V Capítulo
Na manhã seguinte, acordou ao som estridente do despertador. Levantou-se num salto e verificou que tinha dormido profundamente e sem se preocupar com o incómodo que os picos, no interior da camisa de dormir, lhe causavam. Despiu-a rapidamente, e mesmo nua, foi até à casa de banho, tomando um duche, lavando-se e arranjando-se.
Voltou ao seu quarto, e consciente de que nessa manhã, tinha de ir ao ainda seu actual emprego, resolveu vestir-se da forma mais conservadora possível, tendo em conta o seu actual guarda roupa. Vestiu o vestido de sarja bege que escolhera na véspera e que lhe parecera o mais normal dentro dos que podia escolher, um conjunto interior castanho claro, para se notar o menos possível através do vestido, pois que este, na parte superior, era rendado sendo semi transparente. Vestiu o soutien, um cinto de ligas coordenado, umas meias de vidros esfumadas e calçou uns sapatos de salto altos e finos, em pele castanha escura. Finalmente vestiu o vestido, fechando o fecho de correr nas costas e constatou que embora o mesmo lhe caísse bem no seu corpo, era bastante justo e muito curto.
Foi até à cozinha e arranjou um bom pequeno almoço, pois estava com bastante fome. Quando acabou de comer, voltou ao quarto que arrumou, e foi depois à casa de banho, onde lavou os dentes, deu um toque de maquilhagem e arranjando o cabelo, pôs uma bandolete de veludo do tom do vestido. Não gostava nada daquele acessório, mas sabia que tinha de usar ou aquilo ou uma crista de criada, o que pensava não ser conveniente. Entre as duas hipóteses, aquela era a menos má.
Deu uma volta pelo apartamento, e vendo que estava tudo em ordem, saiu de casa. Desceu no elevador até à rua. Como era seu hábito, antes de ir à garagem buscar o carro, entrou no café que havia por baixo do seu prédio e tomou um café. Depois foi até à garagem e metendo-se no carro, foi para o escritório. Chegou lá bastante cedo, como na véspera, e facilmente arranjou um lugar para estacionar o carro. Rapidamente subiu até ao seu gabinete, tentando não encontrar ninguém, pois vestida daquela forma, não gostaria de se encontrar com as pessoas com quem habitualmente convivia.
Imaginou e escreveu uma carta dirigida à administração da empresa, onde por motivos de ordem particular e pessoais, apresentava a sua demissão do cargo que até ali ocupava na empresa. Como ainda era cedo para que o seu chefe directo tivesse chegado, aproveitou o tempo disponível para ordenar todos os processos e demais assuntos que tinha em seu poder. Depois arrumou os seus objectos pessoais que tinha no gabinete, num saco próprio que tinha levado em tempos e que estava num pequeno armário.
Quando viu que já seriam horas de o seu chefe já ter chegado, ligou para a assistente dele. Esta informou-a que o senhor ainda não tinha chegado, mas ficou de a avisar, logo que ele tivesse um momento, para a poder receber. Não tendo muito mais para fazer, ficou sentada na secretária a pensar como deveria actuar, e também a pensar se o que tinha decidido seria o melhor que tinha a fazer. Decidiu então não pensar mais nisso, pois já tinha avançado e agora não ia deitar tudo a perder. Aguardou que a assistente do seu chefe a informasse que este já tinha chegado e a podia receber.
Algum tempo depois, o telefone tocou. Era a assistente do Director, a informá-la que este já tinha chegado e a poderia receber quando a Fátima quisesse. Não esperando mais e enchendo-se de coragem, pegou na carta que tinha preparado, e subiu rapidamente ao piso superior, indo até ao gabinete do seu Director. A assistente dele, fê-la entrar e este indicou-lhe uma cadeira, frente à sua secretária, para que a Fátima se sentasse. Ele de imediato, perguntou-lhe se ela já tinha tomado alguma decisão sobre a conversa que tinham tido na véspera.
A Fátima, sem rodeios e indo directa ao assunto, disse-lhe que embora lhe custasse bastante, não podia aceitar as condições que lhe tinham sido por ele comunicadas anteriormente.
O Director, com um ar magoado e pesaroso, disse-lhe que nesse caso, não poderia mantê-la nos quadros da empresa.
A Fátima disse-lhe que tinha perfeita consciência da situação, e entregando-lhe a carta que redigira, disse-lhe que para não haver mais problemas, aquela carta era a apresentar a sua demissão do lugar que ocupava na empresa.
Ele aceitou a carta, e lendo-a informou a Fátima que assim, ficava tudo resolvido. No entanto, e com pena da sua saída, pois não só gostava bastante dela como pessoa, e também como funcionária, perguntou-lhe ainda se ela não queria pensar melhor no assunto.
A Fátima, agradecendo, disse-lhe que não. Já tinha decidido, e embora ainda não tivesse qualquer emprego garantido, tinha pela sua frente um grande desafio, pelo qual lutara durante muito tempo, e não pretendia de modo algum, perder a oportunidade que lhe fora oferecida. Como essa oportunidade, não era compatível com as normas que a empresa pretendia, via-se obrigada a rescindir o seu contrato de trabalho.
O Director, vendo que ela estava irredutível, disse-lhe então, que aceitava a demissão dela, e que logo que ela entregasse os assuntos que tinha em seu poder, poderia ficar desligada da empresa. Adiantou-lhe ainda que, e caso ela tivesse algum problema numa colocação, que lhe falasse, pois, e desde que quisesse cumprir as normas daquela empresa, não teria qualquer dúvida em admiti-la de novo ao serviço.
A Fátima, agradecendo uma vez mais a simpatia dele, disse-lhe que tinha já tudo preparado para entregar a quem ele entendesse, e caso o pudesse fazer de seguida, ficaria muito satisfeita. O seu Director, com alguma pena, disse-lhe que iria pedir à sua assistente, que acompanhasse a Fátima, e que esta lhe entregasse e explicasse todos os assuntos que tinha em seu poder.
