Última Refeição

Um conto erótico de Walter Mirage Stone
Categoria: Sadomasoquismo
Contém 9734 palavras
Data: 25/03/2006 18:08:36
Assuntos: Sadomasoquismo

A V I S O D O A U T O R

Este conto contém cenas de sexo bizarro, violento e escatológico que pode influenciar negativamente pessoas que ainda não possuem a sexualidade bem definida. Se você se ofende com este tipo de material, ou não tem o estomago suficientemente forte, a leitura deste conto não é recomendada.

A última refeição

Esta vendo este sujeito que está descendo a rua? Não, do outro lado da rua, aquele cara com o rosto vermelho, isso, esta passando agora pela barraquinha de cachorro quente, como assim o que tem ele? Neste exato momento ele quer ir para a casa, terminar de vomitar e depois se suicidar... Oras, eu sei disso porque é evidente, seu olhar distante, lacrimejante, sua aparência terrivelmente aflita, aquele papel no seu bolso deve ser uma carta de suicídio. Vamos, chegue mais perto, não é uma carta, ele ainda não escreveu, vejam só, ele está levando um pedaço de papel higiênico que parece não estar assim tão higienizado...

Como assim não esta entendendo? Ah, é verdade, esse é o fim da história, vamos voltar a duas semanas no tempo:

“Aqui esta ele, em um terminal de ônibus, muito confuso com seus desejos sexuais estranhos. Sentado próximo ao banheiro feminino, contraindo as mãos e suando frio em extrema ansiedade... Pode-se reparar a respiração levemente tremula... A mulher que ele está esperando sair do banheiro já está lá a mais de 15 minutos, isto para ele era um bom sinal, significava que naquele exato momento ela deveria estar defecando, se ele pudesse estar mais perto, estaria contando o número de pedaços de papel que ela utiliza para se limpar. Seu maior desejo naquele momento era poder limpa-la, passar sua língua naquele anus lambuzado de excrementos. Sim, essa era a maior fantasia sexual do pobre Alecxander, o pensamento que mais o fazia feliz ao imaginar, e que mais lhe trazia frustração ao constatar a enorme dificuldade que se encontra em convencer alguém a defecar em sua boca. Com o passar dos anos, Alecxander aprendeu que era mais fácil ter um namoro normal, e atacar o baldinho do banheiro sem a namorada saber, foi por causa disso que adquiriu o habito de se excitar contando o número de pedaços de papel utilizados, enquanto esperava do lado de fora do banheiro, na casa de sua namorada, Alecxander contava quantos papéis ela utilizava, assim não se arriscava a comer um pedaço de papel “nojento” que não tivesse sido usado por ela, afinal de contas, ele morreria de nojo se descobrisse que comeu um papel higiênico usado pelo pai de sua namorada ou até mesmo pela mãe dela. Mesmo sabendo que merda é sempre merda, para a cabeça insana de nosso amigo existia uma enorme diferença, diferença essa que separa o que era atraente e o que era repudiável. Algo que saísse de uma mulher maravilhosa, pareceria para ele o maravilhoso néctar dos deuses, enquanto que se saísse de uma mulher sem beleza física já se tornaria algo desagradável, saindo de um homem então, para ele era o cumulo do detestável, nada poderia lhe causar mais repulsa, a possibilidade de confundir os papeis lhe faziam agir de maneira suspeita, forrando o baldinho do banheiro com papeis limpos e bem dobrados, para evitar que o precioso cocôzinho de sua namorada se misturasse com a fétida merda de seu pai ou de seus irmãos. Sim, forrar o topo do baldinho era uma atitude suspeita, mas como ninguém imaginaria que ele, um respeitado gerente de uma grande instituição bancaria, um rapaz simpático e bem educado pudesse estar comendo os papéis usados do lixo, então ninguém reparava nessa sua excentricidade...

Neste dia, um pouco antes de cometer seu segundo erro no terminal, cometeu o primeiro com sua namorada. Estava cansado de se contentar com apenas alguns poucos pedaços de papel que muitas vezes continham apenas uma camadinha tão fina que nem mesmo poderia sentir-se o sabor, ou então quando usava papel perfumado, coisa que definitivamente tirava-lhe o tesão. Neste dia ele queria mais, já havia tentado cortar a água da casa dela para que ela não pudesse puxar a descarga, passou o dia ansioso olhando no relógio (pois afinal ele já havia estipulado com precisão os horários mais prováveis de seu funcionamento intestinal), um pouco antes do horário o odioso irmão dela voltou para casa e usou o banheiro... Ela estava esperando ele sair para poder cagar, e Alecxander não poderia pedir para entrar na frente nem mesmo para forrar o lixinho, afinal, sua namorada estava precisando com urgência, depois, como de costume entrou afobado no banheiro, ajeitando as calças para não se tornar evidente sua ereção, e encontrou dois tipos de merda diferentes no vazo, e um monte de papéis misturados, passando raiva ele decidiu que iria pedir diretamente a ela seus desejos... Faltava só tomar coragem... Lentamente abriu o registro de água (que ficava dentro do único banheiro da casa que não estava em reforma), e puxou a descarga com enorme frustração e nojo.

Demorou quase uma semana se preparando, ensaiando, prevendo toda e qualquer possibilidade de resposta, mas nenhuma delas parecia funcionar... Então cometeu seu primeiro grande erro do dia (antes de ir para o terminalVocê me ama mesmo? – Perguntou para sua namorada, por quem ele era perdidamente apaixonado.

---- Eu te amo, claro, você sabe que sim. – Responde ela meio intrigada com a pergunta inesperada.

---- Se eu te pedisse uma coisa que é muito importante para mim... Você faria?

---- Mas eu já não faço tudo que você gosta? – Ela pergunta pensando em sexo anal, e várias coisas que realmente não gostava de fazer, mas que sabia que o agradava, e por isso se submetia a fazer.

---- Sim, mas... Tem uma coisa... – O ar tenso de Alecxander criava uma atmosfera de suspense. – Uma coisa que sempre me envergonhei de pedirO que? Você quer que eu enfie meu dedo no seu cú? – Ela falou rindo de seus próprios pensamentos, com um certo ar de vingançaNão... Você sabe que eu não teria vergonha de pedir isso para você... Eu queria que... Bom... Você sabe que eu te adoro né?

---- Humm humm – uma grunidinha confirmando a afirmação feita por Alecxander. Neste momento prestava toda atenção disponível no que ele teria para dizerGosto de tudo que você faz, gosto de tudo que você é, gosto de tudo que sai de você... – Fala abaixando o tom de voz timidamenteComo assim? – Não conseguindo entender o que seu namorado tentava lhe dizer, ela perguntou, mas isto causou uma espécie de pânico no peito de Alecxander que não se conteve e disse:

---- Sou tarado por sua bunda, e por tudo que sai dela!!

---- Uiiii amor, que nojo! Pare de falar besteira.

---- Eu quero comer o que você faz no banheiroNão vai parar? – Fala um pouco irritada com a repulsa que sentia.

---- Estou cansado de atacar seus papéis higiênicos, por que é que você prefere desperdiçar tudo na privada ao invés de fazer na minha boca?

Um súbito silencio tomou conta da sala... Alguns comentários e questionamentos feitos sobre o estranho habito de forrar o lixinho com papéis limpos passaram pela cabeça da pobre mulher, a detestável lembrança de um certo mau hálito que ela sentia ao beija-lo, após alguns instantes de memórias silenciosas que gritavam em sua mente, ela conseguiu dizer:

---- Meu Deus! Você está falando sério!

Logo após o expulsou de sua casa, não podia entender o que acontecia na cabeça de seu namorado e nem mesmo queria entender...

