobres e suados que conhece na lotação . O autor não vivenciou tais aventuras, mas tinha uma mente fértil e inquieta que o ajudava a mostrar os desejos e muitas vezes a hipocrisia da sociedade na época. Portanto, o importante não é ter vivido de fato o que irá narrar ou conhecer quem viveu, mas sim, saber criar. É claro que o autor pode mesclar em sua história, transas inesquecíveis que realmente teve, dando um toque a mais. Também colocar algumas coisas que gosta na hora do sexo, em muitos dos meus contos, dou um destaque especial ao sexo oral feito pelo homem na mulher, pois é algo que muito me agrada, mas também, dependendo do personagem, ele pode gostar de coisas bem diferentes das que você curte, pois autor e narrador não são necessariamente a mesma pessoa, mais a frente veremos melhor isso.
Fictício, porém factível
Como citado acima, quase todos os contos são fictícios e quase todos os leitores sabem disso, porém é como se eles fizessem um pacto inconsciente com o autor do tipo: “Sei que a história não é real, mas quero acreditar que seja”. E aí o que muitas vezes ocorre? Quem está escrevendo subestima a inteligência de quem está lendo e coloca situações completamente absurdas. Poderia passar vários exemplos, mas citarei dois surreais: um personagem que estava na praia, conheceu seis garotas que estavam passando férias, elas o convidaram para irem à casa onde estavam, ele acabou transado com as seis (e as fazendo gozar), sendo que uma delas era virgem. Outro exemplo bizarro: o cara conta que a esposa sempre foi muito recatada e nem anal fazia, porém, um dia, ela chegou em casa com quatro caras de mais de 2m de altura (deveriam ser da NBA), passou a transar com eles e deu até o c. para os quatro. Chega a ser cômico, mas o que o leitor faz quando se depara com contos assim? Para de ler imediatamente e caso volte a clicar em uma história e se lembre quem é o autor, nem começará a ler o novo conto. É claro que um conto erótico precisa ter coisas incríveis, contar o óbvio não tem graça, mas há um limite para não ficar desconectado da realidade. É claro também que ocorrem muitas experiências sexuais malucas, mas elas não podem surgir assim do nada, um exemplo: em virtude da minha profissão, já entrevistei casais liberais e um dos maridos me revelou que certa vez estavam numa casa de swing e a esposa fez sexo oral em cinco caras, transou com outros cinco e depois com ele, ou seja, em uma noite, ela deu prazer a 11 homens e esse casal ficou plenamente satisfeito. Claro que não era a primeira vez deles no meio liberal, claro que antes de chegarem à realização dessa fantasia, passaram por outras etapas, e contar essas etapas, seja de uma história real ou inventada é o que a torna aceitável, portanto, lembre-se dessa dica, o conto raramente é real, mas sempre deve ser factível.
Como começar o conto erótico.
O primeiro erro a ser evitado é ter um estalo, se sentar na frente do pc, notebook ou mesmo pegar o celular e dizer “Vou escrever um conto!”, sem ter a mínima ideia sobre o que escreverá, a pessoa simplesmente imagina que ao começar a digitar, tudo brotará naturalmente e não é bem assim. É preciso ter uma ideia inicial antes, buscar a inspiração, não precisa ter tudo detalhado na mente, mas pelo menos um esboço mental do que ocorrerá na história, isso é o básico. Provavelmente, novas ideias surgirão conforme for escrevendo. É comum, muitos autores pararem na metade e depois retomarem, o importante é não ter pressa para poder dar o seu melhor. Mais adiante falaremos sobre o processo de criação.
Como escolher um título atraente
Esse é um ponto de extrema relevância para quem quer atrair leitores. No passado, um título bem elaborado como os de grandes romances e filmes despertavam a atenção, entretanto, em tempos de internet, onde somos tentados a clicar em uma notícia dependendo do quão chamativa é a manchete, as coisas mudaram bastante.
Darei um exemplo pessoal, quando comecei a escrever um conto, minha ideia de título era: “Fragmentos de um final de casamento”, depois resolvi colocar algo mais direto e ficou: “Minha esposa se apaixonou por outro”. Certamente, a primeira escolha era mais elegante, porém, menos atraente esse é um ponto que deve ser considerado dependendo do seu objetivo, se quer despertar mais a atenção opte por um título que “entregue um pouco mais (não tudo) do conto” ao leitor, que tenha algumas palavras-chave que o atraíam para o tema que está escrevendo. Entretanto, cuidado para não errar a mão e achar que títulos apelativos e extremamente vulgares farão sucesso, podem até atrair muitos cliques, mas somente de leitores pouco exigentes, mas se o grau do leitor for médio ou alto, certamente, irá afastá-los, pois ninguém de bom gosto perderá tempo em ler um conto cujo título é “Arrombei o cu da minha mãe”. Por outro lado, se você não se preocupa com o número de leitores e quer apenas escrever por prazer, opte pelo título que mais lhe agradar, independente de ser mais ou menos atraente, a dica acima foi apenas para sanar uma dúvida que muitos possuem, mas não quer dizer que seja obrigatória.
Conto não pode ser curtinho
Essa é uma dica que não tem como discordar, independente da categoria, estilo, criatividade etc., se você escrever um conto curtinho, ele jamais será considerado bom. Alguns tipos de histórias podem ser breves, por exemplo, uma piada, um caso pitoresco que alguém presenciou, mas um conto erótico precisa de detalhamento. Vejo alguns em que após dois parágrafos curtos, no terceiro já está rolando o sexo e no quarto, a história termina! É impossível que leitor goste, pois ele quer entender bem a trama, conhecer quem são as personagens, o contexto, o que rolou antes do sexo e quando finalmente chegar a parte da transa, não dá para resumir em três, quatro frases subjetivas: “Transamos por duas horas, ela era muito gostosa, adorou minha pegada e gozamos muito”.
