a história de carine

Um conto erótico de highheelslover
Categoria: Sadomasoquismo
Contém 5936 palavras
Data: 26/08/2002 22:15:35
Assuntos: Sadomasoquismo

carine estava corada, a vendedora lhe entregava o pacote com um pequeno sorriso nos lábios. Agora estava feito, olhava para os lados... receio de encontrar alguém conhecido, o que não seria difícil naquele lugar. Caminhava com dificuldade, com passos comedidos e um tanto tensos. Sentia o coração forte e disparado, suava, tremia. Cada passo lhe parecia uma eternidade, tentava caminhar de forma ereta, sem olhar para o chão... Não conseguia prestar atenção no ritmo de seus passos, de timbre agudo e seco que aquele salto de metal extraia do piso de granito ao lhe golpear.

Aos poucos tornou-se confiante, o medo transformava-se em confiança. Carregava a sacola com orgulho, nunca pensara que teria coragem para tanto. Como sua vida poderia ter mudado tão repentinamente. Estava excitada, uma excitação que nunca provara antes. Algo diferente de tudo que já havia experimentado.

Olhava as vitrines com entusiasmo, aproveitava a sensação de felicidade que sentia. Seus pés estavam apertados, nunca imaginara usar um salto tão alto e fino antes. Contemplou sua imagem refletida no vidro da vitrine, parecia admirar algum produto... mas seu pensamento estava voltado apenas para sua nova condição. Estava mais alta, mais esguia, a calça justa de pernas estreitas e bocas largas marcava seu bumbum – mais arrebitado, suas panturrilhas volumosas e delineadas ...e finalmente via apenas o bico finíssimo daquela bota que tinha lhe sido tão embaraçante comprar.

Sentia os dedos apertados, espremidos naquele exíguo espaço, os pés estavam agora arqueados de uma forma que nunca lhes havia sido antes imposta. O equilíbrio tinha de ser mantido a muito custo, pois a base daquele salto realmente fazia justiça ao termo “agulha”. Era uma bota de cano baixo, toda em pelica, bico finíssimo e alongado, sem muitos detalhes...apenas a cor vermelha e o salto agulha em metal reluzente. O salto era uma obra-de-arte à parte...fino e delicado como uma Mont Blanc. – “lindos instrumentos de tortura...” lhe dissera a vendedora.

Assim carine perdeu longos instantes olhando para si mesma, ou talvez, para uma nova carine, como pensou. Naquele momento esqueceu de todas as vezes que saiu no intuito de comprar um sapato daquele feitio, e por medo ou vergonha desistiu. Acostumara-se a usar calçados baixos e sem formas ou atrativos, na maioria das vezes comprados em liquidações pela mãe. -“Confortáveis” dizia a mãe, mulher simples e de vaidade diminuta. A mãe embora em tenra idade aparentava ser avó, judiada pelo serviço e pelas infelicidades da vida...conformava-se apenas...fosse com a falta de interesse e traições do esposo fosse com a rotina da casa. Pegou-se pensando na figura materna e lembrou que havia prometido para si mesma poucos dias antes que teria um futuro diferente.

Agora carine caminhava para casa, nas mãos a sacola com a velha e surrada bota de salto quadrado e bico redondo. Caminhava com passos ainda trêmulos, e apesar de morar a uma boa distância do shopping nem sequer ousava pensar em tomar um meio de condução. Sentia cada irregularidade das calçadas ou paralelepípedos e os pés começavam a doer bastante. Pensava no amante, pensava que estava fazendo o que lhe tinha sido ordenado. Daquele dia em diante apenas usaria saltos altos, especialmente se finos. Se vestiria normalmente, mas sempre estaria arrumada; sem exageros – fosse nas vestimentas ou nos gestos. Seria uma mulher sexy, elegante charmosa e comedida.. Durante a semana começara a trocar o guarda roupas. Havia emagrecido, começara a cuidar e alinhar os cabelos. Usava discreta maquiagem, unhas e batom vermelho vivo apenas para o amante.

Ao chegar em casa teve o impulso de arrancar aqueles sapatos e joga-los longe...mas conteve-se. carine sentou-se, dobrou o corpo e deslizou os dedos pelo couro macio....desceu o dedo, com a unha de pintura à francesa, pelo salto. Delicadamente descalçou um pé, segurou a bota na palma das mãos...pensava como o salto podia ser tão fino...seu amante com certeza adoraria. Ele havia lhe instruído que usasse saltos altos todo tempo, lhe disse que a dor logo passaria e que em breve seus pés estariam suficientemente adaptados para estes calçados.

