Minha gerente

Um conto erótico de rioalbatroz
Categoria: Homossexual
Contém 2456 palavras
Data: 16/02/2006 00:01:07
Assuntos: Homossexual, Gay

Minha gerente

Minha vida corria razoavelmente. Casada, meu marido ganhava o suficiente para termos uma vida tranqüila, principalmente pelas poucas despesas com a casa, já que mamãe continuara com a pensão na rua do Catete, depois que enviuvara e morávamos com ela. Na verdade, na cama eu me sentia um pouco infeliz, não sabia bem por quê, meu marido não me proporcionava grandes prazeres.

Eu achava aquilo normal, não me lembrava de ter visto nos olhos de mamãe, ao tempo em que papai vivia, nenhum sinal maior de alegria. Havia algumas rusgas entre eles, nada de grave, e mamãe me explicava que a vida de casada era assim mesmo, não se devia esperar grandes coisas do casamento. Afinal, dizia ela, desde os tempos antigos o casamento visava apenas a procriação. Papai era um português atarracado e trabalhava no mercado municipal, onde gerenciava uma peixaria.

Saía ele de madrugada para o trabalho e nem incomodava mamãe com o café da manhã, preferia fazer o desjejum com os companheiros no mercado. (Nunca entendi bem, mas na realidade a refeição era um suculento prato, servido numa carrocinha famosa que funcionava desde cedo: um refogado de vísceras com angu. Na madrugada, apareciam várias pessoas da sociedade, um tanto embriagadas, para saborear a "iguaria", depois de terminada alguma festa a que tinham comparecido. Acreditavam que a refeição esdrúxula ajudava a evitar as conseqüências da bebedeira. Além do mais, virara moda na madrugada comer o tal angu. Os ricos têm cada mania...)

Na época de papai, alguns comerciantes do mercado moravam em nossa pensão e aos domingos havia uma bacalhoada acompanhada de vinho verde. Depois que papai morreu, tais hóspedes se foram para outras plagas, porque o mercado da Praça Quinze fechara, em nome do progresso, e apenas permaneceu lá uma torre com um restaurante. Os demais negócios mudaram-se para a avenida Brasil, para o novo mercado.

Na pensão, tínhamos agora hóspedes permanentes, pessoas de mais idade, que se livraram de seus apartamentos pela dificuldade de administrar empregadas e diminuir as despesas de uma casa montada. Todos os apartamentos possuíam banheiro, quarto, uma pequena sala e uma kitchenette. Os hóspedes almoçavam no salão de refeições e, à noite, tomavam uma sopa ou um chá, nos apartamentos. Vários permaneciam até mais tarde no salão, vendo televisão ou conversando, como parte de uma mesma família, tantos anos de convivência os uniam.

Uma cozinheira portuguesa, ainda dos tempos de papai, encarregava-se de atrair para o lugar inúmeros comensais, na hora do almoço.

Eu estudava na Faculdade de Direito, ali bem perto de casa, e nem transporte necessitava, ia mesmo a pé. Depois de formada, entretanto, o máximo que consegui foi um emprego de escriturária no banco em que papai movimentara sua conta. Felizmente, mamãe manteve a conta depois que papai morreu de desgosto, creio; com o fechamento do mercado, sua vida perdera o sentido; trabalhara ali desde que chegara ao Brasil.

Meu marido, conheci na Faculdade. Um belo moço e me encantei logo por ele. Delicado, atencioso, respeitador. Mas na época da faculdade, não iniciamos um namoro. Sonhava com ele, mas nada acontecia, nunca me convidara a sair. Somente anos depois, quando apareceu no banco para abrir uma conta, começamos o namoro.

Educada à moda antiga, eu não tinha a liberdade que as mocinhas de hoje desfrutam. Basta dizer que não fizemos sexo antes do casamento. E que foi uma decepção, a primeira noite e as que se seguiram. Confesso que eu esperava algo romântico, mas o que aconteceu me desiludiu bastante. Nossa lua-de-mel foi marcada pela penetração atrás, não pela frente. Minha virgindade, meu cabacinho, só foi perdido em uma noite em que não suportei mais aquela agonia e virei-me de frente para ele e quase implorei que me descabaçasse.