Alecxander saiu cabisbaixo, não esperava essa reação, imaginou que se tudo desse errado, no máximo fingiria que estava brincando e resolveria tudo. Como seu carro estava quebrado, agora se dirigia até o terminal, enquanto se questionava sobre quem mais iria ficar sabendo de seus desejos depois deste incidente, sentia vergonha por antecipação, imaginava que sua namorada iria contar para todas as amigas, e que estas contariam para todos os que pudessem. Em seus pensamentos fingia uma certa felicidade, pois acreditava que nunca mais veria sua namorada, e que seria melhor ficar sem ela do que não ter o que ele realmente desejava dela... Pensando em seus desejos pensou em fazer algo arriscado, algo que nunca tinha ousado pensar antes, mas já que em breve todos iriam saber, não havia muito perigo em arriscar. Era uma estranha sensação que lhe fazia abandonar anos de medo e auto-repressão, naquele exato momento ele estava decidido, ele queria comer merda, e iria comer merda.

Sentou-se próximo ao banheiro feminino, e por horas esperou entrar uma linda mulher, quando finalmente aconteceu, estava difícil controlar a ansiedade, ela estava demorando lá dentro, isto fazia os pensamentos pervertidos de Alecxander voarem pelas possibilidades... O que ele encontraria na privada? O banheiro seria limpo? Seria fácil identificar o padrão de dobradura dos papeis higiênicos dela? E se alguém entrasse depois dele? Ele teria coragem de fazer o que pretendia?

Ela saiu do banheiro, ajeitava a parte de trás da calcinha por cima da calça com a mão, algumas micro-gotas de suor escorriam em sua testa. Alecxander sem conseguir conter o entusiasmo, se levantou, e em um passo duro, tentando não chamar atenção, foi entrando no banheiro, ele respirava fundo, para ver se podia captar o aroma no ar, o banheiro estava imundo, percebendo isso ele pensou na quantidade de mulheres horrorosas que fizeram aquela sujeira, quase desistiu, mas o cheiro de merda fresquinha lhe manteve motivado a prosseguir, havia três latrinas e seria muito difícil deduzir com certeza qual foi utilizada, entrou na primeira e respirou fundo, havia um cheiro forte de mijo, a água estava amarela, não era essa, a descarga não foi acionada e não havia nada sólido visível. Entrou na segunda, respirou fundo, havia um fraco aroma de bosta misturado com a urina da latrina ao lado, a água estava limpa, mas não haviam papeis no cestinho, se ela não jogou os papeis na privada e deu descarga, então só restava a ultima latrina. Abriu a porta, e respirou aquele cheiro entorpecente, a água estava limpa, e ainda haviam alguns barrinhos colados na cerâmica, o cesto tinha papeis em duas cores, um papel rosa no fundo, e cinco pedaços de papel branco, visivelmente sujos sobre eles. Alecxander olhou para a parte superior da parede que separava as latrinas e constatou que não havia nenhum rolo de papel com aquela cor, deduziu que ela havia trazido em sua bolsa. Foi tirando um a um até encontrar o primeiro, que sempre é o mais recheado, quando ele o encontrou, sobre um modess que não tinha certeza ser da mesma mulher que havia cagado, seu corpo tremia com a excitação, lentamente aproximava o papel de seu rosto, para apreciar o cheiro que lhe fazia delirar de prazer, sua boca começava a abrir quando escuta alguém entrar no banheiro...

Assustado, joga o papel no lixo, fica de pé (como se estivesse urinando), reparou que a mulher tinha entrado em outro sanitário, e resolveu sair devagarzinho. Passando pela porta encontrou outra mulher, muito gorda, que perguntou brava:

---- EI! O que você está fazendo ai?

---- Nada, por engano entrei no banheiro errado.

---- Sei. – Fala ela visivelmente reparando no volume dentro das calças de Alecxander – Você está com um papel colado em sua manga.

---- Nóssa! É mesmo. – fala descolando o pedaço de papel rosa que havia fiado grudado em sua manga. Joga o papel com nojo no chão e depois inevitavelmente cheira a manga. O cheiro era o mesmo do papel branco, e havia muita merda grudada em sua manga, ele nem mesmo reparou a expressão de espanto da mulher gorda olhando para ele enquanto inalava os vapores fecais que seu braço agora exalavaParece bom. Diz a obesa mulher sarcasticamente após alguns segundos observando o estranho interesse de Alecxander pelo cheiro da manga.

Subitamente, ele virou as costas e saiu rapidamente, a mulher achou estranho que ele não tenha ido lavar a manga na torneira ao lado, mas ignorou o fato e entrou no banheiro para cuidar da própria vida.

Sentado próximo a saída do terminal, Alecxander olhava para a sua manga como quem olha para um delicioso chocolate, pelo olfato ele sabia que aquela merda tinha saído da mesma bunda maravilhosa que havia se limpado nos papéis brancos, não poderia esperar para prova-la pois ela secaria em sua manga até chegar em casa, olhando de longe a mulher que havia estado no banheiro fixando a atenção em seu traseiro, Alexander coloca a manga imunda em sua boca, e passa a língua na mancha de merda rapidamente para desfrutar melhor o sabor. Quase gozando sem necessitar de nenhum estimulo em seu pênis, Alecxander é interrompido pela gargalhada da mulher gorda.

---- Você gostou mesmo! HAHAHAHA. Cara você é doido! HAHAHAHA. Ninguém vai acreditar quando eu contar. – A mulher fala enquanto passa com certa dificuldade pela roleta da saída.

Imediatamente Alecxander foi tomado pela mais intensa vergonha que até aquele momento já havia sentido... Saiu correndo e entrou no primeiro ônibus que encontrou pelo caminho, sem se perguntar para onde o Ônibus o levaria. De cabeça baixa, rosto vermelho e aflito, sentou-se ao lado da janela e ainda pode ver pela ultima vez a mulher gorda que ria sozinha sem parar. Tentava se acalmar pensando que a gorda não lhe conhecia, então bastava não ir mais naquele terminal que nada iria mudar, mas seu medo se misturava com o que sua ex-namorada poderia fazer, tudo parecia extremamente confuso em sua mente, Alecxander tentava se convencer de que havia tido um surto, e de que a partir deste momento não deveria mais desejar comer fezes, jurava para si mesmo que iria desistir, que diria a sua ex-namorada que tudo não passava de um momento de falta de lucidez.

Seus joelhos ainda tremiam depois do que havia passado no terminal, e o ônibus chegava em seu ponto final, Alecxander desceu e procurou um local afastado para sentar e pensar. Aquela praça era o local perfeito, nunca antes havia estado lá, nem ao menos sabia onde estava, nem ao menos imaginava quem poderia encontrar e o que poderia acontecer...

Horas se passaram sem que Alecxander movesse um músculo, já passava da meia noite, malmente percebia as pessoas que passavam, nem mesmo reparou que um carro muito luxuoso parou a sua frente e dele desceu uma bonita e elegante mulher: Loira, cabelos longos e cacheados, pele clara e sensual, um lindo rosto sob uma provocante maquiagem. Tocou-lhe o ombro lhe dando um tremendo susto, e perguntou:

---- Você não me parece bem, posso ajuda-lo em alguma coisa?

---- N-não, muito obrigado, acho que não. – Fala nervoso pelo susto e pelo incrível fascino que a beleza da mulher exerceu sobre ele.

---- Posso ao menos tentar?

---- Melhor não moça, você não poderia. e também estou sem dinheiro. – Fala acreditando que a mulher a sua frente era uma prostituta querendo um programa.

---- Dinheiro para mim não é problema hoje em dia, venha comigo, eu lhe pago alguma coisa para beber. – Falou como se não se importasse com a insinuação de Alecxander.

Mesmo não entendendo muito bem as intenções da mulher, entrou com ela no carro, ambos sentados no banco de trás. Alecxander cumprimentou o homem que dirigia o carro, um homem negro, de quase dois metros de altura, de musculatura muito bem desenvolvida e que respondeu ao cumprimento com uma voz assustadoramente grave e lenta. O tamanho do homem dirigindo o carro assustou Alecxander que se perguntava mentalmente se deveria ou não ter entrado no carro, imaginava se voltaria vivo para a casa e se era possível que uma mulher tão linda quanto a que estava ao seu lado pudesse participar de um seqüestro, ou um assassinato.

O carro parou em frente a um refinado restaurante, o motorista saiu do carro e abriu a porta para que a mulher pudesse descer.