O Director, despedindo-se da Fátima, e desejando-lhe as maiores felicidades, chamou pelo intercomunicador a sua assistente. Quando ela apareceu, disse-lhe para acompanhar a Dra. Fátima, pois ela tinha acabado de apresentar a demissão da empresa, e precisava de lhe entregar todos os assuntos que tinha em seu poder.
Saíram as duas do gabinete do Director, e desceram até ao piso inferior, tendo ido para o gabinete da Fátima. Lá chegadas, a Fátima, entregou à rapariga todos os assuntos que tinha em seu poder e explicou-lhos todos em pormenor, tendo esta tomado algumas notas. Quando estava tudo tratado, a Fátima, agradeceu à rapariga todo o apoio que dela recebera enquanto tinha sido funcionária da empresa, e despedindo-se dela e pegando nas suas coisas pessoais, saiu definitivamente da empresa.
Chegada à rua, respirou fundo e pensou no que tinha acabado de fazer. No seu íntimo, não sabia se tinha actuado da melhor forma, pois gostava bastante do ambiente de trabalho daquela empresa, mas também lhe custava que a empresa considerasse os seus trabalhadores pela forma como se apresentavam em detrimento das suas qualidades.
Deixou-se de tais pensamentos, pois a vida continua, e melhores oportunidades haviam de surgir, sendo de certeza, compatíveis com a situação actual que vivia. Entrou no café onde normalmente a meio da manhã ia sempre tomar um café, para desanuviar um pouco a sua cabeça. Tomou o café, com uma sensação estranha, pois por bastante tempo, seria a última vez que ali iria. Depois de tomar o café, foi para o carro. Antes de o pôr a trabalhar, ligou do seu telemóvel para a empresa onde tinha ficado de ir ainda nesse dia, para saber a que horas se deveria reunir com o senhor que lhe tinha sido indicado pelo seu responsável na Instituição.
Falou com a assistente desse senhor, que a informou que se a Fátima pudesse lá ir ainda antes do almoço, poderia ser recebida por ele. A Fátima, não querendo parecer ansiosa por ter essa reunião, disse à assistente que iria tentar ainda ir à reunião nessa manhã, caso contrário iria da parte da tarde. A assistente disse-lhe que o senhor, de tarde, só a poderia receber depois do horário normal de expediente. A Fátima, agradecendo, pôs o carro a trabalhar e foi directamente para aquela empresa, pois não queria nem podia desperdiçar oportunidades. Quando chegou, depois de entrar nas instalações, ficou muito bem impressionada com as mesmas. Tendo-se identificado junto do porteiro que fazia a segurança do edifício, foi mandada subir ao último piso onde a esperava a assistente do senhor com quem ia falar, que a fez entrar numa sala de reuniões e pediu que ela aguardasse um pouco.
Passados menos de cinco minutos, apareceu um senhor muito elegante, que a atendeu muito cordial e correctamente. Questionou-a sobre vários aspectos de ordem profissional e curricular. Perguntou-lhe depois, caso houvesse lugar para ela na empresa, quais as funções que gostaria de desempenhar e qual a remuneração que gostaria de auferir.
A Fátima, sem cerimónia, mas não querendo mostrar muita ansiedade, explicou ao seu interlocutor, quais as funções que estava habituada a desempenhar, e quanto à retribuição, embora com algum receio, adiantou um valor bastante mais alto do que o que até então auferia, mas que considerava o correcto para as funções que descrevera.
O senhor, disse-lhe então que andavam mesmo à procura de uma consultora com as características da Fátima, e como tal, poderia ser admitida, embora inicialmente, num período à experiência. No que respeitava a vencimentos, o senhor informou-a que na fase inicial, a retribuição prevista para tal lugar, era ligeiramente inferior ao que a Fátima indicara, tendo-lhe indicado o valor mensal e demais regalias previstas. A Fátima ficou bastante satisfeita, pois que as condições que lhe tinham sido oferecidas, embora mais baixas do que as que ela pedira, eram bastante superiores às que auferia na empresa donde se despedira, e não sabia mesmo se nela, nos tempos mais próximos, alguma vez atingiria tal patamar de retribuição.
O senhor perguntou-lhe se ela aceitava o lugar, e caso o aceitasse, quando poderia começar a desempenhá-lo.
A Fátima agradecendo o convite, perguntou-lhe se havia alguma norma quanto à forma de os quadros da empresa se apresentarem ao serviço, pois isso era uma questão fundamental para ela na situação que de momento atravessava.
O senhor, sorrindo, disse-lhe que sabia que ela estava numa fase de preparação para ser sujeita à apreciação da Instituição, e que tinha de obedecer a certas normas quanto à forma de se vestir e de se apresentar. Informou-a que para a empresa isso era secundário, pois o que era importante era a forma como os funcionários desempenhavam as suas funções, embora lhe adiantasse que não aceitavam qualquer falta de respeito. Perante esta resposta, a Fátima ficou bastante satisfeita, e sem querer mostrar uma grande ansiedade na aceitação do lugar que lhe fora proposto, disse que estava disponível e que poderia começar a trabalhar quando a empresa entendesse ser necessário e conveniente.
O senhor disse-lhe que como estavam a cerca de uma semana do fim do mês, parecia-lhe mais correcto a Fátima iniciar as suas funções naquela empresa, no primeiro dia do próximo mês. Assim, teria ainda uns dias para poder descansar, ou fazer o que entendesse. A Fátima aceitou o conselho, e então o senhor pediu se ela não se importava de, acompanhada da sua assistente ir até ao departamento de recursos humanos, para tratar de todo o processo individual. A rapariga concordou, e o senhor, depois de chamar a sua assistente e de lhe dizer o que era necessário fazer, despediu-se da Fátima, dizendo-lhe que a esperava no primeiro dia do próximo mês.
