O golpe que Clotilde me deu

Um conto erótico de Robert Dickison
Categoria:
Contém 1676 palavras
Data: 18/02/2002 15:25:15
Assuntos:

Porquê? Porquê? Essa é uma pergunta que não quer se calar em minha mente? Eu, até hoje, não sei porque aquela piranha, biscate, sem caráter da minha esposa pode fazer aquilo comigo. Eu explico:

Nós conhecemos numa boate de nome, “Boate Azul”, no bairro do Ipiranga, eu estava tomando meu uísque quando a vi entrando na boate. Ela estava linda, com vestido vermelho, tamanco da mesma cor com um colar de ouro com pedras de diamantes. Não resisti, levantei e aproximei-me dela e convidei-a para sentar, e disse:

- Boa noite, tudo bem? Muito prazer meu nome é Gregory, Peter Gregory Smith. Você está sozinha ou acompanhada?

- Estou sozinha e você? Afim de companhia?

- Também estou sozinho e afim de companhia. Você mora por aqui?

- Não eu moro no Jardim Ângela e você?

- Eu moro no Morumbi perto do estádio do Morumbi.

- Você mora em apartamento?

- Sim, moro com minha irmã mais velha. E você, mora com quem?

- Moro com meus pais. Você sempre vem nesta boate?

- De vez em quando. E você?

- Também de vez em quando. Disse ela com um olhar penetrante e sedutor.

Conversamos, bebemos, dançamos. Estava completamente apaixonado e encantado por essa mulher. Ela era nota dez, morena, olhos verdes, cabelos castanhos escuros, um corpo escultural que lembrava um violino de tão perfeito. Tudo nela era perfeito. Antes de ir embora, pois tinha que trabalhar no dia seguinte, pedi seu telefone. Ela disse que não tinha, mas que forneceria-me um telefone de recado da sua vizinha. Nos despedimos, marcamos um encontro para o próximo sábado, pois minha agenda estava lotada. Eu sou um empresário do ramo de imóveis, minha empresa chama-se “Gregory imóveis”. Naquela noite não durmi direito, meu pensamento estava para Clotilde a garota de vermelho que não saía do pensamento. No dia seguinte, chegando na minha empresa, liguei pra ela, ela não estava, então deixei recado. Quando eram Duas horas da tarde, estava lendo um memorando antes de assinar quando o telefone tocou. Atendi, era ela a Clotide:

- Oi Clotilde, tudo bem? Antes de atender eu estava imaginando que só poderia ser você, parece que acertei, não é mesmo?

- Acertou em cheio. Disse ela com uma voz macia e sexy.

- Estou louco para te ver meu docinho de coco, se pudesse sairia agora do serviço para te ver.

- Por que não o faz, meu bem? Disse ela com voz de criança manhosa.

- Minha agenda tá lotada, mas sábado estarei livre e com certeza irei vê-la não é mesmo?

- Claro que sim meu bilú, bilú!!!!!!!!!

- Nossa como é bom ouvir sua voz, melhorou meu dia, estou feliz, foi o melhor telefonema do dia. Me desculpe, meu anjo mas tenho que desligar, tenho uma reunião agora.

- AHHH!!!!! Não desliga nãooooooo!!!!!! Tá tão bom assimmmmm!!!!!! Desliga nãoooooo!!!!!!! Dizia ela com voz de criança manhosa.

- Infelizmente o dever me chama meu anjo, o pessoal tá me chamando, tenho de desligar, Tchau, um beiiiiiijão para você.

- Outro, já estou com saudades hein!!!!

- Eu também, já estou com saudades querida, tchau, outro beiiiiijo!!!!

- Tchau!!!! Disse com voz tristonha.

Assim que desliguei fui direto para a sala de reunião. Bom a semana toda foi assim agitada, reuniões, negócios, análise de documentos e outras chatices de serviço. Finalmente chegou o sábado, marcamos um encontro na mesma boate, no Ipiranga. Disse que estava gostando demais dela e pedi-a em namoro ela topou, nesse instante não resisti e dei-lhe um beijo demorado na boca, nossa!!!! Que lábios lindos e macios que ela tinha. Começamos a namorar e sair para cinemas, teatros, parques. Chegou um momento e disse estava hora de conhecer-mos nossos pais. Ela concordou e disse para que eu não reparasse que seus pais eram pessoas simples e que moravam em casa simples. Eu disse que não tinha problema algum, que não tinha nada contra. Conheci seus pais, gostei deles, eram pessoas simples e de respeito. Depois levei-a para conhecer meus pais, que moravam no Brooking. Ela ficou maravilhada com meus pais e com o luxo da casa. Não demorou muito para eu a pedir em casamento. Ela aceitou e em menos de dois anos de namoro, noivamos e casamos. Nossa lua de mel, foi em Paris, ficamos dois meses por lá. Ela nunca havia saído do Brasil. Ela estava contente e disse que queria conhecer a torre Eifel. Fomos para lá, ela não se continha de tanta felicidade e eu também. Aproveitamos e passamos por Luxemburgo, Itália e Alemanha antes de voltarmos para o Brasil. Antes de sair de lua de mel eu comprei um apartamento de luxo no Morumbi. Voltamos para o Brasil, diretamente para nosso ninho de amor. No primeiro ano de casamento tudo seguia as mil maravilhas. Até que para minha maior felicidade Clotilde fica grávida. Eu fiquei eufórico, não me continha e para comemorar esse acontecimento, mandei realizar uma festa completa com tudo que tinha direito. Convidei todos os meus amigos e parentes e meus funcionários. A barriga de Clotilde não parava de crescer. Até que chegou o nono mês e Clotilde deu a luz a um lindo menino a quem dei o nome de Victor. O tempo foi passando, eu estava trabalhando quando atendi a um telefonema estranho:

- Alô por acaso é um tal de Peter Gregory, da Gregory imóveis? Disse o sujeito com voz de malandro.

