Morávamos em uma casa própria no morro, adquirida de papel
passado, como se dizia então, mas éramos pobres; mamãe trabalhava
em casas de família como faxineira, e não nos faltava o essencial. Até
pude fazer vestibular na UFRJ e passei para o curso de direito, que
naquela época era na rua do Catete. Fazia meus biscates na feira,
quando dava, mas naquele tempo o morro não era de forma nenhuma
como as favelas de hoje.
Mamãe era uma mulata que despertava desejo nos homens, mas
até onde me lembro, uma mulher respeitada, apesar de ser mãe
solteira. E eu tinha muito ciúme dela. Nunca conheci meu pai e ela
jamais me contou como fui concebido. Muitos garotos ali também eram
como eu e ninguém estranhava ou nos discriminava.
Até que aconteceu a desgraça maior de minha vida.
Fui presidiário durante muitos anos. Meu crime: matar o cara
bêbado que estuprou mamãe, numa tarde em que estava a fim de
assaltar nossa pobre casa. Eu faria tudo novamente; creio que todos
podem entender minha reação.
Fui condenado por tal delito, mesmo alegando defesa da honra
alheia, e passei anos na penitenciária e podem crer que não foram os
mais agradáveis de minha vida. As pessoas não sabem o que é viver
em uma prisão. Nos tempos de estudante de direito, visitei algumas,
mas é diferente estar preso em uma delas, o que infortunadamente
aconteceu comigo.
Nunca mais soube de mamãe, ela não deu mais sinais de vida,
estranhamente: sumiu no mundo e nem sei onde anda, se viva ou
morta. Talvez, sem querer cometer uma injustiça com ela, tenha
achado que nunca mais me veria e, portanto, melhor esquecer-me e à
gravidez indesejada da qual eu era fruto. Não sabemos o que se passa
na cabeça das pessoas, mas o recolhimento de tantos anos na
penitenciária ensinou-me muito, e nunca a condenei.
No primeiro dia, já na minha cela, fui abordado por um preso
grandão, mulato machão, que me explicou as regras: ali havia machos
e fêmeas, porque o sexo acontecia entre eles. O que eu preferia ser:
macho ou fêmea?
Não hesitei na resposta:
Macho, claro, minha reação imediata!
Foi aí que a surpresa surgiu:
Ótimo; hoje, como é a primeira vez, vou ser mulher: chupa a
minha bocetinha de campanha.
Eu não havia servido o exército e não conhecia aquela gíria. Ficou
nu diante de mim e forçou a bunda em minha boca.
Protestei:
Nunca fiz isso...
Mas vai ter que aprender. No exército não existem mulheres;
logo, a gente tem que se virar de qualquer forma com os outros.
Eu ainda hesitava:
Eu não sabia...
Eu também não, mas o sargento me ensinou rapidamente, com
tapas na cara, até que obedeci para não apanhar mais. Eu era um
mulatinho tesudo, adorava as meninas, mas jamais imaginara que um
dia seria enrabado por um sargento do regimento.
Condoí-me dele:
Lamento o que aconteceu com você; sargento bem sacana você
pegou, não é?
A vida da caserna é assim, bem como a das prisões: como
podemos descarregar a tesão?
Imaginei uma saída, que seria melhor do que chupar o cu dele:
Existe a punheta, não é mesmo?
Deixemos as possibilidades de lado: aqui a realidade é outra.
Dito isso, aproximou mais sua bunda nua de meu rosto:
Chupa gostoso, acabei de tomar banho.
Não me restava alternativa e acariciei a bunda dele, imaginando,
naturalmente, que o comeria naquela primeira vez, já que ele me
dissera que ele seria a mulher. Se tinha que haver sexo entre nós,
melhor aproveitar a oportunidade e enrabá-lo. Na verdade, já comera
um garoto vizinho e aquilo não seria novidade, foi o que pensei. Se ele
gostasse de ser enrabado, quem sabe me livraria de recebê-lo atrás?
