O ESTUPRO
Estacionei meu carro com certa dificuldade aquele dia. A garagem estava lotada, talvez não estivesse acostumada a chegar naquele horário. Sempre chegava mais cedo e o pequeno número de automóveis compensava minha pouca experiência ao volante.
Esperei o elevador e tudo caminhava para mais uma noite solitária e monótona, mas quando cheguei à porta do apartamento e consegui achar as chaves, percebi um vulto vindo em minha direção. Não deu tempo de nada, nem de olhar. Uma de suas mãos tapou minha boca, o cano frio do seu revolver encostou no meu rosto, empurrando minha pele pra cima e sua voz rouca falou ao meu ouvido:
- Não grita, abra essa porta e fique na sua.
Meu sangue gelou! As pernas bambearam, mas procurei obedecer antes que algo pior pudesse acontecer. Assim que abri a porta, ele me empurrou pra dentro e fechou a porta:
- Bico calado. Se gritar eu te mato.
- Calma eu lhe dou o que quiser, mas, por favor, não me machuque.
- Eu só quero a grana. Passa a grana.
- Eu lhe dou, calma.
Abri a bolsa e comecei a procurar a carteira. Ele deu um pulo em cima de mim e arrancou a bolsa da minha mão.
- Tá armada dona? Vou te dar um teco e vai ser agora.
- Calma moço, eu só estava tentando achar a carteira.
- Joga essa porra em cima da mesa. Não mexe em nada senão eu te apago.
Virei a bolsa em cima da mesa e ele teve a certeza que eu não tinha uma arma.
- Tá legal dona, pega a grana na carteira, mas não me deixe nervoso. Eu não tenho mais nada a perder.
Peguei o dinheiro e entreguei pra ele.
- Só isso? Uma dona chique igual a você e só tem essa merreca?
- É moço, mas eu tenho cartão. Eu lhe dou o cartão.
- Passa essa merda! Jóias, tem jóias em casa?
- Tenho, são poucas, mas tenho alguma coisa.
- Então vamos pegar, mas sem gracinha dona.
Levantei as mãos pra que ele pudesse ver e fui em direção ao quarto.
- Bonito quarto. A madame é chique mesmo.
_ Vou pegar a caixinha de jóias na gaveta.
- Pêra aí dona. Deixa eu ver isso de perto.
Ele se aproximou e ficou de olhos abertos enquanto eu mexia na gaveta. Sua arma continuava apontada em minha direção e pude observar que suas mãos tremiam. O medo fazia com que eu fizesse todos os movimentos com cuidado. Estava apavorada com a possibilidade de levar um tiro e até de morrer.
- Tá legal madame. Tá colaborando. Tu é legal.
- Por favor, só não me machuque. Eu faço o que quiser. Se quiser pode levar a TV, o DVD, tudo, mas, por favor, não atire em mim.
- Aí dona, é o seguinte. Tu colaborou legal. Faz um rango pro teu camarada que eu me arranco, tá ligada?
- Tudo bem. Vamos pra cozinha. Eu vou fazer um lanche reforçado pra você.
- Que lanche dona? Eu quero um rango maneiro.
- Tudo bem, eu me viro. Vamos.
Fomos até a cozinha, ele sentou e ficou me fitando, sempre com a arma apontada. Eu não sei de onde tirei forças, comecei a fritar uns ovos, um bife, esquentei o arroz e ele me olhando. Botei o prato na sua frente e sentei-me.
- Não vai comer comigo dona?
- Desculpe moço, estou sem fome.
- Tá maneiro. A madame tá nervosa?
- Um pouco.
- Fique tranqüila. Já vou me mandar.
Eu estava em pânico. Procurava aparentar certa confiança nele pra mantê-lo o mais calmo possível.
- Tem uma cerva aí?
Essa frase detonou um novo processo de desespero em mim. Tinha esquecido, mas meu noivo estava pra chegar. Eu sempre tinha cerveja na geladeira por causa dele e sua chegada poderia estragar o que aparentemente estava no fim.
- Tenho sim.
Peguei a cerveja e ele bebeu quase num gole só.
- Aí dona, o rango era simples, mas tava esperto. Acho que vou nessa, mas antes tenho que fazer umas paradas.
- Que é isso? Eu fiz tudo que o senhor mandou, por favor, vai embora com Deus, eu não vou fazer nada contra o senhor. Eu juro!
- Peraí dona. Fica calma.
Puxou-me pelo braço até a sala.
- Cadê o celular?
- Tá aqui.