- Sim sou eu, mas quem está falando?

- Eu na verdade, gostaria de falar com o você em particular, poderia ser doutó?

- Aonde você quer esse encontro?

- O doutó não se importa se for no estádio do Morumbi no próximo domingo?

- Nossa, não dá para ser aqui por perto?!?!?

- Não, doutó!!! Tem de ser do meu jeito, da minha maneira, tá sacando?

- Mas afinal o cara, do que se trata hein, sou um homem ocupado, não posso ficar perdendo meu tempo, por que você não diz logo o que tem para dizer e fim de papo. Seje curto e grosso rapaz, afinal de contas o que você quer?

- Num dá pá dize por telefone doutó, só posso lhe infomá que o lero é de seu maior interesse.

- Tá certo rapaz, que seje do seu jeito.

Óbvio que fiquei preocupadíssimo, pensei em chamar a polícia, mas resolvi sair com meus seguranças por precaução. No domingo, fui até o estádio do Morumbi, Meus seguranças estavam a uma distância segura. O sujeito deu um toque de mão e aproximei-me:

- Rapaz diz logo o que você tem a dizer, deixei de fazer minha caminhada de fim de semana, para vir até aqui.

- Pra inicio do lero, doutó, o negócio é o seguinte, eu só peço que o doutó não me interrompa enquanto eu estiver falando e que tenha calma, por que o que tenho a infomá é de seu interesse.

- Chega de enrolação e diga o que você tem a dizer.

- Bom negócio é o seguinte, o lero tem haver com sua esposa.

- O que!??!!? Como é que é ? Explique isso direito Rapaz!!! Disse espantando.

- Calma doutó, eu lhe vou dize o que qui é.

- Então diga logo, porra!!!!!!! Disse gritando.

- Calma o negócio é o seguinte: Sua mulher antes de conhecer você, namorou comigo e como nós estávamos sem grana e você era conhecido rei dos imóveis e cheio do tutu, resolvemos dar um golpe em você. Combinamos tudo e saiu tudo do jeito que queríamos, a Clotilde iria namorar e casar com você e depois de casados, ela começaria a tirar grana de você e depositar na minha conta, depois de algum tempo ela iria pedir o divórcio e pronto o golpe estava dado. Mas resolvemos mudar os planos e ao invés dela ter pedir o divórcio, resolvemos lhe fazer a seguinte proposta antes de sair-mos do país. Primeiro o doutó não vai comunicar nada a polícia, caso contrário, mandamos matar você e toda sua família. O doutó vai ter que desembolsar uma quantia de quinhentos mil reais e deposita na minha conta, cujo número fornecerei em breve, e outra coisa: O seu filho que você tanto adora, não é seu filho como você e seus amigos imaginam. Esse filho é meu, se o doutó quizé tirá a dúvida, podemos fazer o DNA. Mas você vai colaborá com a gente não é mesmo doutó, somos de uma quadrilha perigosa, e então vai colaborá ? Disse ele direto e sem rodeios. Fiquei horrorizado com o que acabara de ouvir. Quando derrepente do meio das pessoas surge a minha mulher, dizendo com a maior frieza:

- E então meu docinho, vai colaborar com a gente? Tudo o que ele disse e verdade, estou eu aqui para provar e assino em baixo.

- Clotide, como pode fazer isso comigo, me fazer de trouxa durante todos esses anos, brincar com meus sentimentos, como pode ser tão fria e tão baixa, desse jeito?

- O a necessidade não faz a gente fazer né, queridinho?

- Isso não vai ficar assim, vocês não vão sair bem dessa não, ninguém faz isso comigo.

- É melhor colaborar com a gente. Disse o sujeito.

Fiquei arrasado, fui embora meus seguranças perguntaram o que havia acontecido, eu disse que era um mal entendido. No dia seguinte, informei a polícia e combinamos que irimos pegá-los em flagrante. Fui até o banco e quando depositei a grana, meu celular tocou e o sujeito perguntou se eu já tinha depositado a grana, para eles se mandaram para fora do país. Os policiais rastearam a ligação e foram atrás deles, eu fui no meu carro. As viaturas estacionaram no aeroporto antes mesmo que eles entrassem no avião com destino aos EUA, a polícia os prendeu, e mais tarde, segundo informações de Clotilde, os policiais armaram o cerco e prenderam o resto da quadrilha no Jardim Angela. A polícia disse, que fazia muito tempo que estava atrás dessa quadrilha e que eu fui de grande ajuda para a prisão de toda a quadrilha. Agora eu pergunto, porquê ? Porquê isso tudo tinha de acontecer comigo? Eu uma pessoa que nunca fez mau a ninguém cair num golpe sujo como esse!!! Como é que uma mulher desclassificada, como essa pôde se rebaixar a esse nível, brincar com meus sentimentos e deixar-me arrasado.

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