Alô...
Murilo sentiu seu corpo estremecer ao ouvir pela primeira vez aquela voz, sabia que era Ela, Sua Rainha, Dona do seu ser. Com o coração aos pulos, demorou um pouco a responder, quando finalmente se refez, disse com voz trêmula:
- Alô, aqui quem fala é...
- Sei quem você é, estava esperando que você ligasse disse ela antes que ele tivesse terminado de se identificar. E continuou: - Se ligou é porque decidiu ser meu de verdade. Quero que me ouça com atenção, pegue lápis e papel e anote o endereço em que você deve estar dentro de uma hora.
Atrapalhadamente devido ao nervosismo, ele anotou o endereço que ela lhe ditou.
- Lembre-se, uma hora, nem um minuto a mais, caso contrário pode me apagar da sua memória, venha apenas com a roupa do corpo, você não vai precisar de muita coisa aqui.
- click...
Ela havia desligado antes que ele pudesse dizer algo. Ficou alguns minutos sentado na beirada da cama, ainda com o fone na mão, ouvindo em sua mente o eco daquela voz, era uma voz autoritária, como ele supunha que fosse, mas tinha também um tom infantil e doce. Que bela voz....mas, o que ele estava fazendo ali parado? Olhou o papel com o endereço, o local ficava a uns 45 minutos de sua casa....uma hora....tinha que se apressar...pegou as chaves do carro e saiu do apartamento ao encontro de seu destino.
A casa ficava no alto de uma colina, quando passou pelo grande portão de ferro, olhando em volta, admirou a bela propriedade que tinha ares de um castelo medieval com belos jardins e paredes de pedra.
Ao subir os degraus da entrada, deparando com uma grande porta em madeira maciça, apertou a campainha e aguardou, olhando ao redor, percebeu que havia uma câmera acompanhando seus movimentos. Certamente ela sabia que ele estava ali e o aguardava. Quando a porta foi aberta, ele foi recebido por um homem negro, alto e forte q trajava uma espécie de túnica ao estilo romano, presa num ombro só, do tipo que estamos acostumados a ver nos livros de História, Murilo também não deixou de notar que ele usava uma coleira de couro de onde pendia uma pequena corrente que ia até pouco abaixo da barriga do homem. Com um gesto solícito, o lacaio o fez entrar, fechando a porta em seguida. Murilo não sabia bem como se comportar, visto que nenhuma palavra foi dita entre os dois, preferiu não se manifestar, apenas seguiu o tal homem que ele supôs, fosse um dos escravos da Rainha, o qual já o guiava por um extenso corredor. Pararam em frente uma porta, quase nas mesmas dimensões da porta de entrada, que foi aberta totalmente para ambos os lados pelo lacaio que, dando um passo para o lado, fez um gesto indicando que ele deveria entrar.
Ele foi caminhando devagar, hesitante, consciente da tensão em cada músculo do seu corpo, com a impressão que qualquer um poderia ouvir o som das batidas fortes de seu coração. A meio caminho, parou, sentindo um estremecimento, a emoção tomou conta dele por completo. Lá estava ela. Sentada confortavelmente numa espécie de trono no meio do amplo aposento.
- Saudações, meu escravo...aproxime-se...
Linda...era o que sua mente dizia enquanto caminhava, hipnotizado em sua direção, parando a pouco mais de um metro daquela Deusa, sem conseguir tirar os olhos daquela bela visão. Nesse momento, sentiu a mão pesada do lacaio pressionando seu ombro, assustando-o, pois ele havia se esquecido por completo da presença dele. Entendeu que aquele gesto indicava que ele deveria ajoelhar-se diante da Rainha. Dando-se conta de que não estava se portando como um escravo deveria, deixou-se cair de joelhos e baixou os olhos. Lembrou-se das muitas vezes em que havia ficado naquela posição em frente a seu computador, dedicado àquela mesma mulher que agora se materializava em sua frente, agora real, com um rosto, um corpo escultural, uma pele que parecia ter a mesma maciez de uma pétala de rosa....ahhh....como ele gostaria de toca-la, chegar mais perto, sentir seu perfume...imediatamente repreendeu-se mentalmente, devia conter-se, ser paciente e esperar que sua Rainha solicitasse qualquer movimento ou palavra sua.
