AMO LEÔNCIO, MAS TRANSEI COM LEFRÈVE

Um conto erótico de A. DUPRÈE
Categoria: Homossexual
Contém 2177 palavras
Data: 09/02/2005 00:04:04
Assuntos: Gay, Homossexual

Introdução:

Romance erótico que descreve a saga de um adolescente bissexual holandês no Brasil-colônia(Séc. XVII). Suas taras e seus muitos amores com escravos, escravas, europeus, caboclos, índios, índias e soldados numa fazenda de cana de açúcar no Nordeste brasileiro.

Para melhor entendimento do enrêdo, recomendo que leiam antes ENGENHO DOCE I, II, III

Capítulo IV

AMO LEÔNCIO,MAS TRANSEI COM LEFRÈVE.

No dia seguinte, logo aos primeiros raios de sol, a fazenda amanheceu fervilhando. Bertha, obedecendo as ordens de meu pai, mandara Maobi trazer sua filha Luzia para a casa grande. Já lhe preparara roupas limpas e decentes e a acomodara num quartinho junto à cozinha. Luzia tinha entre 12 e 13 anos, não se sabe ao certo. Seus olhos são de um esverdeado mais suave, seus dentes muito brancos, e seu corpo é o de uma flor desabrochando: curvas suaves e bem delineadas; braços e pernas roliças e bem torneadas; nádegas durinhas e formosas; mãos delicadas, rosto esguio, pele aveludada e lábios polpudos; adorável nela, além dos olhos verdes, são os pequeninos seios por sob o vestido de chita.

Os preparativos para a lida, transportes de material para as construções, tudo enfim, muito envolvente. Quando o café foi servido, só estavam na sala eu, Bertha e Luzia. Ao vê-la, lembrei-me de Leôncio. Ela me lembrava seu irmão, embora com formas infanto-juvenis femininas. também a sua pele era mais aveludada. Ela era uma linda menina-moça africana e bem mais bem dotada fisicamente do que a maioria das meninas brancas que já conhecera. Bertha pacientemente lhe ensinava como postar as louças e talheres e já começava a lhe dar lições de francês. Enquanto me servia, observei-a com atenção. Notei-lhe um olhar matreiro. Sorriu e não esboçou nenhum gesto quando, disfarçadamente, apalpei-lhe as nádegas rapidamente para Bertha não perceber. Terminei o meu desjejum e, excitado pela visão de Luzia e pela expectativa de encontrar Leôncio, dirigi-me ao curral onde ele já me aguardava. Percebi ao montar que Leôncio estava limpo e cheirava a sabão grosso. “Ele tomou banho para mim”, pensei. Montamos e saímos. Deixei que ele me guiasse nessa primeira cavalgada. Cavalgamos a ermo até atingirmos um riacho. Leôncio me ajudou a desmontar e ao segurar-me pela cintura, senti um arrepio percorrer a espinha. Suas mãos fortes e calejadas apertavam-me e me senti uma presa fácil em seus braços. Fingindo perder o equilíbrio, deixei-me cair sobre ele que me amparou com seu peito e braços fortes. Abraçando-me para evitar que caísse, senti seu corpo rijo de encontro ao meu. Senti sua “ferramenta” espremida de encontro às minhas coxas. Eu estava excitadíssimo e meu pau latejava. Leôncio, nada disse. Apenas colocou-me no chão e, enquanto se afastava, disse embaraçado:

− Sinhozinho devi tomá cuidado. Si sinhozinho si machuca, Leôncio vai si senti culpadu.

Caminhei até onde estava e comentei que senti sua força quando me segurou e pedi que tirasse a camisa. Obedecendo, virou-se de frente. Que horror! Tinha sido marcado a ferro quente, com a marca do antigo dono da fazenda [ Ψ ] em ambos os peitorais. Ele me contou que trazia aquelas marcas desde que era criança. Apesar do horror que senti, aquelas marcas lhe davam um aspecto altivo. Toquei-lhe as cicatrizes com suavidade e senti sua pele arrepiar ao contato de meus dedos. Novamente, sem jeito, ele arrumou-se, tentando dissimular que estava gostando daquele contato físico. Sem lhe dar tempo para esboçar alquma reação, beijei-lhe as marcas com ternura e falei:

−Leôncio, você ouviu meu pai. Você me pertence e eu também vou marcá-lo. Mas a minha marca somente você verá. Minha marca ficará dentro de seu coração. Tomando-o pela mão, abracei-o forte e segredei ao seu ouvido:

− Você não é meu. Eu é que sou seu. O silêncio pactuava aquele sentimento que uniria dois seres tão diferentes na aparência e tão iguais na essência. Lembrei-me que as obras no engenho começariam hoje. Montamos e retornamos a galope para a sede ainda em tempo de nos juntarmos ao grupo liderado por Lefrève que para lá se dirigia. Passamos o dia por lá e nada de interessante aconteceu. Na verdade aconteceu sim. Algo que poderia passar despercebido para todos, menos para mim: num momento em que todos estavam trabalhando e o Sol era muito forte, fui descansar à sombra de uns eucaliptos. Estava quase adormecendo quando ouvi um barulho de água escorrendo, como se fosse uma torneira aberta. Abri os olhos e vi Lefrève urinando a poucos metros de onde eu estava. Ao perceber que eu o olhava, terminou de urinar e voltando-se para mim, ainda segurando sua pequena rola endurecida, balançando-a disse:

−Vê só, faz 12 dias que não sei o que é sexo. Seu pai não quer que tenhamos intimidades com o pessoal da fazenda. Embora tivesse vontade de rir daquela piroquinha de criança, fiquei sério e respondi-lhe que aquilo era problema dele. Engraçado é que ele virou-se de costa e abaixou as calças, deixando à mostra suas brancas e rosadas nádegas, justificando-se com o argumento de que o uniforme era difícil de vestir. Na verdade – percebi − ele queria mesmo era mostrar a bunda. Antes de afastar-se, virou e disse:

− Sr. Antoinne é feliz. Pode escolher quem quiser entre os escravos: meninas, mulheres, meninos, homens, mais novos, mais velhos, soldados... Sabia que a cor do seu cabelo fez com que os escravos ficassem curiosos? O patrãozinho já tem pentelhos, não tem?

O que ele estava insinuando com “escolher quem quiser”? Além do mais, já completei 15 anos faz tempo. Como duvida que não tenho pentelhos? Demonstrado um certo aborrecimento, não respondi e ele se afastou. No regresso, aproximei-me dele e contei de minhas pretensões em explorar a propriedade e pedi-lhe que fizesse um esboço de mapa da fazenda, em tamanho reduzido, para que eu não me perdesse, caso saísse sem o Leôncio. Então, em francês ele me respondeu:

−Sim, eu o farei. Aliás já o tenho pronto. À noite, depois do jantar, Sinhozinho vai lá no meu quarto buscar. E acrescentou:

− É um desperdício seu pai abrir mão de um escravo tão vigoroso como o Leôncio, só para ele ficar servindo de ama-seca de meu patrãozinho. Novamente não gostei da insinuação e sem responder me afastei. Nos dias seguintes não lhe dirigir a palavra e nem o procurei. Contei a Leôncio os comentários de Lefrève e ele me disse que o tenente vinha, de vez em quando, conversar com ele. Perguntara se ele dormia junto com o pai na senzala ou se dormia sozinho. Se já tinha tido mulher e coisas do gênero. No domingo após o almoço, sentei-me com meu pai na varanda e pedi-lhe que me falasse de Lefrève e de seus homens. Nesse dia eles tinham obtido autorização para irem a Ribeirão do Brejo, um povoado que dista duas horas de cavalo da fazenda. Meu pai então contou que Lefrève, 25 anos, havia sido oficial do exército francês e que fugira depois de ter sido pego em flagrante praticando atos lidibinosos (não disse quais). Fugindo para a Holanda, uniu-se à expedição que viera colonizar o Brasil. Aqui, formou uma milícia com os mestiços que se rebelaram contra a dominação portuguesa. Usa farda só por prazer e para sentir-se com mais autoridade. Na verdade são empregados de meu pai e cuidam, além da engenharia, também da segurança. No final da tarde, quando o calor amainara um pouco, saí com Leôncio para cavalgar. A essa altura já nos comunicávamos um pouco melhor. Eu conseguia entender algumas palavras que ele dizia em Português e ele conseguia entender alguma coisa que eu dizia em Português e francês. Luzia, sua irmã, fazia rápidos progressos na língua francesa e lhe ensinava um pouco também. Apesar dos cuidados e recomendações de minha mãe, nesses dias na fazenda, os passeios e os banhos de rio fizeram com que o Sol tirasse de minha pele o aspecto branco-rosado. Apesar de ruivo, “cabelu cô di fogu” como dizem os escravos, minha pele ganhou uma tonalidade bronzeada que me deixou, acho, mais bonito. Em função dessa alteração na pele, minha mãe me obriga a carregar comigo, para onde quer que eu vá, um pote com creme hidratante feito à base de gordura animal, aloé e essência aromática. Assim, no alforje, sempre há um pote de creme, um sabonete francês e uma toalha. A propósito: depois que percebi o cuidado de Leôncio com seu asseio corporal, dei-lhe de presente sabonete perfumado.

