Perfume de maça

Um conto erótico de Adriana
Categoria: Homossexual
Contém 717 palavras
Data: 04/09/2004 19:18:20

Desde a infância, eu e minha prima Fabiana éramos muito unidas. Um ano mais nova que ela, eu a seguia onde fosse. Em tudo a imitava. Vivíamos juntas e eu não gostava quando ela arranjava algum amiguinho: ficava um bom tempo sem lhe falar. Havia também as decobertas, em que tocávamos nossos corpos com a curiosidade normal da idade. Quando nos tocávamos num quarto escuro, ela gostava que os meninos a beijassem mas também não desprezava meus carinhos, embora nunca levássemos isso muito a sério.

Fabiana tinha 13 anos quando sua família teve de se mudar. Ao nos separarmos, choramos muito e ainda escrevemos uma à outra algumas vezes. Mas crescemos e a bonita amizade virou passado.

Anos depois, Fabiana veio passar uns dias de suas férias de faculdade em minha cidade, para rever parentes e amigos. Que surpresa, ela estava simplesmente linda: tornou-se alta, um corpo perfeito, os cabelos ainda mais louros e ondulados. Fomos a um barzinho e conversamos a noite inteira. Falamos de tudo o que pudemos. Ela, alegre em me ver, e eu verdadeiramente impressionada com a mudança da prima, companheira de infância. Não dava para crer que aquela loura, com um charme tão feminino era aquela menininha chorona e desajeitada que eu beijava na boca como a um namorado e de quem eu morria de ciúmes. Essa menininha virará uma mulher tão linda que dava prazer só em olhar.

Já era quase de manhã, quando fomos embora para minha casa, onde ela preferiu se hospedar, e dormimos felizes, depois de rirmos do tempo das descobertas e de tudo que acontecera conosco.

Nos dias seguintes, fomos à praia e viramos a noite bebendo e conversando. Quanta coisa para falar! Muitas vezes sentávamos na cama, ela de calcinha e camiseta, os cabelos soltos. Linda como nunca, tão feminina. Fabiana falava e eu, numa embriaguez

gostosa, apenas olhava para ela e imaginava quantos homens aquela mulher de tanta formosura não seduzia com sua beleza. E olhando-a assim na contraluz,tão sensual, deixei escapar um pensamento e disse-lhe que se eu fosse homem fatalmente me apaixonaria por ela. Fabiana olhou-me como se entendesse e sorriu levemente.

Levei a mão a seu rosto e acaricie enquanto Fabiana estremecia por dentro. Não dava mais para recuar. Eu estava temerosa pelo que pudesse acontecer mas ao mesmo tempo estava realmente sentindo desejos incontroláveis por aquela terna amiga. Foram instantes difíceis. Beijamo-nos como duas ensandecidas e minha prima, totalmente excitada, sem saber bem o que fazer, entregou-se em sua primeira relação com outra mulher.

Ela estava bronzeada e seu corpo quente e com uma leve fragrância de maçã. Tudo tão delicioso que parecia não estar acontecendo, era como um sonho. Olhei para o rosto transfigurado de Fabiana e fiquei observando aquele orgasmo lindo de mulher. Ainda hoje, é a imagem mais forte que guardo dela.

Alguns minutos depois ela pôs-se a meu lado e perguntou em meu ouvido se eu queria que ela me fizesse gozar também. Apesar de muito excitada, não tinha certeza se realmente ela saberia conduzir-me ao orgasmo. Mas respondi que sim, sem pensar duas vezes. Ela beijou meus seios longamente, saboreou cada milímetro da pele da minha barriga que arqueava de prazer e, quando sua língua quente e ágil tocou pegajosa entre minhas pernas, tive um orgasmo tão intenso como eu jamais imaginara que pudesse acontecer. Tão longo, tão vibrante que me pareceu repetir-se mais vezes. Talvez tenham sido dois ou três gozos seguidos, tamanha a duração, não sei. Eu nunca tinha gozado assim.

Quando, muito tempo depois, as águas baixaram e pude abrir os olhos, percebi minha loira priminha ainda a meu lado. Olhava-me tão docemente com as pérolas de seus olhos que parecia um anjo barroco. Eu ainda estava meio atordoada. Ela me beijou, cobriu meu corpo com o lençol de cetim e me disse coisas delicadas. Depois, não lembro de mais nada. Devo ter adormecido sorrindo para ela.

Fabiana ainda ficou mais dois dias na cidade, mas não conversamos sobre o que acontecera, sabíamos que as palavras não diriam o que quiséssemos dizer. Mas talvez um dia eu ainda lhe diga que foi a mais doce experiência de minha vida e que sempre, quando estou com outra mulher, tenho a impressão de ainda sentir no ar aquele aroma suave quase nada de maçã.

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