É difícil dizer o número ideal de palavras para um conto, também não existe uma “regra”, mas creio que de 2300 a 4 mil palavras seja um bom tamanho. Muito menos do que isso, o deixará curto, porém se passar, pode deixá-lo cansativo e o melhor será dividi-lo em mais de um capítulo. No caso dos meus, trabalho com 2500 no mínimo e 3500 a 3700 no máximo. Vale ressaltar, claro, que não basta apenas ter o tamanho ideal, mas, além disso, o conteúdo e é o que veremos a seguir.
O começo
O começo do texto é fundamental para decidir se o leitor seguirá ou não acompanhando a história, por isso, foque em ter um bom início e isso se consegue fazendo uma exposição interessante de personagens e cenários que farão parte da história. É uma apresentação de quem são. Por exemplo, se você for narrar na 1ª pessoa, ou seja, um narrador-personagem, explique quem ele é, sua idade, profissão, como é fisicamente, de onde é, a mesma coisa com as demais personagens que forem relevantes para a história, diga também quando e onde ocorreu a história. Mas isso não deve ser feito de maneira mecânica como se fosse uma descrição policial, mas sim, com criatividade de tal forma que o leitor “conheça” de maneira agradável quem participará da história, como eles são fisicamente (em alguns casos, pode descrever também como a personagem é psicologicamente: tímida, mal-humorado, melancólico, bonachão etc.) e tenha, ainda que parcialmente, uma ideia do que se tratará a trama, do local, época etc. Caso novas personagens e cenários surjam ao longo do texto, faça a mesma apresentação, mas apenas se forem relevantes (uma bela mulher que conheceu, alguém importante para o conto, os locais onde ocorreram novos fatos). Em outro trecho, veremos como trabalhar com a descrição.
Complicação
Na chamada estrutura da narração, logo após a exposição, vem a complicação, que apesar de ter esse nome, na verdade, significa o fato interessante que será contado e que a partir dele, quase toda ação decorrerá. Exemplos: a chegada de uma vizinha nova que mexe com a atenção do protagonista; o marido que começa a desconfiar de algumas atitudes da esposa e decide segui-la, a jovem universitária que tem raiva de um coroa ogro que sempre mexe com ela, porém um dia percebe que ele a excita e resolve provocá-lo sutilmente etc. Cabe uma observação interessante nesse ponto. Muita gente já vivenciou aquela experiência de ir a uma balada, conhecer alguém legal e depois ter uma transa espetacular no motel. Ocorre que por ser algo muito comum, os leitores verão como uma história repetitiva que a maioria deles já fez mais de uma vez. O ideal é que o conto tenha o ponto central um pouco mais complexo, uma atração entre o protagonista e a namorada/esposa do amigo, uma transa totalmente inesperada, sexo em um local em que possam ser flagrados, seduzir aos poucos uma pessoa, talvez na primeira vez só rolando umas brincadeiras sem penetração, diferença de idades etc.
A partir da colocação da complicação é que a história fluirá, até o clímax (momento de grande tensão na história), que no caso do conto erótico quase sempre é quando rola a transa, mas também pode ser um flagrante ou outro conflito sério que surja em decorrência do sexo, enfim, algo que encha de expectativa quem está lendo para saber o final da história ou do capítulo. Após o clímax, vem o desfecho do conto que pode ser considerado a parte mais fácil, mas não deve ser subestimada, pois um final sem pé nem cabeça, desagradará o leitor.
Tipos de narrador
Existem três tipos de narrador que você pode optar para escrever seu conto: Narrador-personagem: como o nome já diz, narra e participa da história. Geralmente é o protagonista e conta o que fez, viu e ouviu. Não sabe o que está na cabeça dos outros personagens, portanto, não pode dizer o que eles pensam, apenas as reações externas que nota, mas pode descrever os pensamentos e sentimentos dele próprio. A narrativa é na 1ª pessoa “Entrei no carro”, “Discuti com o dono da loja”, “Senti uma profunda irritação ao revê-la naquele bar”. Particularmente, prefiro esse tipo de narrador para escrever, pois permite ser mais dinâmico, apesar de vez ou outra, utilizar os outros dois tipos.
Importante: na maioria das vezes, autor e narrador-personagem não são a mesma pessoa. O autor é você que está criando a história, porém o narrador-personagem pode ser um jovem de 20 anos, um idoso de 70, uma bela prostituta, um policial amargurado, uma esposa adúltera, enfim, são praticamente incontáveis as possibilidades, já que eles são criações suas. Narrador observador: apenas narra os fatos sem participar da história. Também não sabe o que está na cabeça dos outros personagens, portanto, não pode dizer o que eles pensam, apenas as ações, falas e reações externas que nota. A narrativa é na 3ª pessoa: “Paulo chegou atrasado”.
Narrador onisciente: também só narra os fatos sem participar da história, a diferença em relação ao observador, é que o onisciente sabe o que está dentro da cabeça dos personagens, o que pensam, sentem etc. Exemplo: “Andrea não conseguia parar de pensar na cena que vira, estava chocada, mas, ao mesmo tempo, excitada”.
Linguagem e diálogos
Um bom repertório de palavras é ótimo para quem vai escrever, porém, não confunda escrever bem com escrever de maneira rebuscada (difícil). Escrever bem é utilizar um vocabulário claro que seja entendido por seu público-alvo. Também não dá para ser simplório demais. No caso dos palavrões, eles são bem-vindos quando necessários, durante uma transa por exemplo, muitos casais falam palavrões, então nada melhor do que retratar isso. O narrador-personagem também pode falar quando for conveniente (está com raiva, espantado etc.), só não abuse desse recurso ou deixará o texto tosco. Quanto aos diálogos, coloque o que realmente for interessante para a história e não tudo. Vejo alguns textos, onde há diálogos do começo ao fim e nada de narração, sem dúvida, o texto fica estranho.
Elimine, durante a revisão, aqueles diálogos que não levam a nada, coisas que podem ser encurtadas e ditas pelo próprio narrador.
Já quando for uma fala importante de um personagem ou uma discussão, capriche, pois causa um impacto grande no texto e no leitor. Exemplos: uma revelação, onde um personagem conta a outros, fatos que chocarão, ou então, uma briga onde a esposa decide jogar umas verdades na cara do marido.