Como podia permanecer virgem, sendo casada? Um insulto, imaginei. Poderia anular o casamento por aquela incompetência, mas preferi me manter dentro das normas lá de casa. Um escândalo tremendo, a separação por aquele motivo.

Afinal, a penetração primeira na frente foi uma delícia, apesar da pequena dor que estava preparada para sentir. Gozei bastante acariciando a bunda dele, que apreciara meu atrevimento. Não percebi nada na hora, mas depois passamos a fazer um sexo mais quente e ele sempre pedindo que lhe acariciasse a bunda enquanto me penetrava. Não desconfiei de nada, desconhecia inteiramente a vida sexual.

Depois, ficara mais atrevido e pedia-me para chupar-lhe o pau, para lubrificá-lo antes de me penetrar analmente. Mas não gozava na minha boca, eu tinha um certo nojo daquilo mas ele dizia que todos os casais faziam coisas loucas na cama: entre marido e mulher valia tudo que desse prazer! Caindo na conversa dele, até cheguei a chupar-lhe o rabinho, algumas vezes. Aquilo não me excitava, mas ele ficava bem mais quente depois daqueles atos.

Mamãe faria aquilo em papai? Nunca iria saber...

A vida continuou, cada vez mais ousadias na cama, até que um dia ele chegou com uma calcinha especial de mulher com um sedoso membro na frente. O pênis artificial, bastante agradável ao tato, como se fosse real. Estranhei aquilo, mas fez-me vestir a peça, com aquele membro duro na frente. Na parte de trás do pênis havia uma protuberância que atritava meu clitóris enquanto o penetrasse; essa, a intenção?

Apesar de atônita com aquilo, a excitação pelo inusitado da cena era maior e fiz o que ele pedia: colocou uma camisinha lubrificada no membro artificial e penetrei-lhe o traseiro; gozei com a experiência, mas senti nojo de mim.

Durante algum tempo não nos procuramos, envergonhada daquela situação, até que um dia disse-lhe claramente que não desejava um marido bi. Poderia se mandar da casa porque jamais teríamos uma vida em comum.

Não disse à mamãe o que acontecera: humilhante demais para mim explicar por que me separava. Aleguei que me cansara dele... Ela deu de ombros, e vendo minha cara carrancuda não comentou nada.

Meu marido se foi de nossa casa, com medo de que o desmoralizasse: trabalhava em uma multinacional e perderia o emprego se o caso viesse a público. Como ele não possuía nada e nosso casamento fora feito com separação de bens, nada havia a dividir.

Tempos depois, foi transferido para a Argentina, onde um diretor da firma, que adorava penetrar analmente um garoto, já morava. A multinacional abafou o caso. Ninguém ligou um fato ao outro, mas eu sabia a verdade, pelo precedente em nossas relações matrimoniais.

Minha vida solitária permaneceu assim, por algum tempo. Saía para o trabalho, envolvia-me nele para sufocar minhas decepções amorosas. Minha chefe no banco era uma pessoa irascível, mal-humorada, detestada por todos; bastante bela, magra, alta, de seios recolhidos, uma figura esbelta, que se vestia bem e impunha autoridade. Ninguém tinha intimidade com ela até que aconteceu o incidente: o marido a abandonara por uma garota sensacional e exigira que minha chefe se mudasse do apartamento, que era dele desde solteiro.

Alguém consegue imaginar uma mulher daquelas ferida em todo seu orgulho? Era ela! Tive pena, porque ela nem sabia onde poderia morar. Por acaso, havia um apartamento vago na pensão e eu gostava dela, apesar da maneira rude com que nos tratava. O destino é inevitável. Meio a medo, lembrei-lhe a possibilidade e ela me olhou fundo nos olhos. Percebi uma estranha sensação percorrendo meu corpo com aquele olhar que me penetrava fundo. Não sei descrever o que experimentei naquele momento magnetizador.

— Agradeço a sugestão até resolver o que vou fazer, Regina.

Minhas pernas tremeram, balançaram e quase caí ao chão. Não sei o que senti, mas adorei a perspectiva de que aquela mulher forte habitaria na pensão.

