Sempre que a encontrava ele sentia o coração palpitar mais rápido. Sabia o que estava acontecendo. Não a via mais como uma garotinha e sim como mulher. Começou a reparar nela durante aquele ano em que conviveram juntos no espaço, mas eram tantos os perigos a enfrentar e a prudência o avisava que ela era muito jovem, talvez depois de algum tempo existisse alguma possibilidade, mas ela era tão explosiva, voluntariosa e infantil que durante os últimos dois anos ele fez de tudo para esquecê-la. Seu coração se partiu em dois quando soube que ela ia viajar para longe, pretendia estudar no exterior por quatro anos e mesmo que ele se envolvesse com outras garotas não era a mesma coisa. Apenas dois anos haviam se passado desde que eles voltaram a Terra e agora soubera que ela estaria de volta do exterior. Mas como? Ainda faltava mais dois anos para ela voltar definitivamente. Trunks acordou mais cedo e saiu de casa o mais rápido que pôde. Não ia perder a chance de reencontrar a única mulher que se apossou do seu coração e de sua alma.
O aeroporto estava lotado e ela parecia quase invisível carregada de malas e pacotes. Tinha chegado mais cedo e queria fazer uma surpresa à família então apenas ligara para ele. Sempre o amou, mas nunca tivera coragem de confessar. Sabia que ele nunca iria corresponder a uma garotinha chata e implicante. Mesmo que nunca o tivesse estaria feliz em conviver com ele novamente, por esse motivo preferiu trancar seu curso e voltar para perto dele.
Trunks demorou um pouco a localizá-la, mas avistou aquela garota escondida na multidão. Estava mudada, mais elegante, cabelos mais curtos, não tinha mais aquela aparência de menininha de 10 anos. Era uma jovem de 17 anos ainda pequena mas bonita, corpo desenvolvido. Trunks sentiu o chão sumir de seus pés ao ver seus enormes olhos negros brilhando ao se aproximarem. Será que ela também sentia o mesmo?
Pan correu até ele e o abraçou. Trunks a apertou em seus braços. Ansiava por esse momento, mas como estavam em público o mais prudente seria não demonstrar demais a falta que sentia dela.
-Não acredito que é você mesma. Como está bonita, nem parece aquela menininha enjoada de dois anos atrás.
-Isso é um elogio?
-Desculpe, falei sem pensar. Você sempre foi adorável, mas agora se transformou em uma mulher maravilhosa.
-E você não mudou nada. Continua o homem mais lindo do mundo.
-Deve ter visto poucos homens para chegar a uma conclusão dessa. Mas quero saber por que voltou tão rápido, seu curso só acaba daqui a dois anos.
-Não tive nenhum motivo específico, enjoei dele, só isso. Agora quero almoçar. Estou morta de fome.
Trunks a levou para almoçar, ambos estavam famintos e depois a deixou em casa. Não tiveram muito tempo de estar a sós, mas agora teriam todo o tempo do mundo. Resolveu voltar para sua casa, tentar dormir e no dia seguinte encontrá-la e quem sabe até revelar seus sentimentos mais profundos.
Trunks não conseguia dormir. Deitado em sua cama seus pensamentos pertenciam exclusivamente a ela. Como estava bonita, agora era uma mulher, não mais uma menininha, uma mulher. A mulher que ele amava, desejava e passaria a vida inteira ao seu lado se ela o quisesse.
Fazia algum tempo que não se sentia tão excitado ao pensar numa mulher, mas agora era diferente, a possibilidade de finalmente revelar o que sentia o deixava sem sono, aceso. Pensava em como seria estar com ela em seus braços, beijando-a, amando-a, e esses pensamentos faziam seu corpo estremecer em agonia.
Trunks sentiu que suas calças estavam apertadas, colocou a mão entre as pernas e alisou devagar. Sabia que precisava liberar a angustia que sentia. Despiu-se e se tocou suavemente, imaginando que ela estava ali, que eram suas pequenas e suaves mãos que o acariciavam, que seu corpo delicado estava ao seu lado. Seu único pensamento era Pan, se ela o desejava tanto quanto ele a ela. Ele a via ali, tocando-o, acariciando-o com firmeza. Abriu mais os olhos tentando se concentrar no que fazia, mas não eram suas mãos que o alisavam e sim as dela, suave e carinhosamente. Ele tentou abrir a boca para falar, mas ela o silenciou com um beijo, voltando a atenção para o que estava fazendo, acariciando-o mais firme, fazendo-o gemer alto e entregar-se ao orgasmo que veio seguido de uma sensação de total relaxamento. Trunks agora mais calmo olhou ao redor e não a viu. Era apenas uma ilusão, ela não estava ali. Sua única companhia era a solidão.