Outro detalhe importante é ser coerente na forma de colocar as falas de alguns personagens Alguns exemplos: um matuto que sempre viveu no mato, não sabe ler nem escrever não falará de maneira refinada, como se fosse um doutor, assim como um professor universitário não falará tudo errado ou cheio de gírias.
Meu conto erótico deve ter uma ou mais partes?
O conto erótico é menor que um romance, mas isso não quer dizer que não possa ser estendido pelo número de capítulos que forem necessários. Nesse caso, os mais “clássicos” preferem chamar de romance erótico, mas independente da nomenclatura, o que você deve saber é se a história tem fôlego para duas, três, vinte partes. Esse é um ponto crucial, alguns acabam estragando um conto interessante por quererem alongá-lo demais, começam a inventar um monte de personagens e reviravoltas sendo que o núcleo central da trama já foi resolvido. Para fazer uma analogia, há várias séries de TV e streaming que acabaram perdendo a qualidade, pois, pelo fato de estarem fazendo um enorme sucesso, seus criadores não quiseram “aposentar” a galinha dos ovos de ouro e foram esticando por muitas temporadas sem ter mais de onde tirar, e o resultado é uma perda de qualidade considerável com o começo. A mesma coisa vale para o conto, é preciso ter o feeling para saber o momento certo de quando encerrar, para isso, acho importante já ter um final em mente, não é preciso ter todas as partes da história já acertadas, mas pelo menos o desfecho, pois ele servirá de norte para você não fugir do rumo.
Revisão
Certa vez, ouvi uma professora de Letras da USP dizendo “Todos nós cometemos erros de Português”. Achei isso fantástico, pois muitas vezes, tenta-se desmerecer alguém por pronunciar ou escrever uma palavra de maneira errada. Nos meus textos, pela pressa e também por não ser perfeito, vez ou outra, passa um erro de digitação ou mesmo de Português, com outros autores isso também ocorre. No caso de um escritor profissional, ele pode contar com o recurso de um revisor profissional, mas como nós não podemos, é importante que além de revisar o seu próprio texto, utilize corretores ortográficos disponíveis na internet.
Fique atento também com a repetição de palavras em um mesmo parágrafo, utilize sinônimos ou refaça o trecho; no caso de trechos confusos, reformule o que quer passar, deixando-o mais claro.
Não envie o conto assim que acabar de escrevê-lo, descanse a cabeça por algumas horas e depois o leia com calma, certamente além das revisões já citadas, você conseguirá melhorar algumas passagens, detalhando-as melhor, enxugando o que não for necessário etc.
Uma coisa é certa, nenhum leitor deixará de ler seu conto por causa de um errinho aqui, outro ali, mas se forem vários, certamente, a imensa maioria parará.
Como ser criativo para escrever um bom conto?
Se existisse uma fórmula pronta, acredito que o criador ficaria milionário, mas não dá para ser simplório e dizer apenas que é um “dom” de cada um, alguns possuem, outros não. Até concordo que algumas pessoas são realmente excepcionais, foras de série, como diriam os mais antigos, mas a grande maioria que obtém sucesso em qualquer segmento ligado à criatividade, é porque se dedica incansavelmente para se aprimorar, como diz uma frase feita “É 10% inspiração e 90% transpiração”. O primeiro passo para exercitar com mais facilidade é escrever sobre temáticas que gosta. Jamais produza um conto de um determinado tema apenas porque ele costuma ser mais lido, você precisa gostar para passar isso de maneira mais interessante ao leitor. Existem diferentes métodos que podem ajudá-lo a ser mais criativo para escrever contos, citarei os que considero mais importantes: Leitura: se quiser escrever bem, leia bem; a leitura o ajuda a ganhar um vocabulário maior, além de conhecimento e, de quebra, criatividade, pois mesmo que não seja um conto ou um romance, o que você está lendo, poderá ajudá-lo na composição de sua história. Procure também ler contos bons não para “chupar” a ideia e depois mudá-la um pouco e escrever o seu, mas sim, para entender os mecanismos utilizados por diferentes contistas: como eles fazem a exposição de seus personagens e cenários, como descrevem os diálogos, as partes sexuais etc., não existe um modelo único, por isso, quanto mais técnicas você aprender, melhor. Assista a filmes e séries, mas não só de um gênero. De preferência, fuja dos blockbusters (popularescos como os de super-heróis, Rambos da vida e comédias pastelão de final previsível), de vez em quando, tudo bem, mas mergulhe mais em dramas, histórias baseadas em fatos reais, comédias inteligentes e, claro, naqueles que possuem uma forte carga erótica (não confundir com filmes de sexo explícito, pois raramente possuem sequer um resquício de enredo), não são muitos à disposição, mas há alguns franceses, espanhóis e mais raramente americanos e brasileiros, que são ótimos. Em cima de algumas dessas tramas, tente imaginar uma história erótica, não seguindo o mesmo roteiro, apenas pegando um detalhe daqui, outro dali, vá somando, modificando. Você ficará surpreso como a nossa mente viaja e pode criar versões totalmente diferentes em cima de algo que você assistiu. Tenha uma mente inquieta: para diversos autores, o conto erótico começa a surgir ao olhar para uma mulher ou para um homem seja na rua, na TV, internet etc., suas memórias adormecidas de outros fatos, de pessoas etc., o levam a imaginar uma situação erótica com quem está olhando. Essa ideia inicial é como um diamante bruto, cabe ainda lapidá-lo, mas não deixe passar esse insight, pois geralmente dele, virão coisas boas.