Acompanhada da assistente do Director, foi para o departamento dos recursos humanos, e ficou lá ainda algum tempo, a preencher toda a papelada necessária, para o ingresso naquele novo emprego.
Quando acabou de tratar de toda aquela burocracia, saiu, e reparou então que já eram horas de almoço. Estava bastante satisfeita, pois com toda a facilidade, tinha arranjado um óptimo emprego, e com condições muito mais vantajosas do que as que tinha na empresa de onde se despedira nessa manhã. Antes de escolher um local para almoçar, resolveu telefonar ao seu responsável, pois este tinha-lhe ordenado que o fizesse depois de ir àquela entrevista. Cumprindo as directrizes que lhe tinham sido dadas, ligou do telemóvel, para o número que o seu responsável lhe dera, para quando necessitasse falar com ele, Atendeu uma rapariga, que ficou com a indicação de quem era e o que pretendia, e ficou a aguardar. Quase de imediato, o telemóvel tocou e atendeu-o. Era o Sr, Mário. Falou-lhe nos moldes e normas que lhe tinham sido antes comunicadas e informou-o que já se tinha despedido da empresa onde até essa manhã trabalhara, e que já tinha tido a entrevista com o director que o seu responsável lhe indicara, tendo-lhe sido dado um novo emprego nessa empresa. Informou-o também, que começaria a trabalhar nessa nova empresa, no início do mês seguinte, pelo que tinha alguns dias livres e pretendia saber o que deveria fazer. Terminou agradecendo ao seu responsável, por este a ter posto em contacto com aquele seu amigo naquela empresa. Ele ao ouvi-la, disse-lhe que ela nada lhe tinha de agradecer, pois se lhe tinham dado o emprego, era porque ela o merecia, devido às suas qualificações profissionais, e provavelmente também devido à boa impressão que de certeza causara.
Quanto ao que deveria fazer nos dias que faltavam para começar a trabalhar no seu novo emprego, adiantou-lhe que nessa noite, quando jantassem juntos, lhe transmitiria o que deveria fazer. Perguntou-lhe então se ela não se tinha esquecido que tinham ficado de se encontrar às oito horas da noite em ponto, no restaurante da Instituição, onde ela lhe fora apresentada. A Fátima, disse prontamente que não se tinha esquecido e que lá estaria, pontualmente. Perguntou-lhe de que forma deveria ir arranjada para o jantar. O seu responsável, informou-a então que depois de desligar, poderia ir almoçar e depois deveria ir de imediato para sua casa. Quanto à forma como se deveria vestir para o jantar, disse-lhe que não se preocupasse, pois durante a tarde, iriam entregar-lhe em sua casa, e ela teria de receber pessoalmente e assinar um documento em como tinha recebido a encomenda, tudo o que deveria usar nessa noite. Adiantou-lhe que só deveria sair de casa, para ir para o jantar, e que só poderia usar a roupa e os acessórios que lhe fossem fornecidos. Informou-a ainda que teria de ir para o restaurante em transportes públicos, tais como autocarro, metropolitano ou similares, não podendo nem utilizar o seu carro, nem táxi. Disse-lhe que devia levar dinheiro suficiente para os transportes, e além disso só o seu bilhete de identidade. Dizendo isto cortou de imediato a chamada, e a Fátima ficou espantada com as instruções que recebeu. Mas no fundo começava a habituar-se às situações estranhas a que era sujeita, desde que aceitara entrar naquele jogo.
Procurou na zona um restaurante para comer, e encontrando um com aspecto bastante simpático, entrou, e com mais calma do que o normal, escolheu o que iria comer e almoçou. Quando terminou, já eram quase três horas da tarde, e decidiu ir de imediato para sua casa, não fossem entregar a encomenda e não estar. Quando chegou ao seu prédio, e uma vez que já não ia utilizar o carro nesse dia, resolveu arrumá-lo na garagem. Depois subiu directamente da garagem ao piso do seu apartamento, pelo elevador do prédio e entrou em sua casa. Como viu que ainda não eram quatro horas, e mesmo indo de transportes públicos, bastava-lhe sair de casa por volta das sete horas da tarde, resolveu aproveitar o tempo que tinha, para lavar a roupa que estava no cesto da roupa suja. Escolheu as peças de vestuário que poderia pôr na máquina de lavar, e pôs de lado as peças de roupa íntima, que decidiu lavar à mão na casa de banho, pois eram peças de roupa muito fina e sensível, que lavadas na máquina se podiam estragar.
Fez pois uma máquina de roupa, e levou o resto para a casa de banho, e lavou tudo na própria banheira, com água quase fria. Depois de pôr tudo num alguidar de plástico, foi até ao estendal que ficava na zona da cozinha e estendeu essa roupa para secar. Entretanto o programa da máquina tinha terminado, e tirou de lá toda a roupa, e estendeu-a também no estendal.
Ainda não tinha pendurado tudo, quando ouviu a campainha da porta do apartamento. Foi de imediato até lá e abriu. Era um empregado de uma empresa de entregas, que trazia uma encomenda para ela. Recebeu-a e assinou o talão de entrega, dando uma boa gratificação ao rapaz, que ficou bastante satisfeito. Com todo o cuidado, levou a encomenda para o seu quarto, tendo posto o embrulho em cima da cama, e voltou ao estendal para acabar de pôr a roupa a secar. Quando terminou, voltou ao quarto, para ver o que tinha a encomenda, e ver como se tinha de arranjar para o jantar.