A solução temporária, bastante oportuna, porque ela não teria que alugar um apartamento, comprar móveis etc. Como gerente, ganhava bem e dinheiro não seria problema maior, mas o inconveniente de providenciar tudo às pressas...

No dia seguinte, sua "mudança" chegou: poucos objetos; era despojada de quase todas as vaidades. Vestidos e roupas, vários, mas pertences pessoais quase nenhuns.

Fui a seu quarto para ajudá-la a guardar no armário as roupas. Permanecemos juntas na tarefa por pouco tempo, mas, ao terminá-la, suadas, entramos num banho, cada uma em seu quarto, naturalmente. Nossos apartamentos, por coincidência, eram colados e uma pequena porta interna os ligava, para o caso de hóspedes com famílias maiores. Fiquei de voltar após o banho; ela queria conversar, trocar idéias, sentia-se bastante magoada.

Ao voltar ao quarto, Judy abraçou-me, corpos colados, e murmurou a meu ouvido:

— Jamais vou esquecer seu apoio.

Alguém consegue imaginar minha excitação ao ouvir isso de minha chefe carrancuda e inatingível? Tornara-se frágil em meus braços. Outro fato sensacional aconteceu: nossos corpos abraçados não queriam se separar! Eu gostava de sentir o corpo dela colado ao meu, e acho que ela também não conseguia apartar-se do meu.

Eu experimentava no corpo aquela sensação estranha, embora nunca tivera nenhuma atração por outra mulher.

Loucura, pensei, mas nada mais importava naquele momento do que o calor de nossos corpos abraçados procurando passar compreensão. Meio sem querer, caímos na cama, corpos colados e eu não sabia o que acontecia comigo, mas nem me importava mais, abraçada ao corpo daquela mulher dominadora e sentindo as fibras de meu corpo vibrando àquele contato.

— Quero você, ela disse.

Minha chefe sisuda, acima de qualquer suspeita, fazia-me uma declaração de amor! Bastante estranha a situação. Jamais esperara que aquilo acontecesse. Nunca me envolvera com outra mulher, mas acho que o fato de ela ser aquela pessoa forte, mandona, me seduzia, escravizava-me.

Meu corpo amoleceu sob o dela e faria tudo que pretendesse de mim. Desceu minhas roupas e despiu as dela, tudo bem rapidamente. Só permanecemos de calcinha, as duas. Eu nem podia creditar que aquilo acontecia comigo, mas o calor que me invadia, sensacional. Minhas partes íntimas vibravam de uma forma que nunca experimentara; havia tempo que não fazia sexo.

— Você quer?

Responder o quê?

— Não sei...

— Paramos, se não desejar...

Não respondi, por vergonha, mas ela não hesitou mais. Quase nuas na cama, Judy desceu beijando meu corpo, meus seios, e senti-me aquecida de desejo. Nunca fora chupada assim nos biquinhos, mas aquilo era delicioso. Lambia meus mamilos, rodava-os dentro da boca e tive o primeiro orgasmo. Abandonando os seios, desceu beijando minha barriga; rolou minha calcinha sobre minhas nádegas até que chegou com a língua ao âmago de meu sexo, meu clitóris quente. Quando o colocou na boca tive um orgasmo tremendo. Apertei minhas pernas sobre sua cabeça, não queria que parasse aquela louca sugação.

Nunca imaginara algo semelhante, pois meu marido jamais me chupara.

Ela deu-me um tempo para curtir o orgasmo, mas não muito, e iniciou uma manobra louca com a língua no carocinho. Nunca havia sido excitada daquela maneira e me sentia louca de prazer. Sua língua, uma preciosidade única e eu me desmilingüia de tesão. Não sei quantas vezes gozei, jamais havia tido tantos orgasmos na vida, mas a experiência não havia chegado ao fim.

— Gozou bastante, querida?

— Judy, você não existe. Nunca fui tão feliz.

— Quer me dar um prazer igual?

Jamais pensei em chupar uma mulher, mas ela fizera comigo, não poderia decepcioná-la.

— Não sei, sou tão bobinha...