E eu seria sempre o macho...
Os jovens sempre pensam que são mais sabidos e logo aprendi
que em uma prisão as regras são bem diferentes.
Cedi e chupei o cu dele; a princípio com certa repugnância, mas o
cheiro bom de sabonete afastou meus pensamentos e comecei a gostar
do ato. Meu pau estava duro e imaginei que penetrá-lo não seria
difícil. Gozaríamos e tudo estaria terminado.
Mas me enganava: quando eu estava no auge da tesão, segurei
seu pau duríssimo para masturbá-lo enquanto eu o enrabaria. Foi o
que pensei. Mas ele rodou da posição e enfiou seu pau em minha boca,
com vontade. Eu não estava prevenido para aquela possibilidade, ele
gostava tanto que eu chupasse seu rabo, que nunca a imaginei.
Jamais poderia conceber aquela situação, mas ele me deu um
tapa no ouvido:
Chupa, caralho!
Nunca em minha vida havia feito aquilo, o tapa me deixou mais
mole, mas ainda hesitava em fazer o que me pedia, mas seu membro
enorme entrou mais fortemente em minha boca, provocando-me
engulhos, até que, com a pressão de seus dedos em minha cabeça e
suas ameaças, decidi ceder.
Sua fala não me deixava dúvidas sobre sua intenção:
Você será meu amante e ninguém vai agredir você, meu garoto
bonito: será só meu, entende?
Eu não entendia nada.
Seu pau em minha boca entrava até o fundo de minha garganta e
ele continuava:
Se não ceder, os demais vão querer comer você todos os dias,
em várias varias posições, seu rabo será arrombado. Se ficar comigo,
ninguém vai se atrever. Chupa essa rola gostosa para depois eu
enrabar você. Vai gostar, prometo que sempre me pedirá para comer
seu cu, meu pau bem lubrificado com seus beijos.
A situação inusitada me excitava, não posso negar: só imaginava
cumprir minha pena naquela penitenciária e passar por aquilo
freqüentemente, mas eu estava com tesão, inegavelmente.
Depois de um tempo ele me deitou de bruços na cama e veio por
cima de mim: eu já estava por tudo e por nada, não adiantava
protestar. Começou beijando meu pescoço, descendo com beijos pelas
minhas costas até chegar às minhas nádegas, que abriu com vontade e
enterrou a língua grossa em meu cu!
Ninguém pode imaginar a experiência até vivê-la. Não digam que
só gays sentem a sensação deliciosa que experimentei: qualquer um,
se se atrever, reconhecerá que tenho razão. Um calafrio percorria meu
corpo, de alto a baixo, e quando seu pau, lubrificado com bastante
saliva se aproximou de meu rabo, vi que não poderia resistir mais a
tanta tesão.
Ele foi bastante gentil; esfregava a cabeça do cacete em meu cu,
colocando-a de forma a entrar em mim. Lembrei-me do garoto que eu
comera e que adorava ser penetrado. Naquele momento, juro, meu
pau estava duro como pedra e achei que agüentaria aquela tora
entrando em mim.
Pouco a pouco aconteceu: passada a cabeça, como eu estava
tenso foi uma dor enorme, o resto entrara devagar, porque mais fino,
até que o senti inteiramente dentro de mim. Quem nunca passou pela
experiência dificilmente pode imaginar a sensação: não há descrição
da tesão que acontece, seja por parte de um gay ou de um homem:
delícia pura, tesão de enlouquecer qualquer um. E na prisão não há
alternativa: ou nos submetemos ou vamos levar porrada.
Gozamos intensamente, como nunca gozara igual; eu quase nem
toquei em meu pau porque ele o segurou e movimentava a pele sobre
o prepúcio, mas nem foi necessário, porque esporrei em sua mão
quando ele inundou meu reto de esperma. Aquele líquido quente
dentro de mim fez-me apertar o anel do ânus em torno daquela tora e
gozei pelo rabo, sei lá.