Pelo canto dos olhos ele viu a Rainha se levantar de seu trono, ela usava botas que iam até acima dos joelhos, um corpete que acentuava suas curvas, um manto que ia até o chão e em uma das mãos um chicote curto com o qual batia de leve no couro da bota enquanto andava ao seu redor, como que avaliando sua mais nova propriedade.
- Antes de qualquer coisa você deve prestar um juramento de fidelidade, submissão e devoção incondicionais a mim. dito isto, foi-lhe entregue um papel ao qual foi ordenado que lesse em voz alta.
Ele leu:
- Juro solenemente servir incondicionalmente à Minha Dona e Senhora Rainha Úrsula, tendo plena consciência que a partir de agora, minha vida não mais me pertence, meus próprios desejos já não existem, minha identidade será aquela que Minha Dona determinar, um simples objeto a ser usado a seu bel prazer, agradecendo o privilégio de estar sob seu jugo e sabendo que Minha Senhora terá todo o direito de castigar-me, humilhar-me e usar-me como bem entender, visto que objetos não têm vontade própria.
- Muito bem escravo, agora deixe-me explicar-lhe algumas coisas - disse ela - Você é novato aqui e ainda não deve se considerar efetivamente meu escravo, para tanto, terá que me provar que é digno desta posição. Durante seu treinamento, vai passar por testes e a cada vez que for aprovado, subirá um degrau, até alcançar seu objetivo que será o supremo privilégio de ser chamado de escravo de Rainha Úrsula.
- Como Ulisses disse ela chamando o escravo para perto de si ele é meu mais antigo e fiel servo enquanto falava, ia puxando a corrente da coleira de escravo para baixo, sem tirar os olhos de Murilo e mantendo um sorriso sacana nos lábios.
Quando o rosto de Ulisses já estava quase encostado em seu sexo, conforme ela ia puxando a guia da coleira e o guiando, acrescentou: - Ele já goza de algumas regalias em seguida, agarrando os cabelos de Ulisses e puxando sua cabeça para cima, deu-lhe um beijo na boca, lânguido e demorado, mas sem fechar os olhos nem desvia-los de Murilo que, vendo a cena, sentiu um misto de inveja e admiração. Um dia seria ele que estaria ali recebendo aquele beijo e afrontando um escravo noviço...pode esperar, Minha Rainha... pensou ele.
Ela sabia o que tinha causado nele, tinha plena consciência que aquela demonstração de intimidade com o escravo mais graduado atiçaria mais ainda nele a vontade de estar ali, de galgar posições e servi-la para sempre. Sabiamente deixou que ele se recuperasse do choque e continuou, chegando bem perto de seu ouvido, ela disse quase num sussurro:
- Seja bonzinho para sua Dona, faça tudo como deve ser feito e um dia me orgulharei de você.
- Por hora, você é um simples objeto disse isso empurrando-o com o pé, fazendo-o ficar deitado de costas no chão para subir em seu peito e caminhar por cima de seu corpo Está vendo? Nesse momento você é meu tapete, macio e quente passando a sola da bota sobre o rosto dele Onde limpo meus sapatos.
Instintivamente e lembrando-se das tantas vezes que fizera isso virtualmente, Murilo lambe a sola da bota de Sua Dona, dando-se conta só agora do volume crescendo por baixo de suas calças. Isso não passou desapercebido por Úrsula que, rapidamente sai de cima dele e volta a sentar-se em seu trono deixando-o em um estado letárgico por finalmente ter sentido o gosto da sola da bota de Sua Deusa.
- Agora, quero que vá com Ulisses, ele vai prepara-lo e ajuda-lo a vestir-se de forma apropriada para estar em minha presença.
Ele levantou-se e já ia seguindo atrás do escravo quando ouviu:
- Apenas mais uma coisa. os dois viraram-se para trás ao mesmo tempo.
- A partir de agora você atenderá pelo nome de Apollo.
- Estamos entendidos?
- Sim, Minha Senhora.
- Então diga, como se chama, escravo?
- Apollo, Senhora.
- Belo nome, escravo disse ela com um sorriso de satisfação nos lábios.
- Agradecido, Minha Rainha.
E voltou a seguir Ulisses, resistindo bravamente ao impulso de se voltar para olha-la uma vez mais...
Continua...