Amor Gótico

Um conto erótico de R
Categoria: Heterossexual
Contém 1038 palavras
Data: 04/02/2002 15:33:49
Assuntos: Heterossexual

Aconteceu quando eu comecei a sair com um pessoal chamado de "góticos". Lá pelos meus 17 anos. Não me lembro bem porque eu saía com esse grupo. Acho que era porque eu gostava do som que eles ouviam (Nightwish, White Zombie, etc.) ou talvez por causa das roupas (Sempre pretas e complementadas com adornos de motivos místicos, como cruzes e mandalas).

O caso é que eu já estava saindo com eles a algum tempo, participando das reuniões; onde geralmente se ouvia música ou se falava sobre lendas urbanas, filmes de terror, livros de suspense, etc. Mas nada de mais. Não roubávamos ou estragávamos nada e não incomodávamos ninguém. Éramos apenas adolescentes que gostavam de explorar o lado "negro" das artes, literatura e música.

Mas nesse dia foi diferente. Quando cheguei na reunião, pude notar que todos estavam me esperando com um olhar incomum. Quando perguntei o porquê, um deles me respondeu:

- É que hoje você vai ser iniciado!

Me recordo que fiquei muito feliz, pois isso significava que eu tinha sido realmente aceito no grupo, e poderia começar a freqüentar os famosos "cultos"...

- Vamos indo! - Disse o líder do pessoal, enquanto conduzia os outros já "iniciados" para o que eles chamavam de minha "conversão".

Finalmente chegamos ao local da "iniciação", um famoso cemitério! Mas até aí, apesar de parecer estranho a uma pessoa "normal", não havia nada de incomum para nós. Cemitérios eram lugares freqüentados constantemente, pelos góticos, até com vista grossa dos seguranças (Nós "espantávamos" os saqueadores e vândalos). E eu, mesmo antes de ter sido finalmente aceito pelo grupo, já tinha ido várias vezes com eles, a reuniões ali. Haveria lugar melhor para se comentar sobre a "Bruxa de Blair" e ler poesias de Edgar A. Poe!?

Porém como disse, aquela noite era uma noite diferente.

Seguimos direto, passando por todo o cemitério, até chegarmos a uma enorme capela. Mas, apesar do receio de alguns, não demoramos muito para entrar.

A capela era realmente assustadora. Era muito escura e, apesar de grande, parecia claustrofóbica, pela vontade que se sentia de sair de lá rapidamente.

Vontade que só aumentava quando se reparava em um arrepiante caixão negro, bem no meio do ambiente.

Seguiu-se, ali mesmo, uma longa cerimônia, estranhíssima. E após todos os rituais serem completados (Rituais que não vem ao caso, aqui nesse site) minha verdadeira "passagem" começou.

Hakon, o líder, como parte da cerimônia, abriu o caixão. Dentro havia uma garota, nua, estática.

Loira, parecia ter perto de 1.80m, apesar de estar "deitada" no caixão. Era lindíssima, tinha um corpo perfeito, e apesar dessa perfeição (não se notava UM ÚNICO defeito), ainda era possível reparar, particularmente, em seus seios volumosos e em seus olhos profundamente verdes. Possuía uma pele extremamente branca e olhava-me fixamente.

Era inacreditável mesmo. Poucas vezes em minha vida tinha sequer VISTO uma garota tão linda!

E agora, de presente, tinha uma "deusa" dessas nua em pêlo, esperando "mais que pacientemente" para, de acordo com a cerimônia, ser possuída por mim...

Fiquei curioso, pois não tinha visto essa "miragem" sair com o grupo anteriormente. Quem seria?

Pensava em agradecer aos meus estranhos amigos, por terem arranjado uma garota mais linda que a lua cheia daquela noite, e que se prestava a um papel daqueles, apenas para me satisfazer (Imaginem! Em um caixão, em um cemitério!). Mas algo bem no fundo da minha mente sussurava baixinho: será que aquela garota estava realmente...viva...!?

Apesar da presença de todos, e daquele ambiente perturbador, meu tesão não parecia diminuir!

Só vim a sentir algo que se aproximava um pouco dessa sensação, e apenas vagamente, muitos anos depois quando assisti ao filme "De olhos bem fechados"...

Não era um tesão "convencional", desses que se têm vendo uma gostosa qualquer na rua... Era uma emoção infinitamente superior... Misturado ao prazer de ter aquela "deusa" a minha mercê, "deitada", imóvel, eu também sofria um terrível frio na espinha, proveniente do fato de eu estar em uma capela de cemitério, prestes a "possuir", quem sabe, uma garota que não fazia mais parte "desse mundo"...

Eu me sentia como se desse voltas em uma gigantesca "montanha russa"... Não sabia qual sentimento era maior: o medo, a sensação assustadora de estar desejando uma "alma", ou a emoção, o tesão, a "febre", de estar tão perto de satisfazer-me naquela lindíssima "vampira"... e tudo isso multiplicado centenas de vezes, por um estimulante coquetel de ingredientes desconhecidos que havia ingerido durante o ritual...

Tomado por essas sensações, e encorajado, em grande parte, por esse coquetel, eu a possuí.

Me lembro ainda hoje, daquele conjunto de sensações, que nenhum de vocês jamais teve:

Aquele som mudo, que só o completo silêncio produz, me aguçando a audição...

Aquela pele completamente pálida... Aqueles lindos olhos, verdes como duas pedras de jade, que me encaravam fixamente sem qualquer piscadela ou movimento, deliciando a visão...

Aquela boca roxa e amarga, me proporcionando um paladar acridoce único...

Aquele "corpo de modelo", imóvel e frio, com seus biquinhos de seios completamente rijos, embaixo de mim, me acariciando, de uma maneira inesquecível, o tato...

Fiquei muitos minutos dentro de sua grutinha, rija e gélida, que me "estrangulava" o pênis, hesitando em ser penetrada, pela pouca lubrificação... Não queria que aquele momento, delicioso e único, acabasse nunca... Mas ao mesmo tempo queria fugir... Era uma "luta interna" de prazer e medo...

Simplesmente - indescritível - o amor que eu e minha "bruxinha" fazíamos... Palavras não conseguem explicar!

Eu a abraçava e fodia... a beijava e metia... a amava e temia...

Mas aquele prazer "assustador" se tornou demais... Entrei o mais que pude dentro de sua estreita caverna púrpura e gozei. Gozei, como nunca havia gozado antes, enquanto beijava minha "fantasminha", sentindo em minha boca sua língua úmida e deliciosamente congelante...

P.S. - Após muitas semanas realmente "atormentando" Hakon, ele finalmente cedeu a meus apelos e me disse, sem muita convicção:

- Está bem, já que você quer realmente saber... A verdade é que aquela "diabinha" era apenas uma "escort" de alto nível, em uma grande encenação, criada com dinheiro, muita maquilagem branca e gelo para levar você, e talvez o resto do grupo, a um estágio adiante em nossa procura pelo "lado negro". Apenas isso...

É... Talvez, alguns segredos fiquem melhores ocultos...

r_cwb@hotmail.com

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Comentários

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Gótico é a última coisa q esse grupo pode ser chamado. É uma vergonha saber que existem pessoas q pensam que ser gótico é se vestir de preto, contar histórias de terror, e fazer rituais malucos.

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