Quando desembrulhou a encomenda, verificou que esta era composta por duas caixas. Uma parecia ser de sapatos, embora um pouco mais larga do que essas, e a outra, sendo mais baixa, era mais larga e ligeiramente mais comprida. Abriu primeiro a que lhe pareceu de sapatos, e verificou que não se tinha enganado. Vinham lá dentro um par de sapatos de salto muito alto e fino, em tiras de pele vermelha e sem calcanhar. Nessa caixa, vinha ainda uma pequena bolsa de mão na mesma pele, e uma bandolete de veludo vermelho vivo, com vários brilhantes incrustados. Achou-a bastante vulgar e sem nível, mas sabia que tinha de andar sempre ou com bandoletes ou com cristas de criada. Embora não gostasse, nem de uma coisa nem de outra, sempre era melhor aquilo. Assim já sabia que a não a iam obrigar a apresentar-se fardada de criada, o que a humilhava sempre bastante. Não é que ao fardar-se de criada ficasse mal, até porque as fardas que lhe tinham destinado eram bem femininas e muito airosas, mas eram também bastante ousadas, e ao fim e ao cabo, era licenciada, e não tinha andado a estudar e a queimar as pestanas para ser uma simples criada. Enfim, dispôs-se a abrir a segunda caixa que lhe tinham mandado. Quando o fez, ficou apavorada. Lá dentro, vinham algumas peças de roupa, que mais pareciam peças de roupa interior. Ao vesti-las, era praticamente o mesmo que estar nua. Vinha um género de combinação em tule de seda vermelho vivo, com a zona do peito como se fosse um soutien de renda, e com copas que não lhe cobriam os seios na totalidade. Logo abaixo dessa zona, a combinação era no tal tule de seda, bastante curta e com duas aberturas laterais até à zona do busto. A toda a volta, e sobrepostas ao tecido da combinação, havia uma data de tiras do mesmo tecido, onde estavam presos brilhantes iguais aos que estavam incrustados na bandolete. Além daquela peça, vinha ainda um cinto de ligas em renda vermelho vivo, e umas meias de rede também vermelhas. Imaginou o espectáculo que iria dar ao vestir aquilo. Para ter a certeza, pegou na combinação, e mesmo por cima da roupa que vestia, pô-la à sua frente e olhou-se no espelho do armário do seu quarto. Ficou horrorizada. Aquela peça terminava quase a meio das coxas e era totalmente transparente. Ir assim vestida, em hora de ponta e em transportes públicos, nem pensar. Era pior do que se fosse para a zona da cidade onde habitualmente apareciam as mulheres de má vida.
Não estava disposta a sujeitar-se a tal vexame. Pegou no telemóvel e marcou o número para contactar o seu responsável. Antes de carregar na tecla de fazer a ligação, pensou melhor, e decidiu não fazer a chamada. Pensou que aquilo era mais uma prova porque tinha de passar, e se para poder vir a namorar e casar com o João a tal fosse obrigada, paciência. Tinha-lhe sido bem vincado que se desobedecesse a qualquer uma das ordens que lhe fossem dadas, isso iria fazer com que não fosse aceite na Instituição, e o João seria levado para o estrangeiro e ela nunca mais o poderia ver. Por isso, tudo o que lhe ordenassem, tinha de ser cumprido, custasse o que custasse. Resignada, posou o telemóvel, e foi então estudar numa planta da cidade, o caminho mais curto que tinha para chegar ao restaurante onde tinha de estar às oito horas da noite, e estudar também os transportes que deveria tomar.
Demorou algum tempo a ver essa situação, e então resolveu começar a arranjar-se para o jantar. Primeiro despiu a roupa que trazia, e como já tinha feito a digestão do que almoçara, decidiu tomar um bom banho de imersão, acima de tudo para relaxar e não pensar no vexame a que ia ser sujeita. Se assim pensou, melhor o fez. Arranjou o banho na banheira, e meteu-se dentro da água com espuma, tendo lá ficado bastante tempo, embora controlando-o sempre pelo relógio, para não se atrasar. Depois de se sentir já mais calma, tomou um duche rápido despejando a banheira. Limpou-se e foi para o quarto onde vestiu tudo o que lhe tinham mandado. Maquilhou-se e perfumou-se de acordo com o que vestia e finalmente olhou-se ao espelho no roupeiro. Não teve qualquer dúvida que iria dar espectáculo ... e que espectáculo.
Tentando não pensar nisso, pegou na pequena bolsa que tinha de levar, e meteu lá dentro o bilhete de identidade e algum dinheiro, conforme lhe tinha sido ordenado. Saiu do apartamento e fechou a porta à chave, tendo-as guardado também na bolsa, e apanhou rapidamente o elevador, esperando que nenhum dos vizinhos a visse, pois ali no prédio, não queria que a vissem naqueles preparos.