Muitos autores mesclam diversas fontes de inspiração para montar o seu conto. É como se fossem várias peças de um quebra-cabeça que vão sendo encontradas em locais diferentes. Um exemplo pessoal, um dos contos que escrevi: “Minha esposa se apaixonou por outro”, a ideia de criar um casal jovem, feliz e de boa classe social que do nada se separa porque ela se apaixona por um colega de trabalho, começou porque quase toda história que fala de separação mostra que o casamento já está ruim há algum tempo, mas também há alguns poucos casos em que tudo termina repentinamente, o que torna o trauma ainda maior para quem foi largado e surpreendente para quem conhece o casal. Lembrei-me de uma história de um homem que amava a esposa e viviam bem, mas certa feita, ele foi passar um final de semana na casa de familiares em uma fazenda e ela não pôde ir, resultado, nesses dois dias, o homem conheceu uma linda mulher e ficaram juntos o tempo todo. Poderia ter sido só um caso, uma escorregada, mas na segunda-feira, ele chegou em casa, disse que tinha se apaixonado e largou a esposa. Claro que após um começo digno de lua de mel com a outra mulher, o caso não deu certo, e ele percebeu a burrice que fez, mas foi uma fonte de inspiração para eu começar a criar a minha história e isso fez com quem durante vários capítulos, os leitores ficassem inquietos tentando entender por que a esposa (no caso do meu conto) pôde jogar tudo para o alto de repente. Só que além disso, outras partes foram surgindo de situações diferentes, por exemplo, sabemos que quando o marido é traído ou abandonado pela companheira, vira motivo de chacotas entre os próprios “amigos”, por isso, fiz meu personagem passar por poucas e boas com pessoas próximas o ridicularizando. Os demais pontos da trama, como a vingança dele contra esses caras, as mulheres que se envolveu, o sexo inesperado com a ex-esposa que resultou em uma gravidez, a dúvida final sobre com quem ficaria, tudo foi vindo em partes, mas uma coisa era certa e já citei anteriormente, para não me perder entre tantas trilhas, já sabia qual seria o final.
Portanto, através desse exemplo, fica claro que podemos buscar não uma, mas várias fontes de inspiração e encaixá-las numa história, desde que haja coesão e seja verossímil.
Descrição
Sem dúvida saber descrever bem personagens, cenários, pensamentos e ações fazem toda a diferença entre uma história rica e uma pobre. Entretanto, alguns autores se dividem quando ao excesso de detalhes em um conto erótico.
No caso de um livro de romance, o autor pode levar mais de meia-página apenas para descrever uma pessoa ou um ambiente. A descrição é de absolutamente tudo, no caso de uma sala de reunião, por exemplo, ele chega a citar o tamanho de um arranhão na maçaneta dourada da porta, mesmo que isso nada tenha de relevante com o que está ocorrendo ali, mas o objetivo dele é fazer um retrato verbal total.
Entretanto, em um conto erótico devemos nos questionar se o excesso de detalhes irrelevantes não pode deixar a história truncada e acabar fazendo o leitor desistir. É por isso que muitos autores optam pelo meio-termo, se tiverem que descrever um ambiente, citarão só o mais importante, alguns detalhes de uma casa luxuosa ou de um lar humilde, a suntuosidade de um salão de festas ou a precariedade de um bar de periferia, enfim, ele dará algumas informações para que não fique vago e o leitor conseguirá imaginar o restante com referências próprias que têm em sua memória. Um exemplo: se o autor colocasse: “Entrei em um bar típico de periferia para pedir informações; na frente havia algumas poucas cadeiras e mesas levemente enferrujadas e ocupadas por homens humildes que bebiam e me olharam com certa desconfiança. Do lado de dentro tinha uma mesa de bilhar com o pano bem gasto, o balcão era pequeno e lá só serviam bebidas. Os cheiros de cachaças e suor se misturavam no ar...” Essa é uma descrição intermediária, mais do que suficiente para a maioria, mas se você quiser ser minucioso, pode detalhar ponto por ponto.
Quanto à descrição das personagens, acho que se a personagem for importante para a trama, precisa ser bem descrita, falar dos cabelos, altura, olhos, nariz, boca, forma física, caso seja mulher, destacar o tamanho dos seios e bumbum, mas atenção, só detalhe a nudez no momento em que ela realmente aparecer nua na história, pois se estiver vestida, não dá para citar detalhes mais íntimos, apenas se essas partes mais sensuais eram pequenas, médias, grandes.
No caso da descrição do sexo não dá para ser econômico, precisa citar minuciosamente o começo, meio e fim de pelo menos uma das transas. Lamentavelmente, vejo alguns contos em que a exposição dos personagens é boa, a história flui muito bem, porém na parte do sexo, o autor resume tudo em poucas linhas, não tem preliminares, posições, o que cada um sentiu, fez ou disse, ou seja, é brochante e irritante.
Para finalizar a parte de descrição, é importante destacar que não se deve trabalhar apenas com um dos sentidos: a visão, esse é o principal, claro, mas descreva, sempre que possível os demais: audição, tato, olfato e paladar.
Descrição psicológica
Para completar uma boa descrição dos personagens, dos ambientes e das ações, faça também uma psicológica. Se estiver utilizando o narrador-personagem diga como estava se sentindo em determinados momentos (na hora que começam as preliminares, o prazer durante o sexo, quando é tocado, quando vê algo impactante), esses detalhes ajudam o leitor a ficar cada vez mais dentro da história.
Detalhes únicos dos personagens
Não precisa ser em todos, mas quando possível, crie um personagem que se destaca por algo pitoresco. Darei alguns exemplos: em um dos meus contos, criei um vilão chamado Monteiro, que acabou roubando a cena, pois além de canalha, tinha um jeito próprio de falar, era refinado e cínico, até sádico. Em outro conto, criei um amigo do protagonista que era bem atrapalhado, fazia algumas presepadas e tinha dificuldades para pronunciar o nome de uma amiga francesa. Nesse mesmo conto, a própria francesa tinha um sotaque charmoso. Essas características diferentes dos personagens dão mais vida ao conto e aguardam em cheio aos leitores.
Originalidade
Quem disser que dá para ser 100% original e inédito está mentindo, pois mesmo que seja uma história real, não quer dizer que não tenham ocorrido dezenas de outras com trechos parecidos. Quantas vezes, uma pessoa não te conta algo que ocorreu com ela e imediatamente você se lembra de fatos bem parecidos que vivenciou ou tomou conhecimento? Numa história é a mesma coisa, apesar de buscar a originalidade, sempre haverá trechos que se parecem com outros.
