Eu sempre fui metido a poeta.
Sempre que batia um papinho com os amigos e amigas, lia para eles os meus versos apaixonados. E até que tinha alguma coisa que se aproveitava e sempre existia uma gatinha com o coraçãozinho mais frágil, que logo me pedia para repetir as baboseiras.
Com o tempo fui ficando conhecido no colégio, e quando surgia uma gatinha apaixonada por um gatão, vinha a mim e pedia para escrever uns versinhos e tal.
E nesta de escrever versos, acabei comendo mais de uma dúzia delas.
Lembro-me especialmente de Helena, uma loira lindíssima, com tudo em cima. Ela, um pouco tímida, chegou-se a mim e abriu o jogo. Contou que estava apaixonada por um tal de Serginho - um idiota do terceiro ano - e que precisava da minha ajuda. Gentilmente me prontifiquei em ajudá-la. Antes, porém, de dizer - em versos - que aquele parvo era o que há de melhor entre os homens, estudei minhas possibilidades de levar Helena até um motel.
O fato de ter apenas dezoito anos e não trabalhar - faltava grana - dificultava um pouco as coisas, pois eu não tinha aonde levar as moças. Mas, acabo sempre me saindo bem.
Contei a hist6ria - de falta de lugar - para um tio meu, que se aprestou a resolver o problema. E resolveu. Ele me alugou um pequeno apartamento em Bonsucesso e o colocou å minha disposição. (Claro que ele queria também, quando necessário, usar o ap.).
Depois de ter comprado uns almofadões e de transportar uma pequena geladeira - que ganhei deste mesmo tio -, me aproximei de Helena e disse que estava pronto a fazer o grande milagre Escreveria os versos na primeira pessoa e no feminino. Aleguei que o cara ia se sensibilizar com a profundidade de seus sentimentos e que iria cair como um patinho em seus braços angelicais
Marquei com ela na Avenida Teixeira de Castro n° tal e a tal hora. Fissuradissimo derrubei, garganta abaixo, duas doses de vodca. De imediato, já estava pronto para o meu ato de sedução. Todo e qualquer movimento no segundo andar fazia meu coração bater forte. Quinze minutos de atraso, vinte, vinte e cinco, meia hora - bate na porta. Abro. É ela!! Um tanto cansada e assustada, aceita meu simpático convite para entrar. Fiz com que sentasse e lhe ofereci um refrigerante; ela aceitou. Afobada, quis logo começar os versos. Pedi calma e fui å cozinha buscar mais vodca.
Da porta dei uma sacada, e pela posição em que estava podia ver suas coxas bem torneadas e cobertas por suave penugem dourada. Aquelas pernas maravilhosas se aprofundavam por dentro da saia, que cobria, por sua vez, o doce mistério daquela quase adolescente.
Voltei com o copo na mão, os olhos turvos pelo desejo de possuir aquela pérola. Pensei até em abandonar a idéia de escrever versos, mas isso poderia estragar tudo. Peguei um caderno e uma caneta (o que um homem não faz para transar uma gatinha'?!) e sentei-me ao seu lado. Pousei uma de minhas mãos sobre uma daquelas pernas. Um contato com a carne quente e macia fez com que meu membro latejasse. Escorreguei a mão e lhe perguntei o nome ao cara. Como se eu não soubesse! Ela, empurrando meus dedos, disse o nome da figura: Sérgio. Um certo ódio passou pela minha cabeça. Como eu, logo eu, escreveria um acróstico para um homem, e o pior, a pedido de uma mulher?!
O primeiro verso foi escrito com má vontade, garatujado e sem sentido. O segundo, igualmente pobre.
Ela, com seu corpo mais próximo do meu, permitiu-me ver bem de perto as formas deliciosas de seus seios. Os mamilos róseos descobertos eram um convite ao amor. Fingi pensar e uma de minhas mãos pousou licenciosa sobre a coxa direita de Helena. Senti os pelinhos se eriçarem com minha leve caricia. Sorvi mais um gole de vodca, e me deliciei com o contato macio daquele rosto encostado ao meu. Por baixo da calça meu pênis se avolumava, e, à medida que ia crescendo, ia esticando meus pelos, de forma que eu sentia uma dor terrível. Tinha que enfiar a mão por debaixo e colocá-lo em posição vertical, rente ao umbigo.
Quando, instintivamente, enfiei a mão, Helena suspirou. Em segundos o agarrou, apertando-o sob o tecido jeans. Automaticamente minhas mãos se aprofundaram no interior de suas coxas até lhe atingirem o sexo ardente. Sua calcinha não foi empecilho para os meus dedos ágeis. Logo lhe atingi os pequenos lábios e, numa exploração febril, o seu clit6ris. Aos poucos senti meus dedos molhados por um liquido denso, viscoso. Ela, por sua vez, libertara meu pênis e o masturbava gostosamente. Joguei longe a caderno e, virando um pouco mais o rosto, comecei a beijá-la, Helena, excitadíssima, me apertava contra seu corpo e já movia sua pélvis ritmadamente contra meus dedos. Nossas línguas se chupavam e bebíamos o sabor de nossas bocas.
