Quando éramos ainda pequeninos, eu e meu irmão Lauro costumávamos tomar banhos juntos. Mesmo quando não queríamos, a empregada nos obrigava, certamente para economizar o tempo dela, que tinha muitos afazeres naquela casa enorme, embora com poucos moradores. Lauro é um ano mais velho que eu, exatamente, um ano. Fazemos aniversário no mesmo dia e somos parecidos em tudo, até nas escolhas de nossas roupas, do tipo de programa de TV e da carreira que seguimos. Ambos somos arquitetos. Pode ser essa coisa de signo. A empregada nos deixava lá na banheira brincando e voltava para nos ensaboar e enxaguar quando sentia que não estávamos mais a fim de brincar com água. Nesse meio tempo, algumas pesquisas de nossos corpos, nossas diferenças anatômicas, aconteceram, como seria inevitável sem algum adulto por perto. Um dia eu fiquei chateada porque notei que ele tinha algo que eu não tinha e quis ver de perto aquilo. Eu peguei no piruzinho de Lauro e senti uma sensação agradável, algo novo e diferente. Mais que isso, algo muito gostoso e sem explicação aparente. Ao invés de ficar chateada por não ter o mesmo canudinho que ele, eu senti que era gostoso pegar no piruzinho dele e achava natural que fosse assim. E o piruzinho de meu irmão, que crescia na minha mão quando eu o pegava, passou a ser meu brinquedo preferido. Essa coisa de sexo é animal, a gente não precisa provocar ou aprender. Está lá, dentro de nós, seja qual for a idade. E quando se tem apreço um pelo outro, mesmo que a sociedade tenha organizado as coisas de uma forma diferente, o que prevalece é a natureza. Para mim, era natural gostar de tocar meu irmão. Por outro lado, para Lauro era natural querer pesquisar o que existia em mim, já que era apenas um vazio. Meu irmão, assim como eu me deliciava pegando o piruzinho dele, gostava de brincar com a minha caverna. E era muito gostoso quando ele brincava com ela. Eu pedia que fizesse mais, enquanto ele pedia que eu também pegasse o seu canudinho. Naturalmente, um dia, nos tocamos com tal intensidade, que nossa vontade era de ficar se esfregando um no outro. Foi muito gostoso esfregarmos nossos corpos. Da mesma forma natural, algo em nós impulsionava para que tocássemos nossos lábios. E fizemos exatamente como a natureza nos exigia. Passamos a adorar a hora de tomar banho. Era infinitamente melhor do que assistir os programas infantis da TV. Lauro era o meu brinquedo preferido. Ele também pensava da mesma forma a meu respeito. Talvez a descoberta precoce tenha alterado o curso social dos acontecimentos. Eu passei a brincar com o corpo do Lauro como um vício infantil. Nada mais me dava prazer do que ficar me esfregando no meu irmão. A empregada, uma ou outra vez, nos viu, mas nada falou. Pode ser até que tenha comentado com minha mãe, mas ela devia estar mais interessada nos chás e nos bingos beneficentes que freqüentava com o grupo de amigas que, como ela, viviam às expensas de um marido de posses. Os anos foram passando e aquela brincadeira transformou-se em algo mais profundo. Eu tinha muito ciúme de Lauro. Ele era meu brinquedo. Muito mais que um brinquedo, meu irmão era só meu. Tornei-me obsessiva em relação a ele. Eu queria exclusividade em tudo. Eu necessitava a presença e o toque de Lauro no meu corpo diariamente. Ele também tinha ciúmes de mim, inclusive com relação aos nossos pais. Chegou o dia, que inexoravelmente ia chegar. Fomos flagrados por nossa mãe, quando Lauro tentava colocar seu canudinho, agora já não mais merecendo tal apelido, em minha caverna. Mamãe ficou escandalizada. Dava para notar na expressão de seu rosto. Ela tentou afastar Lauro, mas eu queria que ele ficasse, eu queria que ele enfiasse o canudinho, porque me provocava a mais gostosa sensação que eu jamais havia experimentado. Minha mãe lutava comigo e eu gritava com ela, como a menina mimada que sempre fui: Eu quero, mãe. Deixa ele botar! Minha mãe perdeu o controle e me bateu. Depois bateu no Lauro também. Ela estava tão fora de si que foi necessário a intervenção da empregada. De outra forma, sairíamos muito machucados, tal a ira de minha mãe. Bem mais tarde, já na hora de dormir, explicou porque fizera, mas nós não entendemos muito o porquê. Para ela, o que tínhamos feito era de natureza tão grave, que ela mal conseguia verbalizar os motivos pelo quais nos era vedado fazer aquelas carícias. Então, passamos a brincar só quando estávamos sozinhos. Sob o manto do proibido, parecia que a brincadeira tornava-se infinitamente mais gostosa. Talvez porque só nós dois compartilhávamos aquele segredo. No dia em que nossa avó materna partiu deste mundo, ficamos sozinhos em casa, pois ela morava distante de Curitiba. Lá pela madrugada, eu