— Mas é deliciosa, a experiência. Se não gostar, pode recusar, mas tente, por favor.

Minha chefe tirânica implorando alguma coisa! Já havia chupado o pau de meu marido algumas vezes e, ultimamente, até o rabo dele, antes do rompimento definitivo, mas a xoxota de uma mulher me parecia demais. Entretanto, ela sugara a minha e eu devia retribuir.

Meio sem jeito, desci beijando seu corpo tesudo, magro e sensual, até que cheguei lá em baixo e rolei sua calcinha pela bunda como fizera comigo. Como mulher, sabia o que a excitaria mais: aprendera com ela. Mergulhei a cabeça em seus pêlos sedosos e, de repente, seu grelo enorme estava em minha boca. Parecia um pequeno pênis de tão grande, menor que o de meu marido, mas uma delícia de chupar.

Interessante, com meu marido fazia aquilo porque pedia, mas não me lembrava de fazê-lo com satisfação, mas com ela, inteiramente diferente. Com minha tesão ao máximo, proporcionei-lhe todo o orgasmo pretendido enquanto me esfregava na coxa dela.

Judy virou na posição de 69 e chupamos o grelo uma da outra até cairmos para o lado, adormecer, desfalecidas de gozo.

Quando acordei, Judy abraçava-me pelas costas, beijava-me o pescoço, sussurrando palavras ternas em meu ouvido. Sua mão, em meu grelinho, massageando-o em círculos e seu clitóris duro encostava-se em minha bundinha, delicadamente, sem fazer nenhum movimento.

A tesão despertava meu corpo e pressenti que Judy gostaria de enfiar seu grelo em mim. Acariciava minha bundinha e me abri inteiramente para ela, já que aquilo não seria nenhuma novidade para mim.

— Quer?

— Sim, querida...

Agora éramos íntimas, as palavras respeitosas perdiam o sentido.

— Já fez alguma vez?

— Com meu marido...

— Será diferente, vai ver.

Passando da palavra à ação, virou-me de bruços na cama, a chupar meu anelzinho. Tentava enfiar a língua nele e o prazer que eu experimentava, uma loucura. Abri bem as nádegas, estufei-as na direção de sua língua, que entrou um pouquinho em meu rabinho.

Brincou ali até que, quando o percebeu bem lubrificado com seus beijos, deitou-se inteiramente sobre mim e encaminhou aquele pequeno cacete para entrar em mim. Delicadamente, esfregava-o um pouco, forçava a penetração e eu doida para receber aquele clitóris inteiro. Pena que não fosse maior.

Quando meu marido me penetrava, eu gozava, mas com ela, bem melhor. Quando o teve inteiramente dentro de mim, a palma de sua mão direita fazia movimentos circulares sobre meu monte de Vênus, enquanto seu dedo médio entrara entre meus pequenos lábios e movia delicadamente meu clitóris. A sensação, indescritível! Depois de algumas esfregadas, prontas para gozar.

Judy mordeu minha nuca:

— Agora, amor!

Abri minhas nádegas com as mãos para que seu clitóris entrasse mais e explodimos de prazer.

Os tempos passaram; quase todas as noites deitávamos juntas, enquanto os demais assistiam o noticiário e a novela. Antes do fim da novela eu entrava para meu quarto pela porta de comunicação. Ninguém desconfiava de nada, porque eu nunca participara das sessões da televisão. Preferia ficar lendo no quarto, não suportava as notícias acabrunhantes do jornal e os comentários durante a novela.

A vida de Judy entrou nos eixos, recompôs-se. Alugara um pequeno apartamento e aos poucos o foi mobiliando. No banco, nosso relacionamento continuou reservado como sempre; até passara a tratar-me mais rudemente diante das colegas. Eu ria por dentro, porque à noite toda aquela sisudez transformava-se em deliciosos prazeres.

Até hoje, nossa vida amorosa continua, discretamente, só nos fins de semana, em seu apartamento novo. Melhor quando ela morava na pensão porque nossos quartos grudados possuíam uma porta de comunicação.

Mas seu orgulho não permitiu que continuasse a residir em uma pensão na rua do Catete...

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