Num acampamento

Um conto erótico de João Pacheco
Categoria: Homossexual
Contém 1679 palavras
Data: 12/05/2005 10:32:02
Assuntos: Gay, Homossexual

Depois que meu avô me iniciou no sexo e, precisando partir, me deixou sem o principal atrativo de minhas madrugadas, tentei levar adiante a vida da melhor maneira possível.

Como eu não manifestava exteriormente meu desejo ávido por sexo, nenhum dos colegas da escola chegou a atentar para essa minha tendência. Até que aconteceu o acampamento de verão que reunia os alunos num sítio por um final de semana, buscando a integração entre os mesmos e destes com a natureza, um prelúdio do que viria a ser no futuro a ecologia. Iniciava-se numa sexta-feira à tarde e ia até o domingo, também ao entardecer.

Saímos todos do colégio, em direção ao lugar onde se realizaria o acampamento, ainda sem ter noções exatas do que ocorreria, pois apenas os coordenadores tinham total acesso às informações. Antes de sair de casa, demorando mais do que o normal no banho, eu havia me masturbado deitado sob as águas do chuveiro, imaginando estar sendo invadido pelo enorme pênis de meu avô. Mas, sei lá se pela saudade ou pelo que fosse, o certo é que a ânsia de ter novamente contato com um membro que não fosse o meu não desapareceu com a solitária tentativa que fizera.

Assim, eu seguia para o acampamento numa tensão que me deixava ansioso por sexo, de tal forma que o simples toque, pele com pele, em outros meninos como eu, me excitava de tal modo que quase não conseguia disfarçar o estado em que me encontrava.

Chegamos ao local, uma enorme casa numa clareira rodeada por uma numerosa quantidade de árvores. Fomos reunidos no hall e ali nos encaminharam, por grupos, aos quartos que seriam por nós utilizados naquele final de semana. Junto comigo ficaram o Tadeu, da minha turma, e mais o Jorge e o Henrique, da turma da manhã. O Tadeu era menor do que eu, mas os outros eram mais fortes e também mais velhos, já pela casa dos treze anos. Eu e o Tadeu tínhamos, na época, onze para doze anos. Henrique e Jorge escolheram as camas mais próximas da janela, ficando para nós as mais perto da porta.

Como eu estava excitado por tudo, nem fiz confusão por causa da escolha. A minha cama ficava perto da do Jorge, enquanto a do Tadeu estava perto da do Henrique, cada dupla de camas formando como um “L”.

Deixamos nossas mochilas sobre as camas e descemos para fazer o reconhecimento do território que nos receberia naqueles três dias. Percorremos, atrás dos instrutores – os que comandavam todo o encontro –, uma trilha que nos levava até o lago que, embora não fosse muito largo, tinha águas claras e serenas, que convidavam a um mergulho, pois fizera um dia quente e a brisa estimulava o banho. Mas fomos demovidos da idéia pelos instrutores que nos mandaram retornar à casa principal para um lanche e a primeira reunião – o acampamento não era só um passeio, havia uma parte didática, e esta teria início logo após terminarmos o lanche.

Procurei ficar perto dos colegas da minha turma, mas os instrutores decidiram separar os alunos, de forma que pudéssemos conhecer e ser conhecidos por colegas das outras turmas. No meu grupo ficou o Jorge, que também era meu parceiro de quarto. Vale dizer que, mesmo com o tesão que trazia pela falta de sexo, eu não manifestara nada (pelo menos penso que não) a ninguém, muito menos àqueles que ali se encontravam. Eu tinha muito medo de “dar bandeira”, pois naquele tempo, ser homossexual era terrível, caía como um estigma e marcava pelo resto da vida. Além disso, com a idade que eu tinha (menos de doze anos), ainda não estava completamente convicto de qual seria a minha opção pelo resto da vida.

Mesmo assim, logo nas primeiras movimentações do grupo, Jorge ficou próximo de mim. Fazíamos sempre uma dupla, por iniciativa dele, nas brincadeiras e nos desafios que passaram a fazer os instrutores para alimentar as disputas entre os grupos. Ele estava sempre perto de mim, e isso eu nem precisei de muito tempo para perceber. Como ele não era desagradável nem inconveniente, não vi mal algum nisso. Antes, me deixava até à vontade, pois ele, sendo mais alto e mais forte do que eu, terminava por ser o protetor que qualquer garoto espera encontrar para ajudá-lo frente às dificuldades que pudesse haver.

Quando chegou a hora de nos recolhermos, já por volta de 23 horas, fui ao banheiro para escovar os dentes e trocar de roupa antes de deitar. Resta dizer que cada quarto tinha seu próprio banheiro, de modo que as portas podiam ser fechadas por dentro, sem o risco de alguém entrar de surpresa. Coloquei somente a calça do pijama, sem cueca e sem a camiseta, pois – como já dizia antes – estava fazendo até um pouco de calor.