O que realmente não dá é para “chupar” na cara dura uma história, fazer algumas modificações leves e postar. Novelas e filmes de autores pseudocriativos navegam nesse mar de repetir uma ideia. Quantas vezes não vimos uma história envolvendo um casal que possui um romance proibido porque suas famílias se odeiam? Ideia claramente chupada do romance Romeu e Julieta de William Shakespeare. Ok, se tivessem feito algumas histórias com esse gancho, mas seguindo enredos bem diferentes, porém após tantas e tantas vezes que já foi repetida, a fórmula se esgotou. Novelas mexicanas e algumas brasileiras também abusam da falta de originalidade, como o da moça humilde e do rapaz milionário que se apaixonam, mas depois, ela é muito humilhada, vai embora e volta anos depois poderosa e aí o galã terá que lutar para conseguir o seu perdão. Mas existem os clichês ou ideias chupadas mais voltados aos contos eróticos, o exemplo clássico é o de que o cara sempre tem que ter um membro espantoso, alguns chegam a escrever que o personagem tinha 25cm, 28cm de pau. Isso não quer dizer que não se possa ter personagens bem dotados, pois quem discorda e acha que sempre devem ter o membro médio, está faltando com a verdade, já que existem homens bem dotados, o que não dá é para em toda história usar isso como algo imprescindível, vez ou outra, ok, é legal para quem lê, mas não faça disso uma obrigação.
Frases feitas como “mais perdido do que cego em tiroteio”, “o amor é lindo”, “ a vida é uma caixinha de surpresas” empobrecem qualquer texto, de vez em quando, deixamos passar uma, mas o exagero no uso delas, denota falta de criatividade do autor.
Como lidar com as críticas
Esse é um assunto que nem deveria ser colocado, mas como já recebi e-mails de diferentes pessoas dizendo que têm vontade de escrever, porém, ficam assustadas com alguns comentários, e há até as que param de publicar por causa de pessoas desprezíveis, creio que é válido comentar.
Existe uma história da “carochinha” de que as críticas são para ajudar o autor. Não é verdade. De fato, vez ou outra, aparece um comentário construtivo feito por uma pessoa equilibrada que quer de fato ajudar, mas a maioria que crítica, o faz por motivos nada nobres: é um troll desocupado, é o preconceituoso, é alguém com muita inveja da capacidade autor. Independente do tipo que apareça comentando em seus contos, não responda e se possível, quando já souber de quem se trata não leia. Apague a mensagem e tenha em mente o seguinte detalhe: todos os dias são postados dezenas de contos que não recebem um mísero comentário, se o seu está recebendo essa “atenção”, é porque tem algo que outros queriam ter no deles. O dado que você deve levar em conta é o número de leituras que seus contos terão. Comentários positivos ou negativos representam menos de 1% dos que leram, isso ocorre porque para comentar ou dar estrelas é preciso ter uma conta no site e estar logado e a maioria gigantesca não faz isso, mesmo sendo uma assídua seguidora da CDC, um site que eu considero o melhor tanto para quem quer escrever ou ler.
Devo continuar o conto de outro autor?
De vez em quando, me pedem para continuar um conto de outro autor que está parado há anos na CDC. Particularmente, acho que depende de cada um, não existe certo ou errado (exceto se o autor original não tiver dado permissão e alguém apenas vai lá e na mão grande e se apropria do conto, isso é de uma falta de ética total). No meu caso, nunca continuei contos de outros, mesmo que tivesse a autorização e meus motivos são: pegar um conto ruim e melhorá-lo é fácil, mas pegar um conto bom e manter o nível ou melhorá-lo é mais complicado e aí não se trata de se quem começou era melhor do que quem continuou ou o contrário, são autores diferentes, com pegadas diferentes, ambos podem ser ótimos, mas quem leu os anteriores pode achar que a química foi quebrada. Já vi algo semelhante no caso de novelas ou séries, quando o autor fica doente e outro precisa assumir, muitos acabam não gostando. De toda forma, caso você queira continuar o conto de outro, espere já estar obtendo bons resultados com os seus e também tente contato com o autor original e veja se ele permite que continue.
Últimas dicas
Não escreva um conto por obrigação, o resultado será péssimo. Escreva quando realmente estiver com vontade, já cheguei a publicar dois contos em um dia, mas também já fiquei meses sem escrever uma linha.
Se o conto for ter mais de um capítulo, jamais mude o que está pensando por causa de um comentário do leitor. Confie no que tem em mente, lembre-se do que já foi citado, menos de 1% dos leitores comentam e se for se deixar levar por um ou dos comentários, poderá desagradar a muito mais gente.
No caso de contos maiores, tome sempre cuidado para não ser contraditório, um detalhe que você revelou sobre uma personagem no começo da história não pode depois entrar em conflito com outra informação que você escrever. Por exemplo, certa vez, li um conto em que o narrador disse que a esposa era uma advogada bem-sucedida, capítulos depois, ele afirmou que ela nunca tinha trabalhado.
Até mesmo diante de uma reviravolta, é preciso estudar todas as passagens anteriores para ver se o que está propondo fazer para surpreender o leitor é aceitável, por isso, se for escrever contos com vários capítulos, lembre-se de sempre relê-los para não criar algo que entre em conflito com o que já foi escrito.
Caso escreva um conto que ocorreu décadas ou mesmo séculos atrás, procure colocar alguns objetos e costumes da época na trama, alguns leitores poderão nem notar, mas os mais atentos perceberão e verão o capricho que você teve com essas pitadas. Mas atenção, tome sempre cuidado para não colocar algo contraditório, como um celular nos anos 1970, um tipo de carro que ainda nem tinha sido lançado etc.
Não espere obter já no 1º conto, um grande destaque, nem se frustre se após escrever um ótimo conto e for muito elogiado, o próximo não obter a mesma receptividade, independente de área, quem mexe com criação, nem sempre fará um “gol de placa”, haverá trabalhos melhores e outros não tão bons, também ocorrerá de você gostar mais de um trabalho seu e outro (também seu) ter obtido mais destaque. A única coisa que você não pode fazer, caso goste mesmo de escrever, é desistir após poucas tentativas.