Com delicadeza fui desabotoando a saia de Helena, e, tirando-a, joguei-a sobre os almofadões. Meus dedos continuaram a se mover no interior de seu sexo. A calcinha estava encharcada dos sucos daquela fêmea.
Um puxão, e os colchetes de sua blusa cederam e seus seios lindos surgiram diante de meus olhos. Seus mamilos me lembravam duas pérolas e logo os abocanhei - ora um, ora outro - sugando-os com volúpia. Helena sentia a rigidez de meu membro em sua mão e seu rebolado anunciava para breve o seu orgasmo. Novamente comecei a beijá-la enquanto tirava a minha calça e a cueca.
Ela, vendo-me nu da cintura para baixo, não hesitou e, num movimento arrebatado, mergulhou sobre meu sexo, introduzindo-o em sua boca voraz. Sugou-o com todas as suas forças, fazendo-me ir ao paraíso, tal era a sensação que sua boca quente produzia em meu membro.
De repente, seus movimentos aumentaram numa intensidade louca e ela começou a gozar. Fiz com que largasse meu membro, o que a deixou louca e, sem perda de tempo preparei-me para penetrá-la.
Tomei posição e empurrei a glande. Senti certa dificuldade na penetração. Helena começou a gritar, a apertar meu corpo delirantemente. Fiz mais força e senti perfeitamente o rompimento de seu hímen, ao que ela começou a soluçar. Puxava a pélvis, tentava se libertar, gritava, pedia-me, implorava para tirar. Não lhe dei ouvidos, e acelerei meus movimentos. Aos poucos ela começou a me acompanhar. Começou a rebolar alucinadamente, me agarrando o corpo, chamando-me de tesão, de gostoso, e pedindo-me entre lágrimas que enfiasse tudo. Obedeci aos seus pedidos e permiti que ela gozasse freneticamente pela primeira vez em sua vida. Esperei que relaxasse e tentei, em breves estocadas, chegar ao orgasmo, porém não consegui. Creio que houve, naquele momento, um bloqueio psicol6gico que evitou que eu ejaculasse.
Nos separamos e tratei de me servir mais uma vodca e um outro refrigerante a Helena. Sobre a almofada em que fizemos amor, via-se uma mancha de sangue, prova inconteste da virgindade que deixara de existir. De pé, nos entregamos a um abraço delicioso e meu membro logo endureceu, atingindo-lhe o interior das coxas. Simulamos uma dança e Helena começou a se excitar com o roça-roça.
Chegou mesmo a ficar molhadinha só pelo fato de meu membro friccionar a superfície de seu sexo. E ficamos mais de meia hora naquela libidinagem gostosa; um preparo para uma nova transa.
Só que eu quis fazer diferente: pedi que ficasse de quatro sobre os almofadões e expliquei que iria lhe fazer uma carícia anal. Comecei a passar a cabeça do meu falo na abertura daquela bundinha deliciosa, e, aproveitando o fato de já estar lubrificado - com os sucos daquela vagina -, fui enfiando devagarinho no buraquinho. Tive dificuldades, mas com muito tato fui insistindo, insistindo, até que de repente meu membro foi tragado por inteiro. Acelerei imediatamente minhas investidas, e ela, esfregando meus dedos contra seu clitóris, começou a gozar. Assim que ouvi seus primeiros gemidos de gozo, entrei num ritmo louco e atingi a um clímax delirante, alucinado; despejei todo o meu esperma no mais profundo de suas entranhas. Que delícia fora aquele orgasmo, que espetacular ver aquela mulher rebolando feito doida em cima do meu pau duríssimo.
Percebi que não era a primeira vez que Helena tivera uma relação anal. Foi então, sem que eu pedisse, que ela me explicou, durante o banho, que o Serginho nunca representara nada para ela, que fora um simples pretexto para se aproximar de mim.
Esclareceu também que já havia transado relacionamento anal muitas vezes, e isso explicava o fato de não ter dado um ai, mas que era a mim que queria se entregar. Disse também que me paquerava desde os tempos do ginásio, que lia todos os meus versos e coisa e tal.
Saímos do chuveiro e ela, consultando o relógio, falou que tinha que ir, mas que voltaria no dia seguinte, pois não se enganou a meu respeito. Sabia que eu era maravilhoso, um homem e tanto.
Aquelas palavras fizeram um efeito mágico no meu ego de macho ainda adolescente. Me senti o maior entre todos os mortais.
No outro dia ela voltou, e aí transamos loucamente.
Durante todo aquele ano de 1978, eu e ela transávamos quase todos os dias.
Hoje, casado, apaixonado por minha mulher, tudo o que tenho em relação a Helena - e muitas outras que passaram sob o crivo do poeta - são apenas recordações.
Não sei por onde ela anda, mas sei que, se acaso ela ler isso, se lembrará de mim.