Ha um ano uma amiga falou-me de um homem com quem mantinha relações estranhas. Ela e outras mulheres se entregavam a ele para serem castigadas por seus pecados, por faltas cometidas. Aquela época, não entendi como punições física ou duras penitencias pudessem solucionar problemas sexuais, Hoje o sei. 0 fato é que aquela conversa foi calando fundo em mim, até que pedi a minha amiga que fizesse as apresentações. Eu tinha uma vida apática, minhas relações com meu namorado eram normais, porém, nem um pouco emocionantes. Sentia que algo me inibia intimamente, embora eu não pudesse precisar o que. Em verdade, nunca atingira a plenitude como mulher, apesar de num curso superior e dos 26 anos de idade e de vários anos de intensa atividade sexual.
Encontrei sozinha o homem. Estava tímida, envergonhada. Ao primeiro contato, me vi presa por uma força estranha, um grande temor e a sensação como de um choque elétrico, que me deixou em completa lassidão. Eu tentava 1he falar sobre tudo e sobre nada, com uma voz rouca e embargada, e ele simplesmente ouvia, sem responder. Levou-me para uma sala quase nua, decorada com uma singeleza espartana, e foi bastante duro comigo. Conduzia-me, empurrando as minhas costas com suas mãos enormes, e olhar severo. Jamais me forçou a nada, mas eu. cedia ao seu domínio. A uma simples voz de comando, fria como o aço, me despi e ajoelhei a seus pés, numa postura de humilhação tota1, Sou orgulhosa, altiva e indomável e, no entanto, senti prazer, mesclado com ódio, quando me abaixei humildemente. Eu queria falar, precisava falar, a minha mente estava bloqueada. Passado o primeiro momento sem que eu nada dissesse, ele me brindou com o primeiro castigo físico: deveria permanecer ajoelhada, com os braços abetos em cruz, as pernas muito afastadas e as nádegas projetadas para trás. Nesta incomoda posição, enquanto me deixava esmagar pela opressão verifiquei que fatos de minha vida ha muito tempo sepultados começavam a desfilar diante dos meus olhos. Meu feitor me manteve de castigo até a exaustão. Quando a dor infiltrava a carne, uma sensação indefinida de prazer tomava corpo, cortando por dentro como uma finíssima navalha. Eu balbuciava, querendo falar sem consegui-lo, e, ao desenrolar de cada cena, o prazer se intensificava mais e mais, a medida que se aprofundavam as lembranças. Percorriam-me ondas de calor, fazendo a minha atenção se localizar em meus órgãos sexuais, que, vez por outra, pareciam latejar, pulsar, arder em chamas, e logo em seguida um arrepio abria todos os meus poros levados ao extremo de sua sensibilidade. Ele me ordenou que saísse do castigo e me postei de joelhos a seus pés. Então - me olhava de cima, com a fisionomia carregada e uma ponta de riso nos cantos do lábio - lhe relatei as minhas faltas, meus pecados desde a mais tenra infância, o que havia feito de errado, e um prazer tão grande, tão tenso e tão fecundo me envolveu, a ponto de eu gozar. Era um gozo tão absurdamente intenso que chegou a espantar-me. Alucinada, gozei três, quatro vezes, mordendo o tapete e lambendo-1he os pés. Depois, no chão, jogada como um trapo, não conseguia raciocinar. E ai ele acariciou o meu corpo com tanta ternura que desejei jamais terminasse. Passados alguns momentos, ele se levantou, pegou sobre um móvel uma palmatória de couro, e dirigindo-se lentamente para o lugar onde eu me postava, agarrou forte os meus cabelos e mandou que estendesse as mãos, num solavanco. Paralisada em estado de gozo, não atinei logo o que escava acontecendo. Apenas obedeci, em silencio. Eu suava, sofria com aquela dor que me atingia lá no fundo, aos poucos piorando, mas não pensei em recolher as mãos. De repente, percebi que minhas coxas estavam molhadas, de novo senti a vagina quente, escorregadia, e novamente tive orgasmo. A dor desapareceu, e em seu lugar o frêmito me fazia sentar nos calcanhares, só erguendo-me e balançando o corpo, até que ele parou de me bater. No castigo seguinte, meu amo me fez alongar-me contra a parede, nas pontas dos pés, os braços estendidos ao máximo na direção do alto, as nádegas arrebitadas. Ele me batia a principio usando pouca força, mais tarde aumentando gradativamente as palmatoadas até que minha carne começou a queimar, atingindo a temperatura de ebulição. Neste momento, pedi perdão, não sei bem de que. Ao invés de me afastar dele, entretanto, eu lhe oferecia o traseiro carnudo, e o gozo não demorou a se apoderar de mim. Cheguei a desfalecer. Acordei com suas caricias. Segurou-me pelos cabelos e levou-me para o outro canto da sala, debruçando-me sobre um móvel baixo e colocando-se por trás. Julguei que ia apanhar e esperei conformada a surra. Porém, introduzindo com um movimento resoluto seu joelho entre minhas coxas, abriu as pernas até que fiquei em exposição total. Notei que me lubrificava com saliva, repetindo a operação consigo mesmo. Segurou-me pelas ancas e penetrou-me o anus. Na posição em que me encontrava, deitada sobre o móvel, apenas a ponta dos pés tocando o chão, as nádegas levantadas pelo beiral, estava totalmente vulnerável. Tenho um corpo belíssimo e todos os homens a quem amei haviam tentado, com insistência, a copula pelo ånus. Jamais permitira tal pratica, mas agora me sentia dominada por meu algoz. Bem dotado, ele parecia varar-me de alto a baixo, lenta e intermitente. Algumas vezes deixava o pênis escapulir e eu lhe implorava que continuasse. Aos poucos, as dores se esvaíram e um calor envolvia-me. Quando senti suas coxas másculas colocando-se em minhas nádegas, numa penetração mais profunda, o prazer aflorou das minhas entranhas num orgasmo múltiplo, incontrolavel, infreavel. Gozei até o momento em que ele se afastou de mim. Eu me tornara tão submissa e também havia sido tão despertada que, apesar de haver sempre rejeitado o coito oral, rastejei para seus pés e, levantando a cabeça, abocanhei seu pênis. Entendi e me deixei dominar por toda a força do instinto: eu, que nunca cogitara de desenvolver uma falação ali estava atuando magistralmente. Eu o mergulhava fundo entre meus lábios, acariciando-o depois com a língua ardente. Meu corpo tremia e eu premia o rosto contra seu órgão sexual, banhando os olhos, as orelhas, o nariz e o pescoço em seu liquido abundante. Depois, afastava-me para admira-lo e mergulhava freneticamente o rosto em seus pelos pubianos fartos, até quase sufocar. Eu gemia doridamente e a saliva que escorria de minha boca, seu cheiro excitante, eram os elementos de uma bomba prestes a explodir. E explodi mesmo. A ejaculação farta, demorada, encheu com um gosto acre a minha boca, e eu gozei ajoelhada a seus pés, abraçada as sua pernas, com medo de que fugisse. Ele se ajoelhou também e, deitando-se sobre mim, possuiu-me como um senhor possuiria sua escrava. Hoje, realmente, sou sua serva"
Beijos!
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