Se pelo menos uma das dicas passadas servir para te ajudar a melhorar a sua história já fico imensamente feliz e espero ver o seu próximo conto em breve, aqui na CDC.
Abraços!
Lael
Comentários
Boa tarde!
Não consigo abrir a opção Fale COnosco. Por acaso ela foi desativada?
Há comentários q se deseja fazer, com a adm do site, de forma privada e não se tem outro canal.
Att
Vamos começar a subir contos eróticos, adorei a maioria das dicas pra implementar no provocah!
Queremos contar histórias picantes o que vocês acham?
https://provocah.com/
acomp manaus acomp goiania
Acho absurdo é um inscrito no site CDC vir aqui neste site, chamar autores para o site dele. Eu acho. É mesmo vontade de provocar.
Aproveitando o espaço, vou fazer uma observação.
Está muito chato essa invasão de textos traduzidos de sites gringos. Isso tomou conta do site de uma maneira que, na minha opinião, acaba desestimulando a publicar novos textos. Tem perfil que publica 30 partes de um mesmo texto ao mesmo tempo. Aí esses textos tomam todo o espaço dos novos textos, onde fazemos a apresentação de nossos textos produzidos com esforço e trabalho, com isso perdemos um espaço legal de apresentação e divulgação, para textos traduzidos sem nenhum cuidado e sem referências aos seus autores originais. Isso me deixa bem desestimulado.
Não tenho nada contra a traduções e adaptações feitas dentro das normas legais, com crédito aos seus autores originais e lançados de maneira racional. Mas do jeito que tá sendo feito está desfigurando a imagem do site, na minha opinião.
A verdade é que eu acho que a qualidade que estávamos acostumados com bons autores, caiu muito, e isso vai detonando. Não sei se o site resistirá muito tempo a esse "desmonte" mas não é problema mei. Fico triste é de ver que boa parte dos bons autores abandonou, e outros se tornaram escassos, ou quase nunca publicam. E a legião dos JUÍZES DE MORAL DE BONS COSTUMES DA VIDA LIBERAL resolveram estabelecer uma espécie de comissão da Inquisição sobre as histórias e personagens de traição. Ficou difícil. Contos Gay, eu não sei se sofrem o mesmo combate moralista. Eu nem me preocupo mais em ler muito pois me irrito com os comentários. Me tira o prazer de escrever.
Aos poucos, surgem novos contistas, e vão se consolidando, fazendo uma renovação no site. Acho que o site, de dezembro de 2023 para agora, março de 2024 deu uma melhorada geral. Os provocadores deram uma sumida, ou forma defenestrados. Vejo novas histórias e autores de primeira publicação, o que mostra que tem gente nova se iniciando nos contos. Bom sinal.
Excelentes dicas. Acho que seria válido colocar também algum tópico com as regras e critérios para o conto ser aceito após o Envio. Estou tendo bastante dificuldade, pois meus contos são meio longos e, após o envio, ele sempre entra em "Seu conto será avaliado pela administração", mas nunca sei se isso é normal, se devo corrigir algo ou apenas esperar. E se tiver que esperar, quanto tempo leva em média?
Alien479, vou tentar dar dicas. O site tem um sistema de algoritmo que identifica citação de idade, restringe indicações de menores de 18 anos, para evitar estímulo à pedofilia, "menores de idade", citação de nomes de figuras conhecidas, famosos, etc, para evitar processos, (são normas de respeitos legais que os sites devem ter) e algumas outras coisas condenáveis, portanto, quando no seu texto tiver tais elementos, isso aciona o mecanismo de verificação humana, e como quem faz isso, acho que é apenas uma pessoa, tem que ficar à espera que ela tenha disponibilidade para ler e verificar. Acho que ficou mais claro. Mas se tiver dúvida manda mensagem para o administrador do site. Ele sempre responde. Pode só demorar.
Pois é Leon, isso, às vezes, me intriga... Se você olhar a lista de novos textos nesse exato momento, você vai ver que existem, não um, mas mais de 10 contos com o mesmo título, veja bem; TÍTULO, com referência a adolescente. Não está nem no texto, está no título. E mesmo assim é publicado rapidamente. Isso me deixa em dúvida. Tem vários. Eu já vi texto aqui fazendo referência a bebê. E isso passou tranquilamente... Isso me deixa incomodado, porque já fui criticado por lançar um texto onde o personagem relembrava sua iniciação. Tive que mudar o texto. Nunca denunciei nenhum porque não me sinto bem fazendo isso. Mas acho estranho.
Confesso a você Tito JC que eu também não sei como funciona, mas acontece com alguns mais e outros nem sei. Eu também só denuncio se eu souber qual é o autor verdadeiro do usurpador de contos, ou de gente que plagiou os meus. O resto, nem me preocupa. Eu vejo que o perfil de leitores do site mudou muito da pandemia para cá. Uma enxurrada de novos NICS de leitores desconhecidos, atacando como vespas enfurecidas os textos. Outros procurando confusão, irritando e ofendendo o autor, sem discutir de fato a história, o texto, ou a trajetória dos personagens. Mas julgam qualquer referência a uma possível traição, como se isso fosse incomum na nossa sociedade. Eu já parei muitos contos por perder o embalo com a história. Mas não me entrego. Vou contando as minhas histórias e pau no cu de quem não aceita. Mas, de fato, o site anda meio virado do avesso. Mas a culpa não é do site, e das pessoas que não são mais capazes de escrever um conto, e vão pedir ajuda ao Chat GPT e outros de AI. Ou chupar e traduzir mal feito. O jeito é deixar rolar. Eu sei ler quem me agrada. E ponto.
Ótimas dicas
Eu achei estas dicas muito úteis e é uma excelente contribuição para quem quer contar as suas histórias, ajudando a melhorar e tornar mais fácil do trabalho de escrever e contar. AROVEITO PARA ACRESCENRTAR: A grande maioria dos autores no site comete um erro crasso nos seus textos e encontro isso até nos ótimos contos de excelentes contistas. O uso incorreto do H no há indicando tempo. Exemplo: Estamos casados a (há) 17 anos. Há anos é a forma mais usada, indicando tempo passado, ou seja, tempo que já decorreu: Eu não o vejo há anos! A anos é utilizado quase sempre com a preposição daqui, indicando tempo futuro, ou seja, que ainda não decorreu: Só daqui a anos saberemos a verdade.