---- Você espera aqui, e nada de dormir ou de ouvir música! – Fala a mulher em um tom muito rude que impressionou Alecxander.

---- Sim minha senhora... – Fala o forte homem em tom de total submissão.

Ao entrarem no restaurante o gerente que já estava fechando a casa com o rosto extremamente cansado vem ao encontro dos dois e diz:

---- Hellena! Que agradável surpresa você me faz visitando meu humilde estabelecimento. – O gerente respira fundo e termina a sua frase – Mas, hoje estou muito cansado e terei que fechar mais cedo, você poderia me perdoar seVocê vai fechar quando eu quiser sair daqui. – Fala novamente em um tom que acabou por mexer nas fantasias masoquistas de Alecxander.

---- Sim minha senhora, me desculpe, os garçons já estão indo embora mas eu mesmo lhe servirei.

---- Naturalmente, espero que tenha reservado minha mesa.

---- Ela está esperando por você a meses – Fala o gerente com um sorriso forçado enquanto conduz o casal até a mesa com a melhor vista do restaurante.

---- Gosta de Tequila? – Pergunta Hellena para seu convidado.

---- Sim minha senhora – Responde Alecxander como que brincando, em uma espécie de teste para ver o que acontecia.

---- Então já descobriu como eu gosto de ser tratada? – Fala rindo das possibilidades que conseguia imaginar.

Durante a noite toda, o casal foi servido pelo gerente que tomava café como se fosse água. Durante a conversa, Hellena demonstrou-se muito carinhosa e interessada nos problemas de Alecxander, que estando completamente bêbado acabou contando o seu dia e seus erros. Surpreendentemente Hellena não pareceu assustada ao ouvir as bizarras fantasias sexuais do rapaz, ao contrário, foi extremamente compreensiva e amorosa, o que apesar de agradar muito Alecxander o deixou muito intrigado:

---- E você não se assusta com meus desejos, digo, você parece não ter se importado e a maior parte das pessoas me olharia como se eu fosse um bicho.

---- Sabe amor, eu estou acostumada. Sou adepta do sado-masoquismo a mais de 5 anos, tenho vários escravos, mas nenhum deles se desenvolveu o bastante para realizar essa minha fantasia.

A resposta de Hellena mexeu nos instintos mais primitivos de Alecxander, ele não podia acreditar que aquela mulher maravilhosa tivesse o desejo de realizar o maior desejo dele. O brilho fulminante da paixão brotou nos olhos de Alecxander, que naquela altura já havia esquecido o dia terrível, a briga com a namorada, a mulher gorda que o flagrou comendo merda, e agora só conseguia pensar que no final tudo daria certo para ele.

---- Permita-me então, ser seu escravo minha amada senhora. – Falou imitando o tom de submissão que percebia no motorista do carro e no gerente daquele restaurante.

---- Se quiser ser meu escravo, terá que passar pelo meu teste como todos os que já desejaram esta honra. – Falou com o mesmo tom autoritário que comumente utilizava.

---- Eu passarei minha senhora... Eu passareiJá está tarde, e eu preciso ir embora, me de seu telefone. – Hellena falou com pressa, e imediatamente Alecxander pegou uma caneta em seu bolso e anotou em um guardanapo.

Ao perceber que o casal havia se levantado, o sonolento gerente levantou-se e veio desejar uma boa noite, mas estando muito sonolento acabou bocejando no meio da frase. Hellena com um ar furioso deu-lhe um tapa barulhento no rosto dizendo:

---- Nunca boceje em minha presença! Será castigado por issoSim minha senhora, desculpe minha senhoraQuanto lhe devo?

---- É por conta da casa minha senhora, espero poder vê-la novamente em breve.

---- Estaremos aqui novamente em dois dias, e quero comer o melhor que você puder oferecer, e quero todo o restaurante cheio de flores brancas e velas vermelhas!

---- Sim minha senhora, tudo será de seu agrado eu lhe prometo.

O casal saiu do restaurante e entrou novamente no carro, o motorista esperava em silencio, com os olhos arregalados.

Enquanto fazia um rápido carinho na cabeça de seu motorista e que o deixou radiante de felicidade, Hellena perguntou o endereço de Alecxander, e depois ordenou silêncio total.

Ao parar o carro na frente do apartamento onde Alecxander morava, Hellena falou:

---- Irei ligar para você depois de amanhã, se o telefone tocar mais de uma vez, ou se o telefone estiver ocupado eu desligo e nunca mais ligarei, então me atenda.

---- Sim minha senhora, eu atenderei.

O carro foi se afastando, e Alecxander mal podia acreditar no que havia acontecido, entrou cambaleando no prédio, entrou no elevador que o levou até a sala de estar de seu apartamento, que como todos naquele prédio ocupavam o andar inteiro. Sem conseguir chegar até sua cama, Alecxander adormeceu no centro da sala, onde um tapete muito macio lhe serviu como colchão.

No outro dia acordou com uma imensa ressaca, e não conseguia tirar Hellena de sua mente, masturbou-se ali mesmo, na sala, sobre o tapete. Tomou um banho e foi para o banco atrasado pela primeira vez na vida. Malmente conseguia trabalhar, duas horas depois de chegar, voltou para casa, avisando que no próximo dia também faltaria.

Chegando em casa, de súbito seu pensamento voltou até sua ex-namorada, novamente o medo de que ela espalhasse seus desejos, e finalmente uma idéia para abafar qualquer boato: “Como eles brigaram, é natural que ela queira difama-lo para suas amigas, normalmente se faria comentários sobre o tamanho do pênis, mas como ela é louca, preferiu inventar essa história”. Com essa idéia ficou completamente tranqüilo em relação a qualquer coisa que ela pudesse contar para qualquer pessoa, ainda mais porque não é o tipo de história que se teria muita facilidade em acreditar.

Telefonou para todos que imaginou haver possibilidade de telefonar no outro dia, e mentiu-lhes dizendo que estaria em viagem mas poderia ser encontrado no celular. Passou o dia em extrema ansiedade, só não ligou para sua ex-namorada e temia que ela pudesse querer telefonar, mas não tinha coragem e nem vontade de falar com ela novamente depois de tudo o que ocorreu.

Exatamente a uma hora da madrugada o telefone toca extremamente alto, o que faz com que Alecxander que ainda não havia conseguido dormir devido a ansiedade o atendesse em questão de segundos:

---- Alô – Fala afoito e um pouco ofegante.

---- Só liguei agora para ver se você prestava atenção em minhas ordens, vou ligar novamente hoje e quero que você atenda dizendo “sim minha senhora”. – Hellena desligou antes que Alecxander pudesse responder qualquer coisa.

As novas ordens deixaram Alecxander ainda mais tenso, afinal ele não sabia quem poderia ligar, mas não arriscaria atender de outra forma e perder a chance de sua vida.

As sete da manhã, o sol já estava brilhando com força, Alecxander ainda não havia adormecido e Hellena ainda não havia tornado a ligar. Em uma cena de rara comédia, Alexander caminhava sonolento e impaciente pela casa, carregando o telefone sem fio de um lado para o outro, tomava café como o gerente do restaurante onde esteve, e tremia de ansiedade ao olhar para o aparelho. O telefone tocou as dez horas, e foi imediatamente atendido.

---- Sim minha senhoraHein? Sou eu – Era Beatriz sua ex-namorada – que história é essa de senhora?

---- Eu não posso falar com você agora! – fala muito apressado e nervoso.

---- Eu queria falar com você, liguei para o banco mas...

Alecxander desligou o telefone antes que ela pudesse concluir a frase e em menos de cinco segundos o telefone tornou a bater, imaginando que fosse novamente Beatriz, mas sabendo da possibilidade de não ser, atendeu novamente morrendo de vergonha:

---- Sim minha senhoraIH ALEC! Tá me estranhando? – Era um velho amigo que não ligava a quase dois anos.

---- Já te ligo! Tchau! – Fala Alecxander desligando novamente o telefone.

No exato momento em que encontrou o número de seu amigo na agenda do celular, o telefone toca novamente:

---- S-sim minha senhoraVocê não pode ou não quer falar comigo?