senti medo e solidão. Lauro era o meu refúgio. Fui ao quarto dele. Eu tinha então onze anos. Meu irmão dormia, quando eu decidi abrigar-me na sua cama e debaixo do seu cobertor. O calor do seu corpo foi muito benéfico, afastando todo e qualquer medo. Junto com o medo foi-se aquela incômoda sensação de estar só. Aninhei-me junto ao seu corpo, colando minha bunda no seu pau, que começou a ficar duro num repente. Por instinto, Lauro me abraçou. Que coisa gostosa! Colamos nossos corpos, entrelaçando as nossas pernas. De pronto, me veio uma sensação muito melhor do que nos tempos de brincadeira. Eu começava a sentir que estava ficando úmido entre as minhas pernas. Muito úmido, mesmo. E junto com essa umidade, veio um desejo enorme de beijar meu irmão. Virei-me para ele e o beijei, porque era da natureza que fosse assim. Em retribuição, o pau dele impressou meu corpo, como se fosse o recheio de um sanduíche. Como era natural, embora não social, veio-me uma incontida vontade de tê-lo dentro de mim, exatamente aquele ato pelo qual tínhamos tomado a maior surra que já levamos. Sem que pudéssemos controlar, Lauro livrou-se do pijama às pressas. Eu levantei meu baby doll e me livrei das calcinhas. Montei no meu irmão, como o coração pulsando muito forte. Era um carinho tão grande, uma vontade enorme de fazê-lo feliz, que eu peguei o pau dele e coloquei no lugar em que mais sentia prazer. Imaginava que ele devia estar sentindo o mesmo. Era vontade de se dar, muito mais preocupada em que Lauro desfrutasse das mesmas sensações que eu experimentava. Nada tinha do egoísmo da infância, quando pensamos que farinha pouca, meu pirão primeiro. Agora, eu queria dar felicidade. Ele começou a penetrar. Eu beijei Lauro, agradecida. Um longo beijo na boca. Ele entrou todo, sem que meu hímen se tivesse rompido. Como manda a natureza, começamos a fazer um movimento que possibilitava a fricção entre de nossas carnes. Era bom demais. Num dado momento, aquela sensação de bem estar, de felicidade, ia se transformando um algo indescritível. Eu me agarrava ao corpo de Lauro como se estivesse fora de mim. Era demais aquela sensação. Como se eu estivesse no céu, que me ensinaram existir. Então, se existisse, meu céu chamava-se Lauro. Esse crescendo de emoções de prazer chegou ao ápice. Eu tremia muito e depois tudo parou. O tempo deixou de existir por infinitos segundos. O universo era a minha caverna e o outrora canudinho do meu querido amigo de brincadeiras e irmão. Depois veio algo como uma vontade de repousar... desde que fosse nos braços dele. Aos onze anos, na verdade, eu já possuía a noção de que o que estávamos fazendo era anti-social. Para mim, no entanto, nada mais era natural, pois era a natureza que me comandava a fazer assim. Naquela noite, eu senti meu irmão muito mais irmão. Eu e ele éramos um só. Ele estava dentro de mim para comprovar o que sentia. O cume das sensações para Lauro ocorreria minutos depois. O pau dele crescera dentro de mim e depois amoleceu. Parou de fazer os movimentos de fricção e dormimos abraçados. Como nossos pais só iam chegar no dia seguinte, eu pedi a Lauro que me fizesse feliz da mesma maneira, assim que acordamos. Desta vez, fiquei deitada com as pernas abertas ansiando pela penetração, para que fôssemos um só de novo. Lauro veio e enfiou devagar. Agora eu senti de imediato aquele sensação enorme de prazer que fazia o tempo parar. Eu ri de mim mesma. Estava melhor ainda. Quando meu irmão começou os tais movimentos para friccionar as paredes da minha caverna com o seu piru, eu levantei o corpo e acompanhei os movimentos dele. Era o meu instinto de fêmea. Nós estávamos cumprindo um ciclo biológico. Eu era a fêmea que queria o macho, pois estava chegando a idade em que essas coisas acontecem com os animais. Eu e Lauro, como todos os seres humanos, éramos apenas mais um par da espécie. Meu irmão por cima tinha mais liberdade de entrar e sair de mim, o que aumentava em muito o meu prazer. Agarrei a sua bunda e forcei para que ele mantivesse tudo dentro de mim por alguns instantes. Eu estava tenho outro orgasmo, muito mais intenso que os anteriores. Fica assim, Lauro. Ele permaneceu duro dentro de mim. Estáticos, tive outro orgasmo. Só que desta feita, uma vontade enorme de gritar me veio à alma. E eu gritei no meio da noite; Eu te amo, Laurinho! Meu irmão sussurrou que também me amava e muito. Fizemos amor mais duas vezes antes que meus pais regressassem. Nos dias seguintes, tentamos agir o mais natural que pudemos, mas estava muito difícil. O nosso segredo agora começava a incomodar. Quando a felicidade é demais, compartilhar com outros parece ser um gesto natural. Na escola, um dia em que eu