Simplesmente um conto de amor americano

Um conto erótico de Hudson
Categoria: Homossexual
Contém 791 palavras
Data: 10/02/2006 10:39:54
Assuntos: Gay, Homossexual

Estados Unidos, 25 de novembro de 1999.

Era um dia frio, as nuvens cobriam o céu e impediam que os raios do sol iluminassem completamente a praça. Naquele dia, tudo o que passava pela cabeça de Arnold eram lembranças de seu pai que acabara de partir. O tempo não afastara a dor e tudo o que ele precisava era de um lugar para descansar e esfriar a cabeça. Sentar em um banco e observar as pessoas patinando no gelo parecia uma boa alternativa. Todos à sua volta pareciam felizes. Seria justo ele se entregar aos seus sentimentos melancólicos? Afinal de contas a vida continuava e o melhor a fazer seria sorrir. Porém, Arnold não tinha forças. A única expressão que surgiu em seu rosto foi uma lágrima, sinal de sua profunda nostalgia.

_Não deveria chorar! _disse um homem se aproximando com um sorriso nos lábios.

Isaac era um homem diferente, destes que chamam a atenção só pelo fato de existirem. Quando sorria então iluminava tudo à sua volta. Arnold não pôde deixar de ficar encantado com aquela figura. Isaac olhava para Arnold como se os dois já se conhecessem há bastante tempo. Aquele olhar que os dois trocaram por uma fração de segundos foi revelador, foi intenso e parecia que os sentimentos de ambos tivessem sido revelados.

_Minha vida perdeu completamente o sentido. _disse Arnold.

_Não perdeu, a não ser que você se entregue definitivamente à tristeza. Vamos, eu vou te mostrar o verdadeiro sentido da vida.

Isaac estendeu a mão para Arnold e ele segurou firme, foi como se ele estivesse hipnotizado, por um momento sentiu uma paz tão intensa, um calor interior que aplacava completamente o frio. Os dois andaram por quase toda a cidade de Nova Iorque e resolveram parar em um café. A moça que os atendeu foi simpática, mas não pôde deixar de reparar que os dois estavam de mãos dadas. Não demorou e o café inteiro estava comentando sobre os dois. Arnold já estava bastante constrangido.

_Eu acho melhor soltarmos as mãos. _pediu Arnold.

_Por quê? Você não tá gostando?

_Tô, mas e as outras pessoas?

_Não importa o que elas pensam, por acaso as estamos ofendendo? Não vou deixar de fazer algo que me deixa feliz por causa do que os outros pensam!

_O que quer de mim? _perguntou Arnold.

_Eu quero um sorriso. Quando você conseguir sorrir para mim, posso dizer que consegui o que eu quero.

Os dois passaram o resto da tarde conversando de mãos dadas, vez por outra, Isaac fazia um carinho no rosto de Arnold sem se importar com a cara feia que os outros clientes faziam. O passeio estava acabando, a noite havia chegado e uma enorme lua iluminava os canteiros de rosas.

_O que achou dessa tarde? _perguntou Isaac.

_Foi ótima. _disse Arnold ainda melancólico.

_Me perdoa pelo que eu vou fazer.

Isaac abraçou Arnold pela cintura e deu-lhe um caloroso beijo. Arnold sentiu suas pernas tremerem. Foi a sensação mais maravilhosa que tinha podido experimentar até aquele momento. Isaac só queria sentir através dos lábios o que o coração já estava sentindo.

_O que fez? _perguntou Arnold assustado.

_Eu queria ficar com você pra sempre.

Arnold olhava para Isaac nos olhos, queria uma resposta para o que estava acontecendo entre os dois, mas não podia evitar, já estava envolvido e com um sorriso nos lábios falou:

_Eu também.

Isaac acabara de conseguir o que tanto queria, arrancar um sorriso dos lábios de Arnold.

_Pronto. Você sorriu. Eu consegui! Só que eu vou te pedir uma coisa. Quando quiser me ver, sonhe.

O cachecol que Isaac estava usando caiu e Arnold correu para tentar pegar, quando virou-se para entregar o cachecol, Isaac havia sumido. Não tinha vestígio dele, por mais que procurasse, foi como se tivesse evaporado no ar. Isaac voltou para casa inconsolável. Como o homem que tinha conseguido mexer tanto com ele sumiu sem deixar rastro? Aquela noite foi longa, até que conseguisse dormir pensou muito em Isaac, mas o sono veio. Seu sonho começou. Arnold estava em um lugar florido e Isaac se aproximava.

_Por que sumiu? _perguntou Arnold

_Por que eu cumpri minha missão. Você sorriu.

_Missão? Do que está falando?

_Eu sou seu anjo da guarda. Os anjos não podem amar seus protegidos, mas eu amo você.

Os dois deram mais um caloroso beijo. Arnold acordou no susto sem acreditar no que acabara de sonhar. Não podia ser verdade, afinal, anjos não existem. Porém, ao longe viu uma pena. Era uma pena longa e branca, dessas que parecem de asas de anjo. Arnold estava certo de uma coisa, fosse quem fosse, Isaac acabara de passar por ali. E mais uma vez deu um sorriso e voltou a dormir na esperança de sonhar.

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