---- Já te ligo. – E bate novamente o telefone em sua cara.

Discou do celular para sua ex-namorada, e impacientemente esperava que ela atendesse, fato que aparentemente não iria acontecer. Na segunda vez que ligou ela o atendeu.

---- Alo – Em um tom muito desanimado.

---- Oi, sou eu, desculpe a pressa no telefone.

---- Não, tudo bem, eu queria falar uma coisa pra você, mas tudo bem, pode deixar, acho que não vale a pena. – Fazendo todo aquele drama tão característico em namoradas ofendidas ou chateadas.

---- Mas então fale... Estou ouvindo, mas não tenho muito tempo.

---- É... Acho que você não deve ter muito tempo mesmo, por que não vai falar com a sua senhora? – Pergunta feita com todo o cinismo raivoso que também é típico em namoradas ofendidas, chateadas e principalmente quando se sentem traídas.

---- Que senhora? Ah... Eu estava fazendo uma brincadeira com a minha mãe, a ligação havia caído. – Com o mais calmo tom de voz explicativo muito encontrado em namorados usando desculpas esfarrapadas e que parecem plausíveis por serem óbvias demais. – Ela ligou me dizendo um monte de coisas como se eu fosse criança, então estava respondendo sim senhora pra tudo para provoca-laHmmmm... – Rápido gemido para pensar, analisar e concluir. – E por que toda a pressa?

---- Eu me assustei quando vi que era você... Desculpe, acho que não deveria ter falado o que falei para você no outro dia. – Alecxander não queria mais continuar namorando com ela, mas estava fazendo o possível para evitar que sua intimidade pudesse vir a público.

---- É sobre isso que eu queria falar com você. – Depois de ter aceitado as desculpas esfarrapadas de Alecxander e ignorado o fato dele ter sido grosso e desligado o telefone, estava novamente disposta a conversar.

---- Me desculpe – Sem saber o que ela tinha a dizer, Alecxander tenta dramatizar sua própria situação. – Eu nunca gostei tanto de alguém quanto gosto de você, te amei ao ponto de te dizer algo que me atormentou a vida inteira, e agora estou arrependido, muito arrependido de ter te falado o que eu disse.

---- Pois é, eu não consigo acreditar que você realmente goste disso.

---- É que... – Alecxander olha para o relógio e é dominado pelo nervosismo de saber que a qualquer momento Hellena poderia telefonar. – Olhe, eu tenho que sair, posso falar com você sobre isso só amanhã? Eu preciso por minhas idéias no lugar. – Apesar de estar usando uma frase típica de quem pretende experimentar outra pessoa antes de tomar qualquer decisão para o relacionamento, Alecxander conseguiu ser convincente em seu tom de voz.

---- Tudo bem... Eu entendo... Não entendo mas entendo... Me ligue amanhã... – Em um tom triste como que dizendo nas entrelinhas para não desligarEu te ligo amanhã então... Um beijo – Em tom forçado de carinhobeijo. – Fala Beatriz com um tom bem natural e verdadeiro de tristeza.

Após desligar o telefone, lembrou-se de ligar para seu velho amigo, ligou novamente do celular, mas seu amigo não estava em casa, então lembrou-se de ligar para o celular de seu amigo, ele atendeu.

---- Oi cretino! – Em um tom de amizade verdadeira.

---- E então, tudo bem com você? Desculpe a demora para retornarTudo bem, eu estou perto da sua casa, estava pensando em fazer uma visita.

Milhares de possibilidades neuróticas passaram pela cabeça de Alecxander nesse momento, e para evitar que qualquer uma delas se tornasse realidade, teve que dispensar o amigo.

---- Olhe, eu estou saindo agora para ver uma amigaSua senhora? – Interrompeu o velho amigo.

---- Essa mesmo, mas dou um pulinho na sua casa no final de semana, tudo bem?

---- Então ta... Vamos assar uma carninha....

Depois de desligado o telefone, seguiram-se 5 horas de um insuportável silencio regado a litros de café preto e rápidas seções de masturbação interrompida. Até que finalmente o telefone toca:

---- Sim minha senhora!

---- E se não fosse eu a ligar?

---- Minha senhora, tenho atendido assim durante todo o dia.

---- Irei lhe buscar, esteja pronto, me esperando em pé na frente de seu prédio. – Falou desligando o telefone.

Em menos de quinze minutos já tinha tomado banho, e, lembrando que Hellena falou em voltar ao restaurante colocou seu melhor terno, levou mais cinco minutos para descer até o térreo e correu apressado para a frente do edifício, onde esperou por duas horas até que o carro dirigido pelo gigantesco escravo de Hellena parasse a sua frente.

---- Entre no carro – Fala Mario, com a mesma voz grave e vagarosa.

Alecxander entrou no carro e reparou que Hellena não estava lá.

---- Onde está Hellena?

---- Sem perguntas. – Falou em um tom bastante intimidador.

Após um longo trajeto, finalmente chegaram ao restaurante, quando Mario fala:

---- Hoje é seu dia, ela logo chegará.

Malmente Alecxander saiu do carro, Mario foi embora a toda velocidade desaparecendo após virar uma esquina.

Entrando no restaurante foi recebido pelo gerente, que lhe entregou um envelope preto. Abriu o envelope com pressa, e nele encontrou as instruções: “Me espere na entrada do banheiro masculino” Sorriu para o gerente e se dirigiu ao banheiro calmamente, observando a maravilhosa decoração com flores e velas por todo o restaurante.

Durante uma hora, Alecxander sorriu constrangido para todos os que entravam no banheiro, até que um garçom veio chamá-lo. Feliz como uma criança que acabava de chegar a um parque de diversões ele acompanhou o garçom e teve a visão mais deslumbrante de sua vida: Ela, Hellena, sentada em uma mesa rodeada de flores, maravilhosamente bem vestida e o convidando para sentar ao seu lado. Na mesa apenas duas taças de vinho tinto e um candelabro com quatro velas vermelhas. Alecxander sentou-se timidamente, e um garçom prontamente lhe ofereceu o cardápio.

---- Olá minha senhora, como me alegra te re-encontrar – Falou lembrando-se de como o gerente do restaurante lhe recebeu da outra vez.

---- Me esperou muito? – Pergunta zombando dos tormentos que imaginava ter feito o pobre homem passar.

---- Esperei por você minha vida inteira, passaria pelo inferno para poder desfrutar do paraíso de sua presença. – Apenas repetiu uma frase brega de uma poesia que leu a muito tempo em um cartão mais brega ainda, mas agradou, Hellena sorriu.

---- Você conhecerá o paraíso, e depois te lançarei no Inferno. – Fala Hellena com um certo tom de mistério que encantou seu convidado.

---- Faça de mim o que quiser minha senhora, sou seu escravo.

---- Saiba escravo! – Estas palavras ecoaram no espírito de Alecxander e o fizeram delirar em sua estranha forma de prazer – que como você é um tipo muito especial de escravo, vou lhe deixar escolher minha janta, mas por isto você ficará sem comer.

---- Perfeito minha senhora, muito obrigado. – Não poderia ser mais perfeito, Alexander sempre pensava nisso, ele detestaria que ela antes tivesse comido algo que ele não gostasse de comer, mas, não pretendia de forma alguma fazer objeções a qualquer comida que não o agradasse, mas como ela lhe deu o privilégio de escolher ele já estava excitado apenas olhando para o menu.

Pediu apenas pratos sofisticados, ricos em fibras e esteticamente atraentes, tomando o cuidado de não pedir nada com milho, ou com alho, pois era algo que realmente não o agradaria encontrar nas fezes de seu novo amor.

Após assistir toda a Janta, Alecxander olhava fixamente para os olhos de Hellena, havia se perdido em suas pervertidas fantasias a cada mastigada, e enxergando nela a sua total realização sexual, sentia-se perdidamente apaixonado. Hellena apoiou sua mão entre as pernas de Alecxander esmagando seu pênis ereto enquanto lhe dava um rápido beijo.