Pan acordou bem disposta. Estava feliz em retornar a sua vida normal. Seus amigos, sua família e principalmente ele. Sempre o amara, mas tinha medo de se aproximar e ouvir o que mais temia:
Sou velho demais para você, Pan. Procure um garoto da sua idade e não um sujeito de 31 anos.
Mas agora ela estava decidida. Iria ao encontro dele e revelaria o que guardava no peito desde que estiveram juntos no espaço. Batidas fortes na porta a tiram de seus devaneios. Seus pais saíram e só voltariam bem mais tarde. Pan desceu as escadas e correu já irritada com a pessoa que insistia em incomodá-la tão cedo.
-Trunks? O que faz aqui? Pensei que tínhamos marcado de nos encontrar a tarde. Ainda nem acordei direito.
-Posso entrar, Pan?
Ela o deixa entrar, um pouco constrangida por estar vestindo apenas um robe, estava se preparando para o banho quando ele chegou.
-Espere um pouco, vou me trocar.
-Não Pan, preciso que me escute agora antes que eu perca a coragem.
-Pan, desde que tivemos aquela aventura ao lado do seu avô me afeiçoei demais a você. Te achava implicante, convencida, orgulhosa e chata, mas...
-Quantos elogios. Por favor, Trunks, se veio aqui para enumerar minhas 'qualidades' favor sair e não voltar mais. Sei que sou tudo isso, mas é duro pra mim ouvir de você, o homem que tanto amo...
Ambos se entreolharam enrubescidos, principalmente ela. Tinha imaginado algo bem diferente para se declarar. Talvez um jantar romântico a luz de velas e não às 9 horas da manhã usando um robe velho, toda despenteada e ainda ouvindo ele citar seus maiores defeitos. Trunks se ergueu, a fez levantar-se também e a abraçou. Sua cabeça encostava em seu peito e ele alisou suavemente a nuca. Pan não entendia porque ele fazia isso sem falar nada, mas aquela carícia suave a fazia sentir tão bem que não gostaria de interromper.
Trunks se separa dela e a olha fixamente.
-Você não esperou eu terminar. Fiquei tão atônito com o que você me disse que nem pude concluir, mas preciso. Pan, você é a minha vida. Durante esse tempo em que ficamos afastados tentei de tudo para te esquecer, me achava um pervertido por ter os mais delirantes sonhos com você, mas não pense que é apenas desejo. Te amo muito. Sou loucamente, furiosamente apaixonado por você.
Ele a puxou novamente para seus braços e a beijou, seus lábios se uniram com fome, suas línguas devoravam-se ansiosas. Trunks abriu o robe e suas mãos deslizaram pelas coxas firmes dela indo pousar em suas nádegas. Pan se assustou e o empurrou.
-Trunks, toda a minha vida sonhei em ouvir de você que me amava e tinha decidido que hoje contaria o quanto você é importante para mim, estou surpresa, pois pensava que você ia me rejeitar. Agora me leve ao meu quarto, quero que aconteça lá, o lugar onde mais sonhei estar com você.
Trunks a pegou no colo, beijou-a novamente e levou para cima, subindo as escadas quase correndo. Ao chegar no quarto deitou-a na cama. Seu robe estava meio aberto e ele não conseguia ver todas as curvas de seu corpo. Seu coração batia forte, dessa vez não era sonho, ela estava ali, esperando por ele. Pan sentou-se na cama e tirou o robe, deixando-o ver seu corpo agora inteiramente despido. Trunks não se mexia, apenas a olhava, queria tocá-la, se livrar das roupas, mas temia que fosse mais um de seus delírios e ela sumisse. A voz aveludada dela o tirou do transe.
-O que foi, Trunks, não gosta do que vê? Deite-se ao meu lado.
