Sobre o depois...

Um conto erótico de João Pacheco
Categoria: Homossexual
Contém 749 palavras
Data: 16/05/2005 09:28:41
Assuntos: Gay, Homossexual

Não é sempre que os meus relatos trazem detalhes a respeito do que se dá após o momento principal, quer dizer, aquele em que acontece o nosso entrelaçamento, meu com meus amantes, quando não há mais razão de esperar e nossos corpos anseiam por se entregar mutuamente.

Em alguns deles chego a dar pormenores a respeito do ato em si, mencionando mesmo seqüências de puro erotismo, como as preliminares de amassos e encoxamentos, e até procuro transmitir um pouco do que se passa na cabeça da gente naqueles instantes.

Porém, passado o clímax, quando os corpos retomam o batimento cardíaco de normalidade, não somente eu, mas a maioria dos relatos que tenho lido, omite por completo o que se passa então. Quem jamais viveu isso não consegue alcançar o que se passa com o corpo e com a cabeça dos amantes nos momentos que sucedem o ato sexual. Como vivi ambos os lados – sendo passivo e mesmo ativo em certas ocasiões – vou tentar colocar no papel a minha experiência.

Quando fazia sexo com meu avô, nas madrugas em casa, eu gostava de permanecer entre os seus braços, geralmente cruzados sobre o meu peito, enquanto tinha dentro de mim o seu membro, que ia saindo de seu “ninho” pouco a pouco, à medida que se tornava flácido, após o gozo. Lembro-me que procurava retê-lo flexionando a musculatura do esfíncter, deixando-me envolver pela gostosa sensação provocada pela passagem do pênis deixando o ânus que preenchera até então. Meu reto estava cheio de esperma, talvez por não ser um local próprio para armazenar grandes quantidades. Nas primeiras vezes sentia uma necessidade imediata de evacuar, que eu procurava afastar do pensamento, mas nem sempre conseguia; resultado: tão logo o pênis deixava meu corpo eu corria para o banheiro e ficava ali, sentado ao vaso, esperando que meu corpo expulsasse a porra ali acumulada. Mais tarde aprendi a controlar esse impulso e ficava, às vezes todo o resto de noite, guardando dentro de mim o fruto do prazer de meu macho.

Com os colegas que sucederam, exceto com aquele que se tornou meu amante habitual, não havia como viver esses momentos deliciosos, pois trepávamos geralmente num intervalo, ou nos banheiros da escola ou na casa de um de nós. Era sempre uma transa “rapidinha”. Nosso tesão era só por comer e ser comido, nem sempre – ou quase nunca – havendo espaço para preliminares, limitando-se estas a uma chupada para lubrificar melhor o pênis; além disso, era difícil que um pudesse contemplar o corpo do outro inteiramente nu – muitas foram as ocasiões em que vi apenas o pinto de meu parceiro e este via apenas a minha bunda e o orifício onde seria introduzida vara. Esta me penetrava, bombeava um pouco, ejaculava e logo era recolhida, deixando-me não poucas vezes com a sensação de que faltara alguma coisa, um vazio dentro de mim.

Tive uns dois ou três desses amantes com os quais a relação se estendia a um pouco mais do que uma trepada por vez. Após aquela primeira, meio nervosa e tensa, ficávamos ainda enlaçados, geralmente com o pau do parceiro ainda cravado no ânus, como descrevi mais acima. Permanecíamos nesse interlúdio por algum tempo, sempre na expectativa de que o companheiro recuperasse logo o ânimo, e o membro voltasse a crescer, agora já alojado no canal onde voltaria a ejacular, evitando uma nova penetração e nos proporcionando um gozo ainda maior, o que me aumentava o prazer. E o dele, também, creio eu.

Lembro que um desses parceiros quis que eu o chupasse logo em seguida, mas não consegui vencer a repugnância, me levando a convencê-lo a que fôssemos primeiro tomar um banho, proporcionando-lhe o boquete somente após lavar-lhe o membro. Mesmo que a trepada acontecesse com o intestino limpo – eu procurava fazer uma ducha higiênica antes, sempre que possível – ficava em mim um constrangimento em levar à boca um cacete recém saído do reto. Mesmo que fosse o meu.

Sempre me agradou uma segunda vez (pelo menos), fosse no ânus, a preferida dos parceiros, fosse na boca, a minha predileta. São sensações distintas experimentar um pênis que pulsa, se contrai e ejacula. Na boca é a minha paixão, pois me delicia lambê-lo com suavidade e sofreguidão alternadamente, ficando ainda mais gostoso se puder contemplar o rosto do dono. No rabo é gostoso, não nego, porque possibilita que eu também chegue ao gozo graças à massagem sobre a próstata, sobretudo quando se trata de um caralho grande e grosso.

Falo mais da próxima...

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