Dica 2 tenha 541 seguidores reais em 3 anos no saite e consiga estar no ranking dos + lidos do saite sem usa o nome de outro escritor
Essa história realmente me deixou pê da vida. No dia eu estava fazendo uma atualização de software no site, que inclusive parou de funcionar quando eu estava dormindo. Imagina meu stress. Então eu vou ser direto, já que você se sentiu à vontade para vir fazer picuinha aqui. Quer que eu remova este perfil ou seu perfil principal?
eu escrevi um conto e quero publicar, mas não quero que ninguém o utilize em outro site... como faço pra protegê-lo?
Registra-lo em algum escritório de proteção a direitos autorais ajuda bastante...
Mesmo registrando, sempre mantenha os originais, se você quer recorrer as leis de propriedade intelectuais, o registro é importante, manter os originais é crucial, como estamos falando de digital mantenha em uma núvem.
Os originais guardam no registro a data de criação do arquivo, então um conto, têm registrado a data da primeira vez que você criou o documento antes de escrever.
A data da publicação do conto no site já é uma prova. Se alguém copiar e publicar em outro lugar, você tem como comprovar que postou primeiro.
Também tem o e-mail de confirmação de publicação que a Casa dos Contos envia. Se guardá-lo, vai ter uma prova da data. Junto com a data na página do conto, é possível ser bem convincente em um litígio.
Mas lembrem-se de que registrar um texto não necessariamente garante a autoria, porque isso pode ser feito de forma ilegítima.
Parei para ler... Maravilhosas dicas, acho que mesmo quem escreve faz tempo faria bem dar uma lida, se há algo que eu aprendi é que é sempre bom rever a teoria, não custa nadinha e você só têm a ganhar.
E obviamente, apesar de dizer que não, você deu um banho de teoria nesse texto, perfeito, obrigada por disponibilizar esse material.
Sou leitor regular de contos eróticos. Um problema que me faz desistir da leitura é perceber que mesmo assinando como mulher trata-se de um homem.
Achei muito boa sua iniciativa de escrever um passo-a-passo para quem deseja escrever.
Trabalhei como roteirista de TV e vídeo por muitos anos. Já fui convidado a escrever textos eróticos para uma mulher. Ela assinaria e me pagaria. Na época não pude aceitar.
Acabei escrevendo uma série de contos eróticos por causa de um evento inesperado, o encontro com uma das minhas sobrinhas, que eu não via havia anos. Estou pensando em publicar mas um demoniozinho fica me dizendo: "e se sua sobrinha estiver lendo?"
Bom, hoje lendo os contos Marmita (de 1 a 4) resolvi reler o que eu mesmo escrevi. Caramba! Pode dar samba. E o mais importante de tudo, continuo com um baita tesão pela minha sobrinha.
Grande abraço a todos.
Gostei muito da iniciativa e acho louvável dividir conhecimento e técnicas para quem está iniciando ou tentando melhorar. Mas discordo completamente do Tópico: : "CONTOS NÃO PODEM SER CURTOS". Muito pelo contrário, conto é a arte de condensar ideias, simplificar narrativas, passar o conteúdo em poucas palavras sem deixar vazio na essência da narrativa. Essa é a arte de escrever um conto. A partir de determinado tamanho os textos tem outra denominação, passam a ser novelas ou até romances.
Eu vejo muitas postagens aqui com 40 capítulos, 20 capítulos, num total de 80, 100 páginas e o autor chama de conto. Me desculpe, mas isso não é conto, pode ser qualquer outra coisa que o autor queira chamar, novela, série, mas conto tem limitações de tamanho e formas narrativas. Uns mais longos, outros mais curtos, mas dentro de uma limitação de páginas.
Os contistas mais geniais e premiados no mundo literário são aqueles que tem a técnica da sintetização.
Parabéns pela iniciativa de espalhar seus conhecimentos Lael. Muito bom e merece aplausos!
Eu acho que ele se referiu a um ou outro conto que as vezes vejo aparecer, que são de uns três parágrafos e embora estejam dentro do que seria um conto, direto ao assunto e etc, perde a parte do erótico, de colocar o leitor em situação de imaginar a cena e se excitar com ela.
Mas concordo que 20 capítulos é complicado... Acho que até 3 ou 4 como uma série de contos continuados, onde cada um pode ser lido por si só, ou no máximo 2 serem realmente interligados na mesma trama, é o ideal.
PS: Apesar disso:
Conheci aqui na casa uma escritora que produziu um conto de 50 capítulos, depois apagou o conto algumas semanas depois e hoje eu tenho o livro que ela publicou com esses 50 capítulos.
Nem sempre a pessoa está escrevendo um "conto" e algumas têm plena noção disso.
Antigamente romances eram publicados de forma serializada em jornais. Machado de Assis (que por sinal tem alguns textos extremamente eróticos, vide Missa do Galo) criou vários de seus livros assim.
Tenho uma série que foi publicada aqui , com 166 episódios, “As Aventuras de Regina”, são várias histórias com a mesma personagem. Posso dizer que é uma série de contos com a mesma personagem. Ainda vai virar livro.
Series assim são interessantes porque criam um laço com o leitor, e acabam funcionando como vários contos, que podem ser lidos independentes... Eu tenho uma também... Que são aventuras com o mesmo personagem (LUKINHA) em várias situações e que podem ser lidos independentes.
De um tempo para cá eu passei a escrever pequenas séries de mais ou nenos 10 partes. Ontem terminei a revisão de uma com 23 capítulo. De fato, não é conto, mas sim fruto da vontade de explorar mais meus personagens. Uma história apenas explorando a "forma" (narrativa curta e impactante) já não me satisfaz. Deixo isso para os desafios.