Calçou novamente as botas e experimentou a sensação de caminhar pelo apartamento. carine morava apenas com sua gata. No quarto de dormir sobre a cama e espalhados pelo quarto diversos pacotes...diversas roupas. O amante lhe havia instruído que deveria usar também, além dos saltos altos, roupas sóbrias e discretas, muito femininas. Calças elegantes que lhe marcavam a cintura e o bumbum, blusas e casacos que lhe definiam o colo e valorizavam o abdome recém endurecido. Todas roupas sóbrias, femininas, sem grandes decotes ou fendas...sem transparências.... o destaque deveria ser dado a sua boca e seus pés. Não poderia mais usar meias de nylon em formato de calça...apenas meias com ligas, da mesma forma teve de trocar sua lingerie...apenas conjuntos com rendas, calcinhas de cores variadas e ricas em detalhes...laços e rendas...sutiãs que lhe valorizassem e aumentassem os seios.... seriam permitidos.

carine preparou-se para tomar um banho. Sentiu-se bastante aliviada ao colocar os pés descalços em pleno contato com o piso. Ao entrar no banheiro ainda admirou os sapatos aos pés da cama.Tomou um banho quente... a água lhe relaxava todo corpo, tomou um banho demorado... a espuma lhe escorria por todo corpo.... se tocou...estava molhada. Saiu do banho enrolada na toalha...pensando que loucura estava fazendo... porque se submetia àquilo? Colocou uma delicada camisola de cetim azul claro e... percebeu que precisava de sandálias para usar em casa. Teria de fazer novas compras no dia seguinte.

O amante estava viajando, carinesentia sua falta. Acordou preguiçosa, era sábado... levantou-se, espreguiçou-se lentamente...e foi até a cozinha. No meio do caminho...percebeu que estava descalça, seus pés doíam um pouco. Pensou em voltar ao quarto e calçar novamente aquele salto, mas parou os olhos na direção da porta de entrada. Uma carta estava enfiada por baixo, no envelope a ordem para que pegasse a caixa defronte a porta. Era uma caixa quadrada, em papel marfim e tinha um laço vermelho vivo. Sentou-se curiosa na poltrona defronte a janela enquanto a gata faminta ronronava a suas pernas.

-“Este é um presente para aprimorar a sua feminilidade, deverá ser uma extensão de seu corpo e de suas pernas, parte de seus pés”, Era a letra de seu amante. Seguiu lendo: -“Quero que lembre-se de mim enquanto os usar, cada vez que sentir dor lembrará de mim, seu senhor. “ Parou de ler e abriu o laço retirando a tampa da caixa. Um forte odor de couro chegou ao seu nariz. Ela contemplava um par de sapatos caprichosamente envoltos em papel decorado com motivos vermelhos no interior da caixa... havia também um par de meias pretas, grossas... certamente 7/8.

carine tocou o couro dos sapatos, era muito macio, negro e lustroso. Era um modelo social, com bico fino e longo, que se estendia apenas até a raiz dos dedos. Era aberto nas laterais. Lembraria uma mule se não se fechasse protegendo o calcanhar com uma porção de couro que ainda possuía uma tira fina para envolver o tornozelo. O salto era alto; tão alto quanto o da bota, mas não de metal. Era forrado no mesmo couro do sapato, apresentava-se estreito desde a porção superior...afilando-se no centro...e aumentando um pouco na base. Provavelmente teria 10cm de altura e menos de 1cm de base para contato com o solo. Seus pés eram pequenos e delicados... um salto desta altura destacava um grande ângulo entre a parte da frente e o salto..A sola era de couro negro duro, sem plataformas, bem como na bota. A tornozeleira era fechada por um fecho discreto, negro.

As meias eram realmente para serem usadas com cinta-liga. carine sentiu a perna depilada na noite anterior arrepiar-se enquanto a deslizava para dentro da grossa meia negra. Colocou uma após a outra e contemplou-se em um grande espelho presente na parede da sala. Era sexy sua figura: cabelos um pouco bagunçados, rosto bem descansado...camisola curta de cetim azul e meias até as coxas... A carne desnuda em suas coxas era bonita, logo acima das meias. Olhou para os sapatos sobre o sofá, arqueou as solas mantendo-se nas pontas dos pés imaginando-se sobre eles. Ainda de pé, calçou-os um tanto desajeitadamente, mudando de imediato sua estatura e posição. Lembrou-se de que deveria ter gestos delicados e comedidos. Sentou-se. Delicadamente cruzou uma perna sobre a outra e travou o fecho da tira que envolvia o calcanhar, repetiu a operação no outro pé.

Levantou-se evitando demonstrar, mesmo que para seu reflexo no espelho, falta de harmonia nos movimentos. Foi à cozinha, serviu leite para a gata, e serviu-se de café. Caminhou vagarosamente por cada cômodo do apartamento, experimentando novas sensações. Agora conseguia prestar atenção no som do salto sobre o taboão da sala, a maciez dos tapetes ou mesmo a dureza dos azulejos. Pensava no amante, o que queria ele dela, seria ela uma boa amante? Se a visse naquele momento, sentiria-se atraído ou fascinado por ela?