Mesmo sem o mapinha, temos nos aventurado na exploração e já descobrimos muitos córregos de água cristalina e os banhos de rio têm sido uma constante em meus passeios. Leôncio até o momento não quis partilhar de nenhum banho. Eu, mais atirado, não desperdiço a oportunidade. Sempre que há um rio ou córrego, me dispo e nado bastante. Meu fiel escudeiro permanece sentado à beira d’água me observando. Será que minha nudez o inibe? Por mais que o chame ele se recusa a ir nadar comigo. Fica me olhando embevecido. Será que ele está assustado com os meus pentelhos cor de fogo? Ou será que é por medo de não se conter? Por que será? Sempre que saio da água, ele está me esperando com a toalha e me ajudar a exugar. Isso me excita e ele já se deu conta disso. Percebo que ele sente prazer em me ver excitado. Hoje, peguei sua mão e conduzi-a ao meu pau. Sem se dar por indignado, enxugou-o com ternura. Quando voltávamos, reclamou que tem sido assediado por Lefrève e, acrescentou:

− Sinhozinho dissi qui sô seu, intão cuida di qui u tenenti naum fiqui atrás di eu.

Na terça-feira, Lefrève aproximou-se de mim e perguntou:

− O patrãozinho não quer mais o mapinha?

− Quero, respondi, pensei que você havia esquecido.

− Não! Não esqueci não. Pode ir buscar hoje à noite.

− Irei sim, estou mesmo querendo falar com você.

Desse momento em diante, passei a sentir uma sensação estranha. Vontade que a noite caísse logo. Curiosidade talvez. À noite, alegando não estar se sentindo bem, Lefrève recolheu-se a seu quarto antes do jantar. Passava das sete e meia quando meus pais também se recolheram e deram ordens para que Bertha levasse umas torradas e chá para Lefrève. Ele dormia no quarto já construído nos fundos da casa ao lado do alojamento onde dormiam os capatazes e os soldados. Alegando ter que buscar o mapa que lhe encomendara, Dispus-me, eu mesmo, levar-lhe o chá. Assim foi. Quando me aproximava do seu quarto, na penumbra, um vulto saiu rapidamente do quarto. A porta estava somente encostada. Bati de leve e Lefrève mandou-me entrar. Uma lamparina iluminava parca e languidamente o ambiente. Lefrève lá estava: deitado, sem camisa ou camisolão que usamos para dormir. Coberto apenas da cintura para baixo com um lençol de algodão. Pude ver que estava agitado e suava bastante.

− O que é isso aí, perguntou apontando para a bandeja que eu carregava.

−Ah! é apenas um lanche que meu pai mandou que trouxesse pra você, respondi.

−Põe ali. Pensei que tivesse vindo pelo mapa.

−Eu vinha mesmo. Por isso aproveitei pra lhe trazer o chá.

− Obrigado.Dizendo isto, ele se sentou na cama e, ousadamente, me puxou para o seu lado. Segurando-me pela cintura me manteve sentado junto a seu corpo suado. Mantendo-me apertado contra si, começou a falar que havia procedido mal naquele dia no engenho e que se eu quisesse poderia ir embora naquele instante, mas que isso o deixaria muito infeliz pois desde que me conhecera sentia desejos de ser meu “amigo íntimo”. Disse que não gostava de me ver com Leôncio porque sentia ciúmes. Enquanto falava, com voz rouca bem junto ao meu ouvido, sua outra mão me acariciava as pernas. Nem precisa dizer como me sentia. Meu coração batia forte, minha respiração tornara-se ofegante e meu pau estava a ponto de estourar a calça de tão duro. Depois, vagarosamente, Lefrève foi se virando e buscando meu pênis, tirou-o pela barguilha e começou a chupá-lo. Primeiro suavemente e depois com volúpia feroz. Gozei em sua boca e ele engulindo tudo, virou-se bruços e, ofegante, murmurou baixinho:

− Vem. Seja meu homem porque eu já sou seu desde que saímos de Olinda. Faz de mim o que quiseres. Ele não era feio e seu corpo jovem, o calor e o cheiro de sexo invadia minhas narinas. Comecei a acariciar levemente sua bunda enquanto ele apertava meu cacete com força. Lubrifiquei minha rola com cuspe e busquei aquele cu, que pela frouxidão sinalizava que não era marinheiro de primeira viagem. Gozei novamente e levantando-me rapidamente, peguei o mapa sobre a mesinha e, antes de sair, o adverti que deixasse Leôncio em paz. Cheguei ao meu quarto com as têmporas latejando e suando frio. Tivera enfim minha primeira experiência sexual ativa com um tenente que era durão com os escravos e se tornara mulherzinha para mim.Tempos depois soube que todos os jagunços (soldados) de sua milícia o comiam ele. Até Nêgo Zé que não era, propriamente um jagunço já o comera. Isso explicava sua frouxidão anal.

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