MAX II
Querido Max,
Te peço por favor que volte... Não consigo mais viver sem você. O sol ascende mas é como se não existisse, as estrelas não são mais visíveis só você pode fazer-me vê-las...
Preciso de sua companhia nesta longa estrada da vida onde se corre sem parar. Ando no espaço vazio parece que estou atrás de nada, mas sei que além dos horizontes está você como um mastro de intensa luz a iluminar os caminhos.
O mundo dá varias voltas mas somos capazes de percorrer mais voltas que o mundo. Por favor não me deixe assim te peço perdão ainda temos muitas voltas a andar...
Ainda lembro o seu caminhar seu jeito de olhar, eu me lembro bem... Me deixe voltar e as voltas voltarão.
De sua amada criada e obrigada
Aleiça Alces.
Mais uma vez fui à quadra e encontrei Max sentado no banco a me esperar. Ele entendeu meu desespero lendo a carta que deixei em sua caixa de correio de madrugada. Começamos a correr igual outros dias quando senti um fisga na panturrilha, parecia contusão. Fui até em casa pulando feito galinha o mais rápido que pude.
Depois retornei com uma espátula e vaso plástico sentei diante do banco à beira da pista. Max chegou pra frente e arreou o calção até o joelho. Por causa do calor ele suava muito e eu ia raspando o milagroso sebo que se formava em sua virilha com a espátula depois ia pondo no vaso.
De tarde o vaso estava lotado com o sebo morno. Max esfregou em minha panturrilha, massageando devagar depois não sentia mais latejar e começamos correr novamente. Assim seguíamos e um dia apareceu uma menina correndo cedo da matina. Max ainda não tinha chegado, era tão linda que fiquei doido não parava de olhar mesmo sendo gay.
Ela parou de correr e foi ao banheiro ao lado do bar do outro lado da avenida principal. Devia estar se cagando eu que não sou mulher sou apenas bicha, desço o barro em qualquer lugar. Corri antes que saísse de lá dali a pouco ela saiu primeiro, depois eu. Max já estava na quadra fazendo abdominais na pista ao lado do muro do colégio. Fui até ele mas parecia estar com raiva.
- Bonito, moçaQue foi que eu fiz?
- Pensa que eu não vi? Tô de olho em você faz tempo. Eu sei de tudo. Agora você vai ver o que é pau de verdade.
Começou a me perseguir com um pedaço de madeira.
- Nunca mais volta aqui bicho. Senão vou te matar. Você fez uma coisa que jamais deveria ter feito.