Foi ao quarto, iria se vestir. Ainda assim, maquiou-se de maneira delicada. Usou pouca sombra nos olhos e batom claro. Estava realmente bonita pensou olhando-se no espelho do toucador. Levou a mão aos sapatos, vestiria-se para um passeio. Tentou em vão soltar os fechos dos tornozelos. Não havia forma de abri-los, havia uma espécie de mecanismo que impedia que a tira retrocedesse. Um frio lhe correu o corpo, a barriga parecia contorcer-se.

Caminhava de um lado para outro na sala, a carta novamente em mãos. Vasculhou a caixa, no fundo encontrou um pequeno bilhete: -“Você terá de acostumar-se, eles terão de ser sua extensão. Os usará com a naturalidade de quem sempre com eles esteve. As fivelas possuem um mecanismo que só poderá ser aberto com a chave certa, delicada e colocada em precisa abertura em sua lateral. O couro é especial e muito resistente, a transpiração se dará facilmente. Finalmente, seus tendões terão de se moldar ao caminhar com os pés arqueados, os ligamentos de Aquiles irão atrofiar permanentemente, permitindo que os arcos sejam mantidos mesmo quando descalça. Não se preocupe, estarei a acompanhando e em tempo lhe darei a chave; com carinho...seu amante”.

carine estava desesperada, o que fazer? Estava presa! Teria de ter suas pernas e pés moldados à vontade de seu amante? O que faria? Como se vestiria? Sentou-se e relaxou. Faria a vontade de seu amante, seria submissa como lhe agradava. E essa idéia a excitou de forma assustadora.

Foi ao quarto, escolheu uma calça de strecht maleável, que lhe permitisse passar os sapatos. Vestiu-se de forma alegre, informal... o jeans escuro e a camisa branca contrastavam com o sapato. Este estava escondido sob a barra da calça que praticamente tocava o chão...apenas o bico negro e a parte inferior do salto se pronunciavam. A cada passo o salto se mostraria parcialmente... enigmático...sem desvendar sua verdadeira extensão. carine teria de adequar-se a sua nova condição.

Saiu ao corredor, passos moderados, receosa... já morava há tanto tempo naquele prédio...e se alguém desconfiasse do que se passava? Tomou a rua. Estava mais confiante. Caminhou apenas...devagar, com passos cada vez mais firmes...embora ainda precisasse se controlar para não perder o equilíbrio. Caminhava com postura ereta, olhar firme; embora estivesse temerosa com um possível olhar desaprovador não se permitia demonstrar tal temor. Notava que eventualmente algum homem ou mulher que passava lhe examinava. Sentia um frio mortal que se espalhava pelo corpo a cada vez que era alvo de um olhar. Estava mais hábil, mas seus pés estavam desconfortáveis. A cada vez que precisava parar, fosse para atravessar uma rua ou fingir olhar algo em alguma vitrine, apoiava o peso em um pé apenas e o outro elevava a ponta dos dedos forçando o calcanhar em sentido oposto ao do salto.... Caminhou por pouco tempo...apenas algumas quadras... Tinha os pés quentes. Almoçou demoradamente, só... em um restaurante aconchegante., aproveitando o descanso sentada... Por vezes tirava os pés de debaixo da mesa para admira-los...

Pensava na reação da maioria das pessoas, será que notavam ou sabiam algo? Sorriu, sabia que alguns homens discretamente haviam lhe cortejado. Cuidara também, algumas mulheres, justo as mais vistosas e elegantes, estas também estavam apoiadas sobre altos saltos. Seriam pedestais para a beleza feminina? Teria ela, que sempre fora um “patinho feio” se adequado e tomado lugar de destaque?

Assim passou o final de semana, escondia os pés sob longas e largas calças... caminhava e tentava se acostumar. Teve de dormir de sapatos e meias... Sentia-se excitada imaginando o que o amante acharia dela se a visse a cada momento... Não deixou de pensar nele em nenhum momento...cada desconforto, cada dificuldade, desequilíbrio ou esforço que tinha de fazer lhe trazia sua lembrança...Achou que o odiaria... Pensou em simplesmente arrancar aqueles malditos sapatos com uma tesoura...corta-los... mas algo a impedia...e ela gostava.