Assustado como um garoto de doze anos tendo suas primeiras experiências sexuais, Alecxander declarou tremulo o seu amor.

O casal se levantou, e saiu sem se despedir do gerente que com ciúmes havia se isolado. Como de costume, tudo já estava pago.

Mario esperava no carro em frente ao restaurante, e desta vez, Hellena mandou Alecxander sentar-se no banco da frente. No exato momento em que entrou Mario falou com um enorme sorriso:

---- Gostou garotão? – Dando um leve tapa nas coxas de Alecxander antes de soltar uma lenta e sinistra risada que deixou Alecxander um pouco cismado. – feche os olhos.

---- Por quê? – olhou para traz e percebeu que este era o desejo de Hellena.

Assim que fechou os olhos, sentiu Mario amarrando uma venda em sua cabeça, tentou abri-los, mas não enxergava mais nada, um pouco assustado perguntou:

---- Por que esta venda?

---- Sem perguntas. – Responde Mario em um tom realmente muito intimidador.

Durante horas o carro fez voltas e voltas, reinava absoluto o silêncio, que tornavam evidentes os mais profundos medos de Alecxander. Quando finalmente o carro parou, Mario conduziu Alecxander até o interior de uma grande mansão.

---- Tire a roupa! – Fala Hellena – Agora!!!

Tirando a roupa com certa pressa, com um pouco de desequilibro causado pela venda em seus olhos Alecxander quase caiu no chão.

---- Devagar escravo!

Após alguns instantes, inteiramente nú e de olhos vendados, Alecxander tenta não tremer com a mistura de frio e nervosismo que sentia.

---- Gire!

Mal Hellena falou, ele começou a girar, ela mandou ele girar mais rápido e ele girou mais rápido, continuou girando até cair no chão sentindo que o mundo todo girava vertiginosamente. Hellena aproximou-se e removeu a venda, para surpresa de Alecxander, Mario e mais três escravos aprisionados em gaiolas o observavam excitados. Olhando a sua volta, percebeu que a sala era totalmente decorada com chicotes, correntes e objetos de tortura, perguntava-se se eram realmente apenas decorativos.

Hellena abriu uma gaiola que até então estava vazia, e ordenou que ele entrasse, ele entrou engatinhando devido ao tamanho da mesma, e logo foi trancafiado.

---- Agora eu vou dormir, todos vocês em silêncio.

Após uma noite fria em uma gaiola extremamente desconfortável, Alecxander acordou e se surpreendeu ao ver a estranha sensação de satisfação que os rostos de seus colegas escravos expressavam.

Hellena voltou ao recinto exatamente ao meio dia, trazendo um pacote de ração para cachorro e colocando em tijelinhas sujas para cada um dos três escravos engaiolados.

---- Você logo receberá sua comida! – Fala apontando para Alecxander que não acreditava que aqueles três pudessem viver daquela maneira.

Hellena saiu e deixou a porta aberta, por onde um delicioso cheiro de carne assada entrou e cercou as gaiolas dos escravos. Uma hora depois ela voltou e foi soltando um a um dizendo, pode dar uma voltinha. Cada um deles saia como se fosse realmente um cachorrinho indo brincar no quintal, e Alecxander imitou-os para agradar sua senhora.

Hellena trazia consigo quatro algemas, e guiou Alecxander que engatinhava até o centro da sala, onde existiam quatro argolas de metal presos no chão especialmente para prender os escravos nesta posição. Habilmente prendeu com as algemas seus braços e pernas nas argolas de metal, e com uma enorme corda de couro presa no teto por ganchos prendeu sua barriga a uma certa altura do chão, imobilizando-o de tal maneira que por mais que tentasse se debater não conseguiria sair daquela posição humilhante.

Imobilizado e excitado pela expectativa Alecxander tentava acompanhar os movimentos de sua senhora pela sala, engole seco ao ver que ela retira da decoração um chicote longo com sete tiras de couro trançado que parecia ser muito dolorido. Logo que ela se posicionou em um lugar bem atrás dele, onde ele não conseguiria a enxergar, ela disse em voz firme e forte.

---- Até este momento você foi um homem, mas agora retiro de você este atributo, você agora não é mais um homem, você agora é um verme. – ao terminar de falar lhe chicoteia uma vez nas nádegas com o chicote da decoração.

---- Sim minha senhora! Sou um verme!

---- Repita! – Fala dando mais uma chicotada com muita força.

---- Sou um verme, sou um verme. – Alecxander nunca havia sido chicoteado, e estava assustado com a dor que sentia já no segundo golpe. Tinha medo de não saber quanto mais agüentaria, e nem quanto precisaria agüentar para realizar seu grande sonho.

---- Sabe o que os vermes comem?

---- Comida de verme minha senhora. – Apesar da dor, a excitação do momento não lhe deixava perder o bom humor, fez a piadinha sem nem imaginar a tremenda surra que levaria após isso.

O rápido e ritmado som do chicote ecoava pela mansão de Hellena, e mexia no espírito dos outros escravos espalhados pela casa. Alexander contraindo a musculatura que tremia por causa da dor, percebeu que qualquer esforço que fizesse para se libertar seria inútil. Suas nádegas ardiam mais a cada golpe, e a dor parecia refletir no resto do corpo, a adrenalina que seu corpo produzia lhe gerava um estranho entorpecimento dos sentidos, para ele nada mais havia em sua volta, o Universo era ele, Hellena e o chicote.

Depois de alguns minutos o chicote se cala, tentando se recompor Alecxander luta contra sua respiração ofegante e o choro que tomava conta de seu rosto, Hellena esperou pacientemente mais um minuto em silencio, e perguntou novamente:

---- O que é que um verme come?

---- Come merda minha senhora... – Fala ainda com a voz rouca de choro reprimido, concluindo que deveria ter respondido isto logo na primeira vez que ela perguntou.

---- Você está com fome? – Fala em um tom muito carinhosoEstou. – Fala Alecxander voltando a ficar muito excitado com o que achava que viria logo depois dessa resposta.

---- Eu logo vou lhe dar comida verme. – Fala Hellena caminhando lentamente envolta do pobre verme imobilizado. – Mas entes eu quero ver se você será realmente grato por eu não te deixar morrer de fome como você merece. – Andando de um lado para o outro, os movimentos de Hellena tinham um efeito hipnótico na mente super-excitada de Alecxander, que naquele momento aceitaria qualquer coisa. – Tudo que eu lhe der terá um preço, você está disposto a pagar? – Pergunta lhe dando uma chicotada de lado e que o fez gemer de dor.

---- Sim minha senhora... Eu pago qualquer preçoO preço será cinqüenta golpes de chicote, eu quero que você conte em voz alta e me agradeça por estar te dando essa oportunidade.

---- Sim minha senhora. – Fala timidamente, com medo do que iria acontecer, mas ainda ansioso por receber a sua ração de verme.

Subitamente o alto estalar do chicote se produz nas nádegas cheias de escoriações inflamadas do verme, e é seguido de uma frase que agradou muito a agressora.

---- Obrigado minha senhora pela primeira chicotada para que eu possa desfrutar o paraíso. – Alecxander bolou uma frase longa para poder espaçar os golpes do chicote, e assim poder suportar a pena que lhe era imposta.

Na décima chicotada para desfrutar o paraíso, Alecxander fazia muito esforço para falar sem soluçar, o chicote havia rasgado sua pele que sangrava para satisfazer o sádico prazer de Hellena, que o golpeava sem piedade sempre nos locais mais machucados.

Quase desmaiando, na quadragésima segunda chicotada, Alecxander chegou ao seu limite, seu corpo febril tremia e a dor apoderava-se de sua alma, chorando sem conseguir se controlar ele pede por piedade, ao que friamente Hellena responde:

---- Então não ganhará sua comida, morrerá de fome por ser fraco, seu verme insignificante!

---- Minha senhora... Por piedade... Estou muito machucado... – Fala soluçando e chorando Alecxander imaginando sua própria situação.