Peguei o aparelho em cima da mesa e entreguei pra ele. Ele foi em direção ao telefone convencional e arrancou o fio da parede.
- Só precaução dona. Sabe como é.
- Tudo bem.
- Sabe dona, eu tive olhando a madame, até que tu é jeitosa.
- Por favor, moço. Não me machuque.
-Ele andou em minha direção e quando chegou bem pertinho, encostou o cano do revolver em meus seios:
- Bota o peitinho pra fora.
- Moço, por favor, eu fiz tudo o que senhor pediu.
- Não vou te machucar não, mas eu quero ver o turbinado.
- Por favor.
- Mostra dona, não me irrita não.
Fiquei sem saída, abri a blusa e puxei meu peito pra fora.
- Não falei que tu era jeitosa.
Encostou o cano no meu pescoço e lambeu o bico do meu peito. Recuou, abriu sua calça e colocou pra fora um pau enorme e duro.
- Gostou dona? Dá um beijinho nele.
- Moço, por favor, volte amanhã, eu lhe dou mais dinheiro.
- Eu não quero mais grana não. Eu quero agradecer o rango.
- Pelo amor de Deus.
- Dá uma chupadinha dona.
Ele me arrastou até o sofá e me empurrou. Caí sentada e ele veio com o pau em direção à minha boca.
- Chupa dona. Tô cheio de tesão em tu.
- Abri a boca e ele botou o quanto pode.
- Isso cachorra, vou te mostrar o que é um homem.
Comecei a chupar sua pica e só pensava em fazê-lo gozar pra que fosse embora antes do Saul chegar.
- Ai dona, que delícia. Tira a saia pra mim.
Já não esboçava mais reação. Abri o zíper e baixei a saia.
- Maravilha, que bundinha gostosa.
Foi desabotoando sua calça e tirou tudo. Sem roupa, seu pau parecia ainda maior.
- Vira vadia.
Coloquei-me de quatro e ele penetrou fundo. Senti um misto de dor, medo e prazer. Um pau tão grande dentro de mim, mesmo com o pavor que sentia me deu muito tesão.
Sem que percebesse, ele largou a arma e começou a meter com força. Eu não podia demonstrar o prazer que sentia. Comecei a mexer enquanto ele urrava em cima de mim.
- Isso minha puta, mexe gostoso.
Seu pau entrava e saia com força. Passei a rebolar com vontade. Sentia um prazer muito grande e ao mesmo tempo queria que acabasse logo. Abri um pouco mais as pernas, encostei a cara na parede, abri a bunda com as mãos e empinei pra que entrasse tudo. No fundo queria aquilo tudo dentro de mim. Estava cheia de tesão!
Ele vendo aquilo, segurou-me pelas ancas e enfiou tudo e foi aumentando a velocidade com que mexia. Eu quase endoidei. Que pica maravilhosa! Que homem era aquele? Parecia não ver uma mulher há muito tempo. Era forte, bruto e sabia meter gostoso.
- Aaahhhh eu vou gozar vagabunda.
Senti meu orgasmo chegando junto com o dele. Coloquei minha mão na boca e mordi pra que não pudesse gemer. Gozei como nunca, em silêncio e ele derramou um litro de porra dentro de mim. Nunca imaginei ter um orgasmo igual aquele. Os sentimentos estavam misturados dentro de mim. Desejo, medo, paixão, pavor e tesão. Tudo misturado derramando adrenalina em minha corrente sanguínea.
Segurou meu cabelo, virou meu rosto e me deu um beijo na boca como nunca tinha recebido de ninguém. Deitou ao meu lado, olhou no meu olho e começamos a rir. Ficamos assim durante uns cinco minutos.
- Você esteve perfeito amor.
- E você estava maravilhosa.
- Só uma coisa, um ladrão e estuprador, não larga a arma nunca.
- Desculpe paixão, mas estava gostoso demais. Eu precisava de apoio, você parecia uma égua de rodeio rebolando daquele jeito.
- Saul, olha o respeito!
- Que é isso amor? Foi ótimo. Você estava mais maravilhosa ainda.
- Você também, mas de onde tirou essa idéia maluca?
- Sei lá. Deu na telha. Fazer uma coisinha diferente de vez em quando é bom pra animar.
Meu noivo era um doido varrido. Vira e mexe, inventava uma, mas estupro foi demais.
Hoje somos casados e ele ainda lembra dessa loucura. Guarda o revólver de brinquedo até hoje como recordação e vive me ameaçando de seqüestro. Pode?
FIM