Chegou a hora de retornar ao trabalho. Adentrou a empresa normalmente, já conseguia caminhar com mais firmeza. Os pés doíam agora mesmo quando estava sentada... evitava ao máximo caminhar. Doíam os pés e pernas... a dor era mais intensa na planta dos pés, próximo aos dedos. Sentia também desconforto nos calcanhares e panturrilhas... as costas doíam um pouco. Nenhum colega lhe falou diretamente... mas sabia que alguns dos homens cochichavam olhando para ela...sorrisos atrevidos nos olhos... alguns pareciam flertar...Ela estava mudada... novas roupas... Todos sabiam que algo mudara em carine, uns diziam que eram as roupas... outros achavam que havia mais do que isto.

carine notou que uma de suas colegas, que sempre fora considerada sexy e desejada pelos homens da empresa começava a prestar atenção nela. Passaram-se os dias... e para sua surpresa percebeu que a colega ,que já usava saltos altos por hábito, iniciara a usar um salto mais fino... quase tão fino como o de carine. Certo dia ouviu sem querer o comentário de duas colegas...: -“não sei como ela consegue... há dias usando aqueles saltos... eu morreria....”. Pensou...-“ah, se elas soubessem...’ Seguiram-se os dias e notou que várias das mulheres que lá trabalhavam pareciam invejar-lhe...algumas tentavam se adaptar e usar saltos como os seus...A habilidade e destreza já lhe começavam a fazer parte da rotina. Movimentos graciosos...equilíbrio e caminhar firme a diferenciavam das novatas que tropeçavam sobre sapatos novos e de delicados saltos.... Riu de seu destino quando viu que muitas desistiam logo e sempre que podiam estavam descalças sob suas mesas...mesmo que usassem calçados de saltos mais baixos e menos delicados...

Voltava para casa... já conseguia caminhar por mais tempo sem sentir dor. Estaria ficando realmente com as pernas modificadas para sempre? Nunca mais conseguiria deixar os saltos de lado? Este pensamento a assombrou...seria escrava de um par de saltos pelo resto de seus dias? Deveria fazer algo...lutar contra...Não conseguia...queria apenas agradar e se submeter a seu dono. Passou defronte a uma sapataria, lembrou que já fazia quase três semanas que não descia daquelas agulhas, e que a borracha dos saltos estava gasta...como faria? Teria de pedir ao sapateiro que trocasse a sola sem descalça-los? O que ele pensaria?? Como explicaria que não podia descalça-los....

Naquela noite o amante a visitou. carine chegou em casa, tarde e ele a esperava sentado na penumbra... O coração dela disparou...ele estava lá...tinha ido ver como ela tinha se portado...estaria do seu agrado? Teria feito tudo certo? Ele a olhou....ela tentou se aproximar...ele fez com um gesto que não...Pediu que ela se virasse...caminhasse para ele...desfilasse...

Ela sentia uma sensação muito forte...seria excitação? Todo desconforto...tudo que passara todos estes dias...tudo para e por ele...saberia ele aproveitar? Ele levantou...foi até ela...a beijou... carine sentia como se ele quisesse lhe engolir... Começara a ficar molhada...encharcada... Suas mãos deslizavam por seu corpo simetricamente...pelos ombros, braços...lhe apertaram as nádegas fazendo com que gemesse... Foi trazida, segura pelas nádegas, de encontro ao membro do amante...rijo.... –“Ajoelhe-se...”disse ele em tom firme mas doce...carine obedeceu de imediato. Abriu sua calça... colocou o membro entre as mãos e logo este invadiu sua boca.... Ela poderia gozar assim apenas... ajoelhada...ele a contemplava...... lhe despiu.... Ela o cavalgou sentada na poltrona...aquele membro rijo, grande a invadia de novo após tanto tempo.... Ela estava quase gozando...nova ordem: -“Fique de quatro para mim, de costas...”...Ela sentiu um frio na barriga... nunca gostara daquela posição...sabia que doeria... O amante lhe segurou pelos cabelos, firmemente...e lhe ofereceu dois dedos para que ela sugasse... ela os sugou avidamente... estava praticamente fora de si tamanha a excitação....ele tocou-lhe gentilmente o ânus com os mesmos dedos... umedecendo-o...

carineGemeu...se contraiu ao toque...sabia o quanto isso excitava o amante...sabia que ele não lhe pouparia... E ele não a poupou...introduziu lenta e continuamente o membro até o fim... mesmo que chorando ela lhe implorasse que parasse... e assim o afrouxou...a dor diminuía mas ela ainda sentia... mas não se importava...apenas sentia felicidade e a dor aumentava a excitação. O amante estava prestes a gozar... lhe ordenou que novamente lhe oferecesse o rosto e a boca...lhe ordenou que a mantivesse aberta...e assim esparramou seu gozo em seu rosto e sua boca... carine engoliu cada gota que fora destinada a sua boca...com satisfação...satisfizera o seu senhor.

Ternamente ele a abraçou...lhe disse que a amava e que ela era dele...ela confirmou: -“Sou sua...” Mostrou-lhe uma pequena peça de metal...uma chave... a libertou de sua pequena prisão carine viu seus pés desnudos novamente...foram massageados naquela noite... e já se via o aumento do arco sob o pé...