---- Faltam só sete. – Fala zombando da dor de Alecxander. – Você não agüenta verminho? Acha que vai morrer? – Hellena começa a rir alto, e suas risadas doeram em Alecxander mais do que qualquer chicotada. – Ai, minha bundinha está doendo, mamãe não me batia assim... – E subitamente seu tom de voz volta a ser firme e autoritário – Vai pagar o preço?

---- S-sim minha senhora. – Alecxander engole seco e tenta se preparar psicologicamente para os últimos sete golpes.

Helena caminhou vagarosamente até a distancia que necessitava para chicoteá-lo, Estalou algumas vezes o chicote no ar, achando muito engraçado as reações de susto no corpo de Alecxander. E finalmente o golpeou com toda força que tinha. Alecxander nem mesmo conseguiu agradecer, sua voz não saía mais de sua garganta.

---- Não entendi! – grita brava golpeando mais uma vez.

---- Obrigado pela quadragésima quarta chicotada. – Fala utilizando todas suas forças e solta o corpo que fica suspenso pela cinta que lhe prende o abdômen.

Ao perceber o desmaio, Hellena bate furiosamente algumas vezes, e ao perceber que não obtinha reação, decidiu que era hora de parar e saiu da sala. Minutos depois retornou com um copo de água e o despejou sobre a cabeça de Alecxander. Que acordou assustado e ofegante.

---- Tudo bem com você? Esta vivo? – O tom carinhoso de Hellena acalmou um pouco o pavor que o verme sentia... – Espere um pouco, não saia dai, vou buscar algo para você comer. – Fala saindo da sala.

O corpo humano, quando sofre uma agressão muito severa, se defende secretando endorfina, que funciona como um analgésico natural muito mais potente do que a própria heroína. Além de aliviar a dor ainda proporciona um maravilhoso bem estar. Alecxander não entendia nada de bioquímica, então apenas estava curtindo o momento de paz, e compreendendo o momento exato em que a dor se funde ao prazer. Pensando no retorno de sua senhora o verme começa a ficar novamente excitado.

Quase trinta minutos depois Hellena volta, sem nada nas mãos, o que por alguns instantes decepciona o verme que esperava uma tigelinha de cachorro cheia de merda.

---- Rápido criado! – Grita Hellena impaciente. um pouco antes de surgir Mario, andando vagarosamente de joelhos e carregando um pinico tampado por um grande prato de cerâmica.

Alecxander tentava não reparar no enorme membro de Mario pendurado entre as pernas, e tremia com a excitação que o conteúdo daquele pinico gerava em seu ser. Mario bem em frente ao verme algemado, virou o pinico de ponta cabeça, fazendo seu conteúdo cair sobre o prato, finalmente depositou o prato sob a cabeça do verme e retirou o pinico. O forte cheiro putrefato que imediatamente se fez presente nas narinas de Alecxander o encheram de tesão, observar os detalhes da textura e imaginar que logo estaria sentindo o seu sabor quase lhe fizeram gozar espontaneamente, mas ele se controlou porque sabia que se gozasse antes da hora não acharia a experiência tão agradável, ele já sabia que o caviar voltava a ser merda depois de gozar e queria evitar que isso ocorresse antes de ele pudesse comer.

---- Criado! Retire-se, mas fique por perto, se eu precisar de você, eu lhe chamo.

Mario saiu arrastando os joelhos no chão, e Hellena sorria como uma criança que havia colocado sal no chá da avó e esperava que a avó o bebesse.

---- Coma verme! Coma! – Ordena aos gritos lhe dando um forte tapa na perna.

Uma incrível mistura de medo e desejo formou-se na mente de Alecxander, inclinou-se até que seu rosto estivesse bem próximo e respirou rapidamente o fétido aroma, com certo receio sua boca foi abrindo vagarosamente, seu pênis de tamanho mediano pulsava fortemente com toda a excitação. Hellena empurrou a cabeça dele para baixo, lambuzando todo o seu rosto.

---- Está esperando o que? COMA!

Alecxander tirou a língua para fora e trouxe para sua boca uma grande porção do repugnante prato, o cheiro que já estava forte ficou ainda mais forte, e o sabor incrivelmente amargo parecia poder ser sentido também no interior da garganta. Nunca um pedaço de papel higiênico lhe trouxera tanto sabor, nunca havia sentido na vida tanto tesão por qualquer outra experiência sexual que já tivesse conseguido realizar. Após anos se masturbando imaginando como seria comer uma montanha de barro daquelas, Alecxander se surpreende ao perceber que jamais sua imaginação se aproximou da realidade repugnante que percebia existir. Duas forças lutavam dentro de si simultaneamente, uma gerada pelo desejo repetido pelo longo dos anos, que intentava devorar todo o conteúdo do prato, e outra mais instintiva, que lhe causava náuseas, medo. Esta segunda força porém era totalmente sobreposta pela primeira.

Hellena segurou com força logo abaixo da glande de Alexcander, que sentindo a pressão em um ponto tão próximo a área sensível de seu pênis não resistiu o impulso instintivo de se mover para frente e para trás. Enquanto se masturbava na mão de sua senhora, Alecxander consumia seu caviar em grandes e rápidas bocadas, malmente conseguia respirar quando a ardência consumidora dos desejos de sua ejaculação ecoou por todo o seu corpo. Pela primeira vez na vida ficou inconsciente durante o gozo, foram maravilhosos segundos de total abandono, seu corpo continuava a se mover, mas sua mente apenas sentia a contagiante sensação de existir em plenitude.

Aos poucos sua consciência foi voltando, a imagem a sua frente era de um prato com alguma merda, um tapa em suas nádegas inflamadas o colocou mais desperto.

---- Coma tudo verme! – Hellena já sabia que normalmente os aficionados por fezes perdem o desejo depois de satisfeitos sexualmente, o mandara continuar comendo para ver as reações de repulsa que seu corpo poderia manifestar ao ingerir o mesmo material fecal que a pouco lhe deu imenso prazer.

Alecxander movido por um impulso de submissão, continuou a comer, mas agora a náusea se fez mais presente, para total entretenimento de Hellena, que olhava para os soluços de quase vomito e ria.

Quando Alecxander finalmente terminou de comer, já demonstrava excitação sexual novamente, Hellena aproximou-se dele, acariciou-lhe o cabelo e disse:

---- Tenho mais um presentinho pra você... – Hellena segurou novamente no pênis de Alcxander, agora sua mão estava repleta de gel lubrificante. – CRIADO! LIGUE O VÍDEO! – Gritou olhando para parede.

Enquanto Mario entrava na sala, e instalava uma tela gigantesca na parede, Hellena mantinha Alecxander excitado com movimentos bem suaves e escorregadios. Alecxander esperava com ansiedade o que estava por vir...

Mario ligou um projetor digital e apareceu Alecxander sendo amarrado no centro da sala.

---- Você filmou tudo minha senhora? – Pergunta Alecxander meio encabulado.

---- Todas as iniciações aqui são filmadas. – Fala com um imenso sorriso. – Pode ir criado. Deixe o controle remoto.

Hellena avançou um pouco o vídeo, para assistir o chicoteamento, Alecxander vendo a si mesmo sendo chicoteado sentia algo estranho, uma mistura da excitação provocada pela mão escorregadia e habilidosa de Hellena com o medo que sentiu antes de cada golpe. Observar pelo vídeo o sorriso de Hellena enquanto ele quase desmaiava de dor era algo que lhe evidenciava cada vez mais a sua nova condição de verme.

Ao perceber que Alecxander estava muito excitado, Hellena avançou o filme até o momento em que ele se lambuzava e deliciava com o conteúdo fétido do prato, todo o corpo de Alecxander tornou-se tenso, e Hellena reduziu o ritmo com que masturbava seu escravo, esta redução fez com que Alecxander jogasse seu corpo suspenso com toda a força, em busca do mais vil dos prazeres que tanto desejava. Masturbar-se assistindo um vídeo onde ele próprio ingeria fezes superava qualquer sensação já sentida antes em outros vídeos da Internet ou de revistas especializadas. Alecxander gozou extasiado, Hellena sorriu como uma criança prestes a arrancar as pernas de um pequeno inseto.

