Larissa

Um conto erótico de Watcher
Categoria: Heterossexual
Contém 1199 palavras
Data: 07/04/2004 10:17:34
Assuntos: Heterossexual

Desliguei o motor do carro...

Estava parado em frente ao Barigüi... no som tocava Réquiem de Mozart... no parabrisa e no lago gotas de chuvas deixavam suas marcas. Mas eu não prestava atenção em nada disso. Em minha mente ecoava a sua voz. Larissa, minha amiga de tempos, minha companheira de caminhada naquele mesmo parque, minha consciência da madrugada, que atendia o telefone às 3:30 da manhã já sabendo que era eu e que estava deprimido.

Era para ser apenas mais uma noite de insônia, como todas as outras que em minha vida.

De repente eu a vejo, linda, sexy em seus 30 anos, vestido negro, curto, colado ao corpo insinuante, os cabelos loiros soltos balançando em suas costas nuas pelo decote.

Mas algo estava diferente, seus olhos, sua pele, seu sorriso, não sabia ao certo.

Ela me viu e parou, estática, sem saber o que fazer.

Ela não esperava me encontrar naquele momento.

- Oi John!!

- Olá Larissa!!

- O que faz na rua esta hora.

- Acho que te procurava, precisamos conversar.

- Precisamos sim. Tenho algo pra te contar.

- É mesmo? O que?

- Você não vai acreditar.

- Conte! Você sabe que gosto de te ouvir.

- Aconteceu algo novo comigo. Acho que deixei de ser aquela que você conhece!

- E como isso aconteceu?

- Eu não sei se consigo te explicar. É complicado.

- Então faça de conta que ainda somos os mesmos de sempre, imagine que estamos ao telefone e me conte. O que houve?

Sua voz, rouca, macia, suave ainda permanece em minha memória, mesmo depois de tanto tempo. Eu praticamente consigo visualizar a cena. E ela me contou...

- Eu resolvi sair final de semana passado. Precisava dançar pra extravasar, queimar calorias e energias ruins. Então fui para uma danceteria. E lá eu o vi. Sua presença era simplesmente hipnotizante. Ele me olhou, sorriu e se dirigiu até onde eu estava, como se estivesse me procurando a noite toda. Devia ser quase uma hora da manhã. Ele chegou, me olhou nos olhos, pôs seu braço na minha cintura e disse “Vamos sair daqui!” e eu não consegui me controlar. Como que hipnotizada por aquele ser misterioso e atraente eu fui.

Nesse momento, ela me olhou como que implorando por perdão, mas continuou contando.

- Depois que saímos não percebi mais nada, quando dei conta, eu já estava deitada, completamente nua, num quarto em algum lugar.

- Era um quarto com cortinas absolutamente escuras, iluminado com velas, não muitas, apenas o suficiente para se ver sem conseguir distinguir os detalhes. Mas mesmo assim eu pude vê-lo.

- Sua pele clara era quase brilhante de tão branca, seus olhos eram dois buracos negros naquela face que até agora não consigo definir se era angelical ou demoníaca. Mas de seu sorriso eu tenho certeza, era algo sádico, maquiavélico, irônico, fatal.

- Ele veio até mim e sem esforço nenhum me virou de bruço e então a tortura começou, maravilhosa tortura, extasiante tortura.

- Senti o frio de seu corpo sobre o meu, mas o beijo que me deu na nuca me arrepiou inteira, e não foi de frio. Com a ponta da língua ele começou a acompanhar a linha da minha coluna e foi descendo, descendo. Quando eu achei que iria explodir num orgasmo alucinante (e olha que ele só estava usando a língua!), ele passou para minha coxa direita, e continuou descendo.

- Nunca imaginei que pudesse sentir tanto tesão na parte interna de meu joelho!