Existem algumas continuações e outras versões...aceito seugestões. zboss78@hotmail.com

carine estava corada, a vendedora lhe entregava o pacote com um pequeno sorriso nos lábios. Agora estava feito, olhava para os lados... receio de encontrar alguém conhecido, o que não seria difícil naquele lugar. Caminhava com dificuldade, com passos comedidos e um tanto tensos. Sentia o coração forte e disparado, suava, tremia. Cada passo lhe parecia uma eternidade, tentava caminhar de forma ereta, sem olhar para o chão... Não conseguia prestar atenção no ritmo de seus passos, de timbre agudo e seco que aquele salto de metal extraia do piso de granito ao lhe golpear.

Aos poucos tornou-se confiante, o medo transformava-se em confiança. Carregava a sacola com orgulho, nunca pensara que teria coragem para tanto. Como sua vida poderia ter mudado tão repentinamente. Estava excitada, uma excitação que nunca provara antes. Algo diferente de tudo que já havia experimentado.

Olhava as vitrines com entusiasmo, aproveitava a sensação de felicidade que sentia. Seus pés estavam apertados, nunca imaginara usar um salto tão alto e fino antes. Contemplou sua imagem refletida no vidro da vitrine, parecia admirar algum produto... mas seu pensamento estava voltado apenas para sua nova condição. Estava mais alta, mais esguia, a calça justa de pernas estreitas e bocas largas marcava seu bumbum – mais arrebitado, suas panturrilhas volumosas e delineadas ...e finalmente via apenas o bico finíssimo daquela bota que tinha lhe sido tão embaraçante comprar.

Sentia os dedos apertados, espremidos naquele exíguo espaço, os pés estavam agora arqueados de uma forma que nunca lhes havia sido antes imposta. O equilíbrio tinha de ser mantido a muito custo, pois a base daquele salto realmente fazia justiça ao termo “agulha”. Era uma bota de cano baixo, toda em pelica, bico finíssimo e alongado, sem muitos detalhes...apenas a cor vermelha e o salto agulha em metal reluzente. O salto era uma obra-de-arte à parte...fino e delicado como uma Mont Blanc. – “lindos instrumentos de tortura...” lhe dissera a vendedora.

Assim carine perdeu longos instantes olhando para si mesma, ou talvez, para uma nova carine, como pensou. Naquele momento esqueceu de todas as vezes que saiu no intuito de comprar um sapato daquele feitio, e por medo ou vergonha desistiu. Acostumara-se a usar calçados baixos e sem formas ou atrativos, na maioria das vezes comprados em liquidações pela mãe. -“Confortáveis” dizia a mãe, mulher simples e de vaidade diminuta. A mãe embora em tenra idade aparentava ser avó, judiada pelo serviço e pelas infelicidades da vida...conformava-se apenas...fosse com a falta de interesse e traições do esposo fosse com a rotina da casa. Pegou-se pensando na figura materna e lembrou que havia prometido para si mesma poucos dias antes que teria um futuro diferente.

Agora carine caminhava para casa, nas mãos a sacola com a velha e surrada bota de salto quadrado e bico redondo. Caminhava com passos ainda trêmulos, e apesar de morar a uma boa distância do shopping nem sequer ousava pensar em tomar um meio de condução. Sentia cada irregularidade das calçadas ou paralelepípedos e os pés começavam a doer bastante. Pensava no amante, pensava que estava fazendo o que lhe tinha sido ordenado. Daquele dia em diante apenas usaria saltos altos, especialmente se finos. Se vestiria normalmente, mas sempre estaria arrumada; sem exageros – fosse nas vestimentas ou nos gestos. Seria uma mulher sexy, elegante charmosa e comedida.. Durante a semana começara a trocar o guarda roupas. Havia emagrecido, começara a cuidar e alinhar os cabelos. Usava discreta maquiagem, unhas e batom vermelho vivo apenas para o amante.

Ao chegar em casa teve o impulso de arrancar aqueles sapatos e joga-los longe...mas conteve-se. carine sentou-se, dobrou o corpo e deslizou os dedos pelo couro macio....desceu o dedo, com a unha de pintura à francesa, pelo salto. Delicadamente descalçou um pé, segurou a bota na palma das mãos...pensava como o salto podia ser tão fino...seu amante com certeza adoraria. Ele havia lhe instruído que usasse saltos altos todo tempo, lhe disse que a dor logo passaria e que em breve seus pés estariam suficientemente adaptados para estes calçados.