Felizmente não se cruzou com ninguém conseguindo chegar à rua sem ser vista. No passeio, cravou os olhos no chão e tentou andar o mais rapidamente possível, mas também tentando não chamar a atenção, pois não queria ser reconhecida por alguém que a pudesse notar. Ao caminhar, não deixou de ouvir os mais variados comentários. A maior parte deles, bem ordinários e humilhantes o que a fez quase desistir de continuar e esteve tentada a voltar para casa. Porém, não o fez, e foi o mais rápido que podia, para uma paragem de autocarro, longe da porta do seu prédio. Não esperou muito até chegar o transporte, pois para onde queria ir, qualquer um dava, e como era hora de ponta, naquela avenida passavam bastantes. Estavam várias pessoas à espera de transporte, e abriram uma espécie de clareira. Perto de si, viu um homem, que não parava de a olhar a sorrir, mas que nunca lhe dirigiu a palavra. Quando o primeiro autocarro parou, ela entrou de imediato e depois de pagar o bilhete ao condutor, que ficou com um ar espantado ao ver o ar da rapariga, tentou ir o mais para trás possível. O homem que estava na paragem, entrou também, e ficou relativamente perto dela, sem no entanto lhe dizer fosse o que fosse. Enquanto durou a pequena viagem, não parou de ouvir os comentários mais dispares, em relação ao seu aspecto. Quando estava a chegar ao local onde queria sair, foi-se chegando até à porta e alguns rapazolas que iam no autocarro, que ia apinhado de gente, aproveitaram a oportunidade, para a apertarem e mesmo apalparem-na. Para não criar maior aparato, nada disse, e aguentou tudo o que lhe foi feito. Quando o autocarro parou, saiu rapidamente e desceu a escada da estação de metropolitano que estava mesmo em frente. Chegada ao cais da estação, tentou esconder-se por trás de um dos painéis de publicidade, mas como o espaço era exíguo, não o conseguiu. Aguardou um pouco pela composição que deveria tomar, e quando a mesma chegou, entrou para a última carruagem, e como não havia qualquer lugar sentado, foi para a parte final. Quase de imediato, um grupo de rapazolas, que deviam vir da escola, e que não tinham qualquer educação, rodearam-na e começaram a dirigir-lhe os piores impropérios possíveis de imaginar. Aproveitaram a situação e mexeram-lhe no que vestia, tocaram-lhe e apalparam-na toda, tendo ela tentado manter-se calada e pedindo-lhes em voz baixa que o não fizessem, o que eles nada ligaram. A certa altura, reparou que o homem que tinha vindo no autocarro, também estava naquela carruagem e continuava a olhar fixamente para ela sorrindo.
Quando a composição parou na última estação daquela linha, a Fátima deixou que toda a gente saísse, e só depois saiu da composição. Porém o grupo que a rodeava, não a largou e subiram a escada de acesso à rua, continuando a insultá-la e a mexer-lhe. Quando finalmente chegou à rua, tentou orientar-se, e começou a subir uma rua estreita que a levaria à moradia onde ficava o restaurante onde tinha de se encontrar com o seu responsável. Naquela zona, não havia transportes públicos, e tinha de fazer o caminho a pé. A calçada do passeio era bastante irregular, e com os sapatos que calçava e aos quais não estava habituada, demorou quase vinte minutos a andar, até chegar à moradia do restaurante.
Entrou o portão e dirigiu-se à porta principal, tocando no botão da campainha.
Abriu-se um postigo na porta, e viu os olhos de um homem, que devia ser o porteiro, que lhe negou a entrada, por estar sozinha. Ela disse-lhe então, que tinha sido mandada ir ali, pelo Sr. Mário da Instituição. O porteiro perguntou-lhe se ela tinha alguma identificação. Abrindo a bolsa, ela deu-lhe o seu bilhete de identidade. O porteiro pegando nele e mandando-a esperar, fechou o postigo e deixou ali sozinha. Passado algum tempo, o porteiro abriu a porta da moradia e dando-lhe o bilhete de identidade que ela guardou de novo na bolsa, disse-lhe:
- Fáfá, o teu responsável ainda não chegou, pois tu vieste adiantada. Como ninguém pode ficar no jardim, mas as mulheres também não podem entrar sozinhas no Clube, terás de ser arranjada, para ficares em exposição no bar, até à chegada do teu responsável. Ela já nada retrucou, pois já não sabia o que deveria esperar mais.
O porteiro fê-la entrar na moradia, e levou-a de imediato, para uma pequena sala, onde estavam duas raparigas fardadas de criadas, com fardas muito ousadas, como já tivera oportunidade de ver quando ali estivera na noite em que conhecera o Sr. Mário. Estas, sem nada lhe dizerem, colocaram-lhe um género de correia de couro vermelho no pescoço, tipo coleira, de onde saía da parte de trás, uma corrente metálica curta, que segurava umas algemas metálicas. Algemaram-lhe os pulsos nas algemas atrás das costas, obrigando-a a uma posição muito incómoda, que devido à posição das mãos, fizeram com que ficasse com a zona do busto, ainda mais soerguido e bem visível. Depois de algemada, as criadas, sem qualquer pudor, arranjaram-lhe os seios, de modo a que os mamilos da Fátima ficassem bem visíveis, através de um dos orifícios da renda das copas da roupa que trazia. Então, levaram-na até à sala principal do bar e no centro, fizeram-na subir para uma pequena mesa de vidro, colocando-lhe uma barra de afastamento de pernas, que a obrigou a afastá-las imenso, ficando com as mesmas a descoberto, quase desde as coxas, através das fendas laterais da vestimenta que trazia. Viu que a barra que lhe tinham posto entre as pernas tinham uns fios que atravessavam a sala até à porta. Não percebeu o que era aquilo. Quase de imediato, alguns dos homens que estavam no bar, se abeiraram dela, e mexeram-lhe e dirigiram-lhe palavras, algumas bastante ordinárias. Para não sentir tanta humilhação, a rapariga fechou os olhos, mas assim que o fez, sentiu um formigueiro a subir pelas pernas acima. Abriu os olhos, e isso desapareceu. Quando fechou novamente os olhos, sentiu mesmo um choque por todo o seu corpo. Percebeu então que estava ligada a fios eléctricos, e que alguém, quando fechava os olhos, se encarregava de lhe causar descargas eléctricas.
Continuou um tempo infindável naquele sítio e a ser o alvo de todos os que queriam, sendo apalpada e mexida, sem nada poder fazer.
A certa altura, olhando para a porta do bar, reparou que estava lá de pé e a olhá-la, com ar bastante divertido, o Sr. Mário. Quando reparou nele, viu que ele lhe fez uma pequena vénia. Uma das criadas que estava de serviço ao bar, veio então ao pé dela, libertou-a da barra que lhe prendia as pernas e disse para ela a acompanhar. Levou-a então a um reservado, onde já estava o seu responsável, sentado numa agradável poltrona de pele, e com uma bebida na mão. Ao vê-la, este disse-lhe:
- Olá Fáfá, hoje estás muito bonita. Esse teu vestido realça bastante a tua beleza e a tua feminilidade, não achas?