Aproveitando a deixa, tenho um romance publicado onde condensei mais de vinte histórias, feitas como contos independentes, mas que entrelacei as mesmas criando um romance, baseado em histórias de pessoas que me relataram suas aventuras iniciais no mundo liberal. Chama-se Muito Safados - confissões eróticas alucinantes - e está publicado no site Clube de Autores e na Amazon. https://clubedeautores.com.br/livro/muito-safados. Em breve publicarei mais 4 livros que estão em fase de conclusão.
Dani você foi precisa no comentário. A pessoa tem noção de que não é um conto. E como você disse acima, vários contos relacionados, mas que podem ser lidos separadamente é bem legal e uma boa saída para quem deseja se alongar no tema, ou criar um personagem recorrente. O atual desafio de 500 palavras mostrou como narrativas curtas podem ser muito legais e bem completos na sua narrativa. O importante é saber a diferença entre conto, novela e romance... Acho muito legal iniciativas como essa do Lael e da CDC de dar dicas, respeito muito quem divide conhecimento.
Também gostei muito da iniciativa. Eu também gosto de me manter longamente com uma personagem recorrente nos contos, acho que fica muito melhor e também fica mais fácil do leitor se identificar se é uma história veridica, uma fantasia, uma história baseado em fatos reais ou ficção pura e simples, não importa, o importante é ser interessante.
Excelente matéria, vou lembrar apenas de desavisados que escrevem tudo em letras maiúsculas . . . como se estivessem gritando . . . Fica monótono de ler !
Esse conto eu li, hehe. É bem o estilo de um cara que era assíduo no site que acabou. Impossível prestar atenção na história.Tem o Walter Hugo Mãe, que escrevia seus livros todos em minúsculas, creio que inspirado no Saramago. Mas tudo em maiúsculas é dose...
Gostei das dicas, bem interessantes.
Hummmm..... amei as dicas... vc tbm escreve contos? Queria saber suas histórias hahahah
Muito boa essas dicas... O lael é um grande escritor, profissional inclusive, domina essa arte como poucos
Achei ótima a iniciativa de fazer esse post. Eu mesmo quebro propositalmente essas dicas de vez em quando é geralmente o conto deixa a impressão de que podia ser melhor. Lael, quem sabe você se anima a fazer outro depois falando sobre estilos de escrita?
Dicas excelentes! Com relação aos personagens, eu costumo descrever as características deles pensando em amigos, parentes ou pessoas conhecidas. Mesmo traços de personalidade, jeito de falar e maneirismos, o que dá uma maior impressão de realismo.
Post maneiro. Gosto de lidar com a escrita da mesma forma que lido com a organização dos pensamentos e das ideias na cabeça, então é muito bom planificar, anotar os detalhes no papel e ir costurando aos poucos. Montar tipo um "esqueleto" caso a história seja grande e ir construindo sem pressa. Depois que você planifica, fica mais fácil de visualizar onde começa, por onde passa e onde termina o enredo.
Vou tomar a liberdade de sugerir um ponto de reflexão: Os parágrafos.
Há textos que são um parágrafo só e, quando tento ler, constantemente me perco em qualquer distração.
Parágrafos servem para mostrar uma organização visual. É a forma do texto. Também é um elemento definidor de ritmo, inclusive sendo uma ferramenta para brincar com isso. Pode-se criar um texto com parágrafos curtos, sugerindo sucessivas mudanças na narrativa e de repente, "fazer o tempo parar" em uma descrição minuciosa de sexo em um único e mais longo parágrafo.
Perfeita colocação Turin. Já me atentei a isso, sempre revendo, inclusive após a publicação, se há parágrafos mais extensos que possam ser quebrados sem afetar o contexto.
Pode parecer algo meio simplório, mas fico de olhos em como a diagramação do conto é exibida na tela do celular, provavelmente um dos principais meios pelos quais os leitores acessam nossos contos. Se houver parágrafos que ultrapassam muito 1 tela de comprimento, isso já é um sinal de alerta de que pode dificultar a leitura exatamente como vc citou.
Eu pessoalmente tenho preguiça com textos com parágrafos longos demais. Se o texto tem apenas um parágrafo eu desisto, mesmo se for curto.
Diagramação é a primeira estética que temos do texto e com ela podemos conquistar ou não a boa vontade de quem nos lê.
Perfeita essa colocação. A diagramação é a moldura. É onde você pode prender a atenção do leitor. A diagramação também é responsável pelo ritmo que você que impor aos parágrafos.
99% dos contos são fictícios: só acho que não se tem dados precisos para determinar isso.
Factível: "A mulher nunca deu o cu para o marido, mas o faz em uma orgia com quatro". Simples assim: ela acha que não convém fazer sexo anal com o marido, pois corre o risco de ele gostar e sempre querer de novo. Mas, quando ocorre esporadicamente, de preferência com um desconhecido, ela pode escolher, se vai ou não, fazer de novo.
Sobre os absurdos: "O pau era tão grande, que preenchia o meu intestino". Nessa, o autor não soube preparar o contexto para a expressão figurativa. Diferente de outro que conseguiu: "E o corno ficou bravo, quando viu a sua mulher sendo comida por outro?" "Nossa! Saía língua de fogo; cheirava chifre queimado!".
Concordo com você. Tudo pode ser fantasia mesmo que não possa ser realizado. Meu imaginário se alimenta de mulheres que por sinais os mais variados são prima dona na sociedade e depravada na intimidade. Pegar uma mulher certinha, travada, e acompanhar como se liberta (sem pretensão, não sou libertador de ninguém). Daí procurar nos contos a factibilidade. Abraços.
Adorei esse post! Primeiramente, parabéns à CDC por trazer esse conteúdo essencial e ao Lael por compartilhar dicas tão valiosas de escrita. Algumas coisas já vinha fazendo instintivamente, em outras vou agora prestar mais atenção. Não vejo a hora de um novo desafio literário para isso!
Muito legal esse post. Ótimo para nos incentivar a escrever melhor.
Obrigado pela iniciativa!
Com todo respeito, mas para essas coisas tão básicas, cabe a cada autor se responsabilizar e buscar esse aprimoramento gramatical. São temas deveras batidos e com informação de sobra na internet, basta um Google.