Calçou novamente as botas e experimentou a sensação de caminhar pelo apartamento. carine morava apenas com sua gata. No quarto de dormir sobre a cama e espalhados pelo quarto diversos pacotes...diversas roupas. O amante lhe havia instruído que deveria usar também, além dos saltos altos, roupas sóbrias e discretas, muito femininas. Calças elegantes que lhe marcavam a cintura e o bumbum, blusas e casacos que lhe definiam o colo e valorizavam o abdome recém endurecido. Todas roupas sóbrias, femininas, sem grandes decotes ou fendas...sem transparências.... o destaque deveria ser dado a sua boca e seus pés. Não poderia mais usar meias de nylon em formato de calça...apenas meias com ligas, da mesma forma teve de trocar sua lingerie...apenas conjuntos com rendas, calcinhas de cores variadas e ricas em detalhes...laços e rendas...sutiãs que lhe valorizassem e aumentassem os seios.... seriam permitidos.

carine preparou-se para tomar um banho. Sentiu-se bastante aliviada ao colocar os pés descalços em pleno contato com o piso. Ao entrar no banheiro ainda admirou os sapatos aos pés da cama.Tomou um banho quente... a água lhe relaxava todo corpo, tomou um banho demorado... a espuma lhe escorria por todo corpo.... se tocou...estava molhada. Saiu do banho enrolada na toalha...pensando que loucura estava fazendo... porque se submetia àquilo? Colocou uma delicada camisola de cetim azul claro e... percebeu que precisava de sandálias para usar em casa. Teria de fazer novas compras no dia seguinte.

O amante estava viajando, carinesentia sua falta. Acordou preguiçosa, era sábado... levantou-se, espreguiçou-se lentamente...e foi até a cozinha. No meio do caminho...percebeu que estava descalça, seus pés doíam um pouco. Pensou em voltar ao quarto e calçar novamente aquele salto, mas parou os olhos na direção da porta de entrada. Uma carta estava enfiada por baixo, no envelope a ordem para que pegasse a caixa defronte a porta. Era uma caixa quadrada, em papel marfim e tinha um laço vermelho vivo. Sentou-se curiosa na poltrona defronte a janela enquanto a gata faminta ronronava a suas pernas.

-“Este é um presente para aprimorar a sua feminilidade, deverá ser uma extensão de seu corpo e de suas pernas, parte de seus pés”, Era a letra de seu amante. Seguiu lendo: -“Quero que lembre-se de mim enquanto os usar, cada vez que sentir dor lembrará de mim, seu senhor. “ Parou de ler e abriu o laço retirando a tampa da caixa. Um forte odor de couro chegou ao seu nariz. Ela contemplava um par de sapatos caprichosamente envoltos em papel decorado com motivos vermelhos no interior da caixa... havia também um par de meias pretas, grossas... certamente 7/8.

carine tocou o couro dos sapatos, era muito macio, negro e lustroso. Era um modelo social, com bico fino e longo, que se estendia apenas até a raiz dos dedos. Era aberto nas laterais. Lembraria uma mule se não se fechasse protegendo o calcanhar com uma porção de couro que ainda possuía uma tira fina para envolver o tornozelo. O salto era alto; tão alto quanto o da bota, mas não de metal. Era forrado no mesmo couro do sapato, apresentava-se estreito desde a porção superior...afilando-se no centro...e aumentando um pouco na base. Provavelmente teria 10cm de altura e menos de 1cm de base para contato com o solo. Seus pés eram pequenos e delicados... um salto desta altura destacava um grande ângulo entre a parte da frente e o salto..A sola era de couro negro duro, sem plataformas, bem como na bota. A tornozeleira era fechada por um fecho discreto, negro.

As meias eram realmente para serem usadas com cinta-liga. carine sentiu a perna depilada na noite anterior arrepiar-se enquanto a deslizava para dentro da grossa meia negra. Colocou uma após a outra e contemplou-se em um grande espelho presente na parede da sala. Era sexy sua figura: cabelos um pouco bagunçados, rosto bem descansado...camisola curta de cetim azul e meias até as coxas... A carne desnuda em suas coxas era bonita, logo acima das meias. Olhou para os sapatos sobre o sofá, arqueou as solas mantendo-se nas pontas dos pés imaginando-se sobre eles. Ainda de pé, calçou-os um tanto desajeitadamente, mudando de imediato sua estatura e posição. Lembrou-se de que deveria ter gestos delicados e comedidos. Sentou-se. Delicadamente cruzou uma perna sobre a outra e travou o fecho da tira que envolvia o calcanhar, repetiu a operação no outro pé.

Levantou-se evitando demonstrar, mesmo que para seu reflexo no espelho, falta de harmonia nos movimentos. Foi à cozinha, serviu leite para a gata, e serviu-se de café. Caminhou vagarosamente por cada cômodo do apartamento, experimentando novas sensações. Agora conseguia prestar atenção no som do salto sobre o taboão da sala, a maciez dos tapetes ou mesmo a dureza dos azulejos. Pensava no amante, o que queria ele dela, seria ela uma boa amante? Se a visse naquele momento, sentiria-se atraído ou fascinado por ela?

