Abstinência

Um conto erótico de Nin0
Categoria: Homossexual
Contém 890 palavras
Data: 11/08/2005 10:41:51
Assuntos: Gay, Homossexual

Já se haviam passados mais de seis meses desde que Ronaldo partiu para servir ao Exército. É que, aos dezessete anos, os hormônios me infernizam o dia inteiro. Eu não sabia ainda como enfrentar a rotina de tanto tempo de abstinência, acostumado que estava a ter sexo quase todos os dias, no máximo com intervalos de até três a quatro dias...

Era o início de setembro e a notícia de que haveria uma pausa de quinze dias no colégio, em decorrência da semana da pátria e dos jogos internos me pegou de surpresa. Afinal, os afazeres escolares eram exatamente o que mais me ajudavam a suportar a ausência dolorida do amante constante há mais de quatro anos...

Desde que começou o meu envolvimento com Ronaldo, jamais fiquei longe dele mais do que um final de semana, o que já era um tormento. Porque, depois que meu avô me iniciou nessa vertigem de luxúria, bastou o tempo que levei sem sexo entre a despedida de meu deflorador e a chegada do colega-amante, algo em torno de quase um ano. Foi o suficiente para que eu desse o valor devido ao que tinha ao alcance da mão (e de outras partes do corpo, também).

Aos olhos das outras pessoas eu conseguia passar a imagem de um garoto normal, com os anseios e necessidades compatíveis com a minha idade. Lá dentro, porém, ardia um vulcão que transpirava sexo por todos os poros. Muitas vezes fui flagrado na contemplação dos corpos nus de colegas de escola. Não fosse pela gozação que faziam, certamente teria cedido aos assédios e insinuações, que não eram poucos.

Mas eu havia aprendido a prudência de meu avô, que nesse aspecto me pedia ser sempre discreto, pois não havia muitas pessoas dispostas a aceitar que houvesse atração física entre duas criaturas do mesmo sexo, principalmente dois homens, que teriam sido criados para as mulheres, não um para o outro.

Entretanto, como eu podia explicar minha paixão por um pênis, a alegria que sentia ao brincar com um em plena ereção, chupá-lo e receber na boca o fruto de seu prazer? Ou mesmo o de aceitá-lo no ânus, sentir meu corpo ser preenchido, fustigado pelos arroubos de um outro macho que o invade, apossando-se dele e deixando lá no seu âmago o seu gozo, proporcionando-me uma sensação maravilhosa de poder e de êxtase, de dominar e ser dominado.

Então, haveria um interstício de quase quinze dias nas aulas e eu, estressado pela ausência de sexo, como ficaria? As saudades que eu sentia não eram exatamente de Ronaldo, ele era apenas a minha referência, como antes havia sido o meu avô. Masturbar-me sob o chuveiro, introduzindo objetos diversos em meu ânus eram apenas paliativos. Eu queria era me sentir novamente empalado por um membro vivo, quente, pulsante... E isso me faltava, pois eu não me permitia ser promíscuo – não era uma questão de fidelidade, o meu anseio era de uma outra ordem... Houvesse uma alternativa e eu faria sexo com essa outra pessoa sem qualquer remorso, como acabei fazendo mais tarde.

O problema era a inexistência desse outro personagem, que somente vim a usufruir tempos depois, quando essa ansiedade já não me visitava com tanta freqüência, e eu dispunha de outros meios para alcançar o prazer.

Naquela situação, porém, como fazer? Passei a permanecer bem mais tempo sob o chuveiro, partindo agora para o uso de variações que não ousaria experimentar caso estivesse comigo o parceiro. Eu retirava do chuveiro a parte perfurada, por onde fluíam as gotas, e deixava que jorrasse um único jato, que eu procurava fazer cair exatamente sobre o ânus, como se fosse um pênis líquido... Às vezes levava ao banheiro uma mangueira e, depois de introduzir pelo meu anel uma das extremidades, abria a torneira e recebia dentro de mim um enorme volume de água que tentava reter pelo tempo que me fosse possível.

Quando essa febre me visitava durante a noite eu recolhia do refrigerador cubos de gelo e, geralmente trancado no banheiro os ia introduzindo no ânus com a paciência permitida pelo tesão, suportando a breve dor que vinha, aguardando que as pedras derretessem dentro de mim...

Da geladeira passaram a “sumir” pepinos e também as batatas maiores – com um certo frenesi eu trabalhava neles com um canivete, fazendo com que se assemelhassem a imagens do ansiado membro masculino e que em seguida os enfiava pelo ânus até que me preenchessem e aplacassem minha luxúria. Mais de uma vez exagerei nesses meus delírios, provocando pequenas fissuras ao introduzir objetos sem a devida lubrificação, ou insistindo em ser penetrado por aqueles de maior dimensão do que permitia a passagem do meu anel.

Por vezes me masturbava de ponta-cabeça, de modo que minha porra caía sobre meu rosto, de modo que eu pudesse recolhê-la com a língua, quando não lograva acertar diretamente à boca. Em outras ocasiões forçava-me a ejacular diretamente sobre as mãos para que o esperma fosse bebido por mim ainda quente, o que arrefecia um pouco a saudade do gozo de meu amante...

Quando chegou dezembro e Ronaldo finalmente pôde retornar e enfim saciar minha secura de sexo. Infelizmente nossa relação teve fim pouco depois e minha carência voltou a aflorar. Mas... isso é uma outra história, que eu conto numa outra oportunidade...

Comentem, diretamente ou para o meu e-mail: nin0@correios.net.br

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