Ele obedeceu ainda um tanto nervoso. Pan começou a tirar a roupa dele. Estava ansiosa, precisava senti-lo, mas como ele parecia mais assustado que ela preferiu agir com cautela. Logo ele também estava sem roupas, mas ainda a olhava como se ela fosse mais uma visão. Pan não entendia por que ele não a tocava, estava visivelmente excitado, mas sem ação. Ela deitou-se ao seu lado e puxou sua cabeça para o peito. Ao sentir o contato do seu rosto com os mamilos firmes Trunks acorda e deita-se por cima dela, beijando-a com ardor. Suas mãos percorriam o corpo bem feito da garota. Ele apertou com suavidade os seios pequenos e os sugou devagar um de cada vez. Ela não era uma visão, era real. A mulher que ele tanto amava estava ali prestes a se unir a ele num laço que nunca mais seria desfeito. Pan estava se empolgando com as carícias e empurrava a cabeça dele mais para baixo, queria que ele a tocasse como nunca ninguém fez antes. Trunks desceu pelo ventre dela devagar, queria excitá-la ao máximo, deixá-la mais ansiosa para que ele a possuísse. Sua língua estava no umbigo dela, ele queria descer mas preferia provocá-la, queria que ela reclamasse e pedisse mais.
-Trunks, por favor, está me torturando.
Ele levantou o rosto e a olhou sorrindo. Pan se viu refletida nos lindos olhos azuis e distraiu-se por um instante quando sentiu a língua dele dentro de seu corpo, provocando-lhe sensações deliciosas. Trunks prosseguia em sorver seu néctar doce, que o estava inebriando. Sua boca devorava faminta a fonte de prazer dela, que agarrava e puxava seus cabelos. Ele continuou alimentando-se dela até que Pan gritasse alto, seu gozo parecia nunca ter fim. Trunks subiu nela mais uma vez e a beijou, deixando-a provar o doce sabor de seus lábios. Ele encaixou-se entre suas coxas, mas Pan o olhou um pouco assustada.
-O que foi meu amor? Está com medo?
-Nunca aconteceu antes, Trunks. Estava esperando por você, mas tenha cuidado.
Ele sorriu e a beijou mais uma vez enquanto seu membro a penetrava aos poucos, evitando movimentos bruscos, mesmo assim ela grita fazendo-o deter-se.
-Não pare Trunks, sonhei tanto com esse momento. Não quero que pare.
-Pan, morda meu ombro.
-O que disse?
-Faça isso, agora.
Pan não pretende obedecer, mas um novo movimento dele dentro de si a leva as lágrimas e a faz cravar os dentes em seu ombro. Ao sentir o gosto do sangue em sua boca ela para. Não sente mais dor, e sim o prazer tomando conta de seu corpo. Os movimentos dele se intensificam e Pan o aperta nos braços, ainda temendo que tudo aquilo seja um sonho. O êxtase toma conta de seus corpos que se entregam juntos. Trunks acaricia seu rosto, enxugando as lágrimas. Pan aperta o rosto dele entre os seios. Não quer que ele se mexa, quer continuar com o corpo dele sobre o seu, mas Trunks sai de cima dela e se deita ao seu lado. Pan se vira em sua direção e toca o cabelo dele. Ao notar o sangue que saia de seu ombro ela se assusta.
-Trunks, me desculpe, eu te mordi.
-Não se preocupe que nem está doendo, minha pequena vampira.
-Vampira? Você mandou que eu te mordesse. Vou pegar algum remédio que não quero te ver machucado.
Ela se levanta da cama rápido sem dar a ele chance de responder e volta segundos depois. Pan se senta sobre ele e limpa o ferimento com o remédio que trouxe. Trunks a olha extasiado, encantado. Ela era muito mais do que ele sonhara. Ele a tira de cima e se encosta nela, abraçando-a por trás.
-Agora o mais difícil. Como vou encarar seus pais? É provável que Gohan me mate ao saber de nós dois.
-Estaria disposto a morrer por mim?
-Sim, mas prefiro que ele não me mate. Acha isso possível?
-Talvez. Tenho minha mãe para nos ajudar. E depois meu pai sempre gostou de você. Acho que vai compreender.
-Não pretendo permitir que se afaste de mim nunca mais, Pan. Tem consciência disso?
-Claro que sim. Estar com você é tudo o que mais quero. Por que acha que voltei?
Horas depois Gohan e Videl chegam e se surpreendem ao encontrá-los dormindo nus e abraçados. Gohan até pensou em arrancar Trunks dali de qualquer maneira, mas antes que Videl fale alguma coisa ele se lembra que algo parecido aconteceu com eles anos atrás. Fecham a porta e deixam o casal dormindo tranqüilamente, dessa vez sonhando com a vida maravilhosa que terão juntos.
Fim