---- Você trabalha em um banco não é Alec? – Pergunta Hellena com um tom super carinhoso, acariciando o cabelo de Alecxander para limpar o sêmen de suas mãos.

---- Sim minha senhora... Como sabe? – Pergunta exausto, com o corpo pendurado na corda que sustentava sua barriga.

---- Eu lhe reconheci quando lhe vi naquela praça alguns dias atrás... – Hellena assiste um pouco da bizarra projeção - Só pretendia seduzi-lo e depois surra-lo, nunca imaginei que pudesse ser tão perfeito.

---- Como assim minha senhora? – Alecxander não entendia o que ela queria dizer, imaginava se o fato dele ser gerente no banco onde trabalha teria alguma relação com a surra, ou se Hellena desejava surrar qualquer homem que a atraísseanos atrás, perdi toda minha família em um acidente. – Fala Hellena com um tom triste e divagativo. – Fiquei sem ter onde morar, sem dinheiro, e precisei de um empréstimo para começar de novo a minha vida.

---- Sinto muito minha senhora.

---- Não! Não sente! Você me negou o empréstimo! Meu pai era cliente fiel de seu banco a mais de vinte anos, e você me negou o empréstimo!!

---- Mas mi... – Alecxander foi interrompido por Hellena que desliga a projeção.

---- Sabe o que tive que fazer para sobreviver? – Sem deixar espaço para Alecxander responder, Hellena continua – Tive que vender meu corpo. Tinha tanta raiva de meus clientes que acabei me dando muito bem fazendo programas de dominação. E sempre que eu machucava alguém, eu pensava em você.

---- Me desculpe minha senhora eu nã... – Novamente é interrompido.

---- Ano passado conheci Mário, o dono dessa casa. – Fala meio sorrindo, meio com raiva. – Programas com dominação são legais porque normalmente os clientes só querem ser dominados, mesmo que não façam sexo. – Lembranças dolorosas se passaram pelos pensamentos de Hellena – Mas Mario queria. Você tem idéia do que é um homem daquele tamanho entrando em você?

---- Não minha senhora... Por fav... – Hellena interrompe novamente a tentativa de pedir perdão.

---- Sabe Alec... Hoje sou casada com ele, e hoje sou muito feliz com minha vida. E de certa forma devo isso a você. – Ela liga novamente o projetor, e agora a cena é ela no banheiro, com um pinico. – Veja isso querido, é um presente meu pra voce...

Alecxander olha apavorado quando Mario entra no local e senta-se sobre o pinico, não podia acreditar, isso não podia ser verdade, mas seu corpo já começava a soluçar com ânsia de vômito. A expressão de força de Mario e os grunhidos que ele produzia ao cagar revoltavam ainda mais o estomago de Alecxander. Quando finalmente Mario se levantou no vídeo, Alecxander pode ver com exatidão de detalhes que havia sido exatamente aquela merda que passou com tanto prazer por sua boca minutos atrás.

Vômito, desespero, choro de Alecxander em uma cena que Hellena estava adorando filmar.

---- Criado! – Hellena grita e é prontamente atendia por Mario, que entra na sala e solta aquela gargalhada sinistra e lenta ao ver Alecxander vomitando merda e chorando.

As gargalhadas de Hellena e o riso em câmera lenta de Mario atormentaram profundamente o espírito de Alecxander, que chorava humilhado, e sentia enorme repulsa ao sentir novamente o sabor e o aroma da merda que agora jorrava em jatos de sua boca.

Hellena acaricia o enorme membro de Mario com sua mão cheia de lubrificante, Alecxander entendendo o que aquela cena dantesca significava começou a gritar em meio ao vomito.

---- Não!!! Não!!

Mario rindo sarcasticamente currou Alecxander sem piedade. Alecxander sentindo muita dor engasgava com o próprio vomito, o vai e vem rápido de Mario quase o fez desmaiar novamente.

---- Percebe o que eu senti? – Pergunta Hellena com a expressão demoníaca de que realiza uma vingança cruel.

Mario berrava ao gozar, enquanto Alecxander berrava de dor. Mario se afasta e agradece sua senhora.

---- Agora vamos leva-lo para passear – Fala Hellena para Mario como se tudo já estivesse planejado.

Mario sai da sala e em alguns minutos volta vestido e com um revólver, isto atormentou ainda mais profundamente o espírito de Alecxander que agora observava profundamente deprimido, em seus pensamentos, as cenas de sua própria morte.

Hellena solta Alecxander e ordena que ele se vista, e avisa que se tentar qualquer movimento brusco será baleado sem nenhuma piedade. Alecxander tremulo e extremamente humilhado, veste-se com movimentos lentos. Em seu olhar apenas o abandono, tentava esquecer de tudo o que acabava de viver, tentava imaginar que aquilo não estava acontecendo com ele. Desejava morrer, mas estava confuso diante da oportunidade de levar um tiro.

Quando Alecxander terminou de se vestir, Hellena carinhosamente limpa a boca e o rosto de Alecxander com um papel higiênico, e o coloca no bolso de Alecxander. Depois, coloca-lhe novamente a venda nos olhos e avisa.

---- Se tirar a venda, você morre. Se falar, você morre. Se vomitar merda em meu carro, você morre. – A calma e frieza de Hellena eram surpreendentes até mesmo para Mario, que participou ativamente no planejamento da vingança.

O casal conduziu aos empurrões o pobre homem que malmente conseguia andar devido a imensa dor que sentia. Quando foi obrigado a sentar-se no carro, pode perceber o quão machucadas estavam suas nádegas e seu anus, a careta de choro se fez presente, mas o choro foi corajosamente contido ao sentir o toque gélido e firme de metal em sua nuca, seguido pelas frias palavras de Hellena:

---- Se chorar, você morre.

Por quase uma hora, o carro andou em círculos, Alecxander não sabia quanto mais poderia suportar, sentia seu coração doer com as rápidas palpitações de desespero, e observava em seus pensamentos um silêncio que nunca antes vivenciara, um silêncio insano, que gritava através da escuridão e era reprimido pelo inevitável medo da morte.

---- Saia do carro. – Fala Mario em um tom de voz que faria qualquer um obedecer imediatamente.

Com muita dificuldade em movimentar as pernas, Alecxander saiu do carro, controlando-se ao máximo para não chorar em desespero.

---- Ficaremos olhando você de longe, se você tirar a venda, você morre. – Fala Hellena com um tom rude. – Quando você puder tirar a venda iremos buzinar duas vezes.

Alecxander, em pé, tremulo, acompanha com os ouvidos o carro se afastar um pouco e desligar o motor. O medo tomou conta de sua alma, imaginava o que aconteceria depois, porque eles estariam o observando de longe? Onde ele estava? Quando tudo aquilo terminaria?

Tamanho era o medo que Alecxander que ao ouvir a porta do carro abrindo novamente, visualizou-se sendo baleado, desejou que acontecesse, a morte agora se tornava um desejo forte de consolo para apagar as tão sofridas lembranças de tudo o que acontecera. Mas Mario abriu a porta para empurrar o carro silenciosamente, virou a esquina, e depois de muitos metros tornou a liga-lo, deixando Alecxander apavorado por horas ao imaginar que morreria caso tirasse a venda de seus olhos.

Horas haviam se passado, uma eternidade angustiante na mente de um pobre e apavorado homem de olhos vendados, em pé, na mesma praça deserta em que já havia estado dias atrás. No escuro escutava os passos tímidos das pessoas, que, após o observarem por alguns instantes seguiam apressadas para cuidar de seus próprios problemas.

Uma boa alma, que sem saber da situação de Alecxander resolveu dar duas buzinadas para zombar do sujeito tremulo e vendado, lhe deu a permissão para retirar a venda. Já era tarde, a acides de seu estomago, e o mórbido sabor do inferno que ainda existia em sua boca lhe provocavam sede de maneira nunca antes sentida. Avistou no chão, um copo sujo, com água da ultima chuva, bebeu e vomitou em seguida...