já não me agüentava mais, narrei para minha melhor amiga e confidente o que estava ocorrendo. Contei tudo, desde o tempo em que éramos criancinhas e tomávamos banhos juntos. Ela se escandalizou e disse que eu devia parar com isso, porque era pecado. A minha amiga tocou num ponto crucial para mim. Eu me pelava de medo de pecar, que para mim nada tinha a ver com as coisas que minha mãe dizia. Um dia, eu mesmo presenciei meu pai chamando mamãe de inconseqüente e que só se preocupava com futilidades. Por isso, é que não dava muito crédito ao que ela dizia. Além do mais, ela me deu uma surra e não soube explicar porque me batia. Considerando que era pecado, eu e Lauro refreamos nossa brincadeiras, embora eu me sentisse doida para tocar seu corpo. Conversando mais com a minha amiga, ela também falou que nossa relação podia trazer graves conseqüências. Ela me falou sobre gravidez, definitivamente, um assunto que era impossível de se discutir num lar como o de minha família. Mamãe era só bingos, festas e coquetéis. Papai era só trabalho e viagens. Mais tarde eles iriam se separar, porque mamãe descobriu que as viagens eram sempre com a secretária que se tornou amante e hoje é minha madrasta. Com o correr do tempo, chegamos à adolescência. Como era natural, muitas garotas paquerando Lauro. Eu com ódio delas. Os garotos que me paqueravam, eu cortava a deles e dizia que tinha namorado. Um namorado com quem jamais me viram saindo. Eu e meu irmão tivemos a primeira briga séria, quando ele trouxe à nossa casa uma namorada. Quando ele voltou, depois de ter deixado a menina em casa, eu fui tomada de um ódio tão grande, que invadi o quarto dele durante a noite e bati nele. Chamei-o de sem vergonha, de desleal e tudo que me veio à alma. Fiquei mais desapontada ainda quando Lauro me confrontou com as regras do jogo social: Natália, você é minha irmã. A gente não pode mais fazer o que fazíamos. Sai do quarto dele para chorar. Eu me sentia totalmente perdida. Não mais saía de casa nos fins de semana. Sublimei minhas angústias nos estudos. Tornei-me a melhor aluna da classe, não significando com isso que bons alunos estudem para sublimar frustrações. Este é o caso de minha vida, um ser único e independente, como cada um de nós humanos. Tive um namorado, mas quando ele me beijava, eu só sentia prazer se imaginasse estar nos braços de meu irmão. Lauro formou-se em arquitetura um ano antes de mim. Papai ajudou no primeiro emprego dele. No ano seguinte, formei-me e fui fazer companhia ao meu irmão, na mesma empresa. Ele estava noivo e eu não suportava vê-la. Sempre que podia desfechava a minha seta cheia de fel, botando um defeito na noiva dele. Quando Lauro disse que ia casar, eu cortei relações com ele e aluguei um apartamento só para mim. Antes do casamento, meu irmão me visitou para fazer as pazes comigo. Ele não devia ter ido lá, porque um encontro entre mim e Lauro, num apartamento, sem testemunhas, foi uma pedida bem temerária. E aconteceu. Enquanto meu irmão tentava dizer que éramos adultos e que devíamos obedecer às conveniências sociais, ele mesmo chegou-se a mim. Eu estava me segurando o quanto podia. De repente, ele me beijou. Sabe de uma coisa, Natália? Que se dane o mundo! Eu te amo e quero ficar com você. Eu o afastei e retruquei que ele não me devia ter beijado, porque existia uma mulher que esperava por ele, a noiva. Lauro me disse que a única mulher que sempre esperou por ele, e ele esperou por ela era eu. Daí em diante, voltamos à infância. Ele queria meus lábios, queria roçar-se no meu corpo, visitar minha caverna. E eu aceitei a visita com imenso prazer. Rolamos no tapete da sala e fizemos amor como dois seres que se amam desde sempre. Eu me mantivera virgem, só esperando por ele. Naquele dia, fui realmente a mulher dele. Mais que fazer amor, naquele dia, nós fodemos. Fodemos como animais no cio, para compensar o longo tempo de espera. Eu lembrei do dia em que ele me penetrou pela primeira vez. E quando estávamos gozando juntos gritamos em pleno dia: Eu te amo! E rimos muito. Pode ser até que algum vizinho tenha escutado. Mas nós queríamos mesmo que todo o mundo ouvisse. Ele desmanchou o noivado. Dois meses depois, abrimos o jogo para meu pai sobre o nosso relacionamento. Papai, a princípio, ficou escandalizado, mas depois nos ajudou a montar nosso próprio escritório em Goiânia, para que ninguém conhecido soubesse da nossa união.. Eu tirei documentos com nome diferente do meu original e nos casamos. Temos um só filho, que não sabe que somos irmãos e vivemos em completa harmonia. Não me lembro de ter ao menos discutido com Lauro até o dia de hoje. Natália
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