- Se o meu Amo o diz, é porque é verdade! Respondeu-lhe ela.
- E gostas da forma como estás vestida?
- Se o meu Amo me permite, penso que o que acho é secundário. O que interessa é o que o mau Amo acha!
- E quem te garante que eu gosto da forma como estás agora vestida?
- Ninguém, meu Amo. Mas caso não gostasse, não me tinha mandado esta roupa com a indicação que era só ela que deveria vestir para me apresentar a este jantar. Como sua serva, nada mais me resta do que cumprir as suas ordens, independentemente de gostar ou de concordar com elas! Disse a rapariga já quase a chorar, pois lembrava-se bem de todas as humilhações de que fora alvo, no caminho desde sua casa até aquele restaurante, e também ao que tinha sido obrigada a aguentar enquanto esperava que ele chegasse àquele local.
O seu responsável, percebendo que a prova a que ela tinha sido naquele dia submetida, e que estava a chegar ao limite do que conseguia suportar, sem perder o controlo, mandou que a criada, que ainda estava ali presente, pois ele fizera-lhe um sinal para que lá ficasse, soltasse as mãos da Fátima, e então disse:
- Fáfá, a prova a que hoje foste sujeita, foi a última desta tua parte de preparação e a decisiva para ver se estás pronta para a apresentação final.
Fazendo uma pequena pausa, continuou dizendo:
- Foste hoje sujeita à prova mais difícil desta tua fase de preparação, pois tiveste de te expôr, perante todos, mesmo na rua, e não a um grupo restrito de pessoas, como anteriormente aconteceu. Foste seguida, desde a porta do teu prédio até aqui chegares, por um colaborador da Instituição, que já me informou, de tudo o que sucedeu, e também que, apesar de tudo o que te fizeram e foste obrigada a suportar, cumpriste na totalidade as ordens que te foram transmitidas. Por mérito próprio, e com aprovação, passaste esta última prova desta fase. Assim, e como prémio, e caso tu pretendas recebê-lo, poderás de imediato, acompanhada desta criada que aqui está para nos servir, ires até um quarto próprio que existe nesta moradia, e escolheres roupa apropriada para vestires por cima da roupa que agora vestes, pois essa roupa é roupa interior para se usar por baixo de roupa decente, e nada própria para ser usada no jantar que de seguida gostaria de te convidar a tomares, acompanhando-me nele.
A rapariga respondeu-lhe:
- Farei como o meu Amo desejar!
Ele disse-lhe:
- Fáfá, agora não é como eu quero, mas sim como tu achares melhor actuares. Gostava de te convidar para jantares comigo, na sala de jantar de honra deste restaurante, onde só têm acesso poucas raparigas, e onde gostava de te comunicar outras coisas que deverás saber. Porém, neste momento és livre de fazeres o que entenderes, e caso te quiseres ir embora de imediato, podê-lo-às fazer, e para que não sejas obrigada a nova humilhação a andares na rua assim vestida, tens um carro, com motorista, no jardim que está à tua espera para te levar a casa. Tu é que decides o que pretendes fazer!
A primeira vontade da Fátima, foi ir-se embora, mas reconhecendo que o seu Amo, jamais a tratara com tal deferência, e tendo-o ouvido dizer que tinha coisas para lhe comunicar, acabou por decidir aceitar o convite e disse:
- Meu Amo, perante a escolha que me dá, terei muito gosto em ficar, e ser sua convidada para o jantar em que gostava que o acompanhasse.
Ele, satisfeito com a escolha da Fáfá, disse-lhe:
- Então, farás o favor de acompanhar esta criada, que te levará ao interior da moradia, para escolheres a roupa que entenderes, que deverás vestir por cima da que agora trazes. Depois de devidamente arranjada, deverás voltar aqui, para então irmos jantar. Agradecia-te que não demorasses muito, para não atrasarmos demasiado o nosso jantar.
A Fátima, ouvindo o que ele lhe tinha dito e sorrindo, fez-lhe um pequeno aceno com a cabeça, e saiu acompanhando a criada, que a levou até um quarto no primeiro andar da moradia, onde se encontravam várias peças de roupa, de boa qualidade e novas, penduradas em cabides apropriados. Com a ajuda da rapariga que a acompanhava, escolheu um vestido sóbrio, ainda que simples. Era um vestido curto em crepe de seda preto. Vestiu-o e assentava-lhe como uma luva. O vestido não era forrado, e assim notava-se ainda a roupa que vestia, que sendo vermelha sobressaía bastante, mas mesmo assim, embora apresentasse um aspecto bastante feminino e elegante, estava de certeza com um ar menos ordinário, do que só vestida com aquela combinação horrorosa que fora obrigada a vestir e usar.
A criada, disse-lhe que estava muito bem, e deixou-a sair sozinha, dizendo para ela ir para o reservado onde o seu responsável a esperava.
Quando lá chegou, ele ao vê-la, ficou bastante agradado com o aspecto da Fátima, que elogiou, e levantando-se e dando-lhe o braço e o seu lado direito, convidou-a a acompanhá-lo, tendo os dois dirigido-se até à sala principal do restaurante, onde já estava uma mesa de dois lugares, preparada para eles, em lugar de destaque da sala.
A Fátima pode verificar que embora a sala estivesse cheia de pessoas, cerca de uma centena, só lá estariam, no máximo, seis ou sete raparigas ou senhoras, e todas com um aspecto impecável. Quando eles entraram na sala, o barulho que havia, parou e todos os seguiram com o olhar, e alguns dos presentes, cumprimentaram com um aceno de cabeça, o responsável da Fátima, que sorria, e ela notou que, com bastante satisfação e orgulho, fazia questão que todos a vissem bem.