- Ele lambeu minha perna direita até a sola do meu pé. E então ele começou a subir, agora pela perna esquerda, eu delirava de tanto prazer. Quando novamente eu achei que morreria, ele pulou para minhas costas e, de novo, acompanhou a linha de minha coluna, só que subindo, lentamente, subindo.

- Isso levou cerca de 15 minutos, mas que me pareceram horas, dias, meses de prazer que não acabavam, e que não acabaram.

- Eu me desfazia num gozo interminável quando ele mudou sua forma de agir. Agora não usava mais a língua, mas sim as mãos. Apesar de frias, seu toque era quente, se é que posso chamar assim, pois ele mal as encostava em minha pele, como se tocasse apenas na menor fração externa de meu ser, me matando de tanto prazer.

- Durante todo esse tempo, que para mim parecia infinito, ele não me disse absolutamente mais nenhuma palavra. Durante todo esse tempo, que para mim pareceu toda uma vida, eu não consegui pronunciar absolutamente nada além de gemidos de prazer.

- Achei que ele me castigaria assim pra sempre, e ao pensar assim, tive mais um orgasmo, daqueles que fazem o corpo todo tremer, daqueles que faz uma mulher perder os sentidos, tal a intensidade.

- Quando voltei a mim, novamente estava deitada de costas, com meus seios sendo suavemente beijados por aqueles lábios frios, enquanto brincava com meus mamilos, completamente tesos, com sua língua alucinante.

- Foi quando senti o leve toque de seu dedo em meu ponto de absoluto prazer. Sim, ele me penetrava e me massageava com seu dedo de uma forma que nem em minha mais maravilhosa relação sexual eu já fora.

- Então, pela primeira vez após todo esse tempo, eu ouvi novamente sua voz sussurrando em meu ouvido. Ele me disse: “Um presente para você jamais me esquecer”. E num único movimento ele me beijou a boca e me penetrou com seu poderoso e viril membro. E seus movimentos foram tão absolutamente fantásticos que novamente perdi os sentidos em pleno orgasmo. Desta vez a intensidade do orgasmo foi tanta que fiquei inconsciente por horas. Ao menos foi a sensação que tive, pois quando acordei, estava só no quarto.

- Mas essa solidão não durou muito. Parece que pressentindo meu despertar, ele retornou para junto da cama. Novamente notei aquele sorriso em seus lábios. Seu sussurro atingiu meus ouvidos mais uma vez: “Espero que tenha gostado, e que já tenha se recuperado, pois ainda tenho mais para você”.

- Fiquei molhada só ao ouvi-lo pronunciar tais palavras. Ele, ao perceber meu estado, sorriu mais uma vez. E, de novo, sem esforço nenhum, me colocou de bruços na cama.

- Juro que senti a sua língua invadindo meu ser, me possuindo, tal foi a intensidade daquela língua me penetrando. Outra vez senti seu corpo sobre o meu, senti toda sua masculinidade colada entre minhas nádegas, senti sua respiração em minha nuca, senti sua voz me desestruturar, pois a última coisa que ouvi foi seu sussurro em meu ouvido dizendo: “Espero que goste, pois faço isso com muito carinho por você”. A última coisa que senti foi o calor de seu membro penetrando meu ânus.

Larissa me olhou como uma criança, que pede sem falar, por uma explicação, por perdão, por apoio. Ela não sabia quem ele era, onde morava, o que fazia.

- Você gostou do que aconteceu Larissa?

- Amei! Mas acho que nunca mais conseguirei sentir algo assim em minha vida.

- Quer encontra-lo?

- Não sei.

Fiz a única coisa que poderia fazer naquele momento.

Dei-lhe um forte abraço, um suave beijo, e sussurrei em seu ouvido.

- Pelo menos você gozou alucinadamente.

- Bem, isso é verdade!!!!

- Não se preocupe... nós daremos um jeito nisso!!!

Até hoje ela me liga de madrugada para contar que sonhou com o cara novamente.

Sonhos bem interessantes por sinal...

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