Sem dinheiro, desejos ou esperança Alecxander Shitlovac seguiu seu rumo a pé... Por horas temeu a morte no escuro, e agora, em seus pensamentos mais cansados a cada passo, a encara como a única possibilidade.

Tarde da noite, chegando em casa, uma luz na secretária eletrônica pisca desesperada por atenção:

“Aqui é Beto da auto-elétrica, seu caro está pronto é só vir buscar ou dizer onde quer que entregue...”

Beeeeeep!

“Oi Ale , sou eu... Você não me ligou hoje, não foi trabalhar, mas eu ainda quero falar com você. Eu sei que eu fiquei um pouco chocada com o que você me pediu, eu nunca nem imaginei uma coisa dessas.

Eu conheci uma menina na Internet que disse que já fez isso com o namorado, li um pouco a respeito... Acho que posso tentar, eu te amo. Este será o nosso segredo... Liga pra mim quando chegar, não te acho em lugar nenhum...”

O choro de raiva apoderou-se de seu peito, o paraíso que ele tanto desejou sempre esteve ao seu alcance, mas ele não soube esperar. Sentia-se um lixo humano, um verdadeiro verme, mas a secretária ignorando as emoções de seu dono apita novamente:

Beeeeeeep!

“Olá verme. Pelo visto ainda está se divertindo na pracinha. Mas a minha diversão ainda não acabou.”

Ouvir novamente a voz de Hellena, e perceber que ela estava feliz e se divertindo, fez com que sua mente não fosse mais capaz de sustentar o próprio corpo, que caiu ao chão em posição de notável desespero. Flashes traumáticos de seu dia passavam ciclicamente em seus pensamentos, o medo e a duvida que inundavam seu espírito, tentavam evitar de imaginar a forma como Hellena ira continuar a se divertir...

O telefone toca, mas Alecxander não tem forças para atende-lo. A secretária atende, e a voz de Hellena ressoa pela sala.

---- Atenda verme! Eu vi você chegando em sua casa. Você tem dez segundos para atender, ou enviarei um certo vídeo para um certo banco, onde um certo verme trabalha! – Agora sim os pesadelos de Alecxander haviam se tornado inteiramente realidade, ela tinha um vídeo e poderia mostrá-lo para todos na cidade, todos iriam ficar sabendo do inferno que se passou com ele, todos iriam ficar sabendo de seus estranhos desejos! – Alecxander ouvia ao fundo a lenta e sinistra risada de Mario, e isto bastava para que seu corpo revivesse toda a dor a qual foi submetido horas atrás! – Tentava se levantar, mas o tremor de seu corpo o impedia, o desespero aumentava ainda mais, a medida que Hellena contava! – A voz de Hellena começava a ficar mais calma e serena, e o mórbido riso de Mario cada vez mais nítido e estarrecedor! – Arrastando-se até o aparelho, Alecxander sabia que não teria força para pronunciar uma única palavra, mesmo que conseguisse atender... Novamente tudo no Universo havia desaparecido, eram apenas ele, Hellena e um telefonema.

----NOVE! – Hellena adiantou-se impaciente, e ouvir o número tão próximo da conclusão de seus maiores temores fez com que Alecxander pulasse para atender o amaldiçoado telefone.

---- Finalmente, por que demorou tanto? – Pergunta Hellena ao ouvir do outro lado a respiração aflita, de uma mente prestes a enlouquecer. – Todo dia, neste mesmo horário, você deve esperar Mario visitá-lo, e atender a todos os seus desejos. E se tentar qualquer gracinha, qualquer uma, tenho escravos prontos para arrancar seu pinto depois que toda a cidade assistir ao seu vídeo. Entendeu?

---- S-si... – Como por reflexo, Alexander respondeu afirmativamente, não conseguia medir em seus medos o que seria pior. Submeter-se a Mario diariamente, ou ter sua reputação arruinada por um vídeo bizarroFala comigo verme apertadinho – Diz Mario em um tom sarcástico e terrivelmente assustador. Amanhã seus sonhos serão realizados, você vai me amar.”

Assim foi o último telefonema de Alecxander Shitlovac, precedido de sua ultima e putrefata refeição, de sua visita ao paraíso imaginário e depois ao inferno real, logo após ele passar ali, ao lado daquela barraca de cachorro quente onde uma senhora muito gorda conta sobre um louco que conheceu em um terminal.

A velha arma na gaveta, por tantos anos esquecida, finalmente encontrou sua utilidade, e o torturado corpo de Alecxander presenciou sem vida, as ultimas ligações apaixonadas de sua namorada, que nunca se perdoará quando souber do ocorrido.

Mario, delegado distrital de policia, encobre mais uma vez todas as provas contra sua amada rainha, e, guarda junto com outros vídeos, a prova cabal de que Alecxander, o respeitado profissional, bom vizinho e namorado atencioso tinha assim como ele, muito a esconder.

Walter Mirage Stone

[Este conto fará parte da obra: "PARAFILIA - As pessoas que nos cercam" que será publicada no final de 2007. contendo contos abordando profundamente todas as parafilias humanas conhecidas.]

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Comentários

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Arabiano, creio que hoje eu já estaria mais maduro para dar uns retoques neste conto, porém, para fazer um final feliz, seria melhor escrever outra história...

De qualquer forma, fazia muito tempo que ninguém se manifestava aqui, fiquei feliz em ler seu comentário.

Obrigado.

WMS.

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muito foda o final :x

Walter vc poderia fazer essa historia de novo so q com outro final com o Alec matando os dois e sua namorada fazendo o seu desejo serial legal ;)

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Olá Calíope...

Como estou escrevendo esses contos por conta própria, só tenho mais um pronto (Necrofilia Vs Anorexia citado abaixo). Ainda não publiquei porque quero fazer algumas revisões, mas tenho estado com pouco tempo para isso.

Se tiver interesse em dar uma olhada no pré-conto, envio-lhe com prazer.

Grande Abraço

waltermiragestone@yahoo.com.br

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Walter, gostaria de saber onde posso encontrar seus contos, pois tenho interesse em adquirí-los.

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Na verdade eu imaginei que o tema do texto não seria de agrado popular, aliás, todos os contos da série PARAFILIA são agressívos.

Nenhum deles está sendo planejado para criar "tesão", e sim, para demonstrar realidades diferentes da convencionalmente divulgada pela mídia, e, é claro, mostrar o lado humano das pessoas que vivem as parafilias e, que normalmente são julgados e rotulados por pessoas que nem mesmo sonharam em entende-las.

O segundo conto da série vai abordar a necrofilia e a anorexia, está quase pronto (fase de revisão), e levou o ano inteiro em pesquisas e entrevistas anônimas para chegar onde chegou. Espero em breve ter o prazer de publica-lo aqui.

Turin, obrigado pelo elogio, e desculpe pela tragédia (e a maldade no final).

LittleScat, concordo plenamente com você, no quesito de que todas as pessoas tem o direito a suas fantasias, abrindo exceção apenas aos criminosos sexuais. (estupradores, pedofilos, etc)

Um grande Abraço

E muita luz

Walter.

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Olá a todos!! Leio muitos contos sobre scat nesse site e já publiquei 3(Amo cocô de mulher; O cheiro do cocô é irresistível e Cheirei o peido do meu amigo). Acredito que os títulos dos contos relacionados a esse tema são bastante claros tanto para que aqueles que não gostam da prática evitarem de ler como para os que amam a prática lerem correndo. Assim, quem não quiser ler sobre o assunto, não precisa! Não tem necessidade de aborrecimento e de fazer comentários maldosos! Eu gosto de scat sim e leio pq gosto!! Mas eu detesto sadomasoquismo por exemplo e nem por isso eu fico acabando com os contos sobre essa prática!! É preciso que todas as fantasias sejam respeitadas, pois cada indivíduo sente prazer em algo!! No sexo, não existe certo ou errado, desde que o casal ou grupo concorde. Portanto, respeitem todas as fantasias, pois estamos em uma democracia e todos têm o direito de ter a sua!! Foi só um desabafo! Abraços. Meu e-mail é littlescat@gmail.com ou amocheirarmerda@hotmail.com

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