Antes de dormir ainda conversamos algumas coisas, quando eu pude confessar aos companheiros de quarto que tinha o sono pesado e que, se houvesse alguma emergência, que eles até me sacudissem se fosse necessário, pois eu não costumava acordar facilmente. Dizia isso, sobretudo porque os instrutores tinham marcado para acordarmos às seis horas, enquanto que, em casa, eu nunca o fazia antes das sete, e assim mesmo com a minha mãe se dando ao trabalho de me empurrar para fora da cama. Só não expliquei que essa demora em despertar era provocada pelas sacanagens que eu vivia fazendo – antes com o meu avô, depois sozinho, me masturbando e enfiando objetos roliços no ânus. Finalmente as luzes se apagaram e caímos no sono, quando então se fez um silêncio em toda a casa. Silêncio esse que, esperava-se, fosse quebrado apenas na manhã seguinte, a partir das seis horas.

Tive um sono agitado, talvez por ser a primeira vez que dormia fora de casa. No meu sonho (pesadelo?) eu me via inteiramente nu no meio de vários homens, todos maiores do que eu, também nus e em plena ereção, sendo que eu segurava alternadamente os membros mais próximos de mim, enquanto havia alguns que se revezavam em minha boca e entre as bochechas da minha bunda, sem que eu conseguisse sentir o gosto nem a pulsação de qualquer dos pênis, o que me incomodava profundamente, pois era o que eu desejava, em função da ausência de sexo já há bastante tempo.

Meu delírio aumentou quando senti, deitado de bruços, que algo pressionava o meu orifício, procurando invadi-lo. Não parecia ser um pênis, pois achava que era fino demais, talvez porque estivesse acostumado à grossa rola de meu avô. Embora sedento por sexo, procurei relaxar e aproveitar, permitindo que aquele “algo” me penetrasse. Senti então um peso sobre as costas que me transmitia um calor gostoso que procurei desfrutar. A pressão contra meu anel aumentou e percebi que um princípio de dor aconteceu, mas logo foi substituído pela sensação de preenchimento que eu sempre sentia quando meu avô me penetrava.

Quando, numa estocada mais firme, aquela “coisa” foi mais fundo dentro de mim, despertei, dando-me conta de que estava sendo comido por um de meus colegas de quarto, embora sem conseguir identificar qual deles estava sobre mim. O calor de seu corpo me preenchia por completo e eu sentia sobre a nuca o hálito quente daquele macho cujo membro, ainda que fosse menor e mais fino do que o de meu avô, estava sendo satisfatório, me fazendo matar as saudades de um pênis pulsando dentro de mim, sentindo a fricção do corpo túrgido do membro contra as paredes do reto naquele vai e vem gostoso que dá vontade de que nunca termine, permanecendo para sempre grudado ao meu corpo.

Meu macho gemia baixinho em meu ouvido, aumentando ainda mais o meu tesão. Ao senti-lo afundar ainda mais forte o membro contra mim e as mãos agarrarem com mais firmeza minha bunda pressenti que iria gozar e preparei-me para receber dentro de mim o fruto de seu prazer, o que logo se deu. O pênis pulsava com força e eu quase sentia os jatos de esperma contra minhas tripas. Lamentei que, tão logo gozou, o macho sorrateiro saiu de mim, deixando-me com aquela sensação de vazio. Permaneci imóvel, mesmo quando suas mãos agitadas colocavam em mim novamente a calça do pijama com que havia deitado. Fiquei imaginando o que deveria ter pensado ao me ver também com meu pequeno pênis rijo pela excitação, mas ignorei e, creio eu, ele também o fez. Entreabri os olhos e, na penumbra, pude ver que o vulto se dirigia à cama de Jorge, o que me garantia que havia sido ele a me enrabar naquela madrugada.

Ainda que não de todo satisfeito, estava contente pelo que acontecera. Movimentei-me languidamente, como quem só agora despertava e vi que Jorge deitara de frente para a janela, de modo que eu não poderia enxergar se estava dormindo ou se permanecia acordado. Levantei-me devagar e fui ao banheiro. Com a luz acesa confirmei as horas: 2h54. Quanto tempo Jorge teria aguardado até criar coragem e ir até a minha cama? O que lhe dera a certeza de que poderia me comer sem correr o risco de ser não só rejeitado, mas mesmo expulso do acampamento? Como havia feito até conseguir colocar o pênis no meu ânus?

Enquanto eu deixava sair o que fosse possível do esperma que fora lançado no reto, eu continuava tentando imaginar como ele havia percebido que poderia fazer o que fez. Será que eu “dera bandeira” em algum momento durante o dia? Depois de algum tempo desisti e voltei para a cama, demorando a cair no sono outra vez, não sem antes olhar para a cama de Jorge e ver que dormia profundamente.

Acordei com o Tadeu me sacudindo, pois já eram seis e dez e eu ainda não havia acordado. Pus-me de pé e, após um banho rápido e trocar de roupa, uma bermuda e uma camiseta, então desci para o café da manhã, agindo da forma mais natural possível, pois não sabia o que se passava na cabeça de Jorge, depois do que ocorrera naquela madrugada.

Vamos ver o este sábado me reservava...

(continua)

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