Não sei se eu já tinha alguma inclinação para gostar de machos,
que nunca se manifestara, e agora se revelava. Irrelevante, porque
havia sido enrabado e não importava mais: o ato não podia ser
revertido.
Com o tempo, aquilo de cada dia revezarmos, de um ser macho
do outro, só numa ocasião aconteceu: na minha primeira vez de ser
garanhão ele chupava meu cu e a tesão despertada foi tão grande que
ele acabou me obrigando a ser passivo.
Não permitam que um homem faça isso com vocês, porque
acabarão como eu: adorando a chupada profunda no rabo e o desejo
de que algo mais entre ali.
Hábitos são hábitos e nos acostumamos a eles. Quando fui
condenado, ainda era um universitário de 20 anos, cheio de
hormônios, mas quando saí da prisão, estava com 37. Durante todo o
tempo fui enrabado e, quando saí, meu companheiro continuou preso
porque seu crime tinha pena maior.
A luz do sol me encandeava, quando me libertaram. Eu imaginava
que a liberdade seria algo magnífico, mas já havia perdido minha
família, não tinha amigos, apenas a casa em que mamãe morara,
completamente abandonada, porque não tínhamos parentes. Uma
amiga de mamãe se encarregara de manter a casa incólume aos
invasores, soube depois, que não eram tantos, naquela época.
Entrei na casa e tudo me recordava mamãe: a louça ainda na pia,
por lavar, uma panela sobre a trempe apagada, para fazer o
macarrão, lembro-me bem da ocasião.
Pelo aspecto da habitação, mamãe abandonara o Rio e retornara à
sua cidade natal, no interior do Maranhão: nunca vou saber.
Não desanimei: na prisão se compreende que o tempo passa e
resolve tudo. Naquela época, aprendíamos alguns trabalhos manuais
que nos rendiam algum dinheiro. Eu gostara de encadernar livros e lia
todos e, quando saí, recebi os salários acumulados. Não era muito,
mas dava para não passar fome nos primeiros dias. Arrumei a casa,
lavei tudo, varri, espanei os móveis e ao fim não sabia mais o que
fazer de minha vida.
Troquei os lençóis mofados da cama e deitei-me; coloquei o pau
para fora e comecei a alisá-lo, com saudades de meu macho da cadeia.
Que, a propósito, nem me viu sair, porque estava na solitária por dez
dias por ter agredido outro detento que passou a mão em minha
bunda. Meu companheiro era muito ciumento de nosso
relacionamento: tantos anos de sexo entre nós não era algo de se
desprezar.
Mexia em meu pau, de um lado para o outro, mas ele não subia.
Pretendia tocar uma punheta para me aliviar de tantos dias sem
gozar, mas o desgraçado não dava sinais de levantar.
Despi-me de todas as roupas e, deitado nu, acariciava meu cu
como meu companheiro fazia para me excitar, mas nada dava
resultado.
Desesperado, meu pau não saía do repouso, quando alguém tocu
a campainha da porta. Pensei em ignorar o inoportuno, mas diante da
insistência dele não consegui. Vesti a bermuda e fui atender à porta.
Um mulato lindo, músculos salientes nos braços e no peito me
aguardava.
Bom dia, amigo. Sou pastor e presidente da sociedade que
administra nosso morro e vim dar-lhe nossas boas-vindas. Posso
entrar?
Claro, murmurei, encabulado diante daquele homem sedutor.
Minha tesão subiu a mil diante daquela visão. Meu companheiro
de cela também era mulato como ele, mas este era muito mais bonito
e estava livre.
Ele entrou e sentou-se no único sofá que havia na sala e eu a seu
lado, com minha tesão aflorando por todos os poros.
Meio encabulado, disse-lhe que não havia nada em casa para
oferecer, mas ele não se perturbou:
Imaginei, e trouxe uma garrafa da branquinha: você bebe?