Foi ao quarto, iria se vestir. Ainda assim, maquiou-se de maneira delicada. Usou pouca sombra nos olhos e batom claro. Estava realmente bonita pensou olhando-se no espelho do toucador. Levou a mão aos sapatos, vestiria-se para um passeio. Tentou em vão soltar os fechos dos tornozelos. Não havia forma de abri-los, havia uma espécie de mecanismo que impedia que a tira retrocedesse. Um frio lhe correu o corpo, a barriga parecia contorcer-se.

Caminhava de um lado para outro na sala, a carta novamente em mãos. Vasculhou a caixa, no fundo encontrou um pequeno bilhete: -“Você terá de acostumar-se, eles terão de ser sua extensão. Os usará com a naturalidade de quem sempre com eles esteve. As fivelas possuem um mecanismo que só poderá ser aberto com a chave certa, delicada e colocada em precisa abertura em sua lateral. O couro é especial e muito resistente, a transpiração se dará facilmente. Finalmente, seus tendões terão de se moldar ao caminhar com os pés arqueados, os ligamentos de Aquiles irão atrofiar permanentemente, permitindo que os arcos sejam mantidos mesmo quando descalça. Não se preocupe, estarei a acompanhando e em tempo lhe darei a chave; com carinho...seu amante”.

carine estava desesperada, o que fazer? Estava presa! Teria de ter suas pernas e pés moldados à vontade de seu amante? O que faria? Como se vestiria? Sentou-se e relaxou. Faria a vontade de seu amante, seria submissa como lhe agradava. E essa idéia a excitou de forma assustadora.

Foi ao quarto, escolheu uma calça de strecht maleável, que lhe permitisse passar os sapatos. Vestiu-se de forma alegre, informal... o jeans escuro e a camisa branca contrastavam com o sapato. Este estava escondido sob a barra da calça que praticamente tocava o chão...apenas o bico negro e a parte inferior do salto se pronunciavam. A cada passo o salto se mostraria parcialmente... enigmático...sem desvendar sua verdadeira extensão. carine teria de adequar-se a sua nova condição.

Saiu ao corredor, passos moderados, receosa... já morava há tanto tempo naquele prédio...e se alguém desconfiasse do que se passava? Tomou a rua. Estava mais confiante. Caminhou apenas...devagar, com passos cada vez mais firmes...embora ainda precisasse se controlar para não perder o equilíbrio. Caminhava com postura ereta, olhar firme; embora estivesse temerosa com um possível olhar desaprovador não se permitia demonstrar tal temor. Notava que eventualmente algum homem ou mulher que passava lhe examinava. Sentia um frio mortal que se espalhava pelo corpo a cada vez que era alvo de um olhar. Estava mais hábil, mas seus pés estavam desconfortáveis. A cada vez que precisava parar, fosse para atravessar uma rua ou fingir olhar algo em alguma vitrine, apoiava o peso em um pé apenas e o outro elevava a ponta dos dedos forçando o calcanhar em sentido oposto ao do salto.... Caminhou por pouco tempo...apenas algumas quadras... Tinha os pés quentes. Almoçou demoradamente, só... em um restaurante aconchegante., aproveitando o descanso sentada... Por vezes tirava os pés de debaixo da mesa para admira-los...

Pensava na reação da maioria das pessoas, será que notavam ou sabiam algo? Sorriu, sabia que alguns homens discretamente haviam lhe cortejado. Cuidara também, algumas mulheres, justo as mais vistosas e elegantes, estas também estavam apoiadas sobre altos saltos. Seriam pedestais para a beleza feminina? Teria ela, que sempre fora um “patinho feio” se adequado e tomado lugar de destaque?

Assim passou o final de semana, escondia os pés sob longas e largas calças... caminhava e tentava se acostumar. Teve de dormir de sapatos e meias... Sentia-se excitada imaginando o que o amante acharia dela se a visse a cada momento... Não deixou de pensar nele em nenhum momento...cada desconforto, cada dificuldade, desequilíbrio ou esforço que tinha de fazer lhe trazia sua lembrança...Achou que o odiaria... Pensou em simplesmente arrancar aqueles malditos sapatos com uma tesoura...corta-los... mas algo a impedia...e ela gostava.

