4Minha vida sexual começou cedo. Lembro-me que a primeira vez que transei foi aos seis anos com um menino do mesmo orfanato em que eu estava. O garoto tinha uns 13 anos e tinha a fama de comer a bundinha dos meninos mais novos. Eu fui mais uma vítima. Não lembro se gostei ou não, mas recordo que na época senti um pouco de dor.
O tempo foi passando e esse menino passava a me procurar com frequência. Lembro-me da voz rouca dele dizendo que eu era a menininha preferida dele. Eu gostava de ouvir aquilo. Sempre me sentia desprotegido, frágil e gostava de ter a sensação de ser uma garotinha no meio de um monte de meninos. Mais tarde saí desse orfanato e fui para uma instituição de adolescentes. Na época tinha dez anos e os outros internos notavam que eu era diferente com toda a minha doçura e delicadeza. Fui adotado como uma menina entre os internos. No início sofri bastante, pois era violentado, sendo que, em algumas noites, por várias vezes. A minha salvação foi quando chegou um interno, chamado Renato. Era um negro viril, gentil, de um largo sorriso encantador e de um corpo escultural; um verdadeiro deus grego. Renato sempre me respeitou e por ser forte resolveu me "adotar" como o seu protegido rendendo-me muito carinho, afeto e porque não dizer, muito prazer, pois ele me tratava como se eu fosse uma garotinha precisando de sexo recheado de cuidados, afeto e carinho . Era um verdadeiro cavalheiro que me preenchia em todos os quesitos de companheirismo e dedicação. A minha história com Renato narrarei em um conto específico.
Saí dessa instituição aos dezesseis anos. Tinha uma enorme vontade de ser uma garota e via o meu sonho falecendo conforme crescia. Sonhava em um dia acordar e avistar uma linda vagina no lugar do meu pênis. Sonhava com peitinhos de moça, roupas delicadas e lingeries cheias de ternuras.
Dez anos depois havia desistido de ser uma mulher e resolvi encarar o meu sexo na sua plenitude. Foi quando conheci a minha atual esposa. Ela é uma pessoa íntegra que, mesmo enxergando a minha fragilidade, sensibilidade e delicadeza, sempre procurou ver em mim um ser humano digno de respeito. São mais de sete anos de casamento de uma relação estável, prazerosa e respeitosa.
Há dois anos, acordei assustado com os inúmeros sonhos homossexuais que sempre tive desde a minha infância, corri ao banheiro e comecei a chorar. Minha esposa abriu a porta e entrou perguntando o que estava acontecendo. Achei que aquele era o momento para desabafar e contei o que realmente sentia. Ela mais uma vez provou a sua integridade. Me ouviu e me entendeu. Então contei sobre a minha homossexualidade e minhas fantasias. Comecei dizendo a ela que sempre eu dividia as suas lingeries. Que, em meus momentos, eu vestia as suas calcinhas, os seus sutiãns, me maquiava e depois gostava de me masturbar como se fosse uma garota. Disse que adorava me masturbar com uns "brinquedinhos" que eu os mantinha escondidos na parte alta do guarda-roupa. Fui tomado por uma vergonha gigantesca e disse a ela que o nosso casamento estava acabado, pois eu pensava em assumir definitivamente a minha homossexualidade e pedi para que me perdoasse. - "Perdoar por quê?" - disse ela - "Essa é a melhor coisa que você me disse até hoje!" Ela então completou dizendo que sempre soube da minha feminilidade; que facilitava as suas lingeries e maquilagens, tornando-as acessíveis para que eu pudesse usá-las a vontade e me fez uma confissão incrível. A minha esposa disse que tinha desejos bissexuais. E que o que me atraía era justamente a minha passividade na relação. Ela sempre adorou transar comigo se sentindo um garoto. A partir daí fortalecemos a nossa união com um diferencial: Nas nossas relações sexuais ficou estabelecido que ela sempre será o macho predador e que eu serei sempre uma fêmea frágil e faminta por desejo e proteção.