Sentaram-se na mesa que lhes estava destinada, tendo a Fátima sido ajudada por um mestre de cerimónia que lhe segurou na cadeira para ela se sentar. Sentiu-se pela primeira vez, desde que entrara naquele jogo, como uma verdadeira senhora, e não como um objecto de prazer, o que sempre lhe fora imposto desde então.
Foram-lhe apresentadas ementas dos pratos possíveis de escolher e a Fátima esperou que o seu responsável lhe desse indicações sobre o que deveriam escolher. Ele reparando nisso, disse-lhe que ela era sua convidada, e que escolheria o que achasse mais conveniente.
Escolheu então uma entrada de marisco, e depois um prato de carne. O seu responsável, considerando que ela tinha tido uma óptima escolha, optou pelo mesmo. Depois, pedindo-lhe permissão, escolheu os vinhos. Um branco seco, para acompanhar a entrada, e um tinto maduro, para acompanhar o prato de carne.
A Fátima, estava pela primeira vez a sentir-se bem na companhia daquele senhor, e expressou essa sua alegria, com um sorriso leve, que a fez ainda ficar mais jovem, bonita e feminina.
O Sr. Mário, perguntando-lhe se podia falar, ao que ela anuiu, disse-lhe:
- Fáfá, pelo que tu hoje me comunicaste, vais começar a trabalhar no teu novo emprego, só no princípio do próximo mês, que será daqui a uma semana, visto hoje ser 6ª feira e de segunda feira a uma semana, ser o dia um do próximo mês. Isso permite que tenhas uns dias sem nada de especial para fazeres. Perante esta situação, e uma vez que, apesar de todas as humilhações e provações porque foste obrigada a submeteres-te nestes últimos dias, e tendo aguentado tudo, sem qualquer recriminação, provaste seres uma rapariga determinada e bem consciente do que queres e pretendes. Provaste pois, perante mim, teu responsável, estares em condições de poderes passares à fase seguinte deste teu estágio, que será a apresentação à Direcção da Instituição, para que ela decida, depois das provas a que te pretenda submeter, se estás ou não em condições de passares à fase seguinte, e que será mais uma, antes de te ser autorizado o casamento com o João. Já transmiti esta situação aos meus superiores na Instituição, e eles disseram-me, que se tu quiseres, poderás amanhã mesmo, e aproveitando estes dias livres que vais ter, passares à segunda fase do estágio.
- Sim meu Amo, não quero eu outra coisa. Disse ela e continuou Os dias que vou dispor, serão suficientes para essa segunda fase?
- São mais que suficientes. Respondeu-lhe o seu responsável, mas adiantou-lhe:
- Porém Fáfá, devo-te desde já avisar-te que, esta fase do estágio será muito mais difícil que a primeira que agora acabaste. Irão fazer-te sofrer muito, e as humilhações e tratamentos a que vais ser sujeita, custar-te-ão bastante, e nem sei mesmo se os conseguirás aguentar e ultrapassar. Provaste ser uma rapariga forte e decidida, mas devo-te avisar que poucas raparigas que entram neste jogo, chegam a esta fase. Quando chegam e passam à fase seguinte, aquela que agora estás a ser convidada a assumires, quase noventa por cento delas não a superam e perdem os seus namorados, ficando muitas totalmente traumatizadas para o resto das suas vidas. Deves pois pensares bem no que pretendes, pois podes ainda desistir.
- Não meu Amo, não pretendo desistir! Se já cheguei a este patamar, agora será sempre em frente e nada me demove do meu objectivo, que é o de obter a permissão da Instituição, para poder casar com o João, que tanto amo.
- Do amor que tens por ele, não duvido, e quando ele souber, tenho a certeza que ficará honrado, por tudo o que tu te submeteste e sofreste para poderes casar com ele.
Disse-lhe então, que na tarde do dia seguinte, depois de devidamente arranjada para ser apresentada à Direcção da Instituição, um elemento do staff da Direcção, a iria buscar a sua casa, levando-a a um local próprio e secreto, onde ela deveria passar os seis dias seguintes, que seriam a segunda fase daquele estágio.
Entretanto chegou a entrada que tinham escolhido e começaram a comer.
A Fátima, pretendeu saber se deveria vestir alguma coisa em especial, ou se tinha liberdade para arranjar outra roupa, que não a que lhe tinha sido disponibilizada pela Instituição.
O seu responsável, curioso, disse-lhe que nesta fase, as normas que existiam era que as raparigas se deviam apresentar, de forma bem feminina, sensual, mas que não havia qualquer obrigatoriedade de usarem as roupas que lhes tinham sido disponibilizadas. Curioso, perguntou-lhe se não gostava delas.
A Fátima, com algum cuidado, explicou-lhe então que gostava, mas que no seu entender, eram roupas vulgares, e talvez até um pouco ousadas de mais. No seu entender, ao arranjar-se daquela forma, ficava a pequena distância de parecer uma prostituta, o que não pretendia de modo algum.
O seu responsável, sorriu, e disse-lhe que tivesse bastante cuidado, pois que a primeira impressão que causasse aos elementos da Direcção, era fundamental para poder passar à fase que se seguia.
A Fátima respondeu-lhe dizendo que ficasse descansado, pois não o iria deixar ficar mal, e tinha a certeza que iria causar muito boa impressão.
Continuaram a jantar calmamente.
No fim do jantar, o seu responsável, disse-lhe que ainda iria ali ficar um pouco mais, e convidou-a a ir despir o vestido que escolhera para o jantar. Disse-lhe também que, embora ficasse com a roupa que trouxera, já não se tinha de mostrar mais, podendo escolher um casaco, para se cobrir, que deveria no entanto entregar ao motorista que a levasse a casa.
A Fátima, despediu-se do seu responsável, dando-lhe um beijo terno na face, o que o perturbou bastante, e foi ao quarto onde estivera, despiu o vestido de crepe de seda preto e escolheu um casaco comprido que vestiu por cima do que trazia e foi até ao jardim da moradia, onde um rapaz relativamente novo, vendo-a, perguntou-lhe se ela era a Fáfá. Ela respondendo afirmativamente, entrou no carro que este lhe indicou, e dizendo onde morava, o rapaz levou-a até à porta do seu prédio. Lá chegados, ele saiu do seu lugar e foi-lhe abrir a porta para que ela saísse e disse-lhe:
- Menina, eu tenho de levar o casaco que a menina trás vestido!
- Eu sei! Disse ela Tenho de lho entregar agora?
- Não! disse o rapaz e continuou A menina sabe que quando chega a casa se tem de vestir de forma própria. Assim, vou arrumar o carro, e depois subo a sua casa para ver se está devidamente arranjada, e então a menina entrega-me o casaco.
- Muito bem, então eu subo, arranjo-me como se tivesse vindo do emprego e você sobe lá para ver se estou de acordo com as normas, dou-lhe o casaco e vai-se embora, é isso?
- Sim, Menina! Quanto tempo pensa que necessita?
- Cerca de 15 minutos, pode ser? Perguntou a Fátima.
- Correcto. Daqui a 15 minutos, subirei! Disse o motorista.
A Fátima subiu num instante até ao seu apartamento. Entrou, e foi ao seu quarto, onde despiu rapidamente o casaco e a roupa que vestia, e vendo os uniformes de criada que lhe tinham sido disponibilizados, escolheu um dos mais simples e menos ousados, vestindo a roupa interior coordenada. Rapidamente penteou-se e pôs a crista na cabeça vendo-se ao espelho. Quando estava a terminar de dar a laçada no avental do uniforme, ouviu a campainha da porta do apartamento. Rapidamente foi até lá, com o casaco comprido na mão, e abrindo a porta, viu o rapaz que a levara até ali.
Ele vendo-a, entrou no apartamento da Fátima, e pegando no casaco que ela lhe estendeu, colocou-o nas costas de uma cadeira que estava na entrada, e disse-lhe que pretendia entrar e sentar-se um pouco na sala. Embora a Fátima, não gostasse daquilo, teve de aceitar e levou o rapaz até à sala, indicando-lhe um sofá para ele se sentar. Ele disse-lhe que antes de se sentar, tinha indicações para a revistar, de modo a ver se ela estava arranjada de forma correcta. Mandou-a pois pôr-se de frente para a parede da sala, com as palmas das mãos assentes na parede e que afastasse bem as pernas. Bastante constrangida a Fátima fez o que ele lhe disse, e o rapaz não se fazendo rogado, revistou-a pormenorizadamente, mexendo-lhe em todo o corpo, por baixo da farda, demorando bastante tempo, na zona vaginal, tendo inclusivamente, mexido-lhe na sua vulva excitando-a bastante, o que muito aborreceu a Fátima, pois não queria dar parte de fraca, mas sentia-se a desfalecer e estava prestes a atingir um orgasmo, com as carícias de que estava a ser alvo. O rapaz, percebendo isso, continuou mais um pouco, e quando ela estava quase a atingir o clímax, bruscamente virou-a de frente para ele, desabotoou-lhe a frente da bata, e beliscou-lhe fortemente os mamilos que ficaram a descoberto, o que fez com que a Fátima, desse um berro de dor.
Ele sentando-se então no sofá que a Fátima lhe indicara, disse-lhe para ela lhe preparar um café. A Fátima, bastante aborrecida, pois depois daquele agradável jantar que tivera, não pensara ser sujeita novamente a novas sevícias, foi até à cozinha, arranjou o café que o rapaz lhe pediu, pô-lo numa bandeja de prata, e levou-o à sala, servindo o rapaz e ficando de pé e na postura que sabia deveria ter, ao seu lado. O rapaz, tomou calmamente o café, e quando acabou, disse à Fátima, que como pagamento do transporte que ele lhe proporcionara, ela agora teria de lhe fazer sexo oral.
Ela, bastante constrangida, com o que ouviu, pousou a bandeja numa mesa da sala, e pondo-se de frente para o rapaz, ajoelhou-se entre as suas pernas, que ele entretanto abrira, abriu-lhe o fecho das calças, tirou o membro dele para fora, e começou a massajá-lo, até que ele ficasse erecto. Quando já assim estava, abriu a boca, e meteu-o dentro dela, lambendo-o e acariciando-o até ele se vir totalmente na sua boca, sendo obrigada a engolir todo o sémen que ele expeliu, que era imenso. Depois e com a sua língua, limpou-lhe bem todo o membro do rapaz, e ele levantando-se e arranjado-se, disse-lhe que já estava satisfeito. Pegou no casaco, dirigiu-se à porta da rua e saiu.
A Fátima, ficou furiosa, e foi até à cozinha, onde bochechou com água, para tirar o gosto horroroso que sentia na boca. Tomou também um café.
Voltou à sala, e ligou para a senhora da loja onde fora buscar a roupa que lhe tinha sido dada pela Instituição, pois queria na manhã seguinte, lá ir, para escolher roupa apropriada para se arranjar para a apresentação.
A senhora, dizendo que o não devia fazer, devendo usar algumas das peças que escolhera anteriormente, perante a insistência dela, aceitou em encontrar-se na sua loja, na manhã seguinte, perto das nove e meia da manhã.
Então a Fátima, satisfeita, despiu-se, foi até à casa de banho arranjar-se para se deitar, e depois de vestir a camisa de dormir, deitou-se e rapidamente adormeceu.
(Continua em O Castigo de Fáfá VI)