Chegou a hora de retornar ao trabalho. Adentrou a empresa normalmente, já conseguia caminhar com mais firmeza. Os pés doíam agora mesmo quando estava sentada... evitava ao máximo caminhar. Doíam os pés e pernas... a dor era mais intensa na planta dos pés, próximo aos dedos. Sentia também desconforto nos calcanhares e panturrilhas... as costas doíam um pouco. Nenhum colega lhe falou diretamente... mas sabia que alguns dos homens cochichavam olhando para ela...sorrisos atrevidos nos olhos... alguns pareciam flertar...Ela estava mudada... novas roupas... Todos sabiam que algo mudara em carine, uns diziam que eram as roupas... outros achavam que havia mais do que isto.

carine notou que uma de suas colegas, que sempre fora considerada sexy e desejada pelos homens da empresa começava a prestar atenção nela. Passaram-se os dias... e para sua surpresa percebeu que a colega ,que já usava saltos altos por hábito, iniciara a usar um salto mais fino... quase tão fino como o de carine. Certo dia ouviu sem querer o comentário de duas colegas...: -“não sei como ela consegue... há dias usando aqueles saltos... eu morreria....”. Pensou...-“ah, se elas soubessem...’ Seguiram-se os dias e notou que várias das mulheres que lá trabalhavam pareciam invejar-lhe...algumas tentavam se adaptar e usar saltos como os seus...A habilidade e destreza já lhe começavam a fazer parte da rotina. Movimentos graciosos...equilíbrio e caminhar firme a diferenciavam das novatas que tropeçavam sobre sapatos novos e de delicados saltos.... Riu de seu destino quando viu que muitas desistiam logo e sempre que podiam estavam descalças sob suas mesas...mesmo que usassem calçados de saltos mais baixos e menos delicados...

Voltava para casa... já conseguia caminhar por mais tempo sem sentir dor. Estaria ficando realmente com as pernas modificadas para sempre? Nunca mais conseguiria deixar os saltos de lado? Este pensamento a assombrou...seria escrava de um par de saltos pelo resto de seus dias? Deveria fazer algo...lutar contra...Não conseguia...queria apenas agradar e se submeter a seu dono. Passou defronte a uma sapataria, lembrou que já fazia quase três semanas que não descia daquelas agulhas, e que a borracha dos saltos estava gasta...como faria? Teria de pedir ao sapateiro que trocasse a sola sem descalça-los? O que ele pensaria?? Como explicaria que não podia descalça-los....

Naquela noite o amante a visitou. carine chegou em casa, tarde e ele a esperava sentado na penumbra... O coração dela disparou...ele estava lá...tinha ido ver como ela tinha se portado...estaria do seu agrado? Teria feito tudo certo? Ele a olhou....ela tentou se aproximar...ele fez com um gesto que não...Pediu que ela se virasse...caminhasse para ele...desfilasse...

Ela sentia uma sensação muito forte...seria excitação? Todo desconforto...tudo que passara todos estes dias...tudo para e por ele...saberia ele aproveitar? Ele levantou...foi até ela...a beijou... carine sentia como se ele quisesse lhe engolir... Começara a ficar molhada...encharcada... Suas mãos deslizavam por seu corpo simetricamente...pelos ombros, braços...lhe apertaram as nádegas fazendo com que gemesse... Foi trazida, segura pelas nádegas, de encontro ao membro do amante...rijo.... –“Ajoelhe-se...”disse ele em tom firme mas doce...carine obedeceu de imediato. Abriu sua calça... colocou o membro entre as mãos e logo este invadiu sua boca.... Ela poderia gozar assim apenas... ajoelhada...ele a contemplava...... lhe despiu.... Ela o cavalgou sentada na poltrona...aquele membro rijo, grande a invadia de novo após tanto tempo.... Ela estava quase gozando...nova ordem: -“Fique de quatro para mim, de costas...”...Ela sentiu um frio na barriga... nunca gostara daquela posição...sabia que doeria... O amante lhe segurou pelos cabelos, firmemente...e lhe ofereceu dois dedos para que ela sugasse... ela os sugou avidamente... estava praticamente fora de si tamanha a excitação....ele tocou-lhe gentilmente o ânus com os mesmos dedos... umedecendo-o...

carineGemeu...se contraiu ao toque...sabia o quanto isso excitava o amante...sabia que ele não lhe pouparia... E ele não a poupou...introduziu lenta e continuamente o membro até o fim... mesmo que chorando ela lhe implorasse que parasse... e assim o afrouxou...a dor diminuía mas ela ainda sentia... mas não se importava...apenas sentia felicidade e a dor aumentava a excitação. O amante estava prestes a gozar... lhe ordenou que novamente lhe oferecesse o rosto e a boca...lhe ordenou que a mantivesse aberta...e assim esparramou seu gozo em seu rosto e sua boca... carine engoliu cada gota que fora destinada a sua boca...com satisfação...satisfizera o seu senhor.

Ternamente ele a abraçou...lhe disse que a amava e que ela era dele...ela confirmou: -“Sou sua...” Mostrou-lhe uma pequena peça de metal...uma chave... a libertou de sua pequena prisão carine viu seus pés desnudos novamente...foram massageados naquela noite... e já se via o aumento do arco sob o pé...

Existem algumas continuações e outras versões...aceito seugestões. zboss78@hotmail.com

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