Tributo a uma mulher

Um conto erótico de Jairo Mendes
Categoria: Heterossexual
Contém 655 palavras
Data: 08/06/2004 13:02:41
Assuntos: Heterossexual

Cuidadosamente, fechei a porta. Ela simplesmente apagou as luzes e, por um momento, ficamos imóveis... O dia, que havia sido maravilhoso, ainda prometia muito mais na deslumbrante noite que chegava. Nossos semblantes se contemplavam, os raios de luz das estrelas e da lua, como que curiosos em participar de nossa intimidade, invadiam discreta e parcialmente a penumbra. E na orla da luz, reforçada pela luminosidade opaca do abajur, ela perpetuava a imagem de mulher. Seus cabelos escorriam sensuais...

Vagarosa e sorrateiramente, na procura de se sentir, nossos olhares brilhantes, cheios de desejo, se encontraram, envolvendo-se em incontida felicidade. Nossas mãos se tocaram romanticamente, apertando-se com a força de todo o amor que já transbordava de dentro de nós. Ela mordeu levemente os lábios sensuais e um sorriso encantou nossos semblantes, na sublime e eterna contemplação de nossos espíritos, de nossos corpos.

Afastei seus lindos cabelos, afaguei sua face com as mãos e a beijei. As mãos 'dela enlaçavam meu corpo. Beijei seu narizinho bem esculpido e mordi seus lábios brilhantes.

E nos beijamos, nos molhamos, nos sugamos, numa troca silenciosa de gestos prazerosos. E ardentemente nos acariciamos, enquanto nos despíamos. Eu a despi e ela me despiu, num ritual igual, vestes ao chão. Minhas mãos acariciaram seus ombros nus, seu dorso desnudo, em toques de ternura, enquanto nossos corpos se tocavam, se entregavam, se completavam.

Suave mas virilmente, tomei-a nos braços e afagando seu corpo carente com gestos ardentes, com a maciez de uma pluma, quedei seu corpo à minha esquerda, ao lado do meu coração. Com as mãos mais calorosas que antes, aticei todos os seus mais íntimos desejos, roçando seus cabelos, sua pele e seus pêlos, até pelo avesso e sem tropeço. E ela, com a leveza de uma bailarina, estremecia sua carne faminta e sedenta, enquanto eu beijava afetuosamente sua boca, seus seios, sua barriguinha, seu umbiguinho, sua virilha, seu sexo, com muito nexo... Minhas mãos percorriam e renasciam na profundidade, perdendo-se em suas belas pemas.

Seu corpo permanecia supremo, estendido qual estátua bronzeada ao sol do nosso amor. Atracamo-nos num temo e eterno abraço, num carinhoso roçar de pele, em que nossas células se correspondiam e dos nossos poros exalava o aroma da atração, da excitação.

Nossos beijos se aprofundavam em respiração ofegante, nos beijamos, nos molhamos e nos sugamos, sorvendo a seiva, sorvendo o néctar da vida...

E no silêncio da noite, gemidos e nomes gritantes, nossos seios se misturavam, meu peito aquecia o sentimento dela. Nossas forças se multiplicavam, nossos movimentos ascendiam, cresciam e nossos ventres se ofereciam, se tocavam, se roçavam, se davam, se entregavam, se chocavam, se batiam, se pertenciam e se amavam.. Tudo para dar toda a energia e o calor que transbordava do sexo em flor de nosso renascimento, das lágrimas de nossos sublimes momentos.

E na gostosura de se dar, na delícia de se entregar, na maravilha de se pertencer, tudo crescente e tudo ascendente, do suave e vibrante tremor da carne à insubstituível convulsão do nosso corpo, juntos atingimos o orgasmo supremo. O ápice, o momento de maravilha, de contentamento, felicidade e deslumbramento, o êxtase de se sentir, de se dar, de se entregar, de se amar e ser amado, de se tatuar, de se viver, de se perpetuar na espécie, enfim, o êxtase do prazer! Nossas pemas se tocavam, se enrolavam na laçada da união, nossos pés se aqueciam, se estremeciam na beleza da criação.

Assim, a verdade se estabelece: a mulher apenas se realiza quando é realmente amada por alguém que sabe amá-la e como deve amá-la. O verdadeiro homem, por sua vez, só se realiza quando a realiza e é realizado por ela. E assim, espontaneamente, tudo aconteceu. Estendi meus braços para o abraço, trazendo seu semblante e seu corpo feliz para descansar ao lado do meu coração, em meu ombro amigo e aconchegante. Dei meu abraço, meu carinho, meus beijos. Dialogamos, suavemente nos tocamos, nos relaxamos, adormecemos e sonhamos...

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