Passara anos sem provar nada e aquilo seria uma bênção divina.
Não que eu bebesse tanto antes da prisão mas, um vez ou outra,
gostava do embalo.
Não tenho gelo em casa...
Não importa, trouxe comigo um pouco e uma garrafa de Coca-
Cola, que podemos misturar e fazer o que se chama samba-em-Berlim,
e nem sei por que o chamam assim, mas entraremos numa boa, da
mesma forma.
Eu me espantava com a atitude dele: pastor e trazia um embalo
para nós?
Não entendo nada, pastor...
Somos humanos, não é verdade?
Não tenho religião mas me surpreendo com sua atitude.
Uma vez ou outra nossa humanidade se manisfesta
incontrolavelmente: somos pecadores como todos os demais.
O que quer dizer?
Você entenderá brevemente. Jesus está entre nós.
Eu preferia que o demônio, em quem também não acreditava,
presidisse nosso encontro, mas enfim...
Servido os drinques, bebemos mais do que deveríamos, porque
não resiti e me deitei em suas pernas, abri-lhe a braguilha da calça e
seu membro duro pulou para fora. Baixei-lhe as calças completamente
para sentir o calor de suas coxas em minha cabeça. Como na prisão,
abocanhei o pau tesudo e chupei-o com vontade, deixando o pastor
louco, acariciando minha bundinha com a mão sob minha bermuda.
Quando a mão entrou em meu reguinho e enfiou o dedo nele,
profundamente, gozou profusamente em minha boca e engoli tudo
como estava habituado no presídio. Finalmente, meu pau dava sinais
de vida, endurecido como o quê. Era daquilo mesmo que eu gostava e
pelo resto de minha vida aquela seria a relação que viveria até o fim.
Terminada aquela sessão, eu não estava satisfeito: ainda não
gozara: despi-o do que ainda restava nele e já sem minha bermuda,
sentei-me em seu pau ainda mole. Ele me abraçou por trás, apertou
meu corpo com tesão. Mexia minha bunda naquele cacete que tivera
na boca, doido para que o enterrasse em mim. Pouco a pouco, aquele
pau sensacional endureceu e senti que poderia penetrar-me
gostosamente. Mas, subitamente, ele se levantou do sofá, correu para
a cama, e deitou-se nu, de bunda para cima.
Suas nádegas eram lindas e bem formadas, melhor que a de
qualquer mulher que eu havia conhecido, e nem eram tantas. Deitei-
me a seu lado, na cama, acaricie-lhe a bunda maravilhosa.
Quero que me enrabe gostoso... ele disse
Minha surpresa foi enorme, porque o mesmo desejo me acudia,
mas, enfim, realizaria o que não me fora possível na prisão.
Mordi-lhe a nuca, com tesão, e ele estremecia com meus afagos.
Desci beijando-lhe as costas e ele vibrava de tesão. Suas nádegas
estavam levantadas quando cheguei ao meio delas e enfiei minha
língua entre elas, como aprendera na prisão, aquele mulato gostoso
se abriu inteiramente a meus desejos.
Não foi problema subir sobre seu corpo e, bem lubrificado com
minha saliva, meu pau entrar nele até o fundo. Finalmente eu ia
comer um macho. Ele rebolava em meu cacete, adorando a penetração
e nem reclamou quando a cabeça passou pelo anel. Devia estar
acostumado àquilo. Voltou as mãos para trás, agarrou minha bunda e
a forçava de encontro a seu corpo de uma forma sensacional.
Eu não agüentava mais:
Vou gozar, pastor!
Goze gostoso, encha meu rabo de porra.
Aquela provocação era demais e esporrei profusamente, ao
mesmo tempo em que ele gozava sobre o lençol de minha cama.
Depois de um tempo, saímos da trepada, tomamos um banho e ele se
foi de minha vida: nunca mais o vi no morro, mas adoraria encontrá-lo
de novo